Relativamente à questão do ataque químico levado a cabo pelos socialistas de Bashar Al Assad em 21 de Agosto, eu também estou de acordo, como já disse anteriormente, que as provas que existem não seriam aceites em Tribunal, porque se trata de provas circunstânciais e só é possível concluir que foi Bashar que deu a ordem para o ataque químico, quando se somam as circunstâncias e se interpretam os factos conhecidos em conjunção com as circunstâncias.
Ou seja:
Se estivessemos num tribunal, haveria 1% de probabilidades de não ter sido Bashar Al Assad o responsável.
E eu admito que há provavelmente 1% de dúvidas.
Considerando o principio do «In dubio pro reo» teriamos que absolver o Assad, porque não temos uma certeza absolutamente segura de que foi ele e o seu regime que foram responsáveis.
Dito isto, quem soma dois com dois, há muito tempo que já percebeu que Assad mandou matar todas aquelas pessoas, pelas miriades de razões já apontadas, desde o desespero por se ter concluido que tinha acabado a fase de «recuperação» e o palácio continuar ao alcance dos rebeldes, até à identificação de lançamentos por infra-vermelhos, à presença de agentes químicos nas áreas controladas pelos opositores de Assad, até à análise no terreno dos trajetos descritos pelos projeteis.
Sem argumentação, e com um relatório das Nações Unidas que os próprios russos pediram que fosse aguardado, e respeitado, mas que dexou poucas dúvidas sobre a autoria do ataque, a imprensa conspirativa e russa (uma não existe sem a outra) passou a depender unica e exclusivamente das teorias conspirativas e das alegações não provadas sobre a utilização de armas químicas por algum rebelde.
Agora, a questão, já não é que Bashar Al Assad de facto foi o responsável, mas sim o facto alegado de que ocorreram outros ataques anteriormente.
A verdade é que um relatório internacional que os próprios russos afirmavam seria imparcial (antes de o lerem) foi muito claro ao apontar caminhos.
As alegações sobre a utilização de armas quimicas por algum grupo de rebeldes, não foi provada e a única fonte que temos, são os russos, que naturalmente apresentaram provas fornecidas por nada mais nada menos que Bashar Al Assad.
Toda esta história, é demonstrativa do miserável comportamento da máfia russa e dos socialistas sírios neste processo.
Mesmo que fosse verdade (e eu nem sequer digo que não seja, apenas que a probabilidade de ter ocorrido é proporcionalmente inversa à certeza que existe sobre Assad) que ocorreram ataques por parte dos islamitas, a diferença em termos do número de vítimas seria sempre terrível.
Seria sempre maior a responsabilidade de um grupo que controla o aparelho do estado, e que embora de forma ilegitima, se arroga o direito de se chamar governo sírio.
E pessoalmente também acho que deveria haver retaliações sobre os grupos islamitas que tivessem utilizado armas químicas.
Mas quando quando a imprensa russa diz uma coisa, é sempre dificil deixar de considerar que os jornalistas que veiculam as notícias são ameaçados de morte pelos mafiosos e não têm qualquer liberdade para noticiar algo. Ainda mais dificil de dar crédito a meios de comunicação controlados pela Máfia russa, que por sua vez têm como fonte o ditador ao qual estão aliados.
É como pedir às SS qu fizessem um relatório imparcial sobre o que se passou nos campos de concentração.
Discordo totalmente. Por 2 simples razões:
Existem navios espiões (
http://en.wikipedia.org/wiki/Spy_ship) na área que monitorizam todas as comunicações civis e militares, bem como as posições das forças em guerra, o armamento que usam e o lançamento de misseis e foguetes (quer a assinatura radar como os próprios sinais rádio).
Além dos navios existem estações de restreio da NATO (
http://users.telenet.be/d.rijmenants/en/coldwarsignals.htm) que terão captado esses mesmos sinais (
http://en.wikipedia.org/wiki/Signals_intelligence). O mesmo se passando com estação Israelita nos montes Golan (mostrada logo abaixo) e estações móveis.
Depois temos os aviões especificos para a missão ou que o podem fazer.
Por ultimo restam ainda os satélites Elint/Sigint.
POrtanto:
A única forma de os EUA, Russos e companhia não terem dados suficientes sobre os ataques químicos com toda esta panóplia de equipamento seria os Sírios apresentarem um completo silencio de comunicações (radio e telefone), além de fazerem todas as movimentações militares, lançamentos de misseis e rastreio do inimigo a coberto dos sistemas que os espiam ( usando por exemplo interferências, empastelando os radares inimigos, etc), algo que não é possível face ao equipamento militar sírio (de ELINT/SIGINT e de contramedias electrónicas) e muito menos com a situação militar como está (as comunicações militares e politicas teriam todas de ser feitas por mensageiro). Assim, ou os Sirios são muito espertos ou praticante toda a gente está a mentir.
Relativamente às provas substanciais que recolheram no terreno, as partes envolvidas têm os foguetes (alguns com inscrições em russo), as análises de sangue Às vitimas e suposições quanto à localização dos disparos e ao alcance dos foguetes. Mais nada. O resto são suposições que ainda estão por provar e que apontam para maiores probabilidades de cada sistema ter sido usado por uma força específica.
NO caso dos foguetes M-14 ainda é possível saber o alcance mínimo ou máximo, agora o UMLACA sendo um sistema só agora visto, apenas se pode especular.
O gás sarin assim como os UMLACA proveniente quase de certeza de lotes governamentais. Mas face À captura e conquista de posições militares de ASSAD não é de todo possível determinar com 100% de certeza que tenham sido as suas forças militares exclusivamente a usar o agente químico.
Assim e resumidamente na minha opinião:
Face ao dados SIGINT/ELINT certamente recolhidos sobre a situação Síria (deixo de fora os dados dos satélites detectores infravermelhos pois tenho dúvidas no eficaz funcionamento dos mesmos), todas as partes tem tido um comportamento miserável sobre tanto os ataques químicos como sobre toda a guerra civil (não são apenas os teóricos da conspiração ou a máfia russa). Poderá no máximo existir uma pequena percentagem de incapacidade de se ter recolhido por esta via próvas suficintes do envolvimento das partes nos ataques químicos, algo que sinceramente não creio.
Assim e mais uma vez são os "Top Secret" e as formas de recolher este tipo de informação (casos Snowden(
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Snowden) e Wikileks (
http://pt.wikipedia.org/wiki/WikiLeaks) a ditar o suposto secretismo e assim a esconder realmente o que se passa no conflito Sírio. Mas na verdade porem trata-se de politica, estratégia e hipocrisia, pois como venho dizendo toda a gente espia, os países usam praticamente o mesmo tipo de equipamento e as informações que conseguem apenas vêm confirmar ou deitar por terras suspeitas que À muito se tem. O caso Sírio é apenas e só um de muitos outros.