Exército Brasileiro quer aeronaves de asa fixa
Isso aí não vai causar fricção com a FAB, como aconteceu no passado?
Eu acho que não. Este é um projeto antigo do Exército cujas necessidades suplantam as fricções com a FAB.
Pelo que já li, por sua capacidade de carga consideravelmente maior que a dos helicópteros, as aeronaves de asa fixa terão um papel preponderante no apoio aos destacamentos fincados nas áreas de divisa internacional, consideradas mais remotas e necessitadas de aprovisionamento.
Os aviões da FAB abastecem os pelotões de fronteira uma vez por mês, ou, em alguns casos, uma vez a cada três semanas. A entrada em operação dos aviões do Exército permitirá que tais voos sejam mais frequentes.
O Plano Estratégico do Exército 2016-2019, incluiu a criação de Unidade Aérea de Asa Fixa entre as providências de “Mobilidade Estratégica” que devem garantir à Força Terrestre brasileira capacidade de “Pronta Resposta Estratégica” — uma das nove “capacidades militares terrestres” elencadas como prioritárias nesse período.
As aeronaves de asa fixa estariam reservadas às missões de ligação e observação, transporte e lançamento de paraquedistas.
O Exército vai explorar ao máximo a possibilidade de empregar as mesmas aeronaves já utilizadas pelo Comando da Aeronáutica. A “comunalidade de meios” facilitaria um dos objetivos da Força Terrestre: obter que seus aviões possam ser acolhidos para revisão, manutenção (preventiva e intempestiva) e modernização em oficinas de grande porte da FAB, como o PAMA-SP (Parque de Material Aeronáutico de São Paulo).
Os oficiais do Exército examinam, por exemplo, a conveniência de suas unidades de asa fixa compartilharem o espaço de bases aéreas hoje operadas pela FAB, usufruindo, assim, de hangares e da infraestrutura logística já existentes. E analisam também a possibilidade de emprego do seu pessoal na coordenação do espaço aéreo.