Revolta no Mundo Árabe

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GI Jorge

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #195 em: Abril 10, 2011, 12:12:51 am »
E só para dar a minha opinião rapidinho:

Nenhuma destas gerações podem decidir que Portugal fique espanhol, pela simples razão de que Portugal não lhes pertence, nem a elas, nem a mim, nem a nenhum de nós. Portugal pertence aqueles que caíram a defender esta grandiosa nação, e não são morangadas nem jornalistas de vão de escada que podem fazer ou dizer o contrário. Assim, e basicamente, nenhum de nós pode dar algo que não tem, e é isto que acontece com Portugal. Se ele não é nosso, como podemos dá-lo?
Confunde-se em Portugal tantas vezes a justiça com a violência que é vulgar não haver reacções contra o crime e haver reacções contra a pena.

Oliveira Salazar
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #196 em: Abril 13, 2011, 07:30:26 pm »
Soldados sírios baleados por recusarem disparar sobre manifestantes

 
Elementos das forças de segurança sírias balearam nove soldados após estes se terem recusado a disparar contra os manifestantes que protestavam na cidade de Banias, no noroeste da Síria. De acordo com o The Guardian, a informação foi avançada por várias testemunhas que se encontravam no local.

Dos múltiplos soldados que se recusaram a seguir uma reacção armada contra os protestos em Banias, nove foram baleados por forças de segurança do regime de Bashar al-Assad.

Os órgãos de comunicação social do governo de Assad refutaram a informação, ao invés transmitindo outra versão dos acontecimentos: os nove soldados terão sido mortos na sequência de um ataque de um grupo rebelde armado.

Os reais contornos dos acontecimentos ainda estão a ser apurados, pois são vários os relatos divulgados nos últimos dias, que dão conta da ocorrência de conflitos armados na região em torno de Banias.

Um representante da oposição ao regime de Bashar al-Assad disse que forças pró-governo atacaram duas aldeias perto de Banias. Os grupos apoiantes do regime têm sido os principais precursores da violência que se tem feito sentir nos últimos dias.

Face ao recente escalar de violência, os apelos à intervenção externa têm sido mais visíveis.

A Declaração de Damasco, o grupo pró-democracia líder no país, apelou à Liga Árabe a imposição de sanções ao regime de Bashar al-Assad, alegando que a violência promovida pelas forças do regime já causou mais de 200 mortos.

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HaDeS

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #197 em: Abril 14, 2011, 06:08:56 pm »
Agora que começaram a guerra tinham que ir até o fim, está claro que os rebeldes sozinhos não vão tirar o lider Líbio do poder, uma invasão por tera era necessário para trazer ordem ao país, mas ao que tudo indica não vai ocorrer, os libios podem se preparar para anos de guerra civil.
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #198 em: Abril 26, 2011, 07:12:13 pm »
Nações europeias exigem o fim da repressão na Síria


A França, Itália e Reino Unido apelaram esta terça-feira à implementação de medidas que visem o cessar da violência e repressão na Síria, numa altura em que as autoridades do regime reforçaram a violência contra os manifestantes pacíficos. A França e Itália elaboraram conjuntamente um comunicado oficial em que apelam à União Europeia (UE) e NATO uma intervenção na Síria face aos recentes desenvolvimentos no país, avança a BBC.

O comunicado foi divulgado no seguimento de uma conferência de imprensa em Roma onde estiveram presentes Nicolas Sarkozy e Silvio Berlusconi, os respectivos primeiros-ministros de França e Itália.

Berlusconi sublinhou a necessidade de pôr fim à violência na Síria, revelando: «Enviamos um forte pedido para que as autoridades em Damasco cessem a repressão violenta».

Por sua vez, Nicolas Sarkozy excluiu uma eventual intervenção militar sem uma resolução da ONU face à situação que se vive no país, que classificou de «inaceitável».

«Não vamos enviar tanques. O exército contra os manifestantes e a brutalidade são inaceitáveis», frisou ao diário francês Le Figaro, adiantando: «Estamos do lado dos povos árabes nas suas aspirações à conquista da liberdade».

A Inglaterra, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiro, William Hague, apelou igualmente ao fim da violência na Síria. «Temos que ver actos de reforma genuínos ao invés da repressão», apontou.

Após o presidente Bashar al-Assad ter anunciado o levantamento do estado de emergência - que vigorava há 48 anos no país -, a violência e repressão voltaram a intensificar-se na última semana, que apenas em dois dias resultou em mais 120 mortes.

Uma eventual intervenção militar na Síria só seria encetada após a aprovação formal de uma resolução da ONU que a sustentasse, tal como aconteceu com a intervenção que ainda decorre na Líbia.

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #199 em: Abril 28, 2011, 06:56:29 pm »
Presidente sírio isolado à medida que aumenta o número de mortos


Membros do partido Baath demitem-se há medida que o exército do Presidente Bashar al-Assad faz cada vez mais mortos, cujo número já ascende aos 500. Ao mesmo tempo que a comunidade internacional demora em condenar oficialmente a violência na Síria, dentro do partido único o número de dissidentes aumenta e está neste momento nos 230. Fontes diplomáticas avançam que, também dentro do exército, há registos de dissensões.

Os ex-membros do Ba ath procuram demarcar-se das acções do Presidente Assad e acusam-no de estar a chacinar o seu próprio povo ao ordenar ao exército que atire contra casas, mesquitas e igrejas.

Estas notícias surgem num momento em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas está profundamente dividido e ainda não conseguiu gerir as tensões entre os vários membros de forma a emitir uma declaração conjunta que condene o regime sírio.

O esboço da comunicação, que foi proposta pela França, Grã-Bretanha, Alemanha e Portugal, sofreu a oposição de vários membros do Conselho de Segurança, entre os quais a Rússia, Líbano e Índia.

Dera, onde os protestos contra o regime de Assad começaram há seis semanas está cercada por tropas há dias e a privação faz-se sentir cada vez mais. Os habitantes sofrem com a escassez de comida, água e remédios.

Na quarta-feira passada ouviram-se tiros e explosões e dezenas de tanques entraram na cidade, onde, de acordo com relatos, os corpos dos protestantes são armazenados em camiões refrigerados.

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #200 em: Maio 03, 2011, 10:45:18 pm »
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #201 em: Maio 04, 2011, 01:17:46 am »
Julgo que se o presidente Bashar al-Assad cair , provavelmente teremos várias mudanças no Médio-Oriente , sobretudo na Síria, no Líbano , e nos territórios Palestenianos . Será que após a queda de Bashar al-Assad , o processo de paz no Médio-Oriente terá novo folgo e chegará a "bom porto" ?

Um Abraço
God and the soldier all men adore
in time of trouble and no more
for when war is over and all things righted
God is neglected and the old soldiers slighted
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #202 em: Maio 04, 2011, 09:55:10 pm »
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #203 em: Maio 06, 2011, 12:05:16 pm »
Protestos nos países árabes podem ser "primavera" ou "tsunami", diz ElBaradei


Os movimentos de revolta nos países árabes podem ser uma «primavera árabe» ou um «tsunami», considera o Nobel da Paz egípcio Mohamed ElBaradei, que espera que se trate do primeiro caso. «Pode ser uma primavera árabe pode ser um tsunami, que são diferentes. Claro que gostaria que fosse uma primavera árabe», disse quinta-feira, no âmbito das Conferências do Estoril, que hoje terminam.

Mohamed ElBaradei, Nobel da Paz e antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, falará na tarde de hoje, antes da sessão de encerramento, sobre o tema "A Natureza das Revoluções no Magrebe".

«É óbvio que não gostaria de ver outra Líbia ou Síria, gostava de ver evolução, não explosão. Isto exige muito trabalho, muito educação, uma mudança de mentalidades», adiantou a propósito das revoltas populares que estão a acontecer em vários países árabes do norte de África.

Lembrou que nos países em causa, Tunísia, Egipto, Líbia, Síria, Iémen, «as pessoas viviam na repressão, não eram encorajadas, nem podiam pensar por si próprias ou dizer o que pensavam».

«Agora de repente estão livres e têm que gerir essa liberdade de forma organizada, coordenada e inclusiva. Espero que no final as coisa caminhem na direcção certa», disse.

Mohamed ElBaradei disse também pensar que o Irão quer ter a capacidade para desenvolver uma arma nuclear, o que não significa querer ter a própria arma.

«Penso baseado na minha experiência, na minha leitura da mente iraniana, penso que o que querem é ter a capacidade, o "know how" para poder desenvolver uma arma nuclear num curto período de tempo se a situação mudar ao nível da segurança. Não tenho a certeza de que queiram ter a sua arma nuclear neste momento», declarou.

O prémio Nobel da Paz, que recebeu em 2005 conjuntamente com a AIEA (que dirigiu entre 1997 e 2009), considerou que para os iranianos dizerem que podem construir uma arma nuclear é como comprar uma «apólice de seguro, sem se tornarem abertamente um estado com armas nucleares».

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #204 em: Maio 07, 2011, 08:20:26 pm »
Elbaradei pede calma no processo de transição no Egipto


Mohamed Elbaradei defendeu a instauração de um regime parlamentar no Egipto durante a palestra que deu no último dia das Conferências do Estoril. O Nobel da Paz de 2005 admitiu porém que o país precisa de uma sociedade civil mais forte para que tal sistema possa ser implementado.
Apresentado como «possível futuro Presidente do Egipto» por Clara Ferreira Alves, o antigo líder da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que «só agora começam a ser constituídos os partidos», que precisam de tempo para se «enraizar» na sociedade egípcia.

Como tal, Elbaradei defende «calma» no processo de transição e deu o exemplo do 25 de Abril de 1974 em Portugal para dizer que «o mais difícil é gerir a revolução e não realizá-la». O homem que diz que passou de «herói a diabo do dia para a noite» por ter «apoiado os pedidos de democracia» que se faziam na rua, reforçou a ideia dizendo que «o que é feito no período de transição tem um impacto enorme nas próximas décadas».

«Democracia não é apenas realizar eleições. É preciso organização, partidos, sindicatos, movimentos activistas. E nada disso existe ou está enraizado no Egipto», disse depois de lembrar que durante o regime de Hosni Mubarak «os partidos e os sindicatos faziam parte do Governo».

Elbaradei considerou «pouco claro» o processo que gerou a actual «Constituição interina» e defendeu que a definição da Carta Magna definitiva para o país deveria realizar-se antes das eleições legislativas e presidenciais: «O Presidente não deve ser eleito sem conhecer a Constituição que define as suas competências».

Sobre a origem das revoluções árabes, Elbaradei afirmou que «durante anos» os regimes prejudicaram os países com «corrupção e opressão». Mas foi quando «atacaram a dignidade das pessoas que ficaram condenados», lembrando o jovem tunisino Mohammed Bouazizi que se incendiou na rua como protesto por não o deixaram trabalhar.

O homem que venceu o Nobel pelo trabalho realizado na AIEA admitiu ainda que o «povo árabe está ressentido com a Europa e os Estados Unidos por terem sido coniventes com regimes autoritários em nome da chamada estabilidade regional».

Elbaradei disse que os norte-americanos deveriam ter tido uma «reacção mais sóbria» ao anúncio da morte de Bin Laden: «A eliminação e Bin Laden é uma boa coisa mas não significa que a al-Qaeda tenha acabado».

SOL
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #205 em: Maio 09, 2011, 07:37:24 pm »
Síria: Estádios transformados em prisões, acusam ONGs


As forças de segurança sírias estão a transformar estádios de futebol em prisões, segundo a CNN, que cita como fontes duas organizações de direitos humanos. O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que pessoas foram detidas na cidade central de Homs e em Banias, na costa mediterrânea - o alvo mais recente das operações intensificadas de repressão lançadas pelo presidente Bashar Assad contra manifestantes -, além de outras regiões.

«A repressão continuou hoje em toda a Síria, aumentando o número de detidos, que já ascende a milhares», disse um porta-voz do grupo.

Outras organizações de direitos humanos também manifestaram preocupação com a violência por parte das forças de segurança do país.

«Nós condenamos o uso contínuo da violência e da excessiva força pelas autoridades sírias contra as manifestações pacíficas dos cidadãos da Síria», lê-se num comunicado assinado por seis organizações e divulgado no site da Organiação Nacional de Direitos Humanos da Síria.

O comunicado também expressa a «profunda preocupação» com os presos.

«Pedimos às forças de segurança que interrompam as prisões arbitrárias e fora da lei, no que constitui um flagrante da violação dos direitos humanos e da liberdade garantida pela Constituição de 1973«, lê-se ainda o manifesto.

A turbulência na Síria começou a 18 de Março, quando manifestantes, inspirados pelos levantamentos ocorridos em vários pontos do mundo árabe, promoveram uma marcha na cidade de Deraa, no sul do país. Inicialmente Assad acenou com vagas promessas de reforma, e no mês passado revogou o estado de emergência que vigorava no país havia 48 anos.

Como os protestos persistiram, enviou o exército para sufocar os protestos públicos, primeiro para Deraa e depois para outras cidades, deixando claro que não arriscaria perder o controlo estreito que a sua família exerce sobre a Síria há 41 anos.

O Observatório Sírio diz que 621 civis e 120 soldados e agentes de segurança foram mortos desde que os protestos começaram. Outro grupo sírio de defesa dos direitos humanos, Sawasiah, avalia em mais de 800 o número de civis mortos.

Na semana passada um diplomata ocidental estimou que cerca de 7.000 pessoas foram detidas, mas o Observatório disse que outras 400 ou 500 foram presas desde então só em Banias.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #206 em: Maio 13, 2011, 12:47:37 pm »
Repressão na Síria já deixou entre 700 e 850 mortos


Entre 700 e 850 pessoas morreram na Síria na repressão das manifestações, disse hoje a ONU, adiantando também que outras milhares foram detidas pelas forças do Governo desde meados de Abril.  «Não podemos verificar estes números, mas há listas pormenorizadas e acreditamos que são genuínos», disse hoje o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

Assinalou que os últimos relatórios recebidos dão conta de bombardeamentos na cidade de Homs e da detenção de opositores e activistas dos direitos humanos em rusgas casa a casa.

O organismo apelou uma vez ao Governo de Bashar al-Assad para que «deixe de utilizar a força e as detenções maciças como meios para silenciar os seus opositores».

Colville revelou que a Alta Delegacia para os Direitos Humanos está em contacto com as autoridades sírias para tentar que uma missão investigadora da ONU possa entrar em país e verificar as denúncias recebidas.

Essa missão de alto nível, criada por decisão dos Governos que integram o Conselho de Direitos Humanos da ONU, partirá para a Síria tão em breve quanto receba autorização, mas se não a obtiver viajará aos países vizinhos para, dali, realizar as suas indagações.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou por telefone esta semana com o presidente sírio para pedir-lhe que colabore com essa missão.

Colville sustentou que na repressão dos protestos na Síria ocorreram «graves violações dos direitos humanos» e lembrou que há muitas denúncias sobre o uso de tanques e franco-atiradores em várias cidades.

Revelou que a resposta do Governo foi que vários polícias e militares morreram nos protestos.

Por essa razão, acrescentou, «a missão quer entrar no país e estabelecer, pelos seus próprios meios, quem foi assassinado, quando, porquê e como».

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #207 em: Maio 13, 2011, 07:56:15 pm »
Obama discursa dia 19 sobre revoltas no mundo árabe


O Presidente norte-americano, Barack Obama, fará quinta-feira no Departamento de Estado um discurso sobre as revoltas no mundo árabe e no Norte de África, indicou hoje o porta-voz da Casa Branca Jay Carney. O discurso de quinta-feira será, disse Carney, “bastante completo e abrangente” sobre o que tem acontecido na região desde meados de dezembro de 2010 quando se iniciou um movimento de protesto na Tunísia que levou à saída do país do presidente Zine El Abidine Ben Ali, a 14 de Janeiro, depois de 23 anos no poder.

Segundo o porta-voz, Obama refletirá sobre a vontade daqueles povos de ter democracia e lançará um apelo aos governos desses países para “responder através de um diálogo político pacífico”.

O anúncio da data do discurso de Obama foi feito no mesmo dia em que deve ser anunciada a demissão do emissário norte-americano para o Médio Oriente George Mitchell, segundo informações prestadas por um responsável norte-americano em Washington à agência noticiosa francesa AFP.

Depois de vários meses de discrição em relação ao dossier israelo-palestiniano, a secretária de Estado Hillary Clinton sugeriu em abril uma nova abordagem para a política norte-americana na região.

Clinton defendeu também que o reinício do diálogo entre Israel e os palestinianos era uma “necessidade imediata” à luz da revolta árabe.

Mitchell, um antigo senador democrata que participou nas negociações de paz na Irlanda do Norte, é um reputado negociador cuja nomeação, após a tomada de posse de Obama em Janeiro de 2009, foi vista como um sinal da importância que a nova administração dava à paz entre Israel e os palestinianos.

Apesar das frequentes visitas de Mitchell à região, os esforços norte-americanos fracassaram face à recusa das partes em chegarem a um compromisso suficiente para relançar um diálogo directo.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #208 em: Maio 19, 2011, 09:32:28 pm »
Obama apoia reformas no Médio Oriente


O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, discursou esta quinta-feira sobre a onda de protestos que tem assolado o Médio Oriente e a ajuda económica que o país vai prestar ao Egipto e Tunísia.

Barack Obama dirigiu o seu discurso em torno dos protestos que têm ecoado no mundo árabe. Citado pela CNN, as primeiras palavras do presidente dos EUA visaram o papel do país na «transição democrática» nas nações onde os protestos foram espoletados.

«Sabemos que o nosso futuro está ligado a esta região [Médio Oriente] pelas forças da economia e segurança, da história e da fé», proferiu, ao apontar que os protestos inseridos na "Primavera Árabe" «dizem que uma mudança não pode ser ignorada».

O líder do executivo norte-americano sublinhou que a política do país seria a de promover reformas e transições democráticas na região, num impulso que começará no Egipto e na Tunísia, países que foram o ponto de partida da onda de revoltas ao destituírem os seus presidentes, respectivamente Hosni Mubarak e Ben Ali.

Obama delineou o apoio dos EUA numa simples mensagem: «Se tomarem os riscos que a reforma [democrática] representa, terão o apoio total dos EUA».

«Vamos opor-nos às tentativas de qualquer grupo em restringir os direitos de outros e de agarrar o poder através da coerção e não do consenso (…) pois a região nunca vai atingir o seu potencial se mais de metade da sua população for impedida de atingir o seu próprio potencial», enfatizou.

Barack Obama frisou depois que «não quer um Egipto democrático atolado em dívidas», ao revelar que os EUA vão propor na cimeira do G8 um plano de ajuda económica ao Egipto e Tunísia, que vai passar pela disponibilização de um pacote de ajuda na ordem dos quase 700 milhões de euros, a par do perdão da dívida avaliada num valor semelhante.

A ajuda económica norte-americana vai visar principalmente a amortização da dívida de ambos os países para que estes possam investir antes no desenvolvimento das suas economias.

Obama finalizou o seu discurso ao abordar ainda o conflito na Líbia contra Muammar Kadhafi, «que não tem controlo sobre o país», e o confronto Israelo-Palestiniano, onde «nem a paz pode ser imposta nem a demora sem fim poderá acabar com o problema», que, idealiza, só terá «paz duradoura [quando houver] dois estados para dois povos».

O discurso de Barack Obama surge um dia depois do líder norte-americano ter anunciado a imposição de sanções a Bashar al-Assad, presidente sírio, e a seis outros responsáveis do regime que é acusado de violação dos direitos humanos.

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #209 em: Junho 06, 2011, 09:53:17 pm »
TV estatal eleva para 80 nº polícias mortos em emboscada na Síria


Um novo balanço da TV estatal da Síria elevou para 80 o número de políicias e agentes de segurança mortos numa emboscada de «grupos armados» em Jisr al-Shughour, uma área onde as forças de segurança realizaram violentas operações contra manifestações de oposicionistas.
Segundo a TV, os polícias foram atacados quando atendiam uma chamada de moradores por protecção contra os grupos armados, não identificados. A TV estatal classificou a acção de massacre.

Os grupos armados estariam a esconder-se em casas e disparar contra soldados e civis, sem discriminação. Os grupos estariam ainda a usar moradores como escudos humanos durante as trocas de tiros e terão explodido ainda um posto dos correios, queimado edifícios do governo e mutilado corpos.

Pelo menos 37 agentes terão sido mortos num posto de controlo da polícia, segundo a TV, que não diz onde estavam as demais vítimas.

A notícia não pôde ser confirmada de forma independente. O governo sírio restringiu a actuação da imprensa e expulsou repórteres estrangeiros no meio da onda de revoltas pela queda do ditador Bashar al Assad.

Desde sábado, as forças de segurança conduzem operações militares em Jisr al-Shughour para conter os movimentos oposicionistas. Um activista ouvido pela rede de TV CNN diz que a cidade é um reduto da opositora Irmandade Muçulmana.

Grupos de direitos humanos afirmam que ao menos 35 moradores foram mortos na região desde sábado.

Desde o início, Assad culpou «grupos estrangeiros» de incitar os protestos contra o seu regime, visando a desestabilizar o país.

Lusa