Está a ter uma abordagem geopolítica para o mundo do conhecimento. No meu ponto de vista é errada.
As instituições desses países são contribuintes liqúidos para o processo de aquisição e processamento do conhecimento. Com a saída do RU da UE, as instituições académicas da UE desapareceram praticamente dos rankings. Sem os recursos à Leste o quadro piora. Nas áreas da matemática, ciência e engenharia é uma perda tremenda deste lado.
O mais curioso é que a Russia sempre esteve contra a integração do processo de Bolonha. Parece que temiam a influência Ocidental e agora é o próprio Ocidente (UE) que lhes faz as vontades.
As instituições académicas do RU aproximam-se da Ásia e agora empurra-se a Russia também para a Ásia.
Numa situação de guerra, ainda que indirecta, todos os argumentos e formas de pressão são válidos.
É como proibir Tchaikovsky... Estas proibições não são censuras são protestos, que visam mostrar quão ofendidas e insultadas as opiniões públicas se sentem.
Achar que a UE dependia de alguma forma dos estudantes russos, não me parece fazer grande sentido.
Os rankings das universidades, que são uma especialidade dos britânicos e dos americanos, incluem normalmente as universidades europeias com cursos bilingues, esquecendo todo o resto.
A questão é:
Os jovens russos, que goste-se ou não, são europeus, e agora ficam limitados à China ?
Acreditar que a China é uma opção educativa não faz também grande sentido.
Por muito que custe ao Putin, a maioria dos russos é europeia e olha para a Europa como referência. As elites russas olham para a Europa (já desde Pedro o Grande) e não para a Ásia.
A medida será um incentivo à migração...
E é mais uma medida que pode posteriormente ser utilizada quando houver uma descompressão e for necessário dar alguma coisa aos russos em troca ...
Para a Europa é de uma relevância reduzida, e ainda mais quando com a Ucrania mais e mais próxima da UE, os jovens ucranianos podem preencher as vagas que passariam a existir...
A Russia tem que ser isolada da Europa e tem que entender que está isolada. A própria Russia vai perceber que não pode ligar-se demasiado à China sob pena de virar um estado satélite. Os europeus têm apenas de lembrar os russos dessa realidade.
Há 140 milhões de russos, e a UE tem cerca de 450 milhões de habitantes. Não é possível ultrapassar essa realidade, por muita Balalaika que se dance ...