Uma das táticas nesta guerra, como noutras, é insistir em algo, ainda que esse algo tenha sido desmontado vezes sem conta...
O The Guardian, é o jornal da extrema esquerda britânica, e ainda que não seja o Avante, tem que ser considerado pelo que é...
Como toda a gente está careca de saber, as sanções eram inicialmente uma arma de pressão sobre a Russia.
Uma arma que a Russia sabia que, se fosse utilizada, poderia ter consequencias devastadoras a médio e longo prazo para a economia russa.
No entanto, ao longo dos anos, o que a Russia viu foi a sua agente Angela Merkel e o balofo americano a fingirem que o Putin era boa pessoa e que não havia problema em deixa-lo ir comendo países aos bocados.
Entre a inteligentsia da Russia fascista criou-se a ideia de que as sanções eram uma coisa que não tinha consequencias.
Nos primeiros dias da guerra, a camarada Medvedeva disse que os cães europeus ladravam um bocado mas depois acalmavam e voltava tudo ao mesmo.
A partir daí a Europa tinha duas hipóteses:
No primeiro caso não aplicava sanções, não fazia nada, a Ucrânia era arrasada, destruida e anexada pela Russia Fascista e Putin, com mais poder, mais dinheiro avançava, no que inevitavelmente seria um ataque contra os Estados Bálticos, a Moldova e ou a Polónia.
No segundo caso, aplicava as sanções e impedia a progressão dos russos, sabendo que os russos tinham optado por jogar no escuro, acreditando que mais tarde ou mais cedo as sanções seriam levantadas. Ao mesmo tempo aumentava a credibilidade da Europa, com os riscos inerentes.
NUNCA NINGUÉM DISSE QUE AS SANÇÕES IMPEDIAM UMA INVASÃO DEPOIS DE ELA OCORRER.
Seria um disparate, mostra-o a história.
As sanções demoram anos a ter efeitos e no final transformam a Russia num estado vassalo da China.
Por isso, nesta guerra a Europa perde, enquanto não se vir livre da energia russa, mas a Russia perde sempre de qualquer forma.
O seu isolamento só pode ser minimamente quebrado, transformando a Russia numa provincia chinesa, de onde a China importará matérias primas...
A longo prazo, a Europa terá pelo menos a vantagem de se ver livre dos russos e de não depender deles.
Ganha também se as ideias sobre políticas de defesa integradas forem para a frente, criando forças europeias que os russos nunca mais terão ideias de por em causa.
Estamos agora, à força e por causa do Putin, metidos num processo violento de adaptação a uma nova realidade económica e um novo paradigma no que respeita à energia. Não há nenhum período de transição que não seja doloroso e que não tenha problemas.
Faz lembrar a adesão de Portugal à CEE. Empresas a fechar por não serem competitivas, pescadores a receberem dinheiro para desmantelarem os barcos e muita gente a dizer que era melhor não ter entrado ...
Tinham razão ?