Guerra na Ucrânia

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5025 em: Junho 01, 2022, 04:13:35 pm »
A ideia de que a Ucrania está a ganhar a guerra, ou pode ganhar a guerra decorre da análise da situação tática.

Se há um ano, alguém dissesse que o exército ucraniano tinha capacidade para resistir à maior concentração de forças do exército russo desde a II guerra mundial, cedendo terreno ao ritmo de 0.7km por dia, teriamos aqui pessoas a dizer:

-Isso seria impossível - Só os loucos pro americanos é que dizem isso - Loucuras - O general da Croacia disse que era impossível - o  Alexandrinho da SIC fazia um video a mostrar que isso seria legalmente impossível.

Igualmente, se alguém se atrevesse a dizer que o exército russo sofreria em 90 dias de guerra contra a Ucrânia, mais baixas que o que sofreu em 10 anos no Afeganistão, o que estariam as viuvas do Cunhal do Estaline e o pessoal que tresanda ao ranço soviético a dizer ?

Até podemos adivinhar ...
Os gloriosos russos tomaram a Crimeia sem luta, os ucranianos rendiam-se em 3 dias, Kiev cai em menos de uma semana, o Lukashenko, esse grande estratega garantiu isso.
A NATO é só  basófia e os alemães querem é o petroleo barato, por isso a Ucrania são favas contadas...

Se  a dualidade de critérios a desonestidade e o cinismo dessem comichão, este pessoal escrevia aqui com mais erros que o tipo da Suiça ...

A realidade é a que é.
Pessoalmente devo dizer que o que acho mais estranho ( ainda que se soubesse que os ucranianos tinham posições pré preparadas na região da margem leste da bacia do rio Don ) é que os russos não tenham já atingido os seus objetivos delineados no que eles chamaram de segunda fase, depois do desastre que ocorreu em Kiev e das derrotas em Karkiv.


Posto isto, os russos avançam na região da Bacia do rio Don, a uma velocidade de caracol. As forças que defendem têm baixas ... olha a novidade ...
Se não houvesse baixas não recuavam.
Os recuos decorrem sempre de o inimigo estar numa posição em que consegue infligir baixas ao outro lado, ao ponto de ser preferível retirar, perante a inevitabilidade da ocupação do terreno por forças superiores.

A questão neste conflito não é quem controla ou não controla a bacia do rio Don.
A questão é quando é que um dos lados vai desistir.
Mesmo que toda a região da Bacia do Don seja tomada pelos russos, a questão é saber se quando os russos declararem vitória, as democracias vão desistir, ou vão continuar a apoiar a Ucrânia.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5026 em: Junho 01, 2022, 04:25:31 pm »
Mad Max?
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5027 em: Junho 01, 2022, 04:27:09 pm »
O fornecimento dos sistemas com o IRIS-T poderá fazer sentido considerando que ...

Os sistemas HIMARS são extraordinariamente móveis e rapidamente podem disparar e sair do lugar.
Os alemães vão fornecer radares de artilharia com maior capacidade, o que permite à unidade que os utilizar detetar quase no momento do disparo os foguetes de artilharia e responder imediatamente.
Os russos para responderem a esta ameaça têm que utilizar mísseis de maior alcance, que já começam a faltar, e que não têm absolutamente precisão nenhuma.
Num ambiente de guerra convencional, este tipo de ameaça tem que ser combatido com aeronaves de ataque (e no caso dos russos isso quer dizer  Su-25) e com helicópteros de ataque. E têm que ir à procura do alvo, porque o alvo é móvel. A região onde decorrem os combates é pouco densa em termos de vegetação, isso é uma vantagem russa.

É aqui que entram estes sistemas anti-aéreos. São uma ameaça, para a única resposta viável por parte dos russos.

O problema como sempre, são os números.


Entretanto, veículos Marder alemães aparentemente vão para a Grécia. Os gregos, que ainda operam Leopard-1, podem receber Marder e Leopard-1 e em sua substituição enviar para a Ucrania BMP-1  ao serviço da Grécia (os gregos operavam no ano passado 169 BMP-1 e a titulo de curiosidade, 1852 M113    :mrgreen:).

« Última modificação: Junho 01, 2022, 05:09:46 pm por papatango »
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5028 em: Junho 01, 2022, 05:13:31 pm »
Mad Max?


Alguns destes equipamentos são soluções caseiras desenvolvidas pelas máfias pro-russas de Lugansk e Donetsk. Creio que podemos concluir isso pelo facto de ser uma solução pensada já que a proteção para os vidros da frente foi pensada e desenhada para este veiculo.
São soluções à medida para cada viatura e relativamente comuns em conflitos.

Os russos confiam tanto nas máfias que nem os deixaram entrar na Russia quando foram empurrados até à fronteira. Por isso não lhes dão material da primeira apanha...
Nem a Bielorussia tem os tipos mais recentes de T-72.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5029 em: Junho 01, 2022, 05:19:24 pm »
T62 na reserva. Uma borrifadela de WD40 (se ainda houver por causa das sanções) e fica pronto para as curvas.
« Última modificação: Junho 01, 2022, 05:46:00 pm por LuisPolis »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5030 em: Junho 01, 2022, 05:36:39 pm »
Lições desta guerra (que não são boas para ninguém):

Citar
The only country in the world where armored personnel carriers with the required level of security are mass-produced is Israel. Their Akhzarit, which was built on the basis of the Soviet tank, and now Namer, is about what can ensure the survival of the infantry and the ability of the vehicle to survive until it is delivered to the dismounting line.

O curioso é que os Russos (pelo menos a parte académica) sabiam disso e em teoria têm o conceito do T15 que é muito avançado e capaz em relação ao que existe no TO Europeu. Só que:
Citar
under a lot of additional sanctions, the inevitable weakening of its economy and the tightening of export controls abroad will complicate its production even without taking into account all the problems that exist now. That is, this armored vehicle may be a desirable target for production, but not soon and only in small quantities. Also, corruption and the top brass arrogance hindered the production process
« Última modificação: Junho 01, 2022, 05:37:31 pm por LuisPolis »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5031 em: Junho 01, 2022, 05:45:02 pm »
Entretanto, veículos Marder alemães aparentemente vão para a Grécia. Os gregos, que ainda operam Leopard-1, podem receber Marder e Leopard-1 e em sua substituição enviar para a Ucrania BMP-1  ao serviço da Grécia (os gregos operavam no ano passado 169 BMP-1 e a titulo de curiosidade, 1852 M113    :mrgreen:).
Os Gregos são uns malucos com as configurações dos BMP-1. Não há protecção nenhuma.
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5032 em: Junho 01, 2022, 06:09:26 pm »
Citar
T62 na reserva. Uma borrifadela de WD40 (se ainda houver por causa das sanções) e fica pronto para as curvas.
Aparentemente, um dos exércitos de armas combinadas russo no Caucaso, tinha o T-62 ainda em condição operacional, o que pode explicar a sua utilização, sendo mais rapido coloca-los ao serviço que ir buscar o T-72.
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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5033 em: Junho 01, 2022, 06:16:44 pm »
Citar
O curioso é que os Russos (pelo menos a parte académica) sabiam disso e em teoria têm o conceito do T15 que é muito avançado e capaz em relação ao que existe no TO Europeu. Só que:

Sabem e têm capacidade, mas também têm medo
 O BT-5 / BT-7 / T-34 derivam do tanque com a suspensão Christie americano
O T-26 era basicamente um tanque britânico russificado

Os russos preferiam sistemas baseados nos sistemas ocidentais, porque caso houvesse problema, podia deitar-se a culpa para os americanos e para os ingleses. Se fosse um sistema russo, os autores eram mortos, acusados de traição.

Depois há a diferença entre o que os gabinetes de desenvolvimento russos fazem e as fábricas onde os sistemas são reproduzidos.
Em vez de seguirem o caminho da privatização, que levaria parte da sua industria para mãos estrangeiras, os russos quiseram manter tudo como estava e a estrutura resultante é basicamente a soviética, que como a soviética, funciona mal.

E a Russia não tem nem de perto nem de longe os recursos da finada União Soviética.
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5034 em: Junho 01, 2022, 08:31:22 pm »
Himars: os mísseis avançados que os EUA vão enviar para a Ucrânia podem atingir alvos russos a 80 km de distância
Afinal vão ser só 4 sistemas (uma bateria?) e vão demorar 3 semanas com o treino incluido. Não entendo.
Citar
The Pentagon announced on Wednesday that the US will send Ukraine four sophisticated, medium-range rocket systems and ammunition to help try to stall Russian progress in the Donbas region of its country, the Associated Press reports.

https://www.theguardian.com/world/live/2022/jun/01/russia-ukraine-war-biden-approves-medium-range-rocket-systems-to-bolster-ukraine-defences-live
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5035 em: Junho 01, 2022, 11:03:10 pm »


Swiss veto Danish request to re-export Piranha 3 armoured vehicles to Ukraine

https://defence-blog.com/swiss-veto-danish-request-to-re-export-piranha-3-armoured-vehicles-to-ukraine/

Neutral Switzerland has turned down Denmark’s requests to approve the shipment of Swiss-made Mowag Piranha III 8×8 armored personnel carriers to Ukraine, Swiss broadcaster SRF reported on Wednesday.

https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5036 em: Junho 02, 2022, 12:10:17 am »
Capacete Alemão Gefechtshelm M92 e soldado Ucraniano: https://en.wikipedia.org/wiki/Gefechtshelm_M92
 

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HumilityLord

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5037 em: Junho 02, 2022, 12:51:46 am »
 

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ricardonunes

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5038 em: Junho 02, 2022, 07:41:33 am »
Potius mori quam foedari
 

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5039 em: Junho 02, 2022, 08:45:05 am »
O problema está no mediatismo. Antes, um soldado no donbass sabia que lá estava a mamar a bucha pela pátria e tinha apoio em casa.

Agora, qualquer caramelo tem uma conta no instagram e no facebook com um photoshop de um javelin na mão a dizer que mandou pelos ares não sei quantos tanques Russos. O filho em casa tem mais orgulho no tal caramelo do que no pai e pergunta todos os dias: Pai quantos tanques Russos arrebentas-te? O pai não sabe dizer. Todo o caramelo quer ir para a mílicia e ninguém quer ir para o exército.

Esvaziou-se o exército de autoridade moral (hierarquia, etc) e agora têm a realidade. Os oficiais querem as medalhas do Zelenski na tv e os jantares de glorificação em Kiev e a malta na linha da frente percepciona isso.

O exército (oficiais, sargentos e soldados) tem uma maneira de estar que foi aprimorada pela humanidade durante milhares de anos. Essa maneira de estar é frágil (por incrível que pareça) às ingerências externas (modas e afins). O exército tem que ser protegido pelos próprios militares e pelo poder civil (que tem que entender o que significa o exército).

O pessoal não entende isso mas em Portugal foi a mesma coisa depois do 25/4. Quando todos os betos queriam ter uma filiação partidária (na altura não havia instagram e afins) e usavam o exército só para aparecer. Era o caos nos quartéis e nas unidades com a moral em baixo. Chegou ao ponto do juramento de bandeira ser feito à medida do freguês. Foi preciso muito trabalho para limpar a casa .
« Última modificação: Junho 02, 2022, 08:46:38 am por LuisPolis »
 
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