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Vale o que vale
A Novorossya, ou Nova Russia não é uma novidade, é antiga e falou-se nela já em 2014.
Os russos praticamente nem falam disso e esqueceram a razão que levou à criação de entidades independentes em Lugansk e em Donetsk.
A razão prende-se com o facto de ser impossível criar organismos e instituições e que a única forma de garantir o controlo das áreas, é utilizar como base as estruturas do crime organizado.
O resultado é que as repúblicas populares de Donetsk e Lugangsk nunca foram mais que governos de Máfias que se odeiam mutuamente, levando a separar Donetsk e Lugansk uma da outra.
Putin também utilizou o poder do crime organizado na Chechenia, onde apoiou um dos dois grandes clãs da máfia chechena no poder, o clã Kadirov.
A máfia de Kadirov estava em guerra aberta com a máfia do clã Yamadayev (que inicialmente tinha o apoio do Kremlin). As duas mafias chacinaram-se uma à outra, com assassinatos de familiares de parte a parte, até que Putin decidiu qual acabaria por ganhar, prometendo ao vencedor, o direito de ficar com o dinheiro dos impostos.
Tal como na Chechenia a população das repúblicas de Donetsk e Lugansk, detesta os seus governantes e só não acabou com eles por causa da constante tensão.
As máfias de Donetsk, controladas essencialmente por russos (não ucranianos de língua russa, mas russos étnicos), atacaram os ucranianos para provocar uma resposta ucraniana, especialmente das forças do chamado batalhão Azov, sobre as quais o governo de Kiev nunca deteve um controlo absoluto.
Assim mantiveram a tensão, mantiveram a guerra e justificaram a atual invasão.
Hoje, o mapa da Novorossya é basicamente uma ideia, mas depois de ver os russos a matar ucranianos de língua russa, tratando-os como animais, a imagem que a Russia tem entre os ucranianos de lingua russa é desastrosa.
Odessa, por exemplo, é uma cidade essencialmente de ucranianos de língua russa, como Mariupol, ou Kharkiv. O ódio dos ucranianos de língua russa contra os russos não se pode mais ultrapassar...