Esta discussão não é nova, mas há quem considere que gastar dinheiro neste tipo de armamento é um enorme desperdicio de recursos.
Há quem considere que o futuro está nas armas de energia dirigida, e nesse campo, os americanos lideram, seguidos dos alemães e franceses, e claro, dos chineses.
Sem surpresas, a Russia está completamente fora deste campeonato.
Há alguns meses, o Putin falou com o presidente da França e disse-le...
Nós sabemos que os vossos navios são melhores, os vossos tanques são melhores e vossos aviões são melhores...
Mas os nossos mísseis são melhores que os vossos.
A questão neste caso é outra. Os mísseis hipersonicos podem ter uma ogiva nuclear e destruir uma cidade sem possibilidade de defesa.
Mas eles não são capazes de impedir as bombas atómicas francesas ou americanas, instaladas em aviões, de chegar à Russia.
Logo, o investimento nas armas de energia dirigida, deve ser prioritário...
Evidentemente as empresas europeias que podem desenvolver estas armas, querem subsidios para as desenvolver e garantias de que serão compradas ... daí a pressão sobre os politicos ...
São conceitos diferentes. Armas de energia dirigida, para já, é suposto serem maioritariamente defensivas, nomeadamente defesa anti-míssil e anti-drone. Mísseis hipersónicos consideram-se armas ofensivas/dissuasoras.
Os lasers, terão como principal função, proporcionar uma defesa anti-míssil e anti-drone mais eficaz que os meios convencionais, e simultaneamente muito mais barata por "disparo". Vamos comparar as munições necessárias (e o seu custo) para um Phalanx destruir um míssil anti-navio, com aquilo que se espera um disparo único de um laser. O desafio é ter capacidade de gerar energia suficiente para tornar um sistema laser verdadeiramente efectivo. Um dos conceitos para o caça de 6ª Geração, será o emprego de armamento laser, cuja ideia é ser usado para destruir mísseis vindos na direcção do avião. Mas é preciso a tecnologia amadurecer muito!
Já os mísseis hipersónicos, recordo-me que uma questão colocada, era o custo-benefício. Por exemplo, um míssil hipersónico custará o mesmo que múltiplos mísseis convencionais, por exemplo mísseis de cruzeiro. Ou seja, o dilema passa por lançar um único míssil hipersónico, ou lançar vários Tomahawk (por exemplo). Acredito que um míssil hipersónico, terá como principal vantagem, a sua utilização para destruir alvos de elevado valor, bem dentro de território inimigo, sendo necessário um míssil que seja capaz de escapar às defesas, em qualquer outro cenário, armamento mais convencional, lançado em maiores quantidades, basta.
O Ocidente não investiu em armamento hipersónico por uma razão muito simples: falta de uma ameaça "óbvia". Tanto que nem sequer em mísseis anti-navio supersónicos se deram ao trabalho de desenvolver, enquanto outros países investiram forte neste tipo de meio. Agora, depois de 20 anos de conflitos no MO, o foco mudou, e espera-se que a guerra convencional ganhe um maior investimento.