Cada país mantém a sua independência militar com a premissa de agir caso de defesa comum.
Potenciaria o aparecimento de projectos partilhados, padronização de protocolos, treino...
Ao mesmo tempo traria, no campo defensivo (que é o mais importante) , capacidades muito acrescidas e independência, que muito fazem falta nos dias de hoje.
Nesse caso, seria apenas uma NATO, sem os EUA, que sozinhos são mais fortes que os restantes membros todos juntos. Uma força europeia com poucas armas nucleares, inferior aos "adversários" e muito menos coesa. Qual era a vantagem mesmo, face àquilo que a NATO já faz?
Padronização já há, até certo ponto, dentro da NATO. Tal como diversos programas conjuntos, mas que geralmente são feitos a pares (Holanda e Bélgica, França e Itália, Alemanha e França, e por aí fora) ou pouco mais. Cada país tem a sua indústria de Defesa, e em muitos casos concorrentes directos uns dos outros. Será que entre a Damen, Naval Group, Fincantieri, Navantia, etc, haverá interesse em fazerem todos o mesmo tipo de navio? Se fosse assim tão fácil, já teríamos visto dentro da NATO essa tendência, dos estaleiros unirem forças para criar meios comuns para todos os membros. Quem diz estaleiros, diz outros sectores da Defesa.
E mais uma vez, a criação de uma "NATO da UE", não vai mudar a parte em que certos países não investem suficiente na Defesa (caso de Portugal). Tal como não vai fazer com que de repente invistam todos uma percentagem superior do PIB (se hoje com a NATO, a maioria tenta fugir aos 2%...).
Lá está, vira o disco e toca o mesmo... até ver de facto uma vontade dos países europeus quererem ser militarmente mais fortes, não acredito na eficácia dessa nova aliança europeia. Se é para ser um "paper tiger" mais vale deixar como está.
O problema mais importante é a especialização. Por ex. PT deixava de ter FA para ter só Marinha porque estrategicamente faria mais sentido para o exército europeu. Também não haveria blindados. Espanha dava a proteção terrestre e a França punha cá aviões para defesa aérea.
É desconfortável a ideia de perder muitas valências e ter que confiar completamente nos vizinhos.
No nosso caso, até poderia ser bem pior. Nós em termos navais não oferecemos nada que os espanhóis não ofereçam já. Depressa a valência do controlo do espaço aéreo e naval português, passava para eles.
Não me surpreendia se com uma aliança dessas, por cá se reduzisse ainda mais ao mínimo, deixando de ter meios, e apenas contribuindo com alguns milhares de homens e mulheres.
Com disse antes, não me acredito que para nós em concreto, traga vantagens na nossa Defesa. É apenas mudar de nome, e ligeiramente o formato, e o resto fica tudo na mesma, a não ser que fossemos obrigados.