Seis parceiros retomam as conversações
Coreia do Norte: negociações sobre programa nuclear recomeçam hoje
18.12.2006
O Governo da Coreia do Norte regressa hoje à mesa das conversações sobre o desmantelamento do seu programa nuclear, mais de um ano depois de se ter retirado das negociações em resposta às sanções financeiras decretadas pelos Estados Unidos.
O diálogo entre as duas Coreias, a América do Norte, a Rússia, o Japão e a China decorre em Pequim e representa mais uma etapa num longo processo iniciado em Agosto de 2003.
As divergências entre os países que participam nas negociações têm sido aproveitadas pela Coreia do Norte para ganhar algum espaço de manobra.
O teste nuclear de 9 de Outubro parece ter fortalecido a vontade dos outros países — em particular a da China — de desarmar a Coreia do Norte.
in www.publico.clix.pt
Este regresso das negociações multilaterais a seis não é surpreendente. Cerca de 13 meses após o falhanço da última ronda, o seu reinício é natural. Para alguns, o regresso à mesa das negociações demonstra vontade de cooperação entre as partes e daí prováveis progressos quanto à questão nuclear. É certo que se lucraria mais com a cooperação, mas não creio ser essa a estratégia de alguns países, pelo menos da Coreia do Norte e dos EUA. Entre Pyongyang e Washington não há essa vontade, existe uma desconfiança mútua que os impede de cooperar. Para estes dois o melhor resultado politico passa mesmo pela não cooperação. Os EUA desejam o colapso da Coreia do Norte e estes, por sua vez, têm como objectivo máximo a sobrevivência do regime.
Creio que não há lugar para festejos. Mesmo que se consiga chegar a alguns entendimentos estes serão, certamente, apenas de cariz económico e financeiro. Seguramente irão manter-se as dificuldades em desarmar Pyongyang, sobretudo depois dum teste nuclear que aumentou a sua capacidade negocial. Vejamos o que nos dizem as noticias dos próximos dias, mas acredito que as autoridades norte-coreanas irão colocar a sua fasquia negocial bem alta. Tudo leva a crer que o regresso das negociações sirva mais para aliviar a tensão na região e para aproveitamento político, do que para fazer desaparecer as armas nucleares norte-coreanas.
Vamos ver o que acontece.
Cumprimentos