Na minha modesta opinião, mas quem tem mais conhecimento da nossa Marinha deveria escrever à Direcção do Jornal só para demonstrar a ignorância e acho também que as FA pecam e muito por aquilo que fazem pelo país. Falta produzirem artigos para a comunicação social, sobre o que é feito no país, nomeadamente em salvamentos (recordo-me do americano que foi evacuado de um iate a cerca de 1000 milhas dos Açores, etc).
Como por exemplo e bem a excepcional operação de salvamento que citaste, e que eu comentei a 08OUT15 :
Marinha no ForumDefesa.com / Re: Classe Viana do Castelo Melhorias ao Projecto Inicial
« em: Outubro 08, 2015, 11:01:37 pm »Citação de: "ICE 1A+"
perguntaram por que motivo os npo's mantem o deck de voo. Eu respondo: porque os npo's foram equipados para efetuarem manobras de helicopteros diurnas e noturnas. nao tem helicoptero organico nem hangar, mas imaginem: um npo no meio do Atlantico premite duplicar o raio de acao de um EH 101. Se for um EH 101 so pode reabastecer em voo, mas se for um Linx podem parar para uma mija e esticar as pernas!!!
E o que se colocaria no flightdeck ??
Se não possuíssem essa valência era porque não tinham pensado nisso, agora porque tem capacidade de operar com Helis até 6 Tons já se pergunta porque tem o flight deck
No que toca a terem a capacidade de operarem Helis, orgânicos ou não, o que é uma mais valia, foi o que me levou, a 11SET15, neste fórum em LPD - Navio Polivalente Logistico, a escrever o seguinte:
.....Os NPO´s deveriam ser pelo menos seis com capacidade de transportar um heli orgânico, senão leia-se o relato da missão de salvamento, em NOV14, do veleiro a 900 milhas a sul dos Açores as inúmeras horas de navegação da Corveta e o empenhamento de um EH101 e um C130, quando se se tivesse empenhado um NPO, com Heli, mesmo um Lynx, se poderiam ter poupado umas dez horas de navegação e espera do evacuado, só na navegação para a embarcação pois o heli poderia a 150 milhas ( uma hora de voo ) ter sido empenhado, efectuar a evacuação e regressar ao NPO e depois, no regresso, quando o NPO estivesse a cerca de 200 milhas dos Açores poderia ter transportado o evacuado para terra. Horas de navegação poupadas cerca de dezasseis. Horas de espera do evacuado eram limitadas em pelo menos cerca de dezoito a vinte !!!
Helicóptero lynx MK95 / Caracteristicas
Combustivel
Autonomia
Tanques Normais - 2h10 min
Auxiliares - 3h45 min
Dados Técnicos
http://helicopteros.marinha.pt/PT/HelicopteroLynxMK95/Paginas/HelicopteroLynxMK95.aspxCom este meu comentário não quero de maneira alguma tirar o Mérito á nossa Marinha e á FAP, que efectuaram este espectacular salvamento !!
Quero apenas frizar que se o Meio Naval empenhado possuísse Heli orgânico, a conjugação destes dois meios pouparia algumas horas de navegação e sofrimento ao evacuado
.....Revista da Marinha JUL15 : Missão 933 do NRP Baptista de Andrade
RELATO DO SALVAMENTO
No dia 24 de novembro, pelas 03h30 o meu telefone tocou, fui informado pelo oficial de operações do Comando da Zona Marítima dos Açores que havia um tripulante ferido num iate que se encontrava cerca de 1000 milhas a sul de Ponta Delgada, e que seria necessário empenhar o navio para realizar a evacuação médica do ferido.
No briefing dado pelo MRCC Delgada, recebi a informação de que o ferido era skipper do veleiro Bravura, que tinha caído a bordo e apresentava um ferimento
grave na cabeça e tinha o braço direito partido. O veleiro Bravura navegava de Cabo Verde para as Caraíbas, com mais dois tripulantes a bordo.
A Baptista largou do porto de Ponta Delgada às 05h21, para uma das suas missões mais importantes, salvar uma ida humana, a uma distância de 3.700 m de terra.
de 2000 milhas, o primeiro desafio com que nos deparámos foi planear a gestão das 192 toneladas de combustivel e 80 toneladas de água (o navio tinha o sistema
de produção de água doce inoperacional); assim, arrancámos a uma velocidade de 17 nós e em regime de água fechada, abrindo a água apenas durante três períodos diários de 20 minutos para que a guarnição pudesse fazer a sua higiene pessoal.
A gestão da aguada foi sempre uma preocupação. A partir do dia 25 de novembro, novas medidas foram tomadas, implementando-se um regime de água fechada mais restrito, com a abertura da água em dois periodos de 20 minutos, e as refeições passaram a ser feitas com o mínimo de palamenta possível. Diariamente reuni com o meu engenheiro de máquinas, para controlarmos o consumo de combustível e fazer a gestão dos tanques para que o navio nunca perdesse a sua estabilidade.
Com o decorrer das horas íamos sendo informados pelo MRCC Delgada do agravamento das condições do ferido; aumentámos gradualmente o regime de máquinas
para a velocidade máxima, passando a navegar a 20 nós, tirando partido do mar na popa.
Dia 26 de novembro, por volta das 12h00, estabelecemos comunicações com o iate Bravura, às 13h00 iniciámos a evacuação médica; se durante os dias anteriores
contámos com boas condições meteorológicas, ao chegar ao local deparamo-nos com mares de 4 metros e ventos de 35 nós.
A equipa médica dirigiu-se para bordo do iate Bravura, contando com a preciosa ajuda da equipa de fuzileiros embarcada na Baptista. Às 14h55 tínhamos o ferido a
bordo, deixámos no iate alimentação e gasóleo, bens fundamentais para que o Bravura continuasse viagem até ao seu destino nas Caraíbas.
Este gesto deu um grande ânimo aos dois tripulantes que permaneceram a bordo, que se mostraram muito agradecidos pelo apoio dado pela Marinha Portuguesa.
Estávamos 933 milhas a SW de Ponta Delgada, começámos então uma maratona para levar o nosso paciente até às 350 milhas de Ponta Delgada, local em que seria
extraído de bordo por um EH101 da Força Aérea Portuguesa (FAP).
Durante o trânsito, o nosso amigo Roland foi acompanhado permanentemente quer, pelo médico, quer pela enfermeira do navio. Quando lhe dei as boas vindas a bordo, mostrou-se espantado ao saber que tínhamos vindo de tão longe para o vir buscar, disse-lhe que essa era a nossa missão e que a Marinha Portuguesa tudo faria para salvar a sua vida, daí a dois dias iria estar no Hospital em Ponta Delgada na companhia da sua esposa. Durante a sua estadia a bordo recebeu diariamente várias visitas da guarnição, que o foram sempre animando. Com o agravar das condições meteorológicas, mares de 7 metros e ventos de 45 nós chegámos ao local da extração no dia
28 de novembro às 09h16. O EH101 estava acompanhado por um C130 que tinha vindo do Montijo para direcionar o Merlin para a nossa posição, pois este estava à distância máxima de operação, não havendo margem para erros. Às 10h00, vimos o Roland ser içado pelo helicóptero, com destino a Ponta Delgada, onde chegaria por volta das 13h00. A Baptista pôde então reduzir máquinas, e continuar a enfrentar o mar que estava muito alteroso em direção a Ponta Delgada.
Chegámos no dia 29 de novembro às 17h00, com 60 toneladas de combustível e 40 toneladas de água; nunca o navio tinha estado tão leve… No dia 1 de dezembro fomos visitar o Roland ao Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada; acompanhado pela sua esposa Lisa, ainda estava incrédulo com o que tinha acontecido…
Depois de uns dias em Ponta Delgada, regressou a casa, na Califórnia, onde vive feliz com a sua familia. Hoje, Roland mantém contacto connosco, pondo-nos sempre a
par dos progressos da sua recuperação.
CONCLUSÃO
Ao efetuar uma evacuação médica tão longe de terra, em condições meteorológicas tão adversas, o navio e a sua guarnição tinham sido levados ao limite, tínhamos
percorrido cerca de 2000 milhas, o equivalente a ir de Lisboa a Paris e voltar. No final, ficámos muito orgulhosos por termos salvo o Roland, e com o sentimento de missão cumprida, algo que guardaremos para sempre nas nossas vidas.
Colaboração do COMANDO DO NRP BAPTISTA DE ANDRADE
Ainda achas que alguém fez estas contas e se importou minimamente com os meus comentários ..............
quando se se tivesse empenhado um NPO, com Heli, mesmo um Lynx, se poderiam ter poupado umas dez horas de navegação e espera do evacuado, só na navegação para a embarcação pois o heli poderia a 150 milhas ( uma hora de voo ) ter sido empenhado, efectuar a evacuação e regressar ao NPO e depois, no regresso, quando o NPO estivesse a cerca de 200 milhas dos Açores poderia ter transportado o evacuado para terra. Horas de navegação poupadas cerca de dezasseis. Horas de espera do evacuado eram limitadas em pelo menos cerca de dezoito a vinte !!!
Abraços
ten