Historia da cavalaria blindada em portugal?

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Asa

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Historia da cavalaria blindada em portugal?
« em: Agosto 24, 2007, 11:37:16 pm »
Pensei que fosse um tema interressante discutir para variar, sobre o nosso exercito e a sua historia?
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Agosto 25, 2007, 03:16:23 pm »
Bom:
Poderia ser um tema interessante se alguma vez tivesse tido qualquer relevância. Mas na realidade, a não ser que falemos dos cavaleiros em armadura (e mesmo aí o que temos é a demonstração da falência da armadura) a «cavalaria blindada» nunca teve qualquer utilidade ou relevância.

Para Portugal, no que respeita à defesa do território, os tanques têm naturalmente uma função meramente defensiva em pequenos grupos e dispersos. De outra forma serão completamente inuteis. Ou seja: Não podem ser utilizados em missões de contra-ataque.

Além disso presentemente a função que poderiamos dar aos tanques (unidades pesadas com um canhão capaz de destruir tanques inimigos) pode ser eficientemente desempenhada por unidades leves, camufladas, móveis e armadas de armamento anti-tanque eficiente.

Fora da situação actual, a única utilização prática conhecida de tanques por Portugal, foram os três tanques leves M3/M5 enviados para Angola, onde terão tido algun sucesso, mas mais pela não existência de contra-medidas adequadas que pela bondade do conceito.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Coelho

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Concordo, mas...
« Responder #2 em: Setembro 03, 2007, 05:12:41 pm »
É verdade tudo o que disseste mas uma coisa é também verdade a cavalaria blindada portuguesa só é assim devido ao facto, que Portugal é um país pequeno e tem de ter uma cavalaria de acordo com seu tamanho.
A cavalaria é uma das armas mais antiga em todo o mundo, para assustar e desmobilizar o inimigo, mas desde a 1ª grande guerra que nenhuma outra utilidade se pode dar a ela. hoje em dia grupos de infataria, podem fazer o mesmo ou ainda melhor trabalho que um grupo de cavalaria quer seja blindada ou não.
Por isso Portugal não foge à regra e mantem uma cavalaria de fachada que em caso de invasão só serviria para empatar a invasão de modo a que grupos militares se preparassem para uma luta de guerrilha.

Mesmo, acabei-me de lembrar que quanto a cavalaria blindada também se consideram  as viaturas ligeiras blindadas, logo, chaimite, fox, panhard erc, entre outras viaturas também participaram na guerra colonial, kosovo, e todo o resto de operações militares de paz ou de guerra, que nós tenhamos feito desde então.
Onde está as segundas asas? by Marechal de Campo Rommel no dia da apresentação do Messerschmitt bf 190
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #3 em: Setembro 03, 2007, 10:01:28 pm »
Do meu ponto de vista, a cavalaria tem o seu equivalente hoje nas grandes unidades blindadas constituidas por tanques médios ou pesados.

A cavalaria sempre foi importante no campo de batalha porque se considerava que era uma força móvel que poderia ser utilizada com facilidade conforme as necessidades do campo de batalha, e ao mesmo tempo, se fosse blindada (cavaleiros com armadura) poderia penetrar nas linhas inimigas desorganizando-as.

Sabemos que deste a antiguidade é da maior importãncia manter uma linha coesa de defesa, porque um soldado defende-se a si ao mesmo tempo que defende um dos flancos do soldado seguinte e é defendido pelo soldado que está ao lado.

Quando a linha é rompida, toda a organização defensiva se perde.

A cavalaria blindada foi perdendo importância à medida que foram aparecendo as armas de fogo, mas o conceito da ruptura das linhas inimigas foi novamente introduzido durante a I Guerra Mundial com a introdução do carro de combate, que na prática desempenhou a função do cavaleiro com armadura da idade média.

A cavalaria blindada é portanto na sua essencia uma arma ofensiva, e desde logo na Europa os nossos exércitos quase sempre foram forças defensivas e não ofensivas, enquanto que o tipo de inimigos que encontrámos fora do país podiam ser enfrentados ou com navios ou com forças de infantaria.

A Cavalaria á portanto importante apenas como arma defensiva, função para a qual não é a arma mais adequada.
Para combater um tanque, diz-se que a melhor arma é outro tanque, mas pelo que vimos no Iraque, onde os M1 americanos destruiram centenas ou milhares de T-72 e T-55 nas duas guerras sem que um único M1 tenha sido destruido, deixam-nos a pensar que isto não é verdade.

Aliás, quando olhamos para o Iraque verificamos que os únicos Abrams destruidos foram destruidos por armas ligeiras anti-tanque.

A lição que creio que se deve extrair, é a de que os tanques não são das armas mais eficientes como armas defensivas e que armamento ligeiro mas poderoso pode efectivamente resultar tão bem ou melhor.

O que de alguma forma explica e justifica a grande redução do numero de carros de combate principais prevista para o exército português, que não é exctamente uma má noticia, desde que acompanhada do necessário reforço de unidades ligeiras e móveis com equipamentos que possam de alguma forma equilibrar a falta de tanques.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...