Novos Sistemas de Defesa Aérea

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #915 em: Fevereiro 05, 2024, 11:35:39 pm »
Eu participei no projecto de contrapartidas do P3, e posso dizer que foi dos dinheiros mais mal gastos de todos.

As contrapartidas do C295, idem aspas, somos apenas produtores de componentes, nem nos dão autorização para mexer do desenho.

As contrapartidas dos P-3 não estavam ligadas aos drones? Tinha ideia que tinha sido algo desse género.

As contrapartidas do P-3 foram no tempo em que as contrapartidas eram a empresa vendedora escoar polpa de tomate do Alentejo?
Hoje temos uma Indústria de Defesa "bébé", mas já com alguma capacidade de absorver contrapartidas bem negociadas.


Pensem nisto:
Não foi há muito tempo que escolhemos a FN SCAR como arma principal do Exército.
Ora, depois da Bélgica, fomos talvez o primeiro país a fazer essa escolha.
Dava para negociar contrapartidas?
Acho que sim. Era um contrato muito interessante para a FN e para a Bélgica.
O que poderia ser?
A FN tem uma fábrica em Portugal há muitos anos. A BROWNING em Viana do castelo...   ::)

Quais foram as contrapartidas?
Pirocas para Portugal.

Nem sempre tudo tem de ser uma questão de contrapartidas.
No caso das SCAR, as contrapartidas foram o preço reduzido e a rapidez de entrega. O Exército adquiriu as SCAR a um preço excelente (que resultou numa encomenda bastante maior do que o inicialmente previsto para o orçamento) e em pouco tempo. Por comparação, a Heckler & Koch demorava pelo menos mais 2 anos a entregar o primeiro batch de espingardas por comparação com a FN Herstal.
 

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dc

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #916 em: Fevereiro 06, 2024, 12:31:37 am »
"vantagem óbvia de ter os mísseis protegidos dos elementos"

O outro tem o tolde. Muito mais prático.

Não, o toldo não é mais prático. O MkIII na prática está sempre pronto a disparar, o original (do toldo) é preciso parar o veículo, ir o Zé Manel tirar o toldo, os mísseis têm de se erguer, o Zé Manel volta para dentro, e só depois é que se dispara. O tempo de reacção de um e de outro não são comparáveis. E isto agrava-se ainda mais se for usado para acompanhar e proteger outros veículos.

Citar
O EAGLE II 6x6 de que gosta ( eu tmb gosto) deve custar uns 600.000,00 cada um.
E o terceiro eixo (existe o 4x4), nesta aplicação, só esta lá para o tornar mais comprido.
Seria um desperdício de 2.400.000,00.

Em momento algum disse que gostava do Eagle V 6x6. É apenas o veículo usado pelo fabricante do sistema em questão. Aqui o que importa é o sistema AA em si.

Se o veículo para o sistema AA que for escolhido, for mais caro por ter blindagem superior (e portanto maior protecção para a tripulação), e não um simples camião baratucho, então não é dinheiro mal gasto.
 

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Lightning

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #917 em: Fevereiro 06, 2024, 06:42:27 am »
Tenho ideia que se passou a usar a NSPA exactamente por causa das contrapartidas não funcionarem, o fabricante acabava por encarecer o produto para compensar o dinheiro que tinha de investir em Portugal e esse investimento muitas vezes não era o pretendido ou andavam atrasadas, como investir em hoteis e eólicas.

https://www.publico.pt/2013/11/23/economia/noticia/governo-accionou-garantia-bancaria-do-contrato-de-contrapartidasdos-torpedos-por-causa-do-incumprimento-1613599

(Relatório das contrapartidas 2017)
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://www.portugal.gov.pt/pt/gc21/comunicacao/documento%3Fi%3Drelatorio-anual-das-contrapartidas-2017-da-direcao-geral-das-atividades-economicas&ved=2ahUKEwjis_yxkpaEAxWph_0HHSzBBf8QFnoECA0QAQ&usg=AOvVaw0srZPwkkotdqWzHL86cN9d

Agora com a NSPA é simples, queremos um produto, a NSPA escolhe e pagamos, não há mais nada.
« Última modificação: Fevereiro 06, 2024, 07:02:28 am por Lightning »
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #918 em: Fevereiro 06, 2024, 02:27:18 pm »
Qual a vossa opinião sobre o Poprad VSHORAD?

Usa o míssil GROM, que é uma versão polaca do IGLA Russo.
Há uma versão melhorada que é o PIORUN.
Não deve ser mau.

Os Polacos têm uma indústria de defesa forte - e capaz de construir radares.

Não há ainda tradição de exportarem nem de outros países da NATO importarem material polaco.

Não ouvi falar de mísseis GROM MANPADS serem usados na Ucrânia - não sei porquê.

Se houvesse um pingo de visão em Portugal e abolíssemos visões utópicas do mundo podíamos ter uma boa indústria de defesa.

Se logo acabaram com a Indep e agora têm de comprar munições fora. Foi "estratégico".
Além de se perder mão de obra.
Perdeu-se a possibilidade de exportar.
Perdeu-se a facilidade de ter munições mais disponíveis, mais baratas e daí maior possibilidade de as gastar em treino.

Exportar não entra no vernáculo dos políticos portugueses.

Pois é.

Mas há muitos colegas de forum aqui que, por exemplo, acham boa a ideia passarmos 3 ou 4 MIL MILHÕES para a conta da Lockheed Martin por X F-35 sem qualquer contrapartida para a indústria de defesa (ou outra indústria qualquer) portuguesa.

Mas isso é outra história.

Por mim até o socialismo acabar neste país tudo bem. É só mais uns milhares de milhões, não há de ser nada e vai beneficiar o meu portefólio.
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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #919 em: Fevereiro 06, 2024, 02:33:58 pm »
Tenho ideia que se passou a usar a NSPA exactamente por causa das contrapartidas não funcionarem, o fabricante acabava por encarecer o produto para compensar o dinheiro que tinha de investir em Portugal e esse investimento muitas vezes não era o pretendido ou andavam atrasadas, como investir em hoteis e eólicas.


Agora com a NSPA é simples, queremos um produto, a NSPA escolhe e pagamos, não há mais nada.

Por causa das contrapartidas e por causa da corrupção....
 
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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #920 em: Fevereiro 06, 2024, 04:31:43 pm »
Eu até diria que foi principalmente por causa da corrupção.

E mesmo noutros programas de outros países, como o Gripen para o Brasil, o programa ficou consideravelmente mais caro por causa da transferência de tecnologia. Sendo que um aspecto fulcral, é que se é para pagar mais e ter a transferência de tecnologia, então convém que essa tecnologia transferida tenha uso. E para nós, quando falamos de caças, nunca iríamos produzir nenhum, logo íamos pagar mais, para nada.

O que pode e deve ser feito, é tentar negociar contrapartidas mais fáceis de executar.
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #921 em: Fevereiro 06, 2024, 05:18:15 pm »
Citar
O que pode e deve ser feito, é tentar negociar contrapartidas mais fáceis de executar.

Em título de curiosidade, tais como?
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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #922 em: Fevereiro 06, 2024, 06:09:35 pm »
Depende do programa. Mas no caso do F-35, que foi de onde surgiu a conversa das contrapartidas neste tópico, não seria impossível negociar o financiamento por parte da LM, ou dos EUA, para a criação de uma fábrica de munições (ou kits de guiamento para munições), e que pudessem ser exportados.
Este investimento seria minúsculo quando comparado com a totalidade do programa, servia para facilitar a aceitação pela pública desta compra pela criação de empregos indirectos.

Haverá certamente outras opções, como o kit de armamento dos Black Hawk vir incluído no programa. Produção de drones, etc. Era ver o que seria possível negociar.
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #923 em: Fevereiro 06, 2024, 06:11:19 pm »
Depende do programa. Mas no caso do F-35, que foi de onde surgiu a conversa das contrapartidas neste tópico, não seria impossível negociar o financiamento por parte da LM, ou dos EUA, para a criação de uma fábrica de munições (ou kits de guiamento para munições), e que pudessem ser exportados.
Este investimento seria minúsculo quando comparado com a totalidade do programa, servia para facilitar a aceitação pela pública desta compra pela criação de empregos indirectos.

Haverá certamente outras opções, como o kit de armamento dos Black Hawk vir incluído no programa. Produção de drones, etc. Era ver o que seria possível negociar.

Estã nomeado para ministro da defesa nacional/negócios estrangeiros.
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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #924 em: Fevereiro 06, 2024, 07:15:33 pm »
Boa noite!

Vou descrever aquilo que penso ser "o mais fácil".

Uma mesa grande.

Sentados do lado esquerdo:
Lockheed Martin e "State Department". Malta fixe que já negociou contratos no valor de centenas de milhares de milhões com dezenas de países diferentes.

Sentados do lado direito:
Oficiais da FAP e funcionários do Ministério de Defesa de Portugal.
A FAP já decidiu que queria F-35 e comunicou-o .... quando foi? ... em Novembro passado...?

Ora então, o mais fácil .....

O mais fácil é um dos lados da mesa ser comido de cebolada pelo outro lado.

 ;)
« Última modificação: Fevereiro 06, 2024, 09:48:39 pm por saabGripen »
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #925 em: Fevereiro 12, 2024, 07:16:24 pm »
Boa tarde,

Partilho que o Concurso para compra de Artilharia Antiaérea sofreu um “Update” resultante de um Concorrente ter feito uma pergunta e o Exército Português (EP) ter dado uma resposta. Transcrevo aqui as duas coisas e faço uns comentários.

Parece-me muito interessante…

Pergunta:

    We are considering using Raytheon’s Stinger Missile System on our Anti-Aircraft Artillery System solution due to the fact that Stinger Missile System has been used in our former projects such as Pedestal Mounted Air Defense System for Turkish Army, Stinger Weapon Platform for Royal Netherlands Army and Firing Mount System for NSPA. These missile systems can only be delivered from government to government via Foreign Military Sales (FMS) or to NSPA via FMS (Raytheon cannot provide missile systems neither to companies nor to governments, directly). We would like to specify missile system as NSPA/Government Furnished Equipment (N/GFE). In this case, we are aware that GFE price should be subtracted from total price. Could you please share your suggestion to manage GFE pricing in proposal? Components of Stinger Missile System is planned to be as follows: Sub-System Definition Quantity Remarks STINGER PROX (FIM-92K) Missile 7 ea ATAL Launcher 3 ea Coolant Reservoir Assembly 6 ea Digital Launcher Test Set 1 set Launcher Circuit Evaluator 1 ea Coolant Recharging Unit 1 ea If Portuguese Army already has in inventory, there will be no need to purchase. Other Technical Assistance (OTA) As required Required for Integration Note: If optional requirements are realized by a separate Purchase Order during project, GFE’s shall also be increased.


Comentário á Pergunta:

É fácil de ver que a pergunta é feita pela empresa Turca ASELSAN.
Deixo um Link para poderem ver o que é a referida Netherlands Stinger Weapons Platform.

https://weaponsystems.net/system/405-Fennek+SWP

https://teknobilimadami.com/nspa-stinger-firlatma-sistemi/

https://www.aselsan.com/en/defence/category/286/air-defense-technologies

(neste terceiro link, entrar e ir mais abaixo onde diz "Air ans Missile defense Systems")



Resposta:

The requirement is below: • TECH_Req.57. The Contractor shall deliver one (1) batch of seven (7) missiles, consisting in the initial loading for 3 Mobile AAA launchers and 1 missile for the LFX. [Essential] • TECH_Req.135. Throughout the validity of the Contract, the Contractor should deliver additional batches of AAA missiles (maximum quantities presented in Annex A), when the option(s) is(are) exercised. The acceptance of additional missiles will be based on a delivery note and CoC. [Optional] The missiles are therefore not supplied as GFE to be technically compliant.


Comentário á Resposta:


Eu embirro com o EP.

A resposta parece mandar f_der a ASELSAN.

O que a ASELSAN diz é que pode oferecer o sistema, mas não pode comprar Stingers aos Americanos e entrega-los a Portugal. Terá que ser Portugal a comprá-los.

E o EP, com os seus tomates de aço, diz que não e despacha assim uma alternativa que propõe um sistema com mísseis que o EP já usa.
Terá o EP já um acordo com a DIEHL para adquirir IRIS-T? Então para quê o concurso?

E se não houver nenhuma proposta da DIEHL?
Será que o EP vai acabar o concurso com uma mão atrás e a outra a coçar os seus tomates de aço?


12.02.2024 - Outra Pergunta, Outra Resposta ----- desta vez, sem comentário...

Pergunta:

As mentioned before, Stinger Missile System can only be delivered from government to government via Foreign Military Sales (FMS) or to NSPA via FMS (Raytheon cannot provide missile systems neither to companies nor to governments, directly). Hence in our case, delivery to NSPA via FMS is a single valid option. Based on the answer of NSPA to our question about usage of Stinger Missile System as NSPA Furnished Equipment, it is understood that only the USA companies can provide an air defense system solution that includes the Stinger Missile System. Could you please confirm?


Resposta:

NSPA does not impose restriction on the origin of the system other than the geographical limitations explained in the RFP Bidding Instructions (Ref. DMW18012R2). Nevertheless, the proposal has to be compliant with the requirements in the SOW which is part of the RFP (in this particular topic, SOW requires missiles to be delivered by the Contractor - see TECH_Req. 57 and TECH_Req. 135). In conclusion, any company within the geographical area defined in the RFP (Ref. DMW18012R2) who can provide a solution compliant with RFP requirements is encouraged to submit such a proposal.

 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #926 em: Fevereiro 19, 2024, 03:20:17 pm »
https://linktoleaders.com/que-sistema-para-a-defesa-aerea-em-portugal-andre-marquet-productized/

Citar
Que sistema para a defesa aérea em Portugal?

O chanceler alemão Olaf Scholz apresentou o European Sky Shield Initiative (ESSI) em outubro passado, com o objetivo de criar um sistema europeu de defesa aérea e antimíssil através da aquisição conjunta de equipamento – a ser desenvolvido durante cinco anos.

Desde então, 17 países assinaram o acordo, incluindo o Reino Unido, os Estados Bálticos, a Suécia, a Finlândia, e até a Suíça e a Áustria, dois países que não são membros da NATO



O Sky Shield irá usar um sistema de defesa por camadas, baseado nos seguintes subsistemas:

Médio-alcance: IRIS-T de origem alemã ou CAMM de origem britânica;
Longo-alcance: MIM 104 Patriot de origem americana/ SAMP-T de origem franco-italiana;
Muito longo alcance: Arrow 3 de origem israelita, THAAD e Aegis de origem americana.

O que podemos depreender deste sistema é que se por um lado está montado em cima de sistemas que estão relativamente provados, e testados, por outro lado depende quase integralmente nas suas componentes de longo e muito longo alcance (anti míssil balísticos) de sistemas que não são europeus, não possibilitando, para já, a criação de sistemas independentes, desenvolvidos na Europa, o que dado o volume de investimento previsto, que será de dezenas de biliões de euros, poderá constituir-se como uma oportunidade perdida de industrialização. No passado mês de junho, o parlamento alemão, o Bundestag, autorizou um investimento de cerca de €4B na aquisição do sistema antibalístico de origem israelita Arrow 3.

Esta proatividade alemã, que no setor da Defesa é incomum, tem causado algum mau estar junto dos franceses, que foram apanhados de surpresa por esta iniciativa, sobretudo pelo facto do sistema franco-italiano Eurosam SAMP/T ter sido excluído do conjunto inicial de defesa aérea. Embora, pareça haver vontade política por parte da Alemanha para cooptar o sistema francês na iniciativa.

E onde está Portugal nesta discussão?
Pelo menos publicamente, não está, mas, devia estar. Portugal não tem sistema de defesa antiaérea digno de nota, a pouca de defesa antiaérea operacional é de curto alcance, é baseada nos sistemas Stinger no exército, e alguma capacidade naval instalada nas fragatas, que apenas servem para as proteger. O país está totalmente desprovido de capacidades de defesa aérea modernas, estando completamente à mercê de ataques de mísseis, ou mesmo de drones, que não possam ser intercetados pela nossa força aérea.

O síndrome ucraniano carateriza-se por este país não se ter municiado antes da guerra, e de ter sido equipado in extremis, depois da guerra ter começado, através de fornecimentos dos países da NATO. A guerra na Ucrânia transformou-se numa autêntica feira de equipamento militar, onde os sistemas de diversos países são usados num cenário de guerra real, comprovando, ou não, as suas capacidades – e as do Iris-T e dos Patriot tem sido amplamente noticiada.

Portugal deve aproveitar este momento para não ficar de fora de um chapéu de defesa antiaérea como o Euro Sky Shield, onde teria de fazer um investimento em pelo menos uma bateria Patriot/ SAMP-T e alguns sistemas Iris-T, sendo que o vetor Atlântico, nos Açores e na Madeira também terá de ser contemplado, com um custo combinado de pelo menos 1000 milhões de euros, e que não estão na atual lei de programação militar.

À semelhança do pragmatismo que tem orientado os governos do centro da Europa, este investimento devia ser alvo de consenso político nacional, por razões que hoje em dia são óbvias para todos, para que ainda possamos usar este investimento tanto para criarmos uma defesa aérea moderna, e até para que dentro deste sistema terá de ser contemplado uma defesa aérea de curto-médio alcance, onde existe espaço para se industrializar um sistema europeu similar ao famoso Iron Shield de origem americano-israelita, capaz de destruir com grande eficácia e custo-benefício, as ameaças de foguetes e drones.
 
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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #927 em: Fevereiro 19, 2024, 03:34:51 pm »
https://linktoleaders.com/que-sistema-para-a-defesa-aerea-em-portugal-andre-marquet-productized/

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Que sistema para a defesa aérea em Portugal?

O chanceler alemão Olaf Scholz apresentou o European Sky Shield Initiative (ESSI) em outubro passado, com o objetivo de criar um sistema europeu de defesa aérea e antimíssil através da aquisição conjunta de equipamento – a ser desenvolvido durante cinco anos.

Desde então, 17 países assinaram o acordo, incluindo o Reino Unido, os Estados Bálticos, a Suécia, a Finlândia, e até a Suíça e a Áustria, dois países que não são membros da NATO



O Sky Shield irá usar um sistema de defesa por camadas, baseado nos seguintes subsistemas:

Médio-alcance: IRIS-T de origem alemã ou CAMM de origem britânica;
Longo-alcance: MIM 104 Patriot de origem americana/ SAMP-T de origem franco-italiana;
Muito longo alcance: Arrow 3 de origem israelita, THAAD e Aegis de origem americana.

O que podemos depreender deste sistema é que se por um lado está montado em cima de sistemas que estão relativamente provados, e testados, por outro lado depende quase integralmente nas suas componentes de longo e muito longo alcance (anti míssil balísticos) de sistemas que não são europeus, não possibilitando, para já, a criação de sistemas independentes, desenvolvidos na Europa, o que dado o volume de investimento previsto, que será de dezenas de biliões de euros, poderá constituir-se como uma oportunidade perdida de industrialização. No passado mês de junho, o parlamento alemão, o Bundestag, autorizou um investimento de cerca de €4B na aquisição do sistema antibalístico de origem israelita Arrow 3.

Esta proatividade alemã, que no setor da Defesa é incomum, tem causado algum mau estar junto dos franceses, que foram apanhados de surpresa por esta iniciativa, sobretudo pelo facto do sistema franco-italiano Eurosam SAMP/T ter sido excluído do conjunto inicial de defesa aérea. Embora, pareça haver vontade política por parte da Alemanha para cooptar o sistema francês na iniciativa.

E onde está Portugal nesta discussão?
Pelo menos publicamente, não está, mas, devia estar. Portugal não tem sistema de defesa antiaérea digno de nota, a pouca de defesa antiaérea operacional é de curto alcance, é baseada nos sistemas Stinger no exército, e alguma capacidade naval instalada nas fragatas, que apenas servem para as proteger. O país está totalmente desprovido de capacidades de defesa aérea modernas, estando completamente à mercê de ataques de mísseis, ou mesmo de drones, que não possam ser intercetados pela nossa força aérea.

O síndrome ucraniano carateriza-se por este país não se ter municiado antes da guerra, e de ter sido equipado in extremis, depois da guerra ter começado, através de fornecimentos dos países da NATO. A guerra na Ucrânia transformou-se numa autêntica feira de equipamento militar, onde os sistemas de diversos países são usados num cenário de guerra real, comprovando, ou não, as suas capacidades – e as do Iris-T e dos Patriot tem sido amplamente noticiada.

Portugal deve aproveitar este momento para não ficar de fora de um chapéu de defesa antiaérea como o Euro Sky Shield, onde teria de fazer um investimento em pelo menos uma bateria Patriot/ SAMP-T e alguns sistemas Iris-T, sendo que o vetor Atlântico, nos Açores e na Madeira também terá de ser contemplado, com um custo combinado de pelo menos 1000 milhões de euros, e que não estão na atual lei de programação militar.

À semelhança do pragmatismo que tem orientado os governos do centro da Europa, este investimento devia ser alvo de consenso político nacional, por razões que hoje em dia são óbvias para todos, para que ainda possamos usar este investimento tanto para criarmos uma defesa aérea moderna, e até para que dentro deste sistema terá de ser contemplado uma defesa aérea de curto-médio alcance, onde existe espaço para se industrializar um sistema europeu similar ao famoso Iron Shield de origem americano-israelita, capaz de destruir com grande eficácia e custo-benefício, as ameaças de foguetes e drones.

Nada holístico e pouco disruptivo. No nosso sistema disruptivo, um drone leva o míssil até ao outro míssil e aí eles encontram-se. Ou melhor o nosso drone terá um laser tipo Marvel e vai de flash no outro
Tudo a base de drones que saem dali do largo do ministério


Nem sistemas para misseis de curto alcance para acompanhar forças destacadas como a da Roménia, estes artistas chegaram a alguma conclusão.
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #928 em: Fevereiro 19, 2024, 04:47:00 pm »
Nem CAAM, SAMP/T, THAAD ou AEGIS ASHORE fazem parte do ESSI.....
 

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Re: Novos Sistemas de Defesa Aérea
« Responder #929 em: Fevereiro 19, 2024, 06:43:15 pm »
https://linktoleaders.com/que-sistema-para-a-defesa-aerea-em-portugal-andre-marquet-productized/

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Que sistema para a defesa aérea em Portugal?

O chanceler alemão Olaf Scholz apresentou o European Sky Shield Initiative (ESSI) em outubro passado, com o objetivo de criar um sistema europeu de defesa aérea e antimíssil através da aquisição conjunta de equipamento – a ser desenvolvido durante cinco anos.

Desde então, 17 países assinaram o acordo, incluindo o Reino Unido, os Estados Bálticos, a Suécia, a Finlândia, e até a Suíça e a Áustria, dois países que não são membros da NATO



O Sky Shield irá usar um sistema de defesa por camadas, baseado nos seguintes subsistemas:

Médio-alcance: IRIS-T de origem alemã ou CAMM de origem britânica;
Longo-alcance: MIM 104 Patriot de origem americana/ SAMP-T de origem franco-italiana;
Muito longo alcance: Arrow 3 de origem israelita, THAAD e Aegis de origem americana.

O que podemos depreender deste sistema é que se por um lado está montado em cima de sistemas que estão relativamente provados, e testados, por outro lado depende quase integralmente nas suas componentes de longo e muito longo alcance (anti míssil balísticos) de sistemas que não são europeus, não possibilitando, para já, a criação de sistemas independentes, desenvolvidos na Europa, o que dado o volume de investimento previsto, que será de dezenas de biliões de euros, poderá constituir-se como uma oportunidade perdida de industrialização. No passado mês de junho, o parlamento alemão, o Bundestag, autorizou um investimento de cerca de €4B na aquisição do sistema antibalístico de origem israelita Arrow 3.

Esta proatividade alemã, que no setor da Defesa é incomum, tem causado algum mau estar junto dos franceses, que foram apanhados de surpresa por esta iniciativa, sobretudo pelo facto do sistema franco-italiano Eurosam SAMP/T ter sido excluído do conjunto inicial de defesa aérea. Embora, pareça haver vontade política por parte da Alemanha para cooptar o sistema francês na iniciativa.

E onde está Portugal nesta discussão?
Pelo menos publicamente, não está, mas, devia estar. Portugal não tem sistema de defesa antiaérea digno de nota, a pouca de defesa antiaérea operacional é de curto alcance, é baseada nos sistemas Stinger no exército, e alguma capacidade naval instalada nas fragatas, que apenas servem para as proteger. O país está totalmente desprovido de capacidades de defesa aérea modernas, estando completamente à mercê de ataques de mísseis, ou mesmo de drones, que não possam ser intercetados pela nossa força aérea.

O síndrome ucraniano carateriza-se por este país não se ter municiado antes da guerra, e de ter sido equipado in extremis, depois da guerra ter começado, através de fornecimentos dos países da NATO. A guerra na Ucrânia transformou-se numa autêntica feira de equipamento militar, onde os sistemas de diversos países são usados num cenário de guerra real, comprovando, ou não, as suas capacidades – e as do Iris-T e dos Patriot tem sido amplamente noticiada.

Portugal deve aproveitar este momento para não ficar de fora de um chapéu de defesa antiaérea como o Euro Sky Shield, onde teria de fazer um investimento em pelo menos uma bateria Patriot/ SAMP-T e alguns sistemas Iris-T, sendo que o vetor Atlântico, nos Açores e na Madeira também terá de ser contemplado, com um custo combinado de pelo menos 1000 milhões de euros, e que não estão na atual lei de programação militar.

À semelhança do pragmatismo que tem orientado os governos do centro da Europa, este investimento devia ser alvo de consenso político nacional, por razões que hoje em dia são óbvias para todos, para que ainda possamos usar este investimento tanto para criarmos uma defesa aérea moderna, e até para que dentro deste sistema terá de ser contemplado uma defesa aérea de curto-médio alcance, onde existe espaço para se industrializar um sistema europeu similar ao famoso Iron Shield de origem americano-israelita, capaz de destruir com grande eficácia e custo-benefício, as ameaças de foguetes e drones.


Que sistema?

Nenhum.

A resposta é Nenhum.