Guerra na Ucrânia

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2655 em: Março 31, 2022, 11:52:07 am »
A corrupção, sempre a corrupção e quem se lixa é sempre o mexilhão.
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Much of the equipment recovered from stocks to replenish Russian units is unusable, due to age, but especially because much of it (electronics, for example) has been sold on the black market, an indication of long-standing systemic corruption. The same phenomenon exists on the Ukrainian side, which seems to have been combated a little better in recent years.
« Última modificação: Março 31, 2022, 11:53:53 am por LuisPolis »
 

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dc

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2656 em: Março 31, 2022, 02:30:27 pm »
Este tópico tem sido, à falta de comentários assertivos, uma montra de propósitos ideológicos  e de muita propaganda.
Partindo de certezas e de factos verificados, usando o raciocínio e porque não a intuição (para quem tem esse dom) poderemos chegar a imagens claras.

Os avanços e recuos  quer da Rússia e do seu Autocrata quer da Oligarquia Ocidental, conseguem ainda esconder os verdadeiros objectivos estratégicos, não só do campo do Mal como do campo de Bem .  Eu recuso o maniqueísmo , acredito que existe uma zona cinzenta ; espero que mesmo os menos dotados me percebam a ironia.

O violento conflito que se aproxima já ultrapassa a Ucrânia, esta não passa de um cruel detalhe. 
Um conflito muito mais abrangente, muito mais violento começa a lavrar.  O domínio do dólar como moeda de referencia no comércio mundial está em xeque. Sem o predomínio do dólar (esse privilégio imperial referido por De Gaulle e por tantos economistas) os EUA não conseguirão ser , como disse o Biden, os lideres da Nova Ordem Mundial.

O império dominante não vai ceder nenhum dos seus privilégios sem luta. Acredito que, minado por dentro (lembram-se do assalto ao Capitólio) e com múltiplos conflitos a gerir no exterior, dos quais se destaca agora o da Ucrânia e brevemente o de Taiwan e no Médio Oriente, os EUA perderão o seu estatuto de única superpotência para dar lugar a um mundo multipolar, como já escrevi em comentários mais antigos.

Qual deverá ser a atitude de Portugal para minimizar os efeitos da catástrofe que se aproxima ? Continuo a refletir para formar uma opinião, mas , volto a insistir que nos devemos preparar para os piores cenários e não vejo preparação nenhuma por parte do nosso governo.

Concordo, neste tópico a propaganda pró-Putin até dá asco. Antes do conflito queriam a UE a baixar as calças à Rússia, por causa da energia. Deu asneira não deu?

No entanto questiono, nesse mundo multipolar, quem serão esses "pólos múltiplos"? China e EUA são dois, portanto, apenas mundo bipolar. Com a UE, que a ver vamos como se mexe entretanto, seria tripolar. A Rússia vai-se arrastando, a ver se não colapsa entretanto. Brasil e Índia ainda têm que comer muita sopa... Onde está o mundo multipolar? Mais depressa voltamos aos tempos da Guerra Fria, com dois pólos opostos.

Agora, há que ser realista, se a China invade Taiwan, quanto tempo aguentará a sua economia, quando todas as empresas ocidentais deixarem de fazer negócio com a China? Eles já devem estar a fazer contas à vida, ao ver a reacção do Ocidente ao ataque russo na Ucrânia, e a fazer os paralelismos com a sua situação vs Taiwan. Se a China não vender os seus produtos ao Ocidente, vai vender a quem? Se as empresas deslocalizarem as suas fábricas da China para outros países, o que vai fazer a China?
A China tem tantos inimigos por esse mundo fora, que não é difícil vislumbrar um desfecho catastrófico para eles, seja do ponto de vista militar, seja económico.

Este conflito veio trazer um lado "positivo": foco em reduzir ainda mais a dependência de combustíveis fósseis, o que fará com que países europeus, limitados neste tipo de recursos, deixem de ter de importar tanto, e consequentemente não terão tanta dependência energética de terceiros. O próximo passo, passa por deslocalizar todas as fábricas da China. Existem mais países no mundo com mão-de-obra barata, que podem receber estas fábricas. Aqui Portugal, tendo das mãos-de-obra mais baratas da Europa, poderá ganhar um pouco com isso, pelo menos nos sectores tecnológicos. A médio/longo-prazo, poderemos ver investimento em países da América do Sul, África e Médio Oriente, elevando o nível de vida e economia de muitos destes países.

Quanto a nós, não creio que haja algo que possamos fazer, sem ser planear. Criar enormes reservas de alimentos é pouco prático, e se todos os países fazem isto, vai haver falta de alimento para o mundo inteiro, e consequente aumento de preços, até a um ponto em que há ainda mais guerras. Não é fazível. Deveria-se sim, traçar um plano de contingência, para o caso das coisas se complicarem. Procurar novos fornecedores de alimentos, através do fortalecimento de laços bilaterais com certos países. Manter (e quem sabe aumentar) as reservas de ouro, para se poder pagar esse fornecimento em caso de crise. Continuar rumo à menor dependência energética possível.
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2657 em: Março 31, 2022, 02:32:37 pm »
Vai-se ter uma Ucrania no Pacífico mas com actores invertidos? China celebra um pacto de defesa com as Ilhas Salomão e os EUA opõem-se (com o apoio da Australia e a surpresa da Nova Zelândia).
https://www.dailymail.co.uk/news/article-10671285/China-Solomon-Islands-agree-controversial-security-pact.html
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2658 em: Março 31, 2022, 02:48:19 pm »

O próximo passo, passa por deslocalizar todas as fábricas da China. Existem mais países no mundo com mão-de-obra barata, que podem receber estas fábricas. Aqui Portugal, tendo das mãos-de-obra mais baratas da Europa, poderá ganhar um pouco com isso, pelo menos nos sectores tecnológicos. A médio/longo-prazo, poderemos ver investimento em países da América do Sul, África e Médio Oriente, elevando o nível de vida e economia de muitos destes países.
Não creio que esses países tenham o nível de disciplina cultural e estabilidade política para terem esse tipo de empreitada. Penso que já seja impossível ignorar o nível académico que a China apresenta e as suas consequências.

Manter (e quem sabe aumentar) as reservas de ouro, para se poder pagar esse fornecimento em caso de crise. Continuar rumo à menor dependência energética possível.
O que esta desgraça toda nos mostra é que o ouro deixou de ser o que era. As reservas Russas que estão no Ocidente estão embargadas mas a economia local não desabou. Até ao momento, parece que os sistemas paralelos digitais é que estão a fazer a diferença.
 

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dc

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2659 em: Março 31, 2022, 03:06:56 pm »
Com essa mentalidade é que não se vai a lado nenhum. É óbvio que seria um processo que demoraria anos, mas era benéfico para todos. Mas enquanto a mentalidade for "dá muito trabalho, mais vale deixar como está", então aí é que as coisas ficam pior.

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O que esta desgraça toda nos mostra é que o ouro deixou de ser o que era. As reservas Russas que estão no Ocidente estão embargadas mas a economia local não desabou. Até ao momento, parece que os sistemas paralelos digitais é que estão a fazer a diferença.

Mas nós não somos a Rússia, e não vamos invadir ninguém, logo não vamos ter bens congelados, logo podemos usá-los para comprar coisas que necessitemos em caso de emergência. Claro que estaremos dependentes da valorização ou desvalorização do ouro, mas o mesmo se aplica a cripto-moedas e afins. E com um possível crescimento da ameaça à ciber-segurança, faz sentido colocar todas as fichas em sistemas digitais? Creio que não.

Vai-se ter uma Ucrania no Pacífico mas com actores invertidos? China celebra um pacto de defesa com as Ilhas Salomão e os EUA opõem-se (com o apoio da Australia e a surpresa da Nova Zelândia).
https://www.dailymail.co.uk/news/article-10671285/China-Solomon-Islands-agree-controversial-security-pact.html

Isto é uma movimentação "interessante". Mas não sei até que ponto pode ser prejudicial para a China, pois apenas servirá de pretexto para a criação de mais bases americanas na Austrália, ainda maior investimento na Defesa da própria Austrália, possivelmente será seguido o mesmo rumo por parte da Nova Zelândia, e quem sabe até este país poderá abrir mão da sua "neutralidade" face à China, e aceitar presença americana por lá. Vai ser uma militarização do Pacífico sem precedentes.
Resta saber o que iria a China colocar naquelas bases navais, e se também veríamos bases aéreas nas Ilhas Salomão.

Também não surpreendia nada se a Índia demonstrasse interesse em criar bases em algum país na região, e o aumento da presença militar francesa nos seus territórios ultramarinos na região.
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2660 em: Março 31, 2022, 03:24:10 pm »
Com essa mentalidade é que não se vai a lado nenhum. É óbvio que seria um processo que demoraria anos, mas era benéfico para todos. Mas enquanto a mentalidade for "dá muito trabalho, mais vale deixar como está", então aí é que as coisas ficam pior.
Compreendo o que diz. Mas para isso teriamos que começar a corrigir erros estratégicos que são cometidos desde um bocadinho antes do 25 de Abril até agora. Sinceramente não vejo espinha dorsal política para tal.
 
Claro que estaremos dependentes da valorização ou desvalorização do ouro, mas o mesmo se aplica a cripto-moedas e afins. E com um possível crescimento da ameaça à ciber-segurança, faz sentido colocar todas as fichas em sistemas digitais? Creio que não.
Acho que o segredo está na transformação do ouro (e o local onde vai estar armazenado) em cripto-moedas (e a sua conversão entre os vários sistemas).  Ainda não percebi como se faz o processo mas dá para perceber que o segredo assusta os bancos centrais. É um mundo novo, sem dúvida.

 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2661 em: Março 31, 2022, 03:52:52 pm »

Claro que estaremos dependentes da valorização ou desvalorização do ouro, mas o mesmo se aplica a cripto-moedas e afins. E com um possível crescimento da ameaça à ciber-segurança, faz sentido colocar todas as fichas em sistemas digitais? Creio que não.
Acho que o segredo está na transformação do ouro (e o local onde vai estar armazenado) em cripto-moedas (e a sua conversão entre os vários sistemas).  Ainda não percebi como se faz o processo mas dá para perceber que o segredo assusta os bancos centrais. É um mundo novo, sem dúvida.
Atenção que as criptomoedas não são aceites globalmente como moeda de troca, ou seja, estão muito limitadas na sua aceitação como moeda de troca.
Por exemplo, você não pode impor pagar em criptomoedas a ninguém.
Também não há nenhum regulador ou entidade fiscalizadora (se lhe roubarem as suas criptomoedas, pouco há a fazer).
Também a falta de liquidez é enorme (pressupõem deixarmos de usar uma moeda para abraçarmos as criptomoedas).
Depois você tem uma enorme volatilidade nas criptomoedas. Nem a Tesla que é uma empresa visionária, aceita fixar preços dos seus carros em criptomoedas, ao contrário de euros e dólares!!!!

Agora imaginamos a situação actual da Ucrãnia, numa economia de guerra, a moeda não é mais do que papel ........ e de pouco lhe pode servir, ao contrário do ouro que é contraciclico a momentos de turbulência como agora (veja o que subiu a cotação do ouro), imagine que você troca o ouro e moeda que tem (na Ucrãnia) por criptomoedas, basta uma falha de energia ou da internet e lá se vão os seus criptoactivos!!!!!!

Depois em relação à instabilidade na Ásia....... a China é mais facilmente atacada pelas sanções do que a Rússia. Enquanto a Rússia exporta matérias-primas, a China é o oposto, é muito deficitária em matérias-primas. Um bloqueio à China faz seguramente mais estragos!!!!! E eles dependem do ocidente a todos os níveis para as suas exportações (indústria).

O erro do ocidente foi precisamente não forçar a sua independência energética e para ajudar a desindustrialização!!!!!!!
« Última modificação: Março 31, 2022, 03:57:15 pm por Viajante »
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2662 em: Março 31, 2022, 04:59:24 pm »
https://twitter.com/Nrg8000/status/1509518391362859015

5 weeks ago, Russia invaded Ukraine. After some initial gains, their progress rapidly slowed. Now, every day for the past week, Ukraine has retaken more territory than it's lost.

 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2663 em: Março 31, 2022, 08:46:47 pm »
Supostamente soldados Russos com uma bandeira Ucraniana capturada com assinaturas em Português.
« Última modificação: Março 31, 2022, 08:50:01 pm por LuisPolis »
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2664 em: Março 31, 2022, 10:19:24 pm »
O império dominante não vai ceder nenhum dos seus privilégios sem luta. Acredito que, minado por dentro (lembram-se do assalto ao Capitólio) e com múltiplos conflitos a gerir no exterior, dos quais se destaca agora o da Ucrânia e brevemente o de Taiwan e no Médio Oriente, os EUA perderão o seu estatuto de única superpotência para dar lugar a um mundo multipolar, como já escrevi em comentários mais antigos.

Qual deverá ser a atitude de Portugal para minimizar os efeitos da catástrofe que se aproxima ? Continuo a refletir para formar uma opinião, mas , volto a insistir que nos devemos preparar para os piores cenários e não vejo preparação nenhuma por parte do nosso governo.

Concordando que caminhamos para um mundo multipolar, gostaria de saber o que entende por "catastrofe que se aproxima"?

A catástrofe na realidade já começou nalguns sítios do planeta.  A guerra na Ucrânia e as sucessivas medidas de retorsão contra a Rússia estão a projetar o conflito a um nível planetário . Os principais países perderam a confiança no dólar e nos EUA pois sabem que, se de um dia para o outro, forem considerados como "maus", terão os seus ativos congelados.  Pela primeira vez na História, um dos 40 bancos que fazem parte do BCI (banco de compensações Internacionais), foi bloqueado. Note-se que esta medida de bloqueio foi decidida pelo governo dos EUA sem o aval ou o conhecimento do Banco Central americano. Esta decisão inédita tem ou vai ter consequências muito para além do esperado . A FED, mais do que os políticos da Casa Branca, está consciente do perigo de uma tal decisão e das suas consequências.

A guerra económica começa a alastrar com os principais países a escolher o seu campo ; a China anuncia uma amizade "sem limites" com a Rússia, a India paga com rupias, a Arabia Saudita vende em yenes, a Rússia só vende em rublos, o G7 recusa pagar na moeda russa...o que se segue ?

A primeira moeda considerada Global foi a portuguesa, começou nos finais do século XV, este período português durou cerca de 70 anos, seguiram-se respetivamente os períodos de predominância das moedas espanhola, holandesa, inglesa e finalmente americana. Nenhuma transição foi pacifica, que razões temos nós para acreditar que os EUA vão aceitar o fim do reino do dólar , sem reagir de forma violenta ?

É pois por dedução que estou convencido que vamos ter um futuro próximo muito, muito difícil, catastrófico mesmo.
« Última modificação: Março 31, 2022, 10:20:47 pm por legionario »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2665 em: Março 31, 2022, 10:32:06 pm »
O DC citou exatamente os principais blocos do futuro mundo multipolar : EUA, UE, China, Rússia... e com menor peso a India, o Brasil e o mundo árabe.

Sobre o ouro, faço um aparte para mais uma vez evocar as 17 toneladas de ouro que nos foram roubadas nos EUA nos anos 90.

Sobre as medidas que podem ser tomadas , já referi aquelas que podem ser tomadas sem grandes custos. Formação NBQ dos bombeiros voluntários, Proteção Civil e forças de segurança, constituição de reservas estratégicas, entre outras que se podem ler num dos meus comentários anteriores... é a minha opinião pessoal.
« Última modificação: Março 31, 2022, 10:37:24 pm por legionario »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2666 em: Março 31, 2022, 11:32:37 pm »
O império dominante não vai ceder nenhum dos seus privilégios sem luta. Acredito que, minado por dentro (lembram-se do assalto ao Capitólio) e com múltiplos conflitos a gerir no exterior, dos quais se destaca agora o da Ucrânia e brevemente o de Taiwan e no Médio Oriente, os EUA perderão o seu estatuto de única superpotência para dar lugar a um mundo multipolar, como já escrevi em comentários mais antigos.

Qual deverá ser a atitude de Portugal para minimizar os efeitos da catástrofe que se aproxima ? Continuo a refletir para formar uma opinião, mas , volto a insistir que nos devemos preparar para os piores cenários e não vejo preparação nenhuma por parte do nosso governo.

Concordando que caminhamos para um mundo multipolar, gostaria de saber o que entende por "catastrofe que se aproxima"?

A catástrofe na realidade já começou nalguns sítios do planeta.  A guerra na Ucrânia e as sucessivas medidas de retorsão contra a Rússia estão a projetar o conflito a um nível planetário . Os principais países perderam a confiança no dólar e nos EUA pois sabem que, se de um dia para o outro, forem considerados como "maus", terão os seus ativos congelados.  Pela primeira vez na História, um dos 40 bancos que fazem parte do BCI (banco de compensações Internacionais), foi bloqueado. Note-se que esta medida de bloqueio foi decidida pelo governo dos EUA sem o aval ou o conhecimento do Banco Central americano. Esta decisão inédita tem ou vai ter consequências muito para além do esperado . A FED, mais do que os políticos da Casa Branca, está consciente do perigo de uma tal decisão e das suas consequências.

A guerra económica começa a alastrar com os principais países a escolher o seu campo ; a China anuncia uma amizade "sem limites" com a Rússia, a India paga com rupias, a Arabia Saudita vende em yenes, a Rússia só vende em rublos, o G7 recusa pagar na moeda russa...o que se segue ?

A primeira moeda considerada Global foi a portuguesa, começou nos finais do século XV, este período português durou cerca de 70 anos, seguiram-se respetivamente os períodos de predominância das moedas espanhola, holandesa, inglesa e finalmente americana. Nenhuma transição foi pacifica, que razões temos nós para acreditar que os EUA vão aceitar o fim do reino do dólar , sem reagir de forma violenta ?

É pois por dedução que estou convencido que vamos ter um futuro próximo muito, muito difícil, catastrófico mesmo.

Não resisti a intervir caro Legionário  ;)

Os americanos não têem só o dólar no seu arsenal, nem só a sua indústria de defesa. São um país muito endividado, sem dúvida, mas que não é propriamente problemático enquanto o dólar for a maior moeda de reserva mundial e tiver as matérias-primas expressas em dólares (só os EUA imprimem dólares.......).
Mas eles têem outro ponto fortíssimo, uma cultura empresarial selvagem mesmo, que cria milionários como nenhuma outro economia. São empreendedores!!!!!!

Por curiosidade alimentei um tópico que estava parado à anos, sobre as maiores empresas do planeta:

https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=8763.0#lastPost

Os americanos têem as 8 maiores empresas do mundo em 11!!!!!!
Por exemplo o Japão e a Europa não têem uma única!!!!!!

Na economia, dão 20 a zero a qualquer outro país e são empresas que todos nós precisamos para o dia-a-dia: Microsoft, Apple, Alphabet (Google), Tesla (apesar de estar muitíssimo valorizada, mas o Elon Musk tem mais, desde indústria espacial, transportes.......), Meta (Facebook).........
São empresas globais, que estão em todo o lado e nem sequer são da área da defesa........

Quanto à Rússia eu discordo, depois desta invasão desastrada na Ucrãnia, a Rússia vai passar muito maus momentos.
Conseguiu unir a UE, rejuvenescer a OTAN-NATO e fazer o favor de cortar o elo que tornava a Europa dependente da Rússia (petróleo e gás). Tenho a certeza que o Putin não queria e não esperava nada disto!!!!!

E não sei se vai continuar unida por muito tempo (Rússia). O ditador não é eterno!!!!!!!
Quem o vai substituir?
Criou conflitos com quase todos os vizinhos....... Japão (ilhas japonesas e ganhas na ressaca da WWII), Finlândia, Suécia, Ucrânia, Geórgia, .......
« Última modificação: Março 31, 2022, 11:36:32 pm por Viajante »
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2667 em: Março 31, 2022, 11:57:50 pm »
Supostamente soldados Russos com uma bandeira Ucraniana capturada com assinaturas em Português.


Ui!!! O IPE!?!?!?

Essa unidade de elite do Exército Português!!!  ;D ;D
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2668 em: Abril 01, 2022, 12:16:04 am »
Os EUA têm , como o caro Viajante disse, outros pontos fortes para além do dólar e das FA, têm um sistema que premeia o esforço, têm grandes empresas, têm também um amor à liberdade individual e um sentimento patriótico muito fortes. Não questiono nada disso. Não percebi em que ponto não concorda comigo sobre a Rússia. Já disse o que pensava sobre a invasão e não sinto a necessidade de fazer profissão de fé contra os russos ou o Putine  cada vez que escrevo um comentário.

Eu tenho a certeza que existe a probabilidade de catástrofe mundial  :)
Já justifiquei os porquês. O que tenho lido é mais no sentido de que é preciso evitar o pânico ou que não há dinheiro para fazer reservas, etc. Eu não penso assim, talvez porque faço parte do pequeno grupo dos 10 ou 15% da população que é hipersensível, porque olho para uma situação e "vejo" logo o que vai sair daí, seja o que for... estou com um péssimo pressentimento  justificado por toda a evolução dos acontecimentos.
« Última modificação: Abril 01, 2022, 12:19:50 am por legionario »
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2669 em: Abril 01, 2022, 01:19:37 am »
Há coisas que não é uma questão do que cada um pensa. Treino NBQ não é a mesma coisa que primeiros socorros. Era preciso também equipamento específico. Agora se se devia ter unidades NBQ em várias zonas do país, talvez.
Quanto às reservas de alimentos, a questão não é dinheiro, é mesmo por questões de produção de alimentos. Não é infinito, e se todos os países começam a comprar para criar reservas, depressa começa a haver escassez, começando a haver escassez, primeiro aumentam os preços, e eventualmente, poderão começar guerras, sejam guerras civis/desacatos entre a população, sejam conflitos militares.