Guerra na Ucrânia

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Lightning

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2595 em: Março 28, 2022, 01:18:46 pm »
Snipers ucranianos com ordem para eliminar "homens  de cabelo grisalho junto às comunicações."

https://www.jn.pt/mundo/amp/ucrania-mira-altas-patentes-russas-14719343.html
« Última modificação: Março 28, 2022, 01:19:05 pm por Lightning »
 

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Johnnie

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2596 em: Março 28, 2022, 01:37:14 pm »
Viajante um psicopata como o Putin não vai lá com conversas, infelizmente o Macron não passa de um Neville Chamberlain dos tempos modernos...
A paz faz-se com os inimigos. A menos que se esteja à espera de uma capitulação completa da Ucrânia ou da Rússia, ambas improváveis, alguém vai ter de assinar papeis com o Putin mais tarde ou mais cedo.  A comparação com o Chamberlain é descabida. O Neville deu autorização ao Adolfo para anexar outros países sem resposta. Ninguém está a fazer tal coisa com o Vladimir, pelo contrário.

Veremos se é tão descabida daqui a uns tempos...
Naturalmente, a avaliação pode mudar com as circunstâncias. Eu nisto até reconheço o meu gigantesco erro de julgamento, porque pensei que o Putin era um tipo sem escrúpulos mas com racionalidade, que nunca lançaria uma guerra tão sem-sentido como esta. Olhava para os ~200.000 homens na fronteira e dizia que se os EUA não seguraram o Iraque com 300.000, a Rússia não segurava a Ucrânia com menos. Ora ele não só achou que conseguia, mas que era rápido!  :o

Na minha opinião o Putin depois dos ensaios na Geórgia, Crimeia e Síria entendeu por bem apostar as fichas todas na inação da Europa e dos USA e a coisa não correu bem, para alem da inesperada resistência dos Ucranianos e do seu presidente palhaço, que deram uma lição ao mundo e que não se deixaram vergar, mas ainda resta muita coisa por explicar, como por exemplo o papel da China nisto tudo...

Por outro lado se gostarmos de teorias da conspiração podemos procurar alguma lógica do tipo "Red Storm Rising" do Tom Clancy...

Seja como for neste momento os dados já foram lançados, agora resta aguardar
«When everything is coming your way... You are in the wrong lane!!!!"
 

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Lusitan

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2597 em: Março 28, 2022, 01:41:17 pm »

Entretanto aqui acredita-se que os russos andam a passar por cima dos comandantes com os blindados, que os grandes contra-ataques ucranianos estão a atirar os russos de volta à fronteira, etc, etc.  (fonte é o olho do cu de alguém mas, tal como no futebol ou na religião, encaixa na fé professada passa a ser dogma).


Claro.. os russos estao MESMO a ganhar.. tá-se mesmo a ver   ::).. somos todos tolos e nao vemos VERDADE? Vem estes badamecos das conspiracias idiotas, dizer que uma invasão injustificad é mesmo justifcada, a aludir a teorias de conspiracias, daquelas tiradas do cú.. ::)

Mais propaganda russa, descarada, parte da grande campanha de desinformação dos russos, ou apenas uns "useful idiots" quais papagaios , ou desinformadores voluntarios ku pagos.. quem sabe?



Eu sei que não dás mais, é o que é e é lidar..... Enfim, de repente à falta de argumentos para rebater a mensagem, passa-se rotular-se o mensageiro.

Ah, e isto também é mentira! Esta invasão não veio do nada. Metam isso na cabeça, o lógico era logo em 2014 e o Putin viu a sua posição bem ameaçada por causa de ter travado as vontades político-militares do Kremlin na altura.
https://www.dailymail.co.uk/news/article-10652127/Hunter-Biden-helped-secure-millions-funding-military-biotech-research-program-Ukraine.html?ito=social-twitter_dailymailus

 E já agora que me diz da tal "democracia ocidental" estar a ameaçar um pequeno país por estar a negociar uma base chinesa? Não interessa é?!! Quer que lhe diga quais são os envolvidos?!!

Fui aqui qualificado de putinbot quando falei do que ia acontecer no Afeganistão - Infelizmente acertei quase tudo
Fui aqui qualificado de putinbot quando falei do que ia acontecer no Iraque - Infelizmente acertei quase tudo
Fui aqui qualificado de putinbot quando falei do que ia acontecer na Geórgia - Infelizmente acertei quase tudo
Fui aqui qualificado de putinbot quando falei do que ia acontecer na Líbia - Infelizmente acertei quase tudo
Fui aqui qualificado de putinbot quando falei do que ia acontecer na Síria - Infelizmente acertei quase tudo
Quero estar enganado sobre a Ucrânia e quero mesmo pois sou Português e Europeu - infelizmente tudo leva a crer que não estou.

Diga-me lá em que é que os FLADbots de serviço aqui, acertaram em todas essas discussões tidas neste fórum?!!!
Não, Fox! O Putin, esse estrategista iluminado, foi forçado a invadir a Ucrânia devido a:
1. Estar a preparar uma guerra no Donbas quando as forças russas estão estacionadas na sua fronteira.
2. Estar a preparar galinhas atómicas para atacar a Rússia.
3. Ser anti-Rússia.
4. Para proteger os russófonos bombardeando as suas cidades e matando-os.
5. Ser uma construção do Lenin.
5. Os ucranianos e os russos sereme o mesmo povo que só têm um dialecto engraçado.
6. O papão NATO que estranhamente nem sequer envia tanques e aviões.
7. Nazis, apesar de ser o maior financiador de partidos de extrema-direita na Europa.

A piada que circula na Rússia:
Putin pergunta a Shoygu qual o número de perdas do exército russo.
Shoygu responde:
15mil tropas perdidas, Vladimir Vladimirovich.
Putin:
E as da NATO?
Shoygu:
A NATO ainda não entrou na guerra!
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2598 em: Março 28, 2022, 02:11:19 pm »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2599 em: Março 28, 2022, 04:26:32 pm »
É impressão minha ou um conflito com esta intensidade está a tornar obsoletos sistemas de artilharia modernos como o CAESAR (que penso poder vir a ser adquirido pelo nosso Exército)?
 

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Johnnie

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2600 em: Março 28, 2022, 05:09:56 pm »
É impressão minha ou um conflito com esta intensidade está a tornar obsoletos sistemas de artilharia modernos como o CAESAR (que penso poder vir a ser adquirido pelo nosso Exército)?

Porque dizes isso?
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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2601 em: Março 28, 2022, 05:30:25 pm »
É impressão minha ou um conflito com esta intensidade está a tornar obsoletos sistemas de artilharia modernos como o CAESAR (que penso poder vir a ser adquirido pelo nosso Exército)?
Pelo contrário ...
O foco dado pela comunicação social aos meios enviados pelos países livres, é mais para "inglês ver" e para mostrar à opinião pública que alguma coisa está a ser feita.
Tudo leva a crer que o exército ucraniano está a fazer bastante uso de artilharia pesada, já que há várias informações publicas sobre equipas de reconhecimento especializadas em detetar alvos inimigos e dar coordenadas para ataques.

A artilharia parece continuar a ser a forma mais eficaz/barata de bater o inimigo.
Sistemas como o Caesar são bastante mais precisos que os sistemas russos e possuem a capacidade para escapar rapidamente ao fogo de contra-bateria.
Se esta guerra nos mostra algo, é a necessidade de artilharia móvel.

Podemos estar perante uma mudança de paradigma, em que o rei do campo de batalha pode ter deixado de ser o tanque pesado.
Em sua substituição poderia aparecer o drone armado ou apenas o drone para visualizar o campo de batalha.
Aí, aumenta ainda mais a necessidade de meios para potênciar os drones ... e a artilharia é a primeira coisa em que se pensa...
« Última modificação: Março 28, 2022, 05:33:09 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2602 em: Março 28, 2022, 05:39:34 pm »
É impressão minha ou um conflito com esta intensidade está a tornar obsoletos sistemas de artilharia modernos como o CAESAR (que penso poder vir a ser adquirido pelo nosso Exército)?

Porque dizes isso?
Tenho notado (do pouco que se vê) que a artilharia rebocada e desprotegida dos dois lados tem sido ineficiente quer por acção de fogo de contra-bateria (multiplicado pelos drones) quer por acção da infantaria (com armas ligeiras e morteiros).

Por outro lado a eficiência está do lado dos MRLS como o Smerch e dos 2S19 Msta-S (quer os Ucranianos quer os Russos têm reportado dificuldades em lidar com o equipamento adversário). 

O CAESAR com o ter que parar, desmontar, apontar, disparar e fazer o inverso sempre com a malta desprotegida não me parece que traga qualquer tipo de vantagem neste tipo de conflitos e fora a mobilidade que é baixa.

Não sei se coincidência, mas os Britânicos decidiram hoje que vão fazer uma parceria com a Hanwha Defense (Coreia do Sul) com vista à aquisição do K9A2.
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2603 em: Março 28, 2022, 06:01:18 pm »
Citar
Tenho notado (do pouco que se vê) que a artilharia rebocada e desprotegida dos dois lados tem sido ineficiente
Exactamente. Se há coisa que não podemos ver é a artilharia e o que ela está a fazer.
Os ucranianos não vão deixar de utilizar artilharia rebocada e os russos também a utilizaram.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2604 em: Março 28, 2022, 06:03:14 pm »
A SIC-Notícias, tem uma senhora em Odessa que começa a meter impressão.

Ontem (domingo 27/Mar ) era a munição tracejante que virou disparos de munição incendiária para o ar.
Agora insiste que Odessa está cada vez mais cercada
E que os russos estão há semanas com navios cheios de homens prontos para desembarcar.

Onde é que esta gente tem o cérebro ?
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Malagueta

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2605 em: Março 28, 2022, 07:02:18 pm »
https://expresso.pt/guerra-na-ucrania/2022-03-28-Ao-minuto-Ucrania-tera-recuperado-Irpin-mais-de-200-bombardeamentos-em-Kharkiv-em-24-horas-7b29bfa0#daf9f1d6-14c3-4157-99bf-977cf19606a5

Mais sobre a recuperação do controlo ucraniano da cidade de Irpin
As forças ucranianas terão conseguido recuperar totalmente o controlo de Irpin, localidade perto de Kiev. A notícia é avançada pela Reuters, que cita um autarca local, mas ainda não foi confirmada por fontes independentes. Os civis começaram a ser retirados da cidade a 7 de março. Já saíram de Irpin mais de três mil pessoas. As tropas ucranianas também anunciaram nesta segunda-feira que recuperaram o controlo da cidade de Trostyanets, no nordeste do país. Trata-se de um avanço significativo para a contra-ofensiva da Ucrânia, que abre um fosso nos esforços da Rússia para cercar as cidades ucranianas. O líder da administração militar regional de Sumy, Dmytro Zhyvytsky, anunciou a recaptura de Trostyanets e outra cidade, Boromlya. Os militares ucranianos também anunciaram que as forças do país invadido assumiram o controlo de duas cidades próximas de Kharkiv, no nordeste do país. Estas vitórias surgem depois de a Ucrânia ter anunciado uma série de contra-ataques em várias regiões, com o objetivo de fragilizar o domínio das forças russas em cidades sitiadas. Os moradores locais ajudaram o exército a derrotar as forças russas. "Hoje, as nossas Trostyanes e Boromlya foram libertadas pelas Forças Armadas juntamente com os moradores locais." Trostyanets foi bloqueada durante um mês por forças russas que invadiram e ocuparam as casas dos civis depois de os terem expulsado, lembrou o autarca Yuriy Bova.
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2606 em: Março 28, 2022, 07:08:21 pm »
A SIC-Notícias, tem uma senhora em Odessa que começa a meter impressão.

Ontem (domingo 27/Mar ) era a munição tracejante que virou disparos de munição incendiária para o ar.
Agora insiste que Odessa está cada vez mais cercada
E que os russos estão há semanas com navios cheios de homens prontos para desembarcar.

Onde é que esta gente tem o cérebro ?

Chama-se medo, provavelmente estara a justificar a sua possivel retirada da cidade
 

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Malagueta

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2607 em: Março 28, 2022, 07:17:44 pm »
https://www.theatlantic.com/ideas/archive/2022/03/american-volunteer-foreign-fighters-ukraine-russia-war/627604/

A vantagem de três para um da Ucrânia
Não é a tecnologia ou tática que deu aos lutadores ucranianos sua maior vantagem.


Sobre o autor: Elliot Ackerman é o autor, mais recentemente, do romance Red Dress in Black and White e co-autor do romance 2034 . Ele é um ex-oficial da Marinha e de inteligência que serviu cinco vezes no Iraque e no Afeganistão.

Algumas noites atrás em Lviv, depois de um jantar cedo (os restaurantes fecham às 20h por causa do toque de recolher), entrei no elevador do meu hotel. Eu estava conversando com um colega quando um homem de meia-idade, vestido e equipado como um mochileiro, enfiou a mão na porta que se fechava. "Vocês americanos?" ele perguntou. Eu disse a ele que estávamos, e quando ele pegou o botão do elevador, não pude deixar de notar suas mãos sujas e as meias-luas de sujeira sob cada unha. Eu também notei sua lã. Tinha uma águia, um globo e uma âncora em relevo no peito esquerdo. "Você é um fuzileiro naval?" Perguntei. Ele disse que era (ou tinha sido — uma vez fuzileiro naval, sempre fuzileiro naval), e eu lhe disse que também servira nos fuzileiros navais.


Ele se apresentou (ele pediu que eu não usasse seu nome, então vamos chamá-lo de Jed), e fizemos uma rápida troca de boa fé, trocando os nomes das unidades em que ambos servimos como soldados de infantaria uma década atrás. Jed perguntou se eu sabia onde ele poderia conseguir uma xícara de café, ou pelo menos uma xícara de chá. Ele tinha, depois de uma viagem de 10 horas, tinha acabado de chegar de Kiev. Ele estava cansado e com frio, e tudo estava fechado.

Um pouco de bajulação convenceu o restaurante do hotel a ferver uma panela de água para Jed e entregar-lhe alguns saquinhos de chá. Quando lhe desejei boa noite, ele perguntou se eu queria um chá também. A maneira como ele pediu – como uma criança implorando por uma última história antes de dormir – me convenceu a ficar mais um pouco. Ele queria alguém para conversar.


Enquanto Jed estava sentado à minha frente no restaurante vazio, com os ombros curvados sobre a mesa e as palmas das mãos em volta do chá, ele explicou que desde que chegou à Ucrânia no final de fevereiro, ele lutava como voluntário junto com um dúzia de outros estrangeiros fora de Kiev. As últimas três semanas o marcaram. Quando perguntei como ele estava, ele disse que o combate foi mais intenso do que qualquer coisa que ele presenciou no Afeganistão. Ele parecia em conflito, como se quisesse falar sobre essa experiência, mas não em termos que pudessem se tornar emocionais. Talvez para se proteger contra isso, ele começou a discutir os aspectos técnicos do que tinha visto, explicando em detalhes granulares como os militares ucranianos desarmados e desarmados haviam lutado contra os russos .

Primeiro, Jed queria discutir armas anti-blindagem, particularmente o Javelin de fabricação americana e o NLAW de fabricação britânica . O último mês de luta havia demonstrado que o equilíbrio da letalidade havia se deslocado da armadura para armas antiblindagem. Mesmo os sistemas de blindagem mais avançados, como o tanque de batalha principal russo da série T-90 , mostraram-se vulneráveis, suas cascas carbonizadas espalhando-se pelas estradas ucranianas.

Quando mencionei a Jed que havia lutado em Fallujah em 2004, ele disse que as táticas que o Corpo de Fuzileiros Navais usavam para tomar aquela cidade nunca funcionariam hoje na Ucrânia. Em Fallujah, nossa infantaria trabalhou em estreita coordenação com nosso principal tanque, o M1A2 Abrams . Em várias ocasiões, observei nossos tanques receberem golpes diretos de granadas propelidas por foguetes (tipicamente RPG-7s de geração mais antiga ) sem sequer gaguejar em seu progresso. Hoje, um ucraniano defendendo Kiev ou qualquer outra cidade, armado com um Javelin ou um NLAW, destruiria um tanque similarmente capaz.


Se o dispendioso tanque de batalha principal é a plataforma arquetípica de um exército (como é o caso da Rússia e da OTAN), então a plataforma arquetípica de uma marinha (particularmente a Marinha dos Estados Unidos) é o navio capital ultra-custo, como um porta-aviões. Assim como as modernas armas antitanque mudaram a maré para o exército ucraniano em menor número, a última geração de mísseis antinavio (baseados em terra e no mar) poderia no futuro – digamos, em um lugar como o Mar da China Meridional ou o Estreito de Ormuz - vire a maré para uma marinha aparentemente superada. Desde 24 de fevereiro, os militares ucranianos demonstraram de forma convincente a superioridade de um método de guerra centrado em antiplataforma. Ou, como disse Jed: “No Afeganistão, eu costumava sentir inveja daqueles petroleiros, abotoados em toda aquela blindagem. Não mais."

Isso levou Jed ao segundo assunto que ele queria discutir: táticas e doutrina russas. Ele disse que passou grande parte das últimas semanas nas trincheiras a noroeste de Kiev. "Os russos não têm imaginação", disse ele. “Eles bombardeiam nossas posições, atacam em grandes formações e, quando seus ataques falham, fazem tudo de novo. Enquanto isso, os ucranianos invadiriam as linhas russas em pequenos grupos noite após noite, desgastando-os.” A observação de Jed ecoou uma conversa que tive no dia anterior com Andriy Zagorodnyuk. Após a invasão russa do Donbas em 2014, Zagorodnyuk supervisionou uma série de reformas nas forças armadas ucranianas que agora estão dando frutos, entre elas mudanças na doutrina militar da Ucrânia; depois, de 2019 a 2020, atuou como ministro da defesa.


A doutrina russa baseia-se no comando e controle centralizado, enquanto o comando e controle no estilo de missão - como o nome sugere - depende da iniciativa individual de cada soldado, do soldado ao general, não apenas para entender a missão, mas também para usar sua iniciativa. para se adaptar às exigências de um campo de batalha caótico e em constante mudança para cumprir essa missão. Embora as forças armadas russas tenham se modernizado sob Vladimir Putin, nunca adotaram a estrutura de comando e controle descentralizada no estilo de missão que é a marca registrada das forças armadas da OTAN e que os ucranianos adotaram desde então.

“Os russos não capacitam seus soldados”, explicou Zagorodnyuk. “Eles dizem a seus soldados para irem do Ponto A ao Ponto B, e somente quando chegarem ao Ponto B eles serão informados para onde ir em seguida, e os soldados juniores raramente são informados do motivo pelo qual estão realizando qualquer tarefa. Esse comando e controle centralizados podem funcionar, mas somente quando os eventos ocorrerem conforme o planejado. Quando o plano não se sustenta, seu método centralizado entra em colapso. Ninguém pode se adaptar, e você tem coisas como engarrafamentos de 40 milhas fora de Kiev.”


A falta de conhecimento do soldado russo individual correspondia a uma história que Jed me contou, que mostrava as consequências dessa falta de conhecimento por parte dos soldados russos individuais. Durante um ataque noturno fracassado em sua trincheira, um grupo de soldados russos se perdeu na floresta próxima. “Eventualmente, eles começaram a gritar”, disse ele. “Eu não pude evitar; Eu me senti mal. Eles não tinham ideia de para onde ir.”

Quando perguntei o que aconteceu com eles, ele retornou um olhar sombrio.

Em vez de contar essa parte da história, ele descreveu a vantagem que os ucranianos desfrutam na tecnologia de visão noturna. Quando eu disse a ele que tinha ouvido que os ucranianos não tinham muitos óculos de visão noturna, ele disse que era verdade, e que eles precisavam de mais. “Mas nós temos Javelins. Todo mundo está falando sobre os Javelins como uma arma antitanque, mas as pessoas esquecem que os Javelins também têm uma CLU.”


A CLU, ou unidade de lançamento de comando, é uma óptica térmica de alta capacidade que pode operar independentemente do sistema de mísseis. No Iraque e no Afeganistão, muitas vezes carregávamos pelo menos um dardo em missões, não porque esperávamos encontrar qualquer tanque da Al-Qaeda, mas porque o CLU era uma ferramenta tão eficaz. Nós a usávamos para vigiar os cruzamentos de estradas e nos certificar de que ninguém estava colocando IEDs. O Javelin tem um alcance superior a uma milha, e o CLU é eficaz a essa distância e além.

Perguntei a Jed em que distâncias eles estavam enfrentando os russos. “Normalmente, os ucranianos esperariam e os emboscariam bem perto.” Quando perguntei o quão perto, ele respondeu: “Às vezes, perto assustador”. Ele descreveu um ucraniano, um soldado que ele e alguns outros falantes de inglês haviam apelidado de “Maníaco” por causa dos riscos que ele corria ao enfrentar uma armadura russa. “Maniac era o cara mais legal, totalmente educado. Então, em uma briga, o cara virou um psicopata, corajoso pra caramba. E então, depois de uma briga, ele voltava a ser esse cara legal e educado.”


Eu não estava em condições de verificar nada que Jed me dissesse, mas ele me mostrou um vídeo que havia feito de si mesmo em uma trincheira e, com base nisso e nos detalhes que ele forneceu sobre seu tempo na Marinha, sua história parecia crível. Quanto mais conversávamos, mais a conversa se desviava das variáveis ​​tangíveis e técnicas da capacidade militar da Ucrânia para a psicologia das forças armadas ucranianas. Napoleão, que travou muitas batalhas nesta parte do mundo, observou que “o moral está para o físico como três está para um”. Eu estava pensando nessa máxima quando Jed e eu terminamos nosso chá.

Na Ucrânia — pelo menos neste primeiro capítulo da guerra — as palavras de Napoleão foram verdadeiras, provando-se de muitas maneiras decisivas. Em minha conversa anterior com Zagorodnyuk, enquanto ele e eu passamos por muitas reformas e tecnologias que deram vantagem aos militares ucranianos, ele foi rápido em apontar a única variável que ele acreditava que superava todas as outras. “Nossa motivação é o fator mais importante, mais importante do que qualquer coisa. Estamos lutando pela vida de nossas famílias, por nosso povo e por nossos lares. Os russos não têm nada disso, e não há nenhum lugar onde eles possam ir para obtê-lo.”



« Última modificação: Março 28, 2022, 07:30:26 pm por Malagueta »
 

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2608 em: Março 28, 2022, 07:47:53 pm »
Os Ucranianos estão a queixar-se da má qualidade do RPG-7 Checo (acidentes em treino e não detonação das granadas).
https://www.stvgroup.cz/file/9452ef51fcba5b9f1bad8b58651fb058/1127/LGL-7_eng.pdf

A empresa Checa diz que nunca teve problemas com outros clientes e que a causa provável eram as más condições de armazenamento. Ou seja, cheira-me que a malta está a aproveitar a situação para limpar os paióis das velharias.

Foto de um dos acidentes em treino:
« Última modificação: Março 28, 2022, 08:01:42 pm por LuisPolis »
 

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HSMW

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #2609 em: Março 28, 2022, 07:48:46 pm »
Também mas não só.

Em grande parte a motivação chama-se ELINT e SIGINT:




https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."