Papatango, presumo que retirará informação de várias fontes, por isso...
"Na verdade, também fiquei curioso, porque se há algo que não encontrei em absoluto nada elaborado é como é que teria sido possível impedir uma situação como esta..."
Segundo se vai sabendo os pontos principais para se chegar a um princípio de acordo são precisamente os mesmos que estavam em cima da mesa para evitar a guerra,
Na altura foram considerados inegociaveis por todos, principalmente pelos aliados, mas afinal parece que não é bem assim.
Portanto, para elaborar mais só repetindo novamente tudo.
Começamos pela NATO...
Diga lá que pontos é que eram inegociáveis, e que agora passaram a ser (após uma invasão russa, que muitos achavam que não iria acontecer)? Até agora, só mesmo a Ucrânia não se juntar à NATO (coisa que não ia acontecer na mesma, enquanto se mantivesse o conflito com os separatistas) e aceitar a independência das regiões separatistas. O resto das exigências são absurdas, que são as que passam pela desmilitarização da Ucrânia, saída do Zelensky do poder e agora a Ucrânia também não vir a fazer parte da UE (que também deve ser uma ameaça militar à Rússia ) e nada indica que serão cumpridas.
Mas é sempre engraçado depois vir aqui passar o atestado de estupidez à malta, quando ainda acha, ao fim deste tempo todo, que o Putin tinha razões para invadir a Ucrânia, e atribui as culpas de tudo à NATO.
Ironia das ironias, é que o excelente jogador de xadrez que é o Putin, deu um tiro no pé, ao fazer com que a NATO, que alguns cromos diziam que não tinha razão de existir, fizesse ainda ainda mais sentido do que alguma vez fez nos últimos 30 anos? Genial!
Entrada na UE nunca esteve em causa.
Na NATO é mais do que conhecida a intolerância.
Territórios separatistas já estavam e continuam a ser discutidos. Nem no resto do mundo há ainda consenso relativamente a este assunto.
Crimeia, aparentemente os próprios ucranianos dão como perdida.
A queda do actual governo parece que já não é assunto, e se ler o que escrevi antes já tinha percebido. Mas parece que não quer ou não consegue fazer isso de forma tranquila.
Quanto às razões, que existem de ambas os lados, mais ou menos consensuais, foi o não reconhecimento das mesmas que nos levou até aqui.
Para finalizar o conflito terá de haver entendimento sobre estas mesmas razões e um acordo.
Caso contrário teremos o cenário actual com tendência a piorar, onde o mais forte militarmente acabará por vencer em mais ou menos tempo e com mais ou menos sacrifício.
A NATO, sobre isso mais tarde explico-lhe.
No entanto, neste momento, tem tido um papel fundamental no conflito, principalmente na defesa dos interesses ucranianos...
Deslocam tropas e meios para os países próximos que, sabem, não serão atacados. Fazem umas conferências de imprensa da treta a dizer nada para parecer que estão no conflito.
Mas no fundo tudo não passa de ruído para entreter as massas e justificar a sua ainda existência. Aliás, o circuito é sempre o mesmo... Biden-Boris-Banqueiro (só para ser por "B"...)
Retirem da Aliança os países não europeus e digam-ne que argumentação teria a Rússia para exigir o que quer que fosse da Europa?
Que exigem da China? Não os respeitam?
Como querem uma "sã convivência" entre dois blocos quando nos dois existem países que ainda se consideram inimigos e projectam o seu poderio militar principalmente um em função do outro?
Por muito que custe a muitos entender a Europa seria mais segura sem a NATO que, neste momento, só nos arrasta para possíveis conflitos.
Nunca vi ninguém ameaçar a UE.
É mais do que tempo para a Europa crescer e se assumir enquanto potência, não só militar, caso contrário seremos sempre levados pela mão pelos outros.
Nós sim (europeus) parecemos kengas. Uns deitam-se com a Rússia, outros com os EUA, outros nem se deitam... só olham. E há aqueles que se deitam às escondidas com os dois.
Utópico? Se calhar, até porque há logo o problema da distinção UE/Europa.
Mas imagino um bloco coeso, forte economicamente e seguro militarmente, única forma de nós, europeus, dependentes em demasiado de recursos externos, podermos ter a nossa própria voz na resolução dos nossos assuntos.
A actual NATO, no meu entender, é uma barreira para que tal aconteça.
Bom domingo.