O problema é que só expõe crimes de um lado, quando numa região em que não existe LEI ou onde existe conflitos existe crimes para os 2 lados. Logo a linha sobre quem tem razão ou não tem muitas curvas.
"Etnicamente russos" esse conceito é tão abstrato como o "etnicamente Americano", e além disso o governo Russo nunca se preocupou com a vontade dessa população enquanto a Ucrânia estava do seu lado, e não convém esquecer que naquela zona tanto no tempo da URSS como no pós-URSS houve uma colonização da região por parte da governo central em que incentivavam e construiram infraestruturas na zona para incentivar a migração de "russos" para aquela zona.
Para além disso o governo Russo nunca apoiou uma mudança democrática na região (mesmo tendo em conta de grande parte da população era originária de outras partes da Rússia), andou a movimentar tropas e ensaiou um movimento cívico para que assim que pode invadir o território com forças armadas. (Semelhante a que outros estados fizeram noutros territórios, síria, líbia,...)
A verdade é que os territórios ocupados tem um valor estratégico importantíssimo para a Rússia, e quando esta viu que estava a perder o seu aliado tratou de garantir os seus interesses nomeadamente a passagem do Mar Azov para o mar Negro, tudo o que vem depois disto são reacções e contra reacções.
(Ainda que seja eu anti-OTAN e escreva coisas segundo esse ponto-de-vista,)
Eu denuncio os crimes de que tenho conhecimento...
Mas, se alguém aqui tem provas reais de (1) tráfico de órgãos, (2) colaboração com terroristas do Estado Islâmico, (3) violações em massa e (4) abates de aviões civis por parte dos pró-russos, então que as denuncie.
Que os russos tenham também interesses estratégicos na Crimeia e afins, não tenho dúvidas algumas - sendo, certamente, essa uma das razões pelas quais a Crimeia foi tão rapidamente anexada.
Sendo que, como digo, considero que a intervenção em causa se tenha tratado de uma "anexação" legítima (e não de uma "invasão") - pois, esta foi precedida por um referendo democrático, em que mais de 2/3 da população local votou a favor de tal anexação (em oposição a tantas invasões, que ocorrem contra a vontade das populações locais).
Também, concordo que o termo "etnicamente russo" tem muito que se lhe diga (aliás, na verdade, é um termo errado de se usar)... Sei que os russos são, na verdade, uma mistura de etnias (nas quais se inclui também a ucraniana). Apenas, usei esse termo como "contraste" para "ilustrar", digamos assim, o facto de que não eram os etnicamente ucranianos os habitantes originais de tais territórios (do leste e sul do que é hoje considerado Ucrânia) aquando da colonização dos mesmos, a seguir à conquista destes territórios aos tártaros.
Pese embora, tal como foi relatado aquando da recente anexação da Crimeia, sempre tenha havido uma sensação de injustiça, por parte de elementos da população destes territórios, por terem ficado "do lado errado" da fronteira, após a queda da URSS (antes disso, não deveria isto constituir um verdadeiro problema, pois era tudo pertencente ao mesmo superestado) enquanto pôde esta população viver em paz e em sossego, suponho que também não houvesse causas fortes o suficiente para que se lutasse activamente por uma anexação à Rússia.
(Não havendo, por isso, necessidade de "o governo Russo [se preocupar] com a vontade dessa população"...)
Mas, a partir do momento em que começa esta mesma população a ser vítima de ataques por parte de ucranianos, nos quais se incluem nazis que têm um passado de limpezas étnicas, em cujas vítimas se incluem russos (http://darussia.blogspot.com/2014/02/potencias-ocidentais-apoiam-golpe.html) não só tem a Rússia o direito de intervir, para proteger aquele que é também o seu povo (e que, maioritariamente, votou também a favor de uma anexação à Rússia) como tem até o dever moral de o fazer.
Não podendo, no entanto, fazê-lo neste caso (pelo menos, de modo descoberto) devido à actual conjuntura geopolítica - pois, a intervir militarmente nos territórios em luta, isso seria logo usado pela OTAN para falar numa invasão da Ucrânia e como rastilho, ou pretexto efectivo, para uma Guerra Nuclear.
(Como a Crimeia foi, também abusivamente, incluída como parte da Ucrânia mais tarde, suponho que com essa ainda achavam os russos que se conseguiam safar. Mas, também porque o território na Ucrânia de população que se inclina mais para o lado russo parece ser muito vasto, seria mesmo muito complicada uma intervenção militar desta natureza...)
Eu não tenho problema que denuncie crimes, o que acho é que ao fazer isso insistentemente a só denunciar crimes para um lado está a distorcer a realidade, porque eles existem nos 2 lados. E ao fazer isso parece estar a demonstrar (não o quero insultar de maneira nenhuma apenas estou a fazer ver-lhe a outra face) que ou é um fanático analfabeto que se deixa enganar pela propaganda de um dos lados ou que faz parte (consciente ou inconscientemente) da maquina de propaganda, e assim ninguém o vai levar a sério mesmo que tenha razão.
O que eu tento sempre evitar é defender propaganda e tento perceber o que está por trás, isto porque grande parte das noticias dos 2 lados é propaganda que ou são totalmente falsas ou tem parte de verdades que são depois distorcidas.
Se acha que anexação foi justa ou errada isso apenas cabe a si apresentar argumentos que demonstrem a sua opinião e no final vai ficar mais culto e por vezes até mudar a sua opinião ou a de outros.
É claro que eu posso contra-argumentar que o referendo não foi democrático, que na Crimeia já havia uma quantidade de Russos a lá viver e dai distorceu o referendo, ou que mesmo que se a população russa tivesse a sofrer ataques, apenas tinham de voltar para o País deles,... mas tudo isto são argumentos rebatíveis por outros e estaríamos aqui num ciclo infinito, porque já nada disto importa.
Porque no final do dia e a raiz do problema é que aquele território era muito importante para os Russos, que ponderaram a melhor maneira de o "anexar" puseram em prática o plano e foram bem sucedidos.
Do lado da NATO até foi uma ajuda pois assim conseguiram mais apoio dos Países fronteiriços com a Rússia que ficaram assustados e viraram completamente para o lado do "Ocidente". Por algum motivo disse e bem que a palavra invasão nunca foi muito usada pela NATO, pois é uma palavra demasiado forte que implicaria uma resposta da NATO, o que levaria a um caminho que nenhum dos lado quer seguir mas que são demasiado orgulhosos e tem demasiado em risco para depois voltar atrás.
Se quer um conselho poste mais noticias dos 2 lados aqui no forum, se tiver tempo destaque aquilo que mais concorda ou discorda e vai ver que vai aprender mais e vão-lhe dar mais valor ao trabalho que está a ter ao postar aqui noticias.