Economia nacional

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Re: Economia nacional
« Responder #360 em: Abril 29, 2021, 11:37:05 am »

Afinal não estamos assim tão mal...  :mrgreen:
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Re: Economia nacional
« Responder #361 em: Abril 29, 2021, 11:10:05 pm »
O salto visível a partir de 1986 :)

Mas avançamos muito..... porque vários países europeus fragmentaram-se, o bloco de leste colapsou.
 

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Re: Economia nacional
« Responder #362 em: Abril 29, 2021, 11:35:12 pm »

Também há a comparação com os mais ricos.
Onde andamos sempre nos lugares de despromoção.  ::)
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Re: Economia nacional
« Responder #363 em: Abril 30, 2021, 02:00:43 pm »
Mais do mesmo. A nossa super economia sempre a dar cartas...

https://eco.sapo.pt/2021/04/30/zona-euro-contrai-06-no-primeiro-trimestre-pib-portugues-foi-o-que-mais-caiu/

Dos 12 Estados-membros da União Europeia para os quais já se conhece o PIB do primeiro trimestre de 2021, Portugal foi o que registou a maior queda (-3,3%). Em média, na Zona Euro a contração da economia foi de 0,6% e na União Europeia foi de 0,2%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Economia nacional
« Responder #364 em: Abril 30, 2021, 04:26:42 pm »
Mais do mesmo. A nossa super economia sempre a dar cartas...

https://eco.sapo.pt/2021/04/30/zona-euro-contrai-06-no-primeiro-trimestre-pib-portugues-foi-o-que-mais-caiu/

Dos 12 Estados-membros da União Europeia para os quais já se conhece o PIB do primeiro trimestre de 2021, Portugal foi o que registou a maior queda (-3,3%). Em média, na Zona Euro a contração da economia foi de 0,6% e na União Europeia foi de 0,2%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

Era expectável, basta recordar que foi no 1º trimestre que Portugal viveu o seu período mais negro da pandemia e o país esteve quase todo o trimestre confinado!!!! Só escaparam umas 3 semanas no máximo!
 

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Daniel

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Re: Economia nacional
« Responder #365 em: Maio 07, 2021, 02:29:16 pm »
Insolvências disparam 44% entre janeiro e abril
https://executivedigest.sapo.pt/insolvencias-disparam-44-nos-primeiros-quatro-meses/
Citar
Os efeitos nefastos da pandemia do Covid-19 estão à vista no seio do tecido empresarial português. De acordo com um relatório publicado hoje pela Iberinform, as insolvências tiveram um aumento global de 44% nos primeiros quatro meses de 2021, face ao período homólogo de 2020, com um valor absoluto acumulado de 2.045 empresas que fecharam portas neste período. “motivado em grande parte pelo encerramento de processos”, refere o relatório.

Apenas no mês de abril registaram-se 508 insolvências, mais 272 que no ano transato (aumento de 115%), das quais 319 são processos encerrados, 62,8% do total de insolvências apresentadas.

Em termos absolutos, os distritos do Porto e de Lisboa são os que apresentam maior número de insolvências: 503 e 408, respetivamente. Seguem-se Braga (249), Aveiro (161), Setúbal (119) e, a alguma distância, o distrito de Faro (70).

A Iberinform destaca que apesar da maioria dos distritos (68%) apresentar aumentos de insolvências, há decréscimos a registar, como sucedeu em Angra do Heroísmo (-50%), Bragança (-40%), Santarém (-18%), Faro (-15%), Évora (- 6,7%) e Leiria (-1,5%). No acumulado por setores, os responsáveis da Iberinform assinalam o crescimento de insolvências em todas as áreas de atividade, exceto no setor da Agricultura, Caça e Pesca.

Apesar destes números vermelhos, a Iberinform destaca também a criação de 13.857 novas empresas entre janeiro e abril, um aumento de 4,5% face ao período homólogo de 2020. Isto significa que, durante os primeiros quatro meses do ano, por cada 10 empresas que morreram, 68 abriram atividade.

A Iberinform destaca o crescimento exponencial de 194% de constituição de novas empresa somente no mês de abril, face a abril de 2020, evoluindo de um total de 1.185 para 3.481 novas empresas. O número mais significativo de constituições de empresas registou-se em Lisboa, com 3.973 novas empresas, e no Porto (2.666). No entanto, o distrito de Lisboa apresenta um decréscimo de 7,8% face a 2020, enquanto no Porto é de sublinhar um aumento de 9,5%.

No final de março, uma análise da Crédito y Caución (empresa detentora Iberinform) apontava para um aumento de 19% das falências em Portugal durante o ano de 2021, depois de terem diminuído 5% e 14% em 2019 e 2020, respetivamente.

Até Setembro vai melhorar..  :toto:
 

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Re: Economia nacional
« Responder #366 em: Maio 07, 2021, 02:34:40 pm »

Também há a comparação com os mais ricos.
Onde andamos sempre nos lugares de despromoção.  ::)

vai mudar  ::)
com crescimentos de 27.5%, tal qual os politicozecos já começaram a alardoar hoje, não tarda nada estamos no posto cimeiro !! :bang:
Aldrabões da trampa estes ladroezecos de carreira.

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Economia nacional
« Responder #367 em: Maio 07, 2021, 02:39:25 pm »
Cimeiro só se fôr a contar do fim

Daqui a uns 10-20 anos até a Roménia e a Bulgária nos hão-de ultrapassar
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Re: Economia nacional
« Responder #368 em: Maio 07, 2021, 05:06:48 pm »
Ora tomem lá com mais impostos:

Tem carro matriculado antes de 2007? APREN quer que pague mais IUC

O estudo “Uma nova política fiscal para a transição energética de Portugal” da Associação Portuguesa das Energia Renováveis (APREN) e da Deloitte está nas mãos do Governo para ser analisado.

O estudo propõe que passe a pagar um valor mais elevado de Imposto Único de Circulação (IUC) já a partir do próximo ano se o seu veículo tiver matricula anterior a 2007.



Mais IUC e mais impostos para carros a diesel

Foi na passada quinta-feira que foi apresentado um estudo relativo à transição energética de Portugal. O estudo pretende que se passe a pagar um valor mais alto de IUC e mais impostos para também para o diesel. Contas feitas, relativamente ao IUC, seria um encaixe na ordem dos 150 milhões de euros por ano.

O objetivo passa pela renovação de frotas. O estudo sugere, no entanto, que as reduções do pagamento de IUC sejam aplicadas a veículos ligeiros com mais 10 anos e menos de 3.000 km/ano (pagam 10% do imposto) e veículos ligeiros com mais de 10 anos e entre 3.000 – 5.000 km/ano (pagam 50% do IUC). O estudo recomenda a isenção para veículos elétricos até 2025, sendo que passam a pagar gradualmente de 2026 até 2029.



Sendo o gasóleo um combustível mais poluente, o estudo sugere que pague o mesmo nível de Imposto sobre os Produtos Petrolíferos do que a gasolina.

Contas feitas pela Deloitte, com esta medida o proprietário de um carro a gasóleo pagaria por ano mais 237 euros em combustível (de 928 euros em 2020 para 1.165 euros em 2022).

Outra medida de fiscalidade verde, que diz respeito aos automóveis, proposta pela APREN e pela Deloitte e referida pelo ECO, diz respeito à introdução entre os anos de 2022 e 2026 de deduções em sede de IRS e IRC para incentivar apenas a compra de veículos 100% elétricos. O benefício fiscal estará sempre dependente do abate de uma viatura com motor de combustão interna. O objetivo é ter 20% das frotas eletrificadas em 2030.

https://pplware.sapo.pt/motores/tem-carro-matriculado-antes-de-2007-apren-quer-que-pague-mais-iuc/
 
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Re: Economia nacional
« Responder #369 em: Maio 09, 2021, 03:10:17 am »

« Última modificação: Maio 09, 2021, 03:13:02 am por HSMW »
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Re: Economia nacional
« Responder #370 em: Maio 13, 2021, 07:13:46 am »
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Re: Economia nacional
« Responder #371 em: Maio 13, 2021, 10:05:28 am »


É uma evidência, que a hipocrisia disfarça!
Basta fazer uma conta muito simples, alguém que ganhe 2.700€ mensais brutos, entra logo no escalão de IRS de 45% a que se soma mais 11% para a Segurança Social. Ou seja, quem ganhar mais de 2.700€ mensais em Portugal, o estado fica-lhe com 56% do salário! Ganha mais o estado do que a pessoa a trabalhar!!!!!

Mas continua-se a ouvir que os ricos devem pagar mais impostos!!!! Mais? Aumentarem a carga fiscal para 60 ou 70% como fazem nos combustíveis!?!?!?

E os patrões, esses milionários...... que até deixam fugir as grandes empresas nacionais para estrangeiros...... por falta de €apital!!!!!
Um empresário se tiver lucro, a sua empresa vai pagar 21% de IRC (os primeiros 15.000€ pagam 17%)...... mais a derrama estadual que pode atingir 9% sobre o lucro!!!!!
O milionário empresário que recebe dividendos, além da empresa ter já pago 21% + 9% no limite, ainda vai ter de pagar mais 28% de IRS sobre todo o lucro que receber!!!!!! E já vamos em 58% de impostos sobre o lucro da empresa.

Mesmo assim ainda há iluminados que acham que devemos aumentar os impostos sobre o mais ricos!!!! Eu digo, vão mas é caçar quem foge ao fisco, como a EDP!!!!! Quem usa offshores para evitar pagar 28% na distribuição de dividendos.........

Mas ainda há mais...... muitas empresas têem carros caríssimos para os seus administradores, directores....... (as que têem, que eu nunca tive nenhum), esses carros se forem a combustão e tiverem mais de 3 lugares, para além de não poderem deduzir IVA na compra, ainda pagam tributações autónomas sobre todas as despesas que as viaturas têem por ano, a taxas que variam de 10% para os carros mais baratos (menos de 27.500€) até 35% para carros que custem mais de 35.000€. E este imposto é cobrado sobre todas as despesas anuais dos carros, desde pneus, revisões, combustível, etc. E se a desgraçada da empresa tiver prejuízo nalgum ano, estas tributações autónomas duplicam a taxa, para pagar um imposto de 70% sobre todas as despesas com carros a cima de 35.000€ e nem o IVA pode recuperar dessas despesas..... em todas as viaturas das empresas!!!!!

Mesmo assim ainda há quem queira mais!!!!!
« Última modificação: Maio 13, 2021, 10:08:07 am por Viajante »
 
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Re: Economia nacional
« Responder #372 em: Maio 17, 2021, 04:44:00 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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Re: Economia nacional
« Responder #373 em: Maio 21, 2021, 03:41:58 pm »
Depois de mais umas audições vergonhosas na Assembleia da República, onde pessoas sem escrúpulos ainda gozam com o desplante de não pagarem o que devem a bancos que agora andamos a sustentar. Nenhum deles se lembra de nada, continuam em lugares de poder e intocáveis à justiça, outros fogem para o Brasil e também não se lembra de nada e ele não tem dívidas...... enfim.....

Agora vamos ver outra causa do endividamento do país com a subsidio-dependência que é comum ao país e que só no caso de Lisboa são 200 milhões de euros!!!!!!!

"196 milhões em subsídios. Saiba quem está pendurado no orçamento da câmara de Lisboa

Em três anos a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu subvenções superiores a 196 milhões de euros - duas vezes o valor da transferência de Cristiano Ronaldo - a entidades públicas e privadas, de associações a fundações, passando por institutos, cooperativas ou sociedades.



A Câmara Municipal de Lisboa já deu mais de 196 milhões de euros em subvenções neste mandato. No leque de beneficiários, cerca de 500 por ano, cabe um pouco de tudo; desporto e música, associações de vizinhos ou amigos da calçada portuguesa, empresas camarárias e sociedades unipessoais. Há até quem só sobreviva assim.

Fazer as contas não foi fácil, a informação não está disponível de forma sistematizada no site da CML e à pergunta "Qual o montante atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa em subsídios/financiamentos desde início do atual mandato até à presente data?" a resposta chegou com 22 linhas, mas sem um único número.

A câmara garante que "todos os apoios aprovados pela CML são escrutináveis, sendo publicados em Boletim Municipal". Depois de uma vista de olhos por quatro anos de atas de reuniões de câmara - onde, entre outras decisões, encontrámos esta: "Proposta n.º 858/2018 (subscrita pelo Sr. Vereador José Sá Fernandes) - Aceitar a doação, pela Secretaria de Estado do Ambiente, de uma galinha da raça Pedrês Portuguesa" -, escolhemos recorrer ao site da Inspeção-Geral de Finanças para obter a informação.

As autarquias locais do país - freguesias e municípios - concederam no total 1,623 mil milhões de subvenções entre 2018 e 2020. Só a CML atribuiu diretamente mais de 196 milhões no período em causa (duas vezes o valor da transferência de Cristiano Ronaldo); cerca de 23,1 milhões foram para as artes e espetáculos, 16,3 milhões para o desporto, 38,5 milhões para o turismo, 2,6 milhões para migrantes e refugiados, 4,9 milhões para sem-abrigo e 2,5 milhões para fundações. Ainda assim, nestas áreas está menos de metade do valor registado.

Os números podem ter desvios, quase sempre por defeito, uma vez que há subvenções cujo valor acaba por se revelar diferente do declarado, como veremos à frente, e também porque a finalidade a que se destinam os apoios nem sempre é clara só pela explicação descrita na IGF ou tão-pouco pela informação pública prestada pela entidade obrigada ou pelo beneficiário. Por outro lado, a apresentação anual da IGF não segue uma regra - cada ano é exposto de forma diferente -, dificultando a consulta de dados.

O caso das artes e espetáculos é um bom exemplo desta dificuldade. Em 2018 a CML declarou ter atribuído uma subvenção de 7.650.000 euros à EGEAC, mas nos dois anos seguintes não está registado qualquer valor em favor da empresa municipal responsável pela gestão de alguns dos espaços culturais de referência da cidade (sete museus, um deles com sete núcleos, dois monumentos, quatro teatros - tendo mais sete cedidos ou arrendados - e diversas galerias).

No entanto, a administração da EGEAC disse ao SAPO24 que os valores "realmente executados, e não os previstos em IGF", são 8.550.000 em 2018, 9.000.000 em 2019 e 22.600.000 em 2020. Só aqui estão mais 32,5 milhões do que o total contabilizado por nós, ou seja, do que o comunicado à Inspeção-Geral de Finanças.

De acordo com a lei, as câmaras municipais estão entre as entidades obrigadas a comunicar os benefícios e doações a pessoas singulares ou coletivas dos setores privado, cooperativo e social, bem como a entidades públicas fora do perímetro do setor das administrações públicas, reforçando os mecanismos de transparência.

A lista de empresas municipais que integram o perímetro do setor das administrações públicas no âmbito do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais "tem sofrido alterações todos os anos", admite a IGF, mas, de acordo com a mais recente publicitada pelo Instituto Nacional de Estatística as transferências das verbas da CML para a EGEAC deviam, em princípio, ter sido comunicadas.

A Inspeção-Geral de Finanças lembra que "o processo de prestação de contas de 2020 ainda não está concluído, nomeadamente das autarquias locais (o prazo para apresentação de contas termina em 30/06/2021)", pelo que "não é possível, nesta fase, confirmar a totalidade das situações de eventual incumprimento da lei".

Considera-se subvenção pública “toda e qualquer vantagem financeira ou patrimonial atribuída, direta ou indiretamente, pelas entidades obrigadas, qualquer que seja a designação ou modalidade adotada”, “incluindo as transferências correntes e de capital e a cedência de bens do património público”. Acresce que o artigo 10.º prevê sanções para o "incumprimento ou cumprimento defeituoso" do disposto na lei. Apesar disso, não temos conhecimento de que estas tenham sido aplicadas.

Para justificar a verba recebida, a administração da EGEAC esclarece que "a gestão da empresa é orientada pelo interesse público, não pelo lucro. Note-se, aliás, que a empresa está impedida por lei de perseguir um fim comercial. Note-se também que dos vários equipamentos que gere, por transferência da CML, apenas dois não são deficitários. Não obstante, a EGEAC procurou sempre garantir fontes próprias de rendimento e conseguiu, até 2020, um rácio de receitas próprias superior a 50% do valor total do orçamento, o que é mais do que o exigido por lei. A CML, como acionista único da empresa, cobre com um subsídio à exploração o deficit da empresa que resulta da necessidade de garantir o serviço público. Como exemplo dessa atividade, estão as centenas de iniciativas que a empresa proporciona de forma totalmente gratuita ao longo do ano, designadamente no espaço público, como as Festas de Lisboa".

No bolo das entidade subsidiadas pela câmara de Lisboa estão também dois teatros do grupo EGEAC - Teatro Aberto e Teatro A Comuna -, cedidos para exploração por terceiros. "A programação e gestão artística dos dois Teatros, como é sabido, é da responsabilidade, há muitas dezenas de anos, das companhias Novo Grupo de Teatro e A Comuna, não tendo a EGEAC qualquer responsabilidade nestas áreas, apenas na gestão patrimonial dos espaços em questão", confirma a administração da empresa municipal.

A CML atribuiu à Comuna - Teatro de Pesquisa 120 mil euros e ao Novo Grupo de Teatro (Teatro Aberto) 700 mil euros no período em causa. As empresas, de resto, podem receber apoios de mais de uma entidade pública. O Novo Grupo de Teatro recebeu em 2018, por exemplo, 251.392,72 euros da Direção-Geral das Artes (DGA) e 12 mil euros do Fundo de Fomento Cultural (FFC), além dos 200 mil euros da CML. No mesmo ano, a Comuna - Teatro de Pesquisa recebeu da DGA 257.056 euros, além dos 40 mil euros da câmara municipal.

Há valores mais elevados. A Leopardo Filmes, Lda e a Medeia Filmes, ambas de Paulo Branco, receberam respetivamente 860 mil e 180 mil euros da CML nos últimos três anos. As duas empresas recebem ainda apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e a Leopardo Filmes tem também um subsídio da Câmara Municipal de Sintra pela realização do Leffest - Lisbon & Sintra Film Festival. Entre 2018 e 2020, no total, as duas empresas receberam pelo menos 4.698.884,78 euros em subvenções públicas.

A câmara de Lisboa salienta "que não há projetos financiados integralmente pela CML. Por regra, a CML concede apoio até 50 por cento do montante global de um projeto,  o que quer dizer que os respetivos promotores têm de encontrar receitas próprias ou outros financiamentos para assegurarem a sua execução".

"Fica a sensação de que há clientelas"

O PSD considera que tem tido "um papel fundamental no plano da transparência". Teresa Leal Coelho, vereadora sem pelouro, tem "lutado para que todos estes apoios sejam escrutinados, e o partido mantém uma contabilidade própria sobre os subsídios que vão sendo concedidos às diversas áreas, embora com dúvidas, porque "os números não são claros".
Temos de exigir a todas as pessoas que recebem estes subsídios que apresentem relatórios de execução e de impacto económico, orçamentos previsionais e planos de concretização dos projetos".

Apesar de algumas entidades afirmarem que entregam à CML relatórios de atividade, os números raramente são publicados nos respetivos sites. Quando há sites. Torna-se, por isso, difícil estimar o impacto para a cidade de cada atividade apoiada.

Teresa Leal Coelho diz que "fica a sensação de que há clientelas" e que as subvenções são entregues "ad hoc", estranhando também que não haja cruzamento de informação para se saber quem recebe que montantes de quem, uma vez que há beneficiários que parecem viver de subvenções públicas.

O deputada municipal Margarida Bentes Penedo, do CDS, diz que "o escrutínio incomoda a esquerda". E quando diz esquerda, refere-se ao "PS, que foi dando à extrema-esquerda, Bloco de Esquerda e PCP, o poder que entendeu, já a pensar que viria a precisar dela". "Já João Soares governava com o PC", recorda. "Instalaram-se no Estado, na câmara de Lisboa, que governam há 14 anos, e encaram o exercício do poder e o poder que têm sobre a cidade como se fosse a sua casa. E qualquer oposição ou discordância, mais do que um incómodo é uma insolência. Não se sentem obrigados a dar respostas, que até podem dar, mas não sentem isso como um bem para a democracia; é mais uma formalidade que são obrigados a cumprir quando insistimos muito".

O desporto é outra das áreas mais subvencionadas: judo, atletismo, xadrez, corfebol, basquete, natação, rugby, ténis, ciclismo, vela, capoeira ou montanhismo, a lista é quase infindável. O Lisboa Ginásio Clube está entre as entidades mais apoiadas, com um valor acima dos 400 mil euros em três anos (mas que tem vindo a diminuir).

A justificação do coordenador-geral do clube, Ramiro Fernandes, podia aplicar-se a quase todos os outros: "A atividade regular é comum a todos os clubes da cidade", explica. "A câmara faz uma grelha de acordo com diversos critérios, como o número de praticantes, de federados, de modalidades, população feminina ou com necessidades especiais, idosos ou crianças e, em função disso, atribui um valor. Mas todos os anos temos de fazer uma candidatura em igualdade de circunstâncias com os restantes clubes". Há dez anos que o fazem.

Além disso, existem programas específicos negociados com a câmara e relatórios de participação. "Ainda hoje vou entregar um sobre o projeto Mov'In, para uma população com necessidades especiais", adianta Ramiro Fernandes. O acordo prevê a disponibilização de uma rede de instalações a que é possível ter acesso a custo zero, "a câmara paga o técnico e apoia-nos com algum material".

O coordenador-geral conta que em 2018, quando celebrou 100 anos, "o Lisboa Ginásio Clube tinha 2 mil sócios e mais de mil praticantes, o que não acontecia há anos. Fizemos um plano estratégico de recuperação e estávamos a crescer quando chegou a pandemia, íamos ter lucro no final do ano - que não seria para os sócios, mas para investir nas instalações, em técnicos qualificados, etc. Hoje temos 650 praticantes, regredimos seis anos".

Se era possível viver sem os apoios da câmara de Lisboa? "Se não fosse a câmara, muitas das atividades e muitos clubes da cidade não conseguiam fazer o trabalho que fazem com os miúdos. Quando quisermos ser rentáveis, acabamos com as competições, mas aí acabamos com a génese do clube. Se queremos medalhas, temos de dar condições aos atletas. Os atletas de competição pagam 50 euros por mês, e isso não paga o custo da modalidade".

Faz as contas em voz alta: "Na ginástica artística feminina ou masculina não podemos ter mais de cinco ou seis atletas, até por questões de segurança - nos trampolins é a mesma coisa. Um técnico recebe 12,50 euros/hora. Se trabalhar com uma criança duas horas por dia, são 25 euros, 125 euros por semana, 500 euros por mês. E, no mínimo, deve trabalhar três horas. Todas as atividades desportivas de competição são deficitárias", assegura.

O Lisboa Ginásio Clube tem cinco modalidades de competição. "O que compensa é o fitness, mas aí estamos a cair por causa dos ginásios lowcost, com quem não conseguimos competir. Eles abrem a porta e deixam as pessoas lá dentro, por isso o preço é tão baixo. E têm instalações novas, aspecto mais agradável, tornam-se mais atrativos".

À frente do LGC em subvenções está o Maratona Clube de Portugal, com 300 mil euros por ano, a Volvo Ocean Race, com 333,3 mil, ou a Federação Portuguesa de Judo que, excecionalmente e por causa do Campeonato Europeu de Judo, recebeu da CML mais de um milhão de euros em 2020.

Mas há outras contas a pesar, como a da Carris, que em dois anos recebeu uma subvenção de quase 51 milhões da CML (não há valor declarado para 2020), a da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), que em três anos recebeu mais de 2,9 milhões de euros para "eventos" e "iluminações de Natal", a dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, um pouco menos de que 3,5 milhões por ano, ou a da Associação de Turismo de Lisboa, cujos benefícios - quase 38 milhões de euros - têm vindo a subir de ano para ano e de onde sai dinheiro para a Web Summit: perto de 8,4 milhões de euros para as edições de 2019 e 2020.

Uma pedra no sapato chamada Web Summit

A Web Summit é, para alguns, uma pedra no sapato. PCP e Bloco de Esquerda são, desde a primeira hora, contra as subvenções destinadas ao evento.

O vereador João Ferreira, também eurodeputado e agora candidato à presidência da câmara de Lisboa, acredita que "a intervenção dos eleitos do PCP" tem sido no sentido de fazer "uma avaliação das propostas de acordo com a sua pertinência, relevância e benefício que trarão para quem vive e trabalha em Lisboa, procurando defender o direito à cidade para todos. Essa é a razão pela qual nos opusemos aos apoios muitíssimo vultuosos atribuídos à Web Summit ou outros eventos de natureza semelhante, organizados por entidades multinacionais, com fins lucrativos".

Esta é também a posição do Bloco de Esquerda, que "tem analisado sempre os apoios caso a caso", como assegura Manuel Grilo, vereador com o pelouro dos Direitos Sociais e da Educação. "No caso do Web Summit, desde a primeira hora que o Bloco se posicionou publicamente contra o apoio a esta iniciativa".

As coisas não são muito diferentes em relação à Moda Lisboa (cujos valores não incluímos na soma das artes e espetáculos). Teresa Leal Coelho congratula-se por "finalmente, ao fim de três anos de braço-de-ferro com a CML", terem "exigido à Moda Lisboa toda a documentação de suporte do subsídio de 700 mil euros/ano. Há 20 anos que a Moda Lisboa é financiada pela câmara de Lisboa e, na minha perspetiva filosófico-política do uso de dinheiros públicos, devia ganhar autonomia. Não estou a dizer que a câmara não dê apoios, mas o projecto tem de ter outras fontes de financiamento, como se faz em todo o mundo. Já é crescida para isso".

Só nestes três anos a Moda Lisboa recebeu mais de 2 milhões de euros. No protocolo celebrado com a câmara, como acontece com outras organizações, "o município de Lisboa compromete-se a ceder gratuitamente o local, garantir os licenciamentos camarários necessários, dar apoio da Polícia Municipal e do Regimento de Sapadores Bombeiros, apoio dos serviços eletromecânicos municipais, ceder grades e baias necessárias, plantas decorativas, recolher os lixos, proceder à impressão de materiais gráficos na imprensa municipal, apoiar a comunicação e a promoção do evento, nomeadamente com a cedência gratuita dos meios de divulgação de que a CML possui: mupis, Agenda Cultural, sites institucionais".

Da Moda Lisboa, Manuela Oliveira, communication manager, assegura que "todas as edições - vai na 56.ª - é entregue à câmara um relatório referente à edição anterior e, normalmente, com uma antecipação do que será a edição seguinte. Este ano foi pedido também um estudo de impacto económico, que está a ser elaborado pela câmara".

O relatório habitualmente entregue "tem vários indicadores, como o retorno mediático, por exemplo. Uma das nossas principais missões é promover a moda de autor, por isso medimos o retorno em comunicação. Depois há o número de convidados, o número de jornalistas presentes, contactos feitos, etc.", explica a responsável.

O impacto para a cidade de Lisboa não sabem. Este ano o evento, como outros, foi digital, por isso aberto a todos pela primeira vez. Manuela Oliveira confirma que a CML se compromete com uma série de ajudas, "sempre mediante a sua possibilidade". Ou seja, "quando tem disponibilidade, a gráfica municipal imprime conteúdos e materiais gráficos, mas nas últimas duas edições, por causa da pandemia, nem entregámos materiais impressos. Essas coisas não se aplicam literalmente a todas as edições", explica. "Mas este também é um evento da câmara".

A Moda Lisboa tem "uma estrutura fixa de nove pessoas o ano inteiro", mas para "um evento físico envolve cerca de 600 pessoas, o que implica a coordenação de várias equipas". É associação desde 1996 - o que lhe dá benefícios, entre outros, fiscais -, e "há anos" que tenta "outros financiamentos". "O objetivo é que 70% do investimento seja privado e 30% da CML, a questão é que o último ano foi difícil e nos anteriores não tem sido fácil arranjar patrocínios. Trabalhamos com um coletivo de designers que depende da Moda Lisboa para apresentar uma coleção, têm sido centenas de nomes ao longo dos anos, e não têm estrutura para fazer isto sozinhos", conclui.

Nem todas as subvenções são elevadas, os valores variam entre menos de cinco mil euros e os vários milhões. O valor médio é superior a 100 mil euros/ano. É nesta fasquia que se encontra, por exemplo, a PORPAV - Associação da Calçada Portuguesa. O site não tem praticamente mais informação além de quem são os associados, data de constituição e contacto.


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https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/196-milhoes-em-subsidios-saiba-quem-esta-pendurado-no-orcamento-da-camara-de-lisboa
 

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Re: Economia nacional
« Responder #374 em: Junho 09, 2021, 11:12:35 am »
Compras online fora da UE? A partir de 1 de julho vai pagar IVA

Em 2019 informámos aqui que todas as compras extra-comunitárias iriam parar na Alfândega a partir de 2021. As alterações estavam previstas iniciar em janeiro de 2021, mas de acordo com os CTT as novas regras para a importação de compras online feitas fora da UE só terão início no primeiro dia de julho de 2021.

Saiba o que muda.



A partir de 1 de julho de 2021 todas as compras eletrónicas extracomunitárias passarão a ser alvo de Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), independentemente do valor do objeto e da data em que foi adquirido, terminando assim a atual isenção de IVA nas compras extracomunitárias até 22 euros.

Segundo informação dos CTT, o processo de desalfandegamento será mais simples, envolvendo maior automatização, e o preço dos serviços de desalfandegamento será mais baixo.

Todas as compras passam a pagar IVA


-    Os pacotes postais/encomendas de origem extracomunitária contendo bens que derem entrada no espaço da União Europeia a partir de 1 de julho de 2021, independentemente da data em que foram adquiridos e do valor do bem, estarão sujeitos a pagamento de IVA e/ou direitos aduaneiros
-    Em alguns sites de vendas online os consumidores poderão ter a opção de pagar o IVA no momento da compra
-    O IVA e/ou direitos aduaneiros poderão continuar a ser liquidados à entrada em Portugal, devendo os consumidores acompanhar o processo de desalfandegamento no Portal de Desalfandegamento.



São consideradas compras extracomunitárias aquelas que são realizadas em países fora da União Europeia. Existem também alguns territórios da União Europeia que, para efeitos fiscais, são considerados extracomunitários, estando por isso sujeitos a controlo aduaneiro e ao pagamento de IVA:

    Alemanha (Buesingen, Heligolândia)
    Espanha (Canárias, Territórios de Ceuta e Melilla, Andorra)
    França (Martinica, Guiana Francesa, Ilha da Reunião e Guadalupe)
    Grécia (Monte Athos)
    Itália (São Marino, Lago de Lugano, Livigno e Vaticano)
    Reino Unido (Guernsey, Jersey, Ilha de Mann e Gibraltar)
    Finlândia (Ilhas Aland)
    Dinamarca (Ilhas Faroé)

Para efeitos fiscais, deve ser considerado o país de origem do envio e não o país da loja online. Registe-se no Portal de Desalfandegamento e garanta que ao comprar online fora da UE indica o seu telemóvel e email.

https://pplware.sapo.pt/internet/compra-produtos-online-fora-da-ue-a-partir-de-julho-vai-pagar-iva/