O "forista" esta mais do que habituado ao serviço e não tenho qualquer problema de o fazer o serviço. Não é essa a questão a questão é mais se tenho o direito a um descanso na parte da tarde, e não ter de estar sempre a perguntar se posso ir descansar e os graduados virarem-se para nós - vais descansar só porque eu deixo (claro quando ocorre de poder descansar). Tive a pesquisar pela net e não encontrei RGSUE mas vou tentar pedir, e vou ver se encontro alguma coisa a legislar algum tipo de descanso.
Os serviços que se fazem era feitos por pelo menos 3 praças e depois do jantar fazia-se 4 horas a descansar 2 horas de serviço. Bem diferente de só se poder dormir depois da meia noite e mesmo assim 1 tem que estar acordado.
Caro forista kidding, não entendi se o aplicar de aspas à expressão
forista, é para denotar algum melindre pela utilização da mesma, ou pelo facto de as respostas que surgiram, não lhe terem agradado.
Se não entendeu o teor das mesmas, como isto é um forum publico, aberto à troca de ideias, de experiências, de opiniões e de esclarecimento de situações e vou novamente esclarece-lo, mas desta vez de uma forma mais objectiva.
Relativamente ao direito descansar após um serviço ordinário de 24h (ou sejam elas quantas forem) e desempenhado apenas por 2 militares (ou sejam eles quantos forem),
não tem direito a qualquer descanso, antes do final do serviço orgânico desse dia, segundo o que estiver estipulado em horario de serviço interno da U/E/O.
O serviço é regulamentado pelo RGSUE e pelas NEPs próprias de cada unidade, feitas em função da especificidade da missão da unidade.
Não quero eu com isto dizer que estou de acordo, ou que esta correcto, apenas que é o que esta escrito em regulamento próprio, ou seja, não há nada que determine o direito a ir descansar após ter estado de serviço 24h e ter passado a noite acordado, como já referi, apenas o bom senso leva a que isso não deva ser feito, sempre que seja possivel.
Quanto a pesquisar, na intranet do exército tem acesso a esse e outros regulamentos.
Em Portugal os serviços são feitos pelo numero de militares disponiveis para tal, que nem sempre são os 3, efectivo minimo ideal; posso dar-lhe vários exemplos de U/E/O em que apenas 2 militares fazem 24h de serviço, incluindo dividir a noite.
É a típica coisa que o militar tem que "calar e comer"...
Na minha opinião, o militar tem que começar cada vez mais a ser tratado com mais respeito e como um empregado normal, não como carne para canhão e que tem que ser pau mandado. Isto devia ser regulamentado.
Claro que o militar tem que estar disponível 24h. Claro que o militar de vez em quando tem que se submeter a condições piores. Claro que o militar pode ser arrancado da cama a qualquer hora. Claro que o militar tem que pôr a sua vida em risco.Mas a tempo inteiro, sem direito a descansar, e com oficiais a tratarem abaixo de cão, não...
É que se ainda tivesse em caso de guerra aberta, era compreensível, mas assim não vejo a necessidade.
Justificar a "condição militar" para tratos desumanos é, na minha opinião, completamente estúpido. Supostamente essa "condição militar" é para casos excepcionais e para casos de necessidade, não para fazer disso um dia-a-dia. Usam e abusam dessa linha.
Acho que o militar deve ter direito a uma qualidade de vida como qualquer cidadão, na medida do possível.
Cara forista malina, como se depreende das suas palavras, não é militar e se pensa vir a se-lo, concerteza, tera futuramente uma visão diferente da actual, pois a instituição militar vista de fora é significativamente diferente de quando se esta lá dentro, se bem que com o tempo e as circunstancias esteja a mudar.
O militar
nunca foi, não é, e nunca poderá ser um empregado normal, e se isso um dia vier a acontecer então é melhor acabar com as FAs e entregar essas missões as forças de segurança e empresas privadas.
O militar tem direitos e deveres, diferentes dos restantes cidadãos, consignados em diferentes diplomas, como por exemplo, o mais importante de todos, afirmado na cerimónia do juramento de bandeira: defender a pátria, mesmo com o sacrificio da própira vida; quantos empregos normais a malina conhece em que se firme um contrato em que isso lá venha consignado?
No seguimento desse mesmo juramento compromete-se a cumprir as leis, ordens e regulamentos militares, ou seja, admite que está disposto a seguir um determinado padrão de actuação e isto não se aplica somente das "nove à cinco", como num emprego normal, mas durante as 24h do dia.
Daqui surge a condição militar, que não é uma condição pontual, dependente de momentos, situações ou missões, mas uma condição permanente, de acordo com diplomas que a determinam e que por exemplo dão ao militar o direito ao uso e porte de arma( militar do QP), alojamento, alimentação, formação, etc.
Ou seja, há direitos e deveres, que implicam essa condição militar e não podemos apenas reivindicar os direitos e reclamar dos deveres, mesmo quando em muitas situações eles não nos agradam, ou nos prejudicam. Isto não é o "comer e calar", é o cumprir, conforme os regulamentos a que nos sujeitamos, quando aceitamso ser militares; é quase como no casamento "para o bem e para o mal", senão não vale a pena casar.
Infelizmente, hoje em dia, cada vez mais se vê a tropa dos direitos e menos a dos deveres, pois qualquer coisa serve para reclamar, esquecendo que por vezes as situações são as possiveis, nos contextos em que são desenvolvidas.
Obviamente que há muita coisa mal e que infelizmente há-de continuar, pois não se mudam metalidades e habitos instituidos há decadas, em anos.
Mas uma coisa é importante frizar, nunca se poderá por a instituição militar em pé de igualdade com qualquer empresa ou actividade, pois como já referi, se e quando isso acontecer, mais vale "fechar as portas e entregar as chaves".
Mas esta é tão somente a minha opinião, e como é obvio vale o que vale.
Cumprimentos