Discutir este assunto envolve mesmo muita coisa e torna-se confuso quando estamos aqui a falar ao mesmo tempo de diferentes tipos de helicópteros e diferentes tipos de doutrinas e estruturas/organizações para as unidades aéreas (seja do Exército ou não). Que missões é que queremos que os helicópteros façam? Qual é a estrutura e organização que queremos? O UALE fica no Exército? Passamos a ter um comando conjunto com os helicópteros inseridos no EMGFA? Fica apenas a FAP com os helicópteros? Que salada que isto fica.
Concordo totalmente que a criação da UALE foi uma asneirada tremenda que desdea a manutenção de uma unidade aberta à 20 anos sem um único meio aéreo, à aquisição falhada dos EC e NH, já vai bem acima dos 100 milhões de prejuízo. Mas para não se acabar com a mesma à tanto tempo é porque ainda existe a esperança de ver qualquer coisa a voar por aquelas bandas, e posto isto vamos ao que interessa:
Percebo o que
quer dizer mas quero reforçar que a continuação da existência da UALE acaba por ser uma ferida aberta nas forças armadas, pois são recursos que estão a ser gastos desnecessariamente, sem qualquer objectivo definido, e numa altura de aperto de cinto. É quase o mesmo que eu não ter dinheiro para encher o depósito do meu Ferrari e ir passear com ele mas tê-lo encostado na garagem e continuar a pagar o seguro, as prestações e o imposto.
Quanto tempo terá passado quando formos a finalmente adquirir helicópteros para a UALE? Quantos anos mais serão necessários para adquirir os bichos? Talvez 1 ano por ajusto directo ou 2 a 3 anos com a avaliação e negociação. Depois quanto tempo até à entrega dos primeiros e a formação do pessoal? Talvez meio ano ou até 1 a 2 anos. Então facilmente chegamos a mais uma década com a UALE ali a operar, a chupar recursos, e a necessitar que se vá formando pessoal para manter o conhecimento e a experiência da unidade.
Como o dc e nelson38899 escreveram:
Acredito sim que no exército ainda se pense no UALE como uma realidade, e só por isto é que não foi desactivado. Duvido que o próprio exército, face à conjuntura actual, dê prioridade a helicópteros quando ainda há muitos problemas por resolver dentro do seu próprio ramo, desde a defesa aérea até aos M-113, ou as versões lança-pontes e de recuperação dos Leo, armas ligeiras e variados equipamentos individuais, entre muitas outras coisas prioritárias... portanto, não me parece que nos próximos 5 a 10 anos helis no exército venham para o topo das prioridades...
E para não criar linhas de corte, continuo a não perceber, porque razão a entidade Forças Armadas Portuguesas, com apenas 30 mil homens, tem tantas chafaricas e tantas quintinhas.
Se alguém no Exército pensa que a UALE ainda tem possibilidade vir a receber helicópteros aquando a actual (e futura) situação económica do país, então das três uma: ou estão à espera de "roubar" o substituto do Alouette III à FAP para a UALE, ou são incompetentes e precisam de ser mandados embora, ou são malucos e precisam de ir para o manicómio.
Os Helios dobrarem as pás e a cauda nao serve so para guardar no hangar de um navio. Até para serem aerotransportadas serve...
Sim, mas no entanto o custo dessa capacidade nem sempre compensa face ao benefício. Era este um dos pontos que eu queria fazer.
Os Hélis fazem falta ao exercito devido as burocracias das forcas armadas.
É estas burocracias com que temos de acabar nos dias de hoje.
Se o precisamos do nh90? Nao, esta mais q visto que esse heli nao nos serve. Quando tiverem dinheiro comprem Hélis comprovados em combate e de facil manutencao, e nao se ponham a inventar...
Nós até que precisamos dos NH-90
mas vai depender totalmente do que queremos realmente fazer em termos de missões e da doutrina e estrutura a utilizar. Por exemplo, temos falta de pilotos-comandante para os EH-101 e estes também são caros de operar; portanto, sim precisamos do NH-90 para permitir que a FAP deixe de fazer muitas missões de apoio ao Exército (e Marinha) por forma a voarem menos horas e não terem de fazer algum do treino associado a essas missões.
Não daria jeito a Portugal, fosse à UALE ou a FAP? Qualquer um deles à mais avançado que o ALIII e aproveitando que os EUA querem reduzir o pessoal nas Lajes. :roll:
Existiu o rumor da compra de uns Sikorsky S-333/Robinson R66 para a FAP, tendo na altura respondido que a ser verdade mais valia comprar o Jet Ranger que pelo menos faz um par de missões. :roll:
Eu acho que é vital e que faz todo o sentido aproveitar a necessidade da substituição dos Alouette III para decidir uma vez por todas como vão ficar no futuro os meios de asa-rotativa nas forças armadas e até mesmo nas restantes instituições nacionais (p.e. INEM e Protecção Civil).
Se vamos substituir o Alouette 3 por AW109 na FAP vamos depois deixar um pacóvio qualquer adquirir EC-635 (a nível de exemplo) para a UALE, ou se adquirirmos bastantes helicópteros ligeiros para a FAP (>
faz sentido continuar a existir a UALE? Se realmente queremos a UALE a fazer missões como transporte táctico, reconhecimento e escolta, que no passado eram feitas pela Esquadra 552, faz sentido adquirir um helicóptero como o AW109 para a FAP em vez de um helicóptero mais pequeno como o Colibri?
É a falta de uma visão geral, estratégica e a longo prazo que no passado nos tem criado tantos problemas e queimado tanto dinheiro.
Eu não percebo porque é que não podemos ter apenas dois tipos de helis, o EH e o lynx nas suas versões naval e "terrestre", Pouparia-nos dinheiro na logística!
Sim, mas neste caso específico o dinheiro poupado na logística poderá não compensar os custos operacionais do EH-101 e do Lynx comparados a outras alternativas e até mesmo os custos de aquisição do Lynx; como o mafets já referiu. Especialmente numa era em que helicópteros diferentes, e de diferentes fabricantes, acabam por ter alguns componentes em comum (motores, aviónicos, sensores, etc.).
Cumprimentos,