DREMANU:
Agora é que disse uma grande verdade.
Dadas as condições militares e políticas no Portugal pós 25 de Abril, não havia condições mínimas para manter o status quo nas colónias por mais anos, de modo a preparar uma transição mais pacífica e calma, nem Portugal estava de facto em condições de negociar numa posição de força perante as guerrilhas.
Não esqueça que o PAIGC, a FRELIMO e o MPLA já tinham sido recebidos pelo Papa no tempo do Marcelo Caetano e esses movimentos recebiam apoios do estrangeiro (e não só da URSS).
Por isso Portugal estava numa posição de fraqueza.
A responsabilidade por isso foi do Estado Novo e dos seus dirigentes, que após o fim da II Guerra Mundial não foram capazes de saber ler os novos ventos da história, nem quando assistiram às descolonizações que Inglaterra e França efectuaram em África.
Continuaram a acreditar na quimera romântica de um Portugal uno e indivisível, do Minho a Timor.