Utilizando os fundos do PRR, que existem num espaço temporal de execução limitado, este será, muito provavelmente, o próximo navio da Marinha Portuguesa.
Integrado no
Centro de operações de defesa do Atlântico e plataforma naval, terá de responder aos seguintes desafios:
Desafio 1 - Monitorizar a dimensão bio-geo-química do Oceano e da atmosfera;
Desafio 2 - Inventariar e avaliar os recursos minerais e todos os outros recursos não renováveis do
solo e subsolo marinho sob jurisdição Portuguesa;
Desafio 3 - Inventariar continuadamente os recursos vivos (recursos renováveis) e monitorizar a sua
evolução, causas e efeitos;
Desafio 4 - Vigiar e combater as irregularidades e ilegalidades sobre o oceano de jurisdição
portuguesa, cometidas sobre as cadeias de valor das indústrias oceânicas;
Desafio 5 - Responder a catástrofes naturais e acidentes provocados pelo homem;
Desafio 6 - Contribuir para a mitigação das ações humanas nocivas no oceano (combater os efeitos
da poluição, como por exemplo os macro plásticos);
Desafio 7 - Aumentar a capacidade de registar toda a informação produzida sobre o Mar. Produzir
novo conhecimento e gerar conhecimento através da fusão de informação. Desenvolver modelos d
Especificação da Plataforma Naval Multifuncional
Sistema 1 - Sistema Naval de Base
Como uma plataforma multifunções, deve estar equipada não só com o conjunto de sensores adequados às
suas tarefas de monitorização e trabalho de oceanografia, mas também com todos os equipamentos de suporte
à operação conjunta com meios avançados e suporte a trabalhos de investigação, desenvolvimento e
“deployment” de meios inovadores e de interesse para o futuro.
Como plataforma base para a monitorização oceânica, e investigação oceanográfica, deve possuir:
• Sistema de comando e controlo da plataforma com uma rede digital redundante e resiliente (sempre
que possível encriptado e seguro), de alto débito, ligada a sistemas de comunicação para o exterior, o
que inclui sistemas de ancoragem satélite, comunicações em HF/VHF/UHF/SHF. Nestes sistemas
inclui-se o comando e gestão centralizada da plataforma, comando e controlo de Drones – permitirá o
desenvolvimento das tecnologias de comunicações, redes e aplicações de gestão e armazenamento da
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informação, assim como de sensores e equipamentos inteligentes na gestão de plataformas complexas,
úteis e transversais a muitas necessidades industriais e operacionais;
• Posicionamento dinâmico (DP1);
• Capacidade de propulsão com ruído reduzido (propulsão complementar elétrica) para trabalhos de
acústica;
• Sistema de posicionamento acústico de meios submarinos (quer na coluna de água quer até
profundidade de oceano total, 6.000m, por exemplo com pelo menos 2 máquinas de “deployment” de
sensores acústicos SBL/USBL;
• Baía para lançamento de meios submarinos (abertura na ordem dos 20x10m e capacidade de
lançamento até 30 toneladas). Este acesso à água permitirá operar em conjunto com outros meios dos
quais o navio será estação base. É de salientar a operação com USVs (Veículos de Superfície não
Tripulados) especificamente desenvolvidos para recolher lixo oceânico e plástico;
• Alternativamente ou complementarmente deve possuir uma baía de desembarque para sistemas
autónomos de superfície para meios navais de médio porte;
• Possibilidade de instalação de patilhão / com sensores fixos – similar a outra “deployment machines”
usadas em DP e acústica, mas para sensores teste – potencialmente usando moonpool;
• Sistema de lançamento de cargas A-frame com compensação de ondulação, permitindo não só
lançamento e suporte à operação de meios tradicionais como o um Work Class ROV, o lançamento de
boias oceânicas, etc;
• Guindaste a bordo com capacidade de carga até 50 toneladas;
• Capacidade de espaço no Convés ou tombadilho para transporte de diferentes meios, destacando-se a
possibilidade de transportar laboratórios contentorizados particulares, um ROV DRILL, um Work
Class ROV, observatórios, submarinos, veículos robóticos submarinos e de superfície de dimensão
considerável (2-4 toneladas);
• Capacidade de suportar o lançamento / aterragem e descolagem de meios robóticos aéreos, quer de asa
fixa quer de asa rotativa (de preferência vertical “take-off and landing”, mas eventualmente recorrendo
a “launch pads”, redes de captura, catapulta);
• Possuir um helideck à proa compatível com helicópteros operados pela Marinha Portuguesa;
Complementarmente deve possuir capacidades logísticas, laboratoriais e de operação:
Laboratórios de Geofísica, Biologia, Geologia;
Oficinas (apoio técnico a sistemas avançados anteriormente listados);
“Garagem” para subsistemas e robóticos anteriormente identificados.
Acresce a possibilidade de operar e gerir fisicamente módulos contentorizados, quer do ponto de vista espacial,
quer do ponto de vista lógico, mecânico e elétrico.
Para além da ponte de Comando do Navio, deverá possuir uma ponte de operação para as missões em curso,
pontes para operação dos sistemas robóticos e sistemas de fundo, uma sala de operações multifuncional para
operar estes sistemas avançados, uma ponte científica, diversas salas de reuniões e gabinetes de trabalho e
auditório de acompanhamento de missões – para visitantes e acompanhamento externo de missões.
Será particularmente relevante a implementação uma solução de energia baseada na combustão de amónia
verde por via de motores dual-fuel, quer seja para o sistema de propulsão quer seja para a geração de energia
elétrica para todos os demais sistemas.
Sistema 2 - Duas lanchas rápidas para proteção da plataforma e estender a ação direta da plataforma,
quer na verificação/interceção de agentes em atividades potencialmente irregulares, quer no auxílio à
coordenação de operações de monitorização e vigilância.
• Sistema 3 - ROV Drill - Um veículo robótico com capacidade de operação até aos 6.000 metros de
profundidade e de perfuração superficial para a recolha de amostras biológicas e minerais no subsolo
marinho. Este sistema permitirá quer, por um lado, um conhecimento mais extensivo da nossa
plataforma continental quer, por outro, dotar o país de uma ferramenta essencial para enfrentar os
futuros desafios de exploração do fundo marinho, bem como da sua proteção nomeadamente em
termos ambientais. Insere-se num conjunto de meios que permitem perspetivar novas utilizações do
mar com sistemas de produção no fundo do mar, sistemas de construção subaquática, observatórios de
profundidade. Note-se que a área portuguesa (e em particular a crista atlântica) tem importantes
recursos geológicos e biológicos que tem de ser afirmados, que temos de conhecer.
• Sistema 4 - Esquadra de veículos de superfície autónomos oceânico (ASVs) para recolha de plásticos,
lixo marinho, “blooms” de algas ou “jellyfish”. Estes sistemas permitem utilizar o navio como base
de operações para recolha de plástico ou outro lixo marinho, complementados com a capacidade de
monitorização de lixo e poluição marinha, estendendo o raio de ação da plataforma principal. Por outro
lado, permitem ser desenvolvidos tendo em vista a tarefa particular de recolha de plástico, não tendo
o navio base de comprometer as suas características para cumprir esta tarefa em particular.
• Sistema 5 - Esquadra de veículos de superfície autónomos oceânicos (ASVs) para a monitorização e
vigilância avançada.
• Sistema 6 - Uma rede de landers robóticos para dotar o navio da capacidade de suportar operações
subaquáticas em que o posicionamento, geo-localização dos veículos submarinos são fundamentais.
• Sistema 7 - Esquadra de AUV para a monitorização ambiental e proteção territorial de baixa
profundidade.
• Sistema 8 - Um AUV de supervisão de operações submarinas para estender a operação da plataforma
até aos 6.000m de profundidade.
• Sistema 9 - Esquadra de AUV para a monitorização ambiental e proteção territorial para o mar
profundo.
• Sistema 10 - Duas esquadras aéreas de Drones de asa fixa e rotativa.
• Sistema 11 - Conjunto de sensores de monitorização atmosférica, qualidade da água e geofísicos,
como Multibeans, Sidescan e Sub-bottom profilers.
• Sistema 12 - Um Digital Twin sincronizado com o centro de operações naval, ancorado num sistema
HPC e num sistema de “awareness” recorrendo a técnicas de AI, entre outras, através da fusão de
dados provenientes quer da recolha direta da plataforma quer de sistemas externos ou remotos.
• Sistema 13 - Um centro de comunicação multi-modo (desde comunicação satélite, WiFi entre outras)
que mantém a plataforma conectada operacionalmente ao centro de Operações
https://dados.gov.pt/s/resources/documentacao-do-prr/20210502-190338/19-20210421-componente-c10vf.pdfPoderá assemelhar-se a algo do género: