Porta-Aviões e Porta-Aeronaves, uma questão de cultura

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JoseMFernandes

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Porta-Aviões e Porta-Aeronaves, uma questão de cultura
« em: Setembro 11, 2006, 11:20:05 am »
Transcrevo parte de um 'dossier' da revista francesa DSI, dedicado à problemática porta-avioes/porta-aeronaves, esperando que possa interessar alguns colegas do Forum (para facilitar a leitura, e embora me tivesse dado um bocado de trabalho, optei por traduzir).Faço notar não ter a certeza se a acepção dada aqui ao termo 'porta-aeronaves'(como é corrente em frances ou castelhano) é consensual em português.


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PORTA-AVIÕES E PORTA-AERONAVES
UMA QUESTÃO DE CULTURA NA EUROPA


Porta-aviões ou porta-aeronaves?Alguns querem opô-los e avançam numerosos argumentos a favor de um ou outro.É esquecer a complementaridade que existe entre os dois mas tambèm a vontade politica que os fez nascer, pois eles são antes de tudo uma projecção de poder.

É interessante comparar a História e a situação actual em matéria de porta-aviões e porta-aeronaves.Na alvorada da IIGMundial os porta-aviões existentes (Royal Navy) ou em construção (Marine Française) eram destinados antes de tudo a projecção de poder aéreo no Atlântico.Para os outros países europeus, principalmente a Alemanha e a Itália os porta-aviões tinham um interesse secundário.A Kriegsmarine nao tinha ambição de dominar o Atlântico face à poderosa armada franco-britanica, preferindo a guerra de corso com os seus cruzadores e couraçados rápidos.Por seu lado a Itália, entre a Sardenha e a ponta da sua bota, a Sicilia e as suas bases em Africa possuía outros tantos porta-aviões naturais.O que também era aplicável para a França e Grã-Bretanha nesse mar fechado.Todavia tanto na Alemanha como na Italia o porta-aviões poderia considerar-se mais uma fanfarronada de regimes totalitários que uma realidade operacional.De resto nunca foram concluídos, privando assim estes paises de 'cultura de porta-avioes'.
Depois da Guerra apenas a França, Grã-Bretanha e a Holanda(até 1968) continuaram a manter uma frota de porta-aviões.Porém com a aparição do Harrier a Royal Navy virou-se para os porta-aeronaves. Optar por esta formula implicava abandonar a prazo a 'cultura porta-aviões' se bem que apenas depois de debates ferozes marcados por considerações essencialmente financeiras (e a guerra das Malvinas(Falklands) constituiria uma severa reprovaçao).
De facto apenas a Marine Nationale com o Clemenceau e o Foch e depois o Charles-de-Gaulle seria a única na Europa a possuir porta-aviões.

PORTA-AVIÕES  E PORTA-AERONAVES

 Constituindo uma Base em si mesmo, o porta-aviões provou desde a sua origem que era um meio muito flexivel.Com os seus aparelhos de caça com 'performances' identicas aos 'terrestres' pode envolver-se em missões de superioridade aérea, ataques de objectivos maritimos ou terrestres, de reconhecimento e agora com o E-2 Hawkeye assegurar o comando e controlo do espaço de batalha.Projector de poder, o porta-avioes é capaz de se deslocar rapidamente ( 1000 Km/dia para o charles-de-Gaulle) e controlar um espaço vasto, algo que as forças aéreas baseadas em terra nem sempre podem fazer em funçao das autorizações de sobrevoo, concedidas ou não pelos respectivos países.
Evidentemente o porta-aviões sendo assim  alvo com enorme valor acrescentado, tanto no plano militar como politico, tem necessidade de protecção para lá dos seus meios de auto-defesa...é pesado e caro, mas é poderoso em todos os sentido do termo.Notemos simplesmente que uma base terrestre tem também necessidade de protecção, por sinal bastante dificil de colocar em caso de 'projecçao'.

A origem dos porta-aeronaves remonta ao principio dos anos 70 quando a USNavy lançou o programa SCS(sea control ship), um pequeno porta-aviões de baixo custo e construido em série para a escolta de 'comboios navais' no Atlantico.Era o regresso aos porta-avioes de escolta da Segunda Guerra Mundial.O Harrier de descolagem curta e vertical permitia dispensar as catapultas e portanto imaginar uma 'ponte' mais curta, com tonelagem - e custo - menos importantes.Sem o Harrier, o porta-aeronaves seria apenas um porta-helicópteros.Foi assim que a Royal Navy optou por 3 navios da classe Invincible, a Armada espanhola a dotar-se com o Principe de Asturias e a Marinha Italiana com o Garibaldi.
Porém apesar das suas qualidades o Harrier consome práticamente 50% do seu carburante na descolagem e aterragem.Além disso é um aparelho subsónico que não pode pretender uma superioridade aérea, mas sim afirmar-se como um bom aparelho de apoio táctico.Para limitar o consumo(e aumentar a capacidade de carga ofensiva) os britanicos imaginaram o sky jump, um trampolim inclinado a 13°, solução retomada nos porta-aeronaves espanhol italiano e tailandês.

UMA FÓRMULA HÍBRIDA

Os britânicos que puderam medir bem as limitaçoes dos seus porta-aeronaves mas também dos Harrier, mesmo nas suas ultimas versões, repensaram o conceito de porta-aeronaves imaginando um hibrido com uma tonelagem tao importante como o porta-aviões mas mantendo aparelhos de descolagem vertical com emprego de trampolim: o actual design do Queen Elizabeth.Esta escolha foi imposta por varias razões.
A primeira foi o programa V/STOL F35B que dispondo de altas performances se pode impor como aparelho de superioridade aérea sem fazer sofrer ao seu utilizador o custo de um porta-avioes.A segunda razão releva do facto de após terem abandonado os porta-avioes os britanicos nao disporem de know-how nessa área a ponto de se verem obrigados a pedir ajuda aos franceses.Convém sublinhar que mesmo para os franceses 'estava na hora' pois os seus especialistas  da DCN tem uma média de idade elevada, e se o programa do segundo porta-aviões para a França nao é concluído encontrar-se-iam na mesma situação dos ingleses, ou seja também com perda de know-how.Com efeito a experiência do Charles-de-Gaulle vai aproveitar plenamente a Royal Navy tanto mais que nao é certo que o F-35B seja produzido em série, face à ultrapassagem de custos do programa e as dificuldades técnicas de que é vitima.

OS EUROPEUS BLOQUEADOS PELO F-35B

Recentemente os britanicos 'exaltaram-se' a propósito do partenariado desenvolvido pelos EUA a volta do F-35, que nao parece ter o mesmo sentido nos dois lados do Atlantico.Os espanhóis e os italianos 'resmungam' também pois estão fortemente envolvidos para o equipamento dos seus futuros porta-aeronaves.
E se o F-35B nao aparecesse, quais seriam as alternativas ? Para os espanhóis e italianos nenhuma.Teriam de repensar inteiramente os seus futuros porta-aeronaves.
Para os britanicos a soluçao seria optar por catapultas, com a ajuda dos franceses e antes mesmo da serem lançados ao mar os futuros porta-avioes.Mas que aparelho utilizar? O typhoon ? Nao, porque ele não é 'navalizavel'(problemas de resistência estrutural, resistencia a salinidade e trem de aterragem).
O Rafale  Marine ? muito 'afrancesado'! O F-18 ? nem pensar...avioes 'usados' em navio novo !?!
Restaria entao o F-35C, catapultável..O sucesso ou falhanço do programa F-35 condiciona pois os programas de porta-aviões e porta-aeronaves europeus, com excepção da França. Devido a falta de um aparelho de superioridade aérea as marinhas implicadas seriam relegadas com os seus AV-8B e Harrier GR Mk7 e 9, para a segunda linha no quadro de uma coligação, que apesar do Charles-de-Gaulle, só poderia actuar a coberto, e portanto sob comando, dos porta-aviões americanos.

OS PORTA-AERONAVES DE SEGUNDA GERAÇÃO
O desenvolvimento dos LHA e LHD na USNavy, navios anfibios dispondo de pontes de voo continuos teria varios e importantes impactos.

O primeiro é o de dar a Washington uma dezena de pontos de descolagem de onde podem operar nao só os AV-8B Harrier mas também helicópteros de combate e transporte, até mesmo helicopteros de desminagem(RH-53 e MH-53).Segundo impacto, internacional agora, a difusão desta concepção levaria a outros navios como os BPC Mistral e Tonnerre em França ou os japoneses  Osumi e DDH16.Em França porém o navio está concebido para operar com helicopteros.Mas, terceiro impacto,  as coisas poderiam evoluir: DCN indica que o Mistral, por  sua concepção modular, poderia muito bem receber um sky jump e ver a sua ponte alongada.Seria uma evolução que se poderia considerar determinante na competição que opoe o navio ao 'design' derivado do BPE(buque de proyeccion estratégica) espanhol, no quadro do fornecimento de dois barcos anfibios a uma Australia que ja teve porta-avioes...e que esta envolvida no programa F-35 e que gostaria de dispor de uma capacidade aeronaval.

A SEGUNDA GERACÃO:O PORTA AERONAVES DE PROJECCÃO AEROTERRESTRE

Sobretudo trabalhando deste modo a DCN alcança de certo modo os projectos espanhois e italianos e pode mesmo permitir-se  fazer-lhes concorrencia- desde que a electronica do navio possa incluir radares adaptados.Com efeito Madrid e Roma tentam substituir os seus actuais porta-aeronaves, e lançaram-se em programas ambiciosos em que os navios poderiam lançar aparelhos V/STOL e helicopteros mas também serem utilizados como navios de  transporte estratégico e até como navios anfibios. O Cavour italiano está assim dotado de um trampolim(o hangar pode levar 12 helis e 8 aviões) e poderia acolher 25 CCombate ou 50 camiões ou 100 veiculos ligeiros(pode incluir 2 rampas embarque/desembarque e quatro lanchas).Iniciado em 2004 estará operacional em 2007.Com as 3 LPD da classe San Giorgio formara assim um poderoso grupo anfibio.
A Espanha com o BPE ambiciona capacidades semelhantes, mas ali as capacidades anfibias são postas em maior evidencia,  o navio sera capaz de transportar 30 aeronaves e disporá de 1400m2 de área de stockagem de veiculos pesados(incluindo carros M-60 e Leopard II) e 2046 m2 de area de stockagem de veiculos ligeiros.
Estes dois navios serão armados.O Cavour disporá de 2 lançadores verticais Sylver(32 misseis AA Aster15) de 2 canhoes 76mm e 3 de 25 mm.Comparativamente o BPE disporá de 4 canhoes de 20mm, 2 metralh. 12,7 e no futuro pode acolher uma defesa antiaérea baseada no ESSM ou RAM.Acima de tudo estes dois navios(mas um BPC dispondo de trampolim entraria igualmente nesta categoria, pois afinal pode transportar 16 hélis) - respondem a uma evoluçao contemporanea da estratégia e que se poderia resumir pelo termo 'acumulaçao de poder'.Os navios deveriam poder assim simultaneamente suportar operaçoes anfibias classicas, operaçoes aeronavais, transporte estratégico(uma missao tanto mais importante quanto o A400M foi considerado prioridade estratégica mas o transporte maritimo a grande velocidade nao o foi) a operaçoes humanitarias e ao mesmo tempo assegurando um back-office em matéria de apoio médico por exemplo.
Na verdade todos estes navios  dispoem de centros de comando e controle aperfeiçoados que os torna de facto em autenticos navios almirantes e também  em centros de comando anfibios.
Constata-se assim que se  o Porta-Aeronaves de segunda geração não tem necessariamente o prestigio do Porta-Aviões o seu significado politico pode igualmente ser importante.
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O texto acima é baseado em artigos de Stéphane Ferrard (jornalista especializado) e Joseph Henrotin (investigador do CAPRI-Centro de Analise e Previsao de Riscos Internacionais)
 

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carlovich

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« Responder #1 em: Setembro 11, 2006, 03:11:01 pm »
En cuanto a mi pais, España, este artículo viene a verificar que la actual política de la Armada es la correcta.Jugamos en la liga de los grandes de Europa.
 

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JLRC

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« Responder #2 em: Setembro 11, 2006, 03:13:20 pm »
Excelente artigo. Obrigado JoseMFernandes
 

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JoseMFernandes

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« Responder #3 em: Setembro 11, 2006, 07:59:23 pm »




Na imagem de cima uma representaçao (artistica é bem de ver !) do BPE navegando em conjunto com o Principe de Asturias

Na outra imagem, uma vista aérea de sintese do futuro Queen Elizabeth britanico.Se esta configuraçao se mantiver sera desde a origem concebido para receber catapultas e cabos de travagem, sendo também o maior porta-aeronaves do mundo.

Caracteristicas comparadas dos novos porta-aeronaves espanhol e italiano:
                              Cavour     -/-         BPE

Desloc.(tons.)           27100    -----                        27079
Compr.(metros)           244    -----                             230,8  
Ponte de descol.(mts)    220    ----                           209
Largura(mts)                  39    ----                            32
Veloc.(nós)                     28   ----                             21
Motores                     4 turbinas a gaz    ----         2 pods eléctricos



Os outsiders do poder naval:
Australia:Camberra procura oficialmente dois grandes navios anfibios, mas nunca abandonou completamente a possibilidade de dispor de novo de plataformas navais.
Brasil:O Foch modernizado transformou-se em Sao Paulo.Mas mesmo modernizado o navio limita-se a receber A4 Skyhawk velhos e cansados.Se existir possibilidade de comprar F18 em segunda-mao-o aparelho foi testado no FOCH nos anos 80- nao sera por isso que o navio ficara rejuvenescido.Talvez, dentro de dez anos, Brasilia se dote de navios novos.
Turquia:Os sobressaltos da politica turca veem a emergencia de tempos a tempos de uma velha ambiçao aeronaval.Com um navio dotado de trampolim e sabendo que Ancara faz parte do consorcio F35...talvez se concretize a modernizaçao das capacidades anfibias.
Russia:O Kousnetsov ja quase nao navega e os 4 navios da classe Kiev foram desmantelados ou vendidos.Mas a longo prazo a marinha nao deve abandonar a ideia de dispor de poder aeronaval.
Africa do Sul:O pais pretende ter um papel preponderante numa zona de influencia africana que entende natural e que disputa -pacificamente- com a Nigéria.Se a modernizaçao das suas forças for exemplar é possivel que dentro de 10 anos e salvo mudanças na politica estrangeira se venha a dotar de grandes navios anfibios.
Canada:Quase se esquece, mas o Canada chegou a querer dotar-se com submarinos nucleares de ataque nos anos 80.O seu orçamento de defesa esta mais reduzido mas a longo prazo poderia vir a dotar-se de grandes navios anfibios.
 

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Marauder

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« Responder #4 em: Setembro 11, 2006, 11:34:14 pm »
Caro JoseMFernades, está-se a esquecer de um grande outsider....

A Índia, que a meu ver nem é outsider (mas considerando o Brasil Outsider, logo Índia também é). A história dos porta-aviões na marinha indiana já tem alguns anos, e é para continuar!! Tanto que até vão receber 1 porta-aviões dos russos, com caças de ponta Mig-33. Grande marinha indiana!! Ainda estou para ver o que é que o Paquistão vai comprar/ construir para fazer frente..(provavelmente submarinos :roll:)


E também a aproximar-se depressa vem a China...eles até já tem um que foi transformado em Feira popular ou whatever!!! Deixa só os chineses conseguirem copiar o design e máquinas involvidas, e não me estranharia num futuro próximo notícias acerca de futuros porta-aviões chineses. (Este já é mais...wait and see, mas ainda promete)

Cumprimentos
 

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JoseMFernandes

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« Responder #5 em: Setembro 12, 2006, 09:51:40 am »
Citação de: "Marauder"
está-se a esquecer de um grande outsider....

A Índia, que a meu ver nem é outsider (mas considerando o Brasil Outsider, logo Índia também é). A história dos porta-aviões na marinha indiana já tem alguns anos, e é para continuar!! Tanto que até vão receber 1 porta-aviões dos russos, com caças de ponta Mig-33. Grande marinha indiana!!


Caro Marauder, antes de mais quero precisar que a 'escolha' dos outsiders foi da revista Défense & Sécurité Internationale, e que por erro nao assinalei devidamente.
Mas claro que tem razão Marauder...a Marinha Indiana " é efectivamente a única na Asia a manter ha décadas porta-aeronaves de controle maritimo com avioes de combate, a única na regiao a dispor de forte competencia operacional no emprego de grupos aeronavais, a unica a preparar oficialmente a entrada ao serviço de porta-avioes STOBAR."
Depois da retirada do Vikrant  ha nove anos, a marinha indiana limita-se a alinhar um unico porta-aeronaves, o Viraat (  era o antigo Hermes britanico).
Como bem notou, Marauder, a India encomendou a Moscovo um grupo aeronaval 'chave na mao', devendo receber em 2008 um porta-aviões STOBAR, (com ponte de descolagem e ganchos mas sem catapulta, permitindo a utilisaçao de aviões de combate classicos) e respectivo grupo aéreo.O porta-aviões Vikramaditya ( era o antigo Admiral Gorshkov) modernizado no estaleiro naval russo de Severodvinsk levara MIG 29K, a variante naval do Fulcrum.A encomenda passada aos russos inclui 12 Mig29K monolugar e quatro Mig29KUB (com opçao para mais trinta aparelhos), bem como alguns helis Ka-31 de detecçao avançada de radar.A entrega dos Mig29 devera começar dentro de poucos meses.
Neste momento os primeiros pilotos indianos destinados aos Mig29K estão a treinar-se em Pensacola nos Estados Unidos (treinando aterragem em T-45  Goshhawk) de onde seguirão evidentemente para Russia para se formarem nos Mig29K.Até 2008 pelo menos 32 pilotos indianos ficarão formados, data a partir da qual a India voltara a dispor de dois grupos aeronavais, um dos quais o Viraat,  precisara mesmo assim de modernizar os Sea Harrier, devendo  manter-se até 2015 que é a data planificada para a entrada em serviço de um STOBAR de 37500 tons. e 252 m comp. a ser construido nos estaleiros de Cochim(devera chamar-se Vikrant, tera 1560 homens de equipagem e Migs29K com veloc. de 28 nos).

Uma palavra também para a Marinha Tailandesa e o seu Chakri Naruebet que foi encomendado aos estaleiros espanhois Bazan (hoje Navantia, salvo erro) e entregue em 1997 cuja missao principal seria a vigilancia da ZEE e de 80 plataformas petroliferas, a fornecimento de socorros aquando de catastrofes naturais e protecçao do ambiente(...e pescas, pois a Tailandia tem a terceira frota de pesca mundial).Lembre-se que as fronteiras maritimas sao muito contestadas na zona da parte do Cambodja, Vietname e Malasia, sem esquecer o crescimento de estações de escuta chineses nas ilhas Andaman birmanas.
O Chakri Naruebet  que é muito proximo do Principe de Asturias e pode transportar um grupo aéreo  de seis avioes de combate AV8S Matador (a Marinha espanhola cedeu a Bangkok sete dos seus Harrier de primeira geraçao mais dois biplaces) e seis helis S70B-7 Seahawk ASM.Acontece que os pobres Matador estão todos inoperacionais...e de resto bem obsoletos.A capacidade ofensiva do Chakri Naruebet é pois mais que reduzida.

Quanto ao Japão parecem desenhar-se algumas novidades, que poderão ficar para depois...



Cumprimentos
 

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Marauder

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« Responder #6 em: Setembro 12, 2006, 10:55:30 am »
Citação de: "JoseMFernandes"
Caro Marauder, antes de mais quero precisar que a 'escolha' dos outsiders foi da revista Défense & Sécurité Internationale, e que por erro nao assinalei devidamente.


Assim já explica o sucedido :wink: . Não há problema, e obrigado pelo pequeno resumo que fez dos porta-aviões indianos, nem eu teria feito melhor!!

Cumprimentos.
 

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Spectral

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« Responder #7 em: Setembro 12, 2006, 01:47:50 pm »
Citar
7 cuja missao principal seria a vigilancia da ZEE e de 80 plataformas petroliferas, a fornecimento de socorros aquando de catastrofes naturais e protecçao do ambiente(...e pescas, pois a Tailandia tem a terceira frota de pesca mundial).Lembre-se que as fronteiras maritimas sao muito contestadas na zona da parte do Cambodja, Vietname e Malasia, sem esquecer o crescimento de estações de escuta chineses nas ilhas Andaman birmanas.


Embora a sua principal missão efectiva tenha sido a de iate real, nas raras ocasiões em que sai do porto...

Para os futuros DDH japoneses passarem a operar aparelhos de asa fixa como o JSF será praticamente preciso alterar a constituição japonesa (que proíbe a posse de armas ofensivas).
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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JoseMFernandes

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« Responder #8 em: Setembro 12, 2006, 04:33:04 pm »
Citação de: "Spectral"
Embora a sua principal missão efectiva tenha sido a de iate real, nas raras ocasiões em que sai do porto...


Esqueci de enfatizar o seu possivel (e muito importante) papel de controlo e segurança do trafego maritimo, (como na intensa actividade dos piratas) numa zona fundamental de passagem de transportes navais (especialmente 'tankers') que pode despertar ideias a movimentos terroristas, com consequencias terriveis para a economia e segurança mundial.Lembro-me de ter visto um documentario ha varios meses numa televisao europeia focando essa eventualidade com muita preocupaçao.
Mesmo que dispondo apenas dos Seahawk, poderia apoiar operaçoes anfibias de forças especiais e efectuar vigilancia anti-submarina.Contudo o desvio de verbas para submarinos e navios-patrulha tem sido prioritaria, deixando a sua tripulaçao (600 homens) em mediocre estado tal como a manutençao do navio, como prova o facto de nao poder ter sido enviado para o mar de Timor aquando da crise  de todos conhecida.

Spectral
Para os futuros DDH japoneses passarem a operar aparelhos de asa fixa como o JSF será praticamente preciso alterar a constituição japonesa (que proíbe a posse de armas ofensivas


Efectivamente houve uma profunda controvérsia na Dieta (Parlamento Japones) aquando da discussao do programa 16DDH, mas o governo japones parece estar mesmo decidido a continuar e 'aprofundar o movimento começado com os Osumi.Com efeito trata-se de adquirir, a fim de substituir os destroyers porta-helicopteros actuais (2 Shirane e 2 Haruna), uma nova classe de navios que mesmo  conservando oficialmente a designaçao de destroyers porta-helicopteros, serao mais aparentados a verdadeiros porta-aeronaves de controlo de mares.


Deslocando 16 000 ton. em plena carga, com ponte de descolagem em todo o comprimento (195 mts) com areas de stockagem de aeronaves a frente e atras, bem como hangar ao centro, ve-se que o 16DDH é outra coisa mais do que a sua designaçao oficial deixa supor, mesmo que as autoridades navais niponicas indiquem que o 16DDH disporia de um grupo aéreo de somente 4 hélis(3 SH-60J ASM e 1 MH-53E ou EH-101 antiminas) todos os observadores concordam em que o navio foi visivelmente concebido para permitir o emprego de um grupo aéreo de pelo menos dez aeronaves e entre estas, eventualmente avioes de combate de descolagem curta ou vertical tipo Harrier ou mais plausivelmente F35 ( o ascensor da ponte de descolagem foi dimensionada para o F35).Isto torna-lo-ia um navio comparavel ao Principe de Asturias espanhol.No que respeita ao armamento: 8 contentores para misseis Sea-Sparrow , um sistema ASROC (16 rockets), 2 sistemas Phllanx além de tubos lança-torpedos.Com um poderoso sistema de informaçao e comando que o liga em tempo real a sala de gestao de crise do governo em Toquio, parece claramente que este navio, o maior da frota niponica actual, sera pois mais que um simples porta-aeronaves.Enfim,  o aparecimento do 16DDH significa  a entrada programada de Toquio no dominio de projecçao de forças e de intervençoes a grandes distancias.
Com os primeiros ensaios de mar previstos para 2008 resta ver as reacçoes dos vizinhos proximos e se estes levarao a inibir as ambiçoes de Toquio.Como sera interessante e instrutivo observar as intençoes japonesas no que respeita a aquisiçao do F35.Mas mesmo que apenas com helis de ataque AH-1J ou AH-67J niponicos( 'navalizados') os 16DDH poderiam ja transportar grupos aéreos e mesmo apoiar operaçoes anfibias limitadas.Assiste-se assim a uma reapropriaçao, lenta mas consensual entre os militares, da area das operaçoes aeronavais.
(extracto de um estudo de Jean-Louis Promé - especialista em questoes de defesa)
 

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luis filipe silva

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« Responder #9 em: Setembro 13, 2006, 12:38:45 am »
Caro joseMFernandes

Os meus parabens pela escola criteriosa dos artigos expostos, que mostram a distinção entre as actuais classes de navios capazes de transportar aviões de asa fixa.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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old

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« Responder #10 em: Setembro 13, 2006, 09:19:30 am »
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Com efeito Madrid e Roma tentam substituir os seus actuais porta-aeronaves, e lançaram-se em programas ambiciosos em que os navios poderiam lançar aparelhos V/STOL e helicopteros mas também serem utilizados como navios de transporte estratégico e até como navios anfibios.


Creo que esta equivocado este punto. Ninguno de los dos paises va a sustituir a sus actuales baby-carriers por el Cavour o el BpE. Son complementarios a ellos y sus verdaderos sustitutos se veran dentro de unos 10/15 años.Se supone   que seran buques entorno a las 30.000 tn los que sustituiran a los Garibaldi y PdAsturias.

Ambos paises nadan entre dos aguas.
No quieren gastarse lo que cuesta un PA convencional pero no quieren renunciar a tener marinas potentes, de ahi estos conceptos nuevos.
A ver como salen
 

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Español

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« Responder #11 em: Setembro 19, 2006, 11:52:32 am »
Citação de: "old"
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Com efeito Madrid e Roma tentam substituir os seus actuais porta-aeronaves, e lançaram-se em programas ambiciosos em que os navios poderiam lançar aparelhos V/STOL e helicopteros mas também serem utilizados como navios de transporte estratégico e até como navios anfibios.

Creo que esta equivocado este punto. Ninguno de los dos paises va a sustituir a sus actuales baby-carriers por el Cavour o el BpE. Son complementarios a ellos y sus verdaderos sustitutos se veran dentro de unos 10/15 años.Se supone   que seran buques entorno a las 30.000 tn los que sustituiran a los Garibaldi y PdAsturias.

Ambos paises nadan entre dos aguas.
No quieren gastarse lo que cuesta un PA convencional pero no quieren renunciar a tener marinas potentes, de ahi estos conceptos nuevos.
A ver como salen


España no dará de baja al PDA antes de 2018-2020 y lo sustituirá por otra portaaviones de mayor tamaño, el BPE será un Anfibio que hará funciones de segundo portaaviones.

En cambio en el caso Italiano, el Cavour si sustituirá al Garibaldi, qe sera retirado en torno a 2010-12.

Un saludo
 

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Flying Frog

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« Responder #12 em: Setembro 23, 2006, 01:30:47 pm »
Eu sou partidario do porta aviao. Um pais como Portugal necesita um porta aeronef com aviaos como o Harrier. Mais nou caso da Australia, e da Inglaterra, o porta-aviao e a melhor soluçao. Pode embarquar 40 aparatos como o F-18 e o Rafale o cual tem capacidades de defesa com os misiles de medio alcance muito mais importantes do que os Harrier.

Aircraft Carrier Forever.
Pobre Mexico, tan lejos de Dios y tan cerca de Estados Unidos.

Protect the Planet.

O meu Portuges nao e perfecto. Si vem alguma falta nas minhas respostas podem corregirme.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #13 em: Setembro 23, 2006, 01:58:58 pm »
Caro Flying Frog infelizmente Portugal não tem dinheiro para adquirir e manter um PA!  :wink:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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sierra002

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« Responder #14 em: Setembro 23, 2006, 05:31:42 pm »
Estupendo video sobre la construcción y uso del Chakri Naurebet, el más pequeño portaaviones operativo de la historia o también el yate mas caro jamás construido (entre las especificaciones a Izar hoy Navantia, estuvo el construir dentro un apartamento de lujo para el rey).

http://www.youtube.com/watch?v=cfPGs-O4HpI

Está en inglés, pero el actor que narra lo hace con un dicción muy buena y se entiende sin problemas.