Acho, acima de tudo, que esta reportagem da RTP foi muito realista e verdadeira, ao contrário de tantas outras já emitidas pelos vários canais e que serviram sobretudo para exaltar com um certo patriotismo saloio a figura do piloto de caça. Falou-se de tudo de uma forma franca, é notória a preocupação com a perda das 9 aeronaves e o brutal corte nas horas de voo, por isso gostei sinceramente desta peça do Armando Seixas Ferreira.
Quanto à venda aos romenos, também sou totalmente contra, mas infelizmente estamos literalmente nas mãos de uns senhores que querem desbaratar todos os sectores da sociedade, com a esfera social e os militares e forças de segurança à cabeça.
No que diz respeito ao horizonte 2030, com este Governo nem vale a pena pensar nisso para já. Neste ano que vai entrar de 2014 os F-16 iniciais do "Peace Atlantis I" completarão 20 anos ao serviço da FAP, e como só agora é que está a sair o último MLU (e mesmo esse faz parte do pacote que seguirá para a Roménia), é natural que eles voem durante pelo menos mais uma década e meia, modernizando-se com novas Tapes, armamento, procedimentos, etc. É verdade que o primeiro MLU, o "15133", tem 10 anos de serviço, mas pode ser que despachemos esse também para os romenos.
Em relação ao substituto dos F-16AM/BM, creio que o F-35A, ao preço que está, será incomportável para a FAP; já fomos avisados que esta crise e austeridade, ou melhor,
rigor orçamental para usar um palavrão político, é para durar algum tempo e como tal acho que adquirir o Lightning II está fora de questão. O Gripen NG será um aparelho mais em conta, europeu, e com o acréscimo do lobby brasileiro será muito provavelmente a principal opção. Não estou a ver a Alemanha a fornecer-nos Eurofighters em segunda-mão, como fez com outros aparelhos noutras ocasiões, mas como alguém aqui disse até 2030 ainda muita água vai correr por debaixo da ponte.