No entanto é a imagem que os americanos têm, e que os ingleses também corroboram.
Além disto, é feita por oficiais do país que ganhou a segunda guerra mundial.
Os anglo-saxónicos sempre foram uma perfeita nulidade a compreenderem outros povos, além de reconhecidamente parciais.
A corroboração Inglesa aliás é fabulosa, um país que mantinha chefias bafientas e uma hierarquia rígida ainda moldada nos mesmos fundamentos nobiliarquicos da época victoriana.
Aliás basta ler as memórias de Churchill para perceber quanta inépcia havia na máquina militar britânica.
Enquanto que do lado alemão encontramos literalmente, dezenas de excelentes oficiais superiores, no campo aliado são raríssimos os que passam o crivo da censura, como talvez Patton que mais não fêz que imitar Rommel e Guderian, com sucesso.
Aliás a própria condução da guerra é um enorme e profundo atestado de incompetência aos exércitos aliados, que apesar da enorme superioridade numérica e material desde o 1º dia de guerra, não perderam a guerra por pouco. Aliás é difícil atribuir a vitória aos americanos, é hoje perfeitamente aceite que sem o esforço sovietico nada teria sido possível. A superoridade aliada era temporária e seria largamente compensada pela superioridade militar e tecnológica alemã.
África, é feita exactamente pela nova geração que foi criada e instruida pelos americanos. É essa nova geração que começa a guerra, e é essa geração que a começa a planear ainda em 1958.
É uma ideia errada que peca pela superficialidade.
A instrução americana é meramente técnica, a dotrina militar Portuguesa segue as linhas traçadas pelo regime em todos os aspectos.
Daí que em contraste com a total falência da dotrina norte-americano no sudeste asiatico, o nosso esforço de guerra, em condições muito mais precárias que as enfrentadas pelos americanos, deram bons resultados na maioria dos casos.
Mas eu arrisco mesmo dizer-lhe mais[/b]:
Havia em África, entre as unidades operacionais um espirito de corpo decorrente da necessidade, que fazia com que em grande parte dessas unidades as diferenças quase monarquicas que existem entre oficiais, sargentos e praças, (e que os americanos consideraram como um cancro) fossem em grande medida erradicadas.
Isto acontece, porque quem combatia em África, e cada vez mais lá ficava, eram os milicianos, porque muitos dos senhores do Quadro Permanente, começaram a entender os "esquemas" e em 1973, já se sabia como "escapar" de ir para uma unidade operacional.
Em 1974, havia um tremendo mal estar nas Forças Armadas, sabe porquê?
-Porque muitos oficiais e sargentos do QP,não gostavam do facto de os milicianos os estarem a ultrapassar na preferência para promoções, porque quem estava a limpar o pó às cadeiras nos Estados Maiores, não tinha tanta facilidade em ser promovido, porque havia muita gente que ficava irritada por ser preterida na promoção, mas esquecia-se que as promoções de milicianos decorriam da falta de homens para ir para a guerra, arriscar a vida.
Mais politiquice!
Se eram os do QP que estavam insatisfeito, porque carga de água é que foram os milicianos os 1ºs a alinhar no golpe de estado.
Depois é falso que os oficiais do QP fugissem á guerra, basta ver a biografia dos oficiais activos e na reserva com idade para terem estado em África.
De facto o único mal estar que havia em 1974 era uma certa falta de motivação dos oficiais milicianos que não eram verdadeiramente militares de formação e convicção. Falta de motivação essa endémica de toda e qualquer força militar que tenha de recorrer a milícias.
Já Maquiavel alertava para esse perigo!
Estava tudo bem, se fosse suposto os médicos militares servirem para fazer consultas de odontologia e ginecologia, ou para fazer operações às amigdalas.
Os hospitais militares e os medicos militares devem servir para operar feridos decorrentes de operações militares, e mais nada que isso.
Dado que não estamos em guerra, seriam portanto inúteis. Creio bem que prefiro um cenário onde eles tem alguma utilidade.
Além de que acho perfeitamente justo que quem tem por incumbência defender a Pátria com risco da própria vida, tenha direito a algumas mordomias.
Lembro-me de um caso em que por mandar um recruta para um hospital civil, me disseram que o pobre coitado do recruta devia ter sido mandado com uma perna partida, para um hospital em Lisboa, a muitos mais quilometros de distância, porque disseram-me "...Nós temos os nossos proprios hospoitais, não temos que andar a pagar aos hospitais civis..."
Se num cenário de guerra fize-se uma coisa dessas arriscava-se a um tribunal militar.
Cabe na cabeça de alguém que coisas simples como arrancar um dente, curar uma gripe, sejam coisas a tratar nos Hospitais Militares, quando não temos médicos capacitados à altura para operações em situação de emergência?
Estaria tudo muito bem se isso fosse completamente verdade, há uma capacidade considerada abaixo da desejável, o que não quer dizer que essa capacidade não exista ou seja de má qualidade, muito pelo contrário.
Eu sou daqueles que até aprecia os livros de Antonio José Telo, e isto está no livro Portugal e a Nato, de autoria dele.
Se tem algum dado que prove que é piada de caserna, talvez fosse interessante revelar.
A prova está em que de facto vieram aparelhos dessa geração (P-47D) para Portugal, a título interino, conforme solicitado por nós.
Na altura a principal prioridade era manter a operacionalidade na transição da Aeronautica militar para a Força Aérea, coisa que seria impossível sem meios interinos.