A voar contra o tempo para tentar salvar vidas

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Jorge Pereira

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A voar contra o tempo para tentar salvar vidas
« em: Janeiro 24, 2007, 11:29:23 pm »
Citação de: "JN"
A voar contra o tempo para tentar salvar vidas


Hugo Silva

Menos de cinco horas. Os dois médicos saíram do Porto para Lisboa, extraíram um coração no Hospital Garcia de Orta (Almada), voltaram ao Porto e iniciaram a operação de transplante do órgão num paciente de 52 anos. Tudo isto em menos de cinco horas, graças à colaboração existente entre o Hospital de S. João, a Força Aérea Portuguesa e a Brigada de Trânsito da GNR, quando é preciso fazer o transporte urgentes de órgãos. Embora, desta vez, o paciente tenha acabado por falecer durante a operação de transplante, devido à sua já fraca resistência.

Pinheiro Torres, um dos médicos que participaram nas operações, explica que é frequente a colaboração entre a Força Aérea e os hospitais, nomeadamente o S. João, quando é preciso fazer, de forma urgente, a colheita e o transporte de órgãos para transplante. O caso da passada sexta- -feira é paradigmático. Com o paciente internado no Hospital de S. João, no Porto, e o dador (42 anos) no Hospital Garcia de Orta (Almada), foi preciso "encurtar" os 320 quilómetros de distância.

"O plano era simples, mas exigia rigor no encadeamento dos vários necessários", atenta um comunicado emitido pela Força Aérea Portuguesa.

O nevoeiro e as más condições atmosféricas associadas impediram que as operações decorressem durante a noite de quinta-feira. Assim, às 8.00 da manhã de sexta descolou um avião da base de Sintra, rumo ao aeroporto Sá Carneiro, na Maia, para apanhar os dois médicos do Hospital de S. João (tinham chegado à aerogare com a Brigada de Trânsito), e levá-los até ao aeroporto militar de Figo Maduro.

Em simultâneo, saiu da base de Beja um helicóptero, também com destino a Figo Maduro. Missão levar os médicos dali até ao Hospital de Garcia de Orta, evitando o trânsito caótico das manhãs lisboetas. Na unidade de Almada, os médicos procederam à operação de colheita do coração (serviço que não existe naquele hospital) e regressaram, no helicóptero, à base de Figo Maduro, fintando de novo o trânsito.

Minutos antes das 12.30 horas, o avião iniciou o voo de regresso ao Porto, onde chegou às 13.19 horas. Em Pedras Rubras aguardava já uma ambulância, que levou médicos e coração de volta ao Hospital de S João. Às 13.45 horas, iniciava-se a operação de transplante do coração.

"Sempre que há necessidade de uma colheita muito longe, a Força Aérea tem-se disponibilizado para trazer o coração. Já aconteceu várias vezes", sublinhou Pinheiro Torres, elogiando o espírito de colaboração.

Paciente estava internado há um mês

Foi o Hospital de S. João que solicitou auxílio à Força Aérea, na noite de quinta-feira, depois de saber que, em Almada, havia um coração compatível para o doente que estava internado, há cerca de um mês, à espera de um coração.


Médicos foram operar a Lisboa Os dois médicos do S. João tiveram de ir a Almada porque o Hospital Garcia de Orta não faz cirurgia de colheita
de órgãos.

Fintar o trânsito pelo ar ou com escolta

Em Lisboa, os médicos chegaram e partiram do hospital pelo ar. No Porto, viajaram por via rodoviária, mas com a Brigada de Trânsito a ajudar.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Pedro Monteiro

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Re: A voar contra o tempo para tentar salvar vidas
« Responder #1 em: Janeiro 26, 2007, 03:53:45 pm »
A propósito, aqui ficam algumas fotografias dos nossos EH-101 Merlin captadas no LUSÍADA 06. Presto também uma homenagem à dedicação anónima e incondicional dos que realizam missões de busca e salvamento. O lema diz tudo: "para que outros vivam".




Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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dero

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lindo
« Responder #2 em: Janeiro 29, 2007, 09:51:05 pm »
como e lindo este menino e o nosso orgulho ehehehe
 

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Jorge Pereira

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« Responder #3 em: Fevereiro 01, 2007, 01:32:52 pm »
Citar
Criança com apendicite aguda é resgatada de navio pela Força Aérea



Durante a tarde de dia 30 de Janeiro de 2007, a Autoridade Marítima solicitou à Força Aérea um helicóptero, para resgatar uma criança do navio porta-contentores – BBC FRISIA – de pavilhão e tripulação holandesa, que navegava a cerca de 300 quilómetros a Sul de Lisboa, em pleno Oceano Atlântico.

O jovem holandês, um rapaz de 14 anos, sofria de apendicite aguda, necessitando ser submetido, com urgência, a uma intervenção cirúrgica.

A Força Aérea destacou um EH101 MERLIN para a zona, que içou o paciente, bem assim como a sua mãe que o acompanhou, para bordo da aeronave, onde foi assistido por um médico da Força Aérea.

Após a avaliação do estado do jovem doente, o médico militar decidiu que a aeronave deveria dirigir-se para Faro, cidade mais perto do local de evacuação.

Através da coordenação feita entre o Comando Operacional da Força Aérea, a Marinha e o INEM, quando o helicóptero chegou, já uma ambulância aguardava o paciente e sua mãe, a fim de os transportar para o Hospital de Faro.

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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ricardo_m

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« Responder #4 em: Fevereiro 04, 2007, 09:05:13 pm »
Este é o meu primeiro comentário no forumdefesa, no entanto à muito tempo que sou um assíduo frequentador do mesmo. Aproveito para dar os parabens pelas excelentes contribuições que por cá se podem contar...   :?
 

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João Oliveira Silva

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« Responder #5 em: Fevereiro 04, 2007, 10:16:49 pm »
Pois bem:

Destas coisas não percebo mesmo nada, mas relativamente ao post do ricardo_m aproveitei para telefonar a amigos e disseram-me o seguinte:

1 - O INEM têm dois helicópteros, em regime de aluguer em exclusividade;

2 - Um está em Tires e destina-se a actuar de Santarém para sul;

3 - Outro está em permanência no hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, destinado à região norte;

4 - O Serviço Nacional de Bombeiros têm, também, dois helicópteros alugados no mesmo regime;

5 - Um está em Santa Comba Dão;

6 - Outro está em Loulé;

7 - Na chamada época de incêndios, o SNBPC reforça a sua capacidade com mais de 20 helicópteros;

8 - Foram adquiridos, como se sabe, helis novos para o SNBPC. São Kamov e um modelo ligeiro e vão ser entregues em Abril/Maio próximos. Acaba, assim, o regime de aluguer.

9 - Quer os do INEM, quer os do SNBPC, estão ao serviço 24 horas dias/365 dias ano.

10 - Os helis do INEM têm regras de actuação muito próprias, ou seja só saem por ordem dos médicos do número 112 ( CODU ) e destinam-se a ir buscar doentes ou sinistrados aos locais dos acidentes sempre que o transporte por ambulância não seja aconselhável ou a fazer o transporte entre-hospitais de doentes graves se a distância for grande. A sua tripulação é semelhante às VMER ( viaturas médicas de emergência e reanimação ), e há 40 no país, ou seja um médico e um enfermeiro.

Parece-me razoável a missão destes helis. Isto é: têm equipamentos e estão especializados para situações que não o transporte ( mesmo que seja de orgãos humanos ) e se, eventualmente, fossem utilizados nessa tarefa, estariam ocupados e indisponíveis se eventualmente fossem necessários para a sua principal tarefa. O transporte pode ser feito por helis que a FAP disponibilize.

Em remate, informaram-me que a coordenação entre as entidades não tem sido má. As coisas até têm funcionado razoávelmente ou mesmo bem.

Cumprimentos,
 

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ricardo_m

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« Responder #6 em: Fevereiro 04, 2007, 10:25:25 pm »
Postas as coisas nesses termos até faz sentido.
A minha expressão "grave desarticulação", foi sem duvida um exagero!
Obrigado pelo esclarecimento.
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #7 em: Fevereiro 04, 2007, 10:35:37 pm »
Citação de: "João Oliveira Silva"
Em remate, informaram-me que a coordenação entre as entidades não tem sido má. As coisas até têm funcionado razoávelmente ou mesmo bem.


Excelente (e completo) esclarecimento!  :wink:
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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xenical_

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« Responder #8 em: Fevereiro 05, 2007, 12:03:16 pm »
Muito bom dia.
Aproveito para referir que o 112 não é o CODU (centro orientação de doentes urgentes) e não e operado por medicos. E sim, uma central de emergencias sediada nas instalações da PSP nos respectivos distritos e operada por pessol policial,  que consoante o tipo de solicitação de emergencia, faz a transferencia da chamada para o serviço respectivo ( CODU,CDOS,GNR,etc).

Cumprimentos
Paulo Mariano
 

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João Oliveira Silva

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« Responder #9 em: Fevereiro 05, 2007, 03:38:24 pm »
O Paulo Mariano completou a informação que prestei e que, como referi, me foi dada por um grande amigo que faz parte desta máquina.

É verdade que, quando telefonamos para o 112, somos atendidos na central instalada na sede distrital e operada por elementos policiais.

A partir daí, se eles entenderem que o assunto é da área da saúde e se  justifica, a chamada é transferida para o CODU e, então, já estamos na esfera do INEM e se o operador INEM assim o entender podemos até chegar à fala com um dos médicos do CODU.

Contudo, importa reter que as VMER ou os helicópteros só saem por ordem do CODU e não por ordem do pessoal da central 112.

Cumprimentos,
 

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Jorge Pereira

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« Responder #10 em: Fevereiro 11, 2007, 06:59:42 am »
Citar
Veleiro afundou-se esta noite

Helicóptero da Força Aérea resgata três tripulantes na Figueira da Foz
10.02.2007 - 23h48   Lusa


Um helicóptero da Força Aérea resgatou com vida os três tripulantes de um veleiro que se afundou hoje à noite junto à Figueira da Foz, disse à Lusa fonte do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo.

De acordo com a fonte, os três tripulantes foram recolhidos às 22h45 pelo helicóptero da Força Aérea, que os transportou para o aeroporto da Portela, onde deverão chegar por volta das 23h50.

A mesma fonte adiantou que o alerta de socorro foi dado pelos tripulantes do veleiro "Way of Life" às 19h51.

O veleiro ficou sem máquina e sem vela, acabando por se afundar, disse, acrescentando que o naufrágio aconteceu à entrada do porto da Figueira da Foz.

Além da Força Aérea, participaram na operação de resgate a Polícia Marítima e os bombeiros da Figueira da Foz.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Lightning

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« Responder #11 em: Fevereiro 11, 2007, 11:09:50 am »
Tou a ver que continua tudo na mesma :evil: .

O alerta foi dado às 19:51 mas só foram resgatados às 22:45...quase três horas depois.
 

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lurker

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« Responder #12 em: Fevereiro 11, 2007, 02:56:09 pm »
Outros artigos sobre o assunto:
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=21&p=200
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1285353
http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... div_id=291

Ao que parece, também foi perto da costa, à entrada do porto. Felizmente, desta vez ninguém se magoou.
 

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Nuno Bento

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« Responder #13 em: Fevereiro 11, 2007, 11:09:04 pm »
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Tou a ver que continua tudo na mesma  .


Segunda o que foi dito na Tv nao continua tudo na mesma, pois o helicoptero que resgatou os tripulantes do veleiro vinho cde um resgate de um doente em Aveiro e so quando acabou esse resgate e que se dirigiu para a Figueira. Uma vez na Figueira devido ao estado do mar a extracao dos tripulantes do veleiro demorou 45 minutos.
Ou seja o helicoptero foi logo que ficou disponivel, o que aconjteceu foi a operacao ter  demorado muito tempo devido ao estado do mar.

Cumrimentos

NB
 

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JLRC

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« Responder #14 em: Fevereiro 12, 2007, 03:10:46 am »
Citação de: "Nuno Bento"
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Tou a ver que continua tudo na mesma  .

 Uma vez na Figueira devido ao estado do mar a extracao dos tripulantes do veleiro demorou 45 minutos.


NB


Ou seja em vez de 3 horas só demorou 2 horas. Que grande melhoria, sim senhor.