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Economia => Portugal => Tópico iniciado por: SmokeOn em Março 04, 2009, 12:26:24 pm

Título: Défice Dívida Pública nos Últimos Séculos
Enviado por: SmokeOn em Março 04, 2009, 12:26:24 pm
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Movimentos de população de Portugal para o exterior, devido a quê?



Segundo os cálculos apresentados, com reservas, por António Nóvoa, [a taxa de analfabetismo era de] 82,4% em 1878 e 79,2% em 1890. Também segundo esse investigador, baseado na documentação inédita de uma inspecção realizada em 1867, os alunos das escolas primária, apesar de um proveniência social heterogénea, tinham predominância urbana e pertenciam geralmente às «classes abastadas».


É um facto que antes de 1850 (de 1850 até 1900 o nº de escolas cresce 4 vezes), não havia uma rede coerente de ensino , só em 1835 é estabelecido o ensino primário gratuito.
Também é verdade que o ensino não chegava ao interior, mas esse facto merece uma explicação.

Mas a I Republica não contribuiu, antes piorou, o panorama da iliteracia em Portugal

Se em 1910 a taxa de iliteracia nacional era de 60,6%, nas cidades era de 40% e ainda havia o aspecto de 40% dos letrados exercerem uma profissão...uma profissão a sério e não como as actuais profissões, que não passam de um nome para esconder incapacidades técnicas

Aliás se assim não fosse não haveria tanta gente capaz de fazer bombas e armas a a partir do nada em 1910

A explicação para a iliteracia é simples, se de 1836 parte-se do virtual zero (seria uns meros 10% a ter educação primária) para 60,6% (valor extrapolado com base num decrescimento da iliteracia em 0,4 pp por ano) em 1910 isso é uma queda na iliteracia de 49%
Para além desse esforço houve uma opção estratégica (e única viável, porque apenas o Estado Novo resolveu o problema dos progenitores não considerarem o ensino relevante no futuro da prole...impediam-os de frequentar a escola, e esse cenário ainda é uma realidade) de criar e intensificar a rede de ensino primordialmente nas cidades porque seriam os focos de desenvolvimento e os únicos centros capazes de absorver as capacidades técnicas decorrentes do ensino

A iliteracia contrariamente ao que muita gente pensa cresce durante a I República, pois passa de 60,6% para 66,2% em 1920 e em 1930 continuava acima do nivél do periodo do Rei D. Manuel II...é importante frisar este aspecto

Quanto à emigração, o caro Tiago (agradeço o gráfico, por acaso até gosto porque sintetiza)

Num país que era tão próximo dos países mais desenvolvidos da Europa e, por consequência, do Mundo, a taxa de emigração cresceu a olhos vistos na segunda metade do século XIX. Se calhar o PIB crescia muito, mas nem todos o sentiam. A velha história da igualdade e da falta dela.


A distribuição do rendimento era de facto desigual e decorria das incapacidades técnicas da população que emigrava (maioritarmente do interior e sem qualquer qualificação), a população do interior por e simplesmente não estava capacitada para o novo modelo de desenvolvimento.
Portugal não foi o único, Itália também exportou mão de obra desqualificada nos mesmos moldes.
Contrariamente à Republica que chegou a "proibir" a emigração (difcultou, cancelou documentação...etc), a monarquia facilitou a emigração porque sabia que a mão de obra não qualificada era útil em paises com moldes diferentes de desenvolvimento ,onde havia falta de gente (os então, Estados Unidos do Brasil, principalmente)
Repare-se que não havia quase emigração para Inglaterra ou Alemanha, ou qualquer outro pais desenvolvido

O Estado Novo percebeu esta realidade e foi por isso que se criaram redes de escolas técnicas (que actualmente são 6 e estão na falência!)...graças à 3 republica não há ensino técnico e os "iletrados" actuais são licenciados (a desadequação estratégica na Educação que a 3º republica abraçou)

Mas voltando à emigração...existem partidas e chegadas e se havia emigração também havia o contrário:


(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg105.jpg&hash=74e8fdccd4205d2f2f21775681d6f3a4)

Como se pode ver a taxa liquida de migração mais do que triplicou (iam mas não voltavam...quem quer voltar para o caos?) e apenas o Estado Novo inverteu a situação (por pouco tempo)

Curiosamente estamos a niveis superiores do que no tempo de D. Carlos e D. Manuel II
...se como o caro Tiago disse a emigração aumentou a olhos vistos na Monarquia (é verdade),então, os olhos saltam das órbitas na República porque 1/3 da pop. sai do Pais nesse periodo

Como o gráfico mostra a Monarquia era para os contemporâneos mais atractiva do que a tempo actual

O caro Tiago disse:
Em resumo, durante a Regeneração e o Fontismo, assistimos a um desenvolvimento da indústria, mas com fortes limitações. O peso da indústria cresce, mas virada principalmente para o mercado interno. Desenvolvem-se as industrias ligeiras e tradicionais - com excepção da cortiça e conservas -, com fraca competitividade internacional. O peso do artesanato e da manufactura continua a ser muito grande e verifica-se uma situação curiosa: os sectores mais modernos e tecnicamente aperfeiçoados trabalham para o mercado interno, enquanto os sectores onde predominam as formas e técnicas artesanais ligadas *a matéria-prima nacional são os que mais facilmente exportam.


concordo, mas era inevitável .Querer competir logo à partida é impossivel, em 1936 nem havia uma ligação viável entre o Norte e o Sul no Inverno, quanto mais comboios e portos capazes de exportar
Aliás este cenário da produção para mercado interno ainda é uma realidade

Claro que comparar o tempo de D. Maria II, com a época actual é um critério fraco e não explica o porquê de , se naquela epoca ainda poderiamos ter alguma capacidade cometitiva com a Europa desenvolvida, hoje estarmos muito afastados e com quase as mesmos problemas estruturais.

É preciso ter em mente que ,contráriamente ao resto de Europa, tivemos uma séria guerra cívil entre 1828-1834 e uma politica de Liberalismo extremo até 1842.Neste periodo houve nada mais nada menos que 18 governos

Porquê 1842?

Convém ter em mente que actualmente (16 de Janeiro de 2009) o nosso Primeiro ministro espera um défice público de 3% (o que é excelente)...pois em 1842 o governo cai porque o défice publico atinge a exorbitância de 2,3% (o défice Público médio entre 1833 e 1844 seria de 0,9%).É isto que costuma aparecer nos livros, mas de facto nesse ano até houve uma expansão do PIB de 6% (convém lembrar que actualmente esperamos crescimento negativo para 2009)
Claro que o crescimento médio (neste periodo) do PIB foi de apenas 1%, devido a severas recessões e instabilidade politica, mas curiosamente houve em média uma queda no preços (deflação) de 0,7%

Convém lembrar que em todo o periodo da Monarquia Constitucional o défice público nunca altrapassou a actual marca (que advém do actual Pacto de Estabilidade e Crescimento, acordado entre os membros da UE)dos 3%

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fdficepublico.jpg&hash=68c13202d91f3c75bb7f014a9ca77373)

défice Público


Observando o gráfico acima , pode-se observar que a divida pública criada (no gráfico em baixo) não advinha do excesso de gastos (défice publico) , mas sim do peso das taxas de juro.
A instabilidade provocada, ora por radicais de esquerda (D. Maria II) ora por republicanos (D. Carlos e D. Manuel II) aumentou o risco junto dos principais financiadores externos do Estado português que por sua vez nos exigiam garantias cada vez mais pesadas e taxas de juro cada vez maiores.Aliás o mesmo problema acontece agora (2009) com o "rating" da empresa de consultoria S&P (standard & Poor´s) que colocou Portugal na lista de "clientes a quem não se deve emprestar dinheiro"...como é óbvio a taxa de juro irá aumentar , já que existe sempre quem empreste


Em 1842 a Rainha D. Maria II empossa um governo dictatorial (governar por decreto e não com o exercito atrás das costas como é práctica republicana) em Costa Cabral e os problemas da Divida Pública começam...ainda hoje permanecem

Embora o PIB continue a crescer por mais 2 anos o governo de Costa Cabral propõe-se a instaurar um Plano de Fomento que capacite o País das infraestruturas necessárias ao novo modelo de crescimento económico chamou-se a "regeneração"
Um plano de financiamento mal feito (junto de privados e com altas taxas de juro)que incapacitou o Estado financeiramente durante largas decadas

A usual instabilidade social (que incluiu um movimento a favor de enterros dentro das igrejas-o que era insustentável e contrário ás novas regras de higiene pública...mas quando se trata de politiquice a razão não interessa) provocou a queda politica de Costa cabral

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg104.jpg&hash=6bf0144010108291d4a6a7c0fae94e71)


Como a imagem demonstra, não havia um problema de excessivo endividamento antes de 1910 e a I República não o resolveu.Muito pelo contrário inverteu a tendência de redução da Divida Pública que vinha desde D. Carlos.
A II República resolveu de facto o problema do peso dessa divida e foi um dos grandes feitos do Estado Novo

.....


Ainda a questão da Monarquia Vs [pseudo] Republica, que entretanto esmoreceu e eu entendo o porquê...primeiro debita-se a cartilha (3 ou 4 frases chave) e depois fingimo-nos mortos para fazer da ausência uma reflexão profunda do passo seguinte e principalmente, não deixar ninguém perceber que afinal...desconhecemos o assunto

Li por aqui ou noutro blogue a afirmação:


à data do fim da Monarquia, éramos um dos países com maiores taxas de analfabetismo da Europa - actualmente não -, éramos industrialmente atrasados e atente-se que foi no tempo da Dinastia Bragantina (1640-1910) que perdemos o combóio europeu, depois de termos sido uma super-potência mundial.

Eu cá ando à espera que o caro Tiago desencante as ditas estatisticas ou números para sustentar a afirmação... certamente já percebeu que não existem.

Mas eu passo a explicar detalhadamente a aberração da afirmação: comecemos pelo "comboio", que como sabemos não foi inventado em 1640 mas teve um nascimento industrial nos primeiros 20 anos do sec XIX, portanto aí têm 2 gráficos que identificam a tendência (filtro Hodrick Prescott) do PIB per capita médio (dos paises do gráfico superior) em relação a Portugal:

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg102-1.jpg&hash=60e3ba6fe63866b916c6968fe9dfd433)

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg102-1.jpg&hash=60e3ba6fe63866b916c6968fe9dfd433)

A ideia é simples...quanto mais próximo do valor 1 ,mais próximo estamos do nível de vida médio dos paises considerados.É um gráfico que lida com uma realidade dinâmica que compara a evolução do PIB/capita português com o PIB /capita das economias mais dinâmicas.

Houve três periodos de aproximação ao Nível das economias desenvolvidas entre 1860 e 1890 (30 anos,com uma taxa muito elevada de crescimento no principio da decada de 80 do sec XIX, ainda não repetida até hoje), 1925 e 1938 (13 anos do ínicio do Estado Novo)e novamente de 1950 até hoje,mas nenhuma dessas evoluções nos aproximou do nivel de 1820 e só em 1970 atingimos o nível de 1890.

Se notarem estavamos mais próximos da riqueza dos paises desenvolvidos em 1820 do que actualmente... quase 200 anos !!!!!!!!!!, e não arrisco muito com uma extrapoloação de mais 1 anos porque entramos em recessão com uma 3º República mais gasta do que um pneu velho.

Estivemos entre 1820 e 1890 2 vezes a um nivél de quase paridade e apenas há meia duzia de anos é que voltamos a ter o mesmo nivél de vida (relativo) que havia no tempo de D. Maria II.

Acho que nem vale a pena falar do contributo da 1º república porque acho que o gráfico evidência isso muito bem. Mas há mais... ainda falta de 1820 para trás!


Se houver algum Economista que possa refutar agradeciamos :)
Título:
Enviado por: nelson38899 em Março 04, 2009, 12:35:28 pm
so gostei de ver que foi com a republica que tivemos os melhores resultados da divida publica
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 04, 2009, 04:21:20 pm
Em ditadura LOL

Obrigado por ter uma frase de um grande monárquico, Agostinho da Silva :) http://www.realistas.org
Título:
Enviado por: legionario em Março 04, 2009, 08:29:30 pm
Excelente post ;)
Título:
Enviado por: HSMW em Março 04, 2009, 09:06:54 pm
Bom post e com excelente informação.
MAS...
Estamos a comparar o Portugal de hoje com o de à 100 anos a trás ?
 :?
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 04, 2009, 10:29:42 pm
Claro meu caro c34x
Título:
Enviado por: teXou em Março 05, 2009, 12:32:18 am
Driiiiiing Driiiiiiiiiing ... é tempo de accordar !
Hoje: 5 de março de 2009 ... 2009 !

 :rir:
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 05, 2009, 12:47:08 am
E este?

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi380.photobucket.com%2Falbums%2Foo246%2Fpanzer18%2FPIB1960-2005.jpg&hash=cfce583d3a9c31d82f0a8aa153b2e7fa)

Os números falam por si e são fatais. Não se gosta, mas eles estão lá.

Destaco o atraso económico em que alguns dizem que esse "f***** d* p***" do Salazar deixou o nosso país...
Ou secalhar não....
 :jaja:  :lol:
Título:
Enviado por: HSMW em Março 05, 2009, 10:08:03 am
Esse crescimento de 80% é de um Portugal de quantos continentes?
Já foi aqui falado, não culpo Salazar, mas sim o bando ladrões que lhe sucederam, vendendo a liberdade, esses sim.
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 05, 2009, 12:11:49 pm
Nem digo nada ...  :lol:
Título:
Enviado por: PedroM em Março 05, 2009, 10:43:47 pm
E pensava eu que o carnaval já tinha passado, afinal não.
Esta de hoje dia 5 de Março de 2009 ainda haver quem pretenda que o CRIMINOSO Salazar deixou o país numa boa situação ou de que fez obra que mereça ser lembrada, só pode ser piada.

Salazar não foi apenas um criminoso pela opressão política e policial que instigou e de que beneficiou durante dezenas de anos, ou pelos crimes que explicita ou implicitamente promoveu.
Salazar podia ter sido isso mas podia também ter deixado obra, no âmbito da economia, no capitulo do social, na vertente educativa.
Houve ditadores que, apesar de o serem, deixaram alguma obra feita nalgum ou alguns dos aspectos mencionados. Para não ir mais longe lembro o caso de Franco que quando morreu Espanha era já uma potência industrial.
Mas nós tugas neste capítulo tivemos muito azar. Saiu-nos o ditador mais retrógado e menos esclarecido que nos podia ter calhado em rifa. Acho que pior era difícil. (Só se fosse algum Ceausescu).

No que à economia diz respeito no final da década de sessenta o PIB português representava muito menos da metade da média da CEE.
A industria era praticamente inexistente devido às políticas incompetentes. O condicionamento industrial diz-vos alguma coisa?
A agricultura era de subsistência, campos abandonados pela emigração massiva.
Em meados da década 60 do séc. passado era frequente às portas de Lisboa deparar com crianças seminuas ou descalças, no resto do país nem é bom falar.
Em contrapartida o regime vivia na fábula das reservas de ouro. Ter reservas de ouro é bom, mas como é fácil de perceber não é isso que desenvolve um país.

Na esfera social o país era um desastre.
A emigração era massiva, às centenas de milhar, a assistência médica não chegava à maior parte da população. Fora dos grandes centros então, era quase inexistente. A maioria da população não activa não usufruia de qualquer apoio social. A mortalidade infantil estava praticamente ao nível de um país africano.
Nos centros urbanos o regime INVENTA um problema (sim aqui creio que conseguiu ser original) que até aí não tinha ocorrido. Trata-se do problema do arrendamento urbano. Com a ideia brilhante do congelamento das rendas, o regime liquidou o mercado de arrendamento nos centros urbanos. Como resultado a partir dessa data não se construiram mais imoveis para arrendar. Deixou de haver pura e simplesmente casas para arrendar e aquelas que apareciam eram a preços proibitivos. Morar em partes de casa, casa dos pais ou dos sogros foi a soluçao de recurso. Como solução última os portugueses foram compelidos a comprar casa, situação que se mantém ainda hoje, lançando-os para níveis de endividamento de que hoje vemos a gravidade. Com essa "simples" ideia de congelar as rendas Salazar lixou a vida não de uma mas de várias gerações de portugueses, durante um século portugueses sofreram e vão sofrer por causa da incompetência daquele génio. É bom não esquecer que o problema já tem mais de 40 anos e penso que levará pelo menos outros tantos a ficar resolvido.

No que se refere à educação salta à vista os 40% de analfabetos e dos que o não são só uma pequena minoria chega a frequentar o ensino secundário (já nem falo em terminá-lo!).

Este é o país maravilhoso de Salazar. Haja decência!
Título:
Enviado por: HSMW em Março 05, 2009, 11:32:48 pm
Atenção que sou tão apoiante se Salazar como do bandos de Comunas que  tentaram apoderar-se de Portugal. Sou bastante neutro a nível de politica, como a profissão nos manda, mas não somos cegos.

Apenas queria dizer que se o regime foi mau a bandalheira que se seguiu foi pior, bem me lembro do atraso da minha terra na década de 80.
E como era? “Deus, Pátria, Família: a Trilogia da Educação Nacional”?

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.esfcastro.pt%3A8079%2Fusers%2Ffranciscosilva%2FDeus.jpg&hash=5f0fedcde04dd494ade888edfd67f97e)
:shock:

Educação era saber ler e escrever...

Mas destaco duas coisas: A maneira como lidou com a 2ª Guerra Mundial
e a cultura de valores nacionais que havia!
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.esfcastro.pt%3A8079%2Fusers%2Ffranciscosilva%2FLivro%2520de%2520leitura%2520da%2520terceira%2520classe.jpg&hash=710a1cbfd66f5554fd4341a34e38a244)

 Isso agora existe em Portugal?
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 05, 2009, 11:55:37 pm
:G-Ok:
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 08, 2009, 01:39:18 am
Citação de: "PedroM"
E pensava eu que o carnaval já tinha passado, afinal não.
Esta de hoje dia 5 de Março de 2009 ainda haver quem pretenda que o CRIMINOSO Salazar deixou o país numa boa situação ou de que fez obra que mereça ser lembrada, só pode ser piada.

Salazar não foi apenas um criminoso pela opressão política e policial que instigou e de que beneficiou durante dezenas de anos, ou pelos crimes que explicita ou implicitamente promoveu.
Salazar podia ter sido isso mas podia também ter deixado obra, no âmbito da economia, no capitulo do social, na vertente educativa.
Houve ditadores que, apesar de o serem, deixaram alguma obra feita nalgum ou alguns dos aspectos mencionados. Para não ir mais longe lembro o caso de Franco que quando morreu Espanha era já uma potência industrial.
Mas nós tugas neste capítulo tivemos muito azar. Saiu-nos o ditador mais retrógado e menos esclarecido que nos podia ter calhado em rifa. Acho que pior era difícil. (Só se fosse algum Ceausescu).

No que à economia diz respeito no final da década de sessenta o PIB português representava muito menos da metade da média da CEE.
A industria era praticamente inexistente devido às políticas incompetentes. O condicionamento industrial diz-vos alguma coisa?
A agricultura era de subsistência, campos abandonados pela emigração massiva.
Em meados da década 60 do séc. passado era frequente às portas de Lisboa deparar com crianças seminuas ou descalças, no resto do país nem é bom falar.
Em contrapartida o regime vivia na fábula das reservas de ouro. Ter reservas de ouro é bom, mas como é fácil de perceber não é isso que desenvolve um país.

Na esfera social o país era um desastre.
A emigração era massiva, às centenas de milhar, a assistência médica não chegava à maior parte da população. Fora dos grandes centros então, era quase inexistente. A maioria da população não activa não usufruia de qualquer apoio social. A mortalidade infantil estava praticamente ao nível de um país africano.
Nos centros urbanos o regime INVENTA um problema (sim aqui creio que conseguiu ser original) que até aí não tinha ocorrido. Trata-se do problema do arrendamento urbano. Com a ideia brilhante do congelamento das rendas, o regime liquidou o mercado de arrendamento nos centros urbanos. Como resultado a partir dessa data não se construiram mais imoveis para arrendar. Deixou de haver pura e simplesmente casas para arrendar e aquelas que apareciam eram a preços proibitivos. Morar em partes de casa, casa dos pais ou dos sogros foi a soluçao de recurso. Como solução última os portugueses foram compelidos a comprar casa, situação que se mantém ainda hoje, lançando-os para níveis de endividamento de que hoje vemos a gravidade. Com essa "simples" ideia de congelar as rendas Salazar lixou a vida não de uma mas de várias gerações de portugueses, durante um século portugueses sofreram e vão sofrer por causa da incompetência daquele génio. É bom não esquecer que o problema já tem mais de 40 anos e penso que levará pelo menos outros tantos a ficar resolvido.

No que se refere à educação salta à vista os 40% de analfabetos e dos que o não são só uma pequena minoria chega a frequentar o ensino secundário (já nem falo em terminá-lo!).

Este é o país maravilhoso de Salazar. Haja decência!


Graças à acção de Salazar, o País entrou em franca recuperação, em todos os sectores. Assim:

1) pronta reabilitação do escudo, que veio a ser das moedas mais valorizadas do mundo, a par do dólar americano e do franco suíço; orçamentos não equilibrados; não mais vencimentos em atraso; substituição e sucessivo aumento de reservas de ouro, que no fim do regime eram perto de 900 toneladas; insignificante dívida pública, externa e interna, sempre limitadas a níveis tidos por convenientes;

2) obras públicas: grande rede de edifícios escolares, a todos os níveis de ensino; aeroportos e remodelação de portos; novos hospitais, e tribunais, e quartéis para o Exército, Marinha e Aviação; remodelação das estradas e construção de pontes; reparação de edifícios e monumentos nacionais, etc. etc., e a Ponte Salazar;

3) grandes barragens, quer de energia eléctrica, quer de irrigação agrícola e abastecimento público; florestação de várias serras, sem árvores; planos de fomento; arranque do desenvolvimento quer industrial, quer do turismo (de início, com as Pousadas; depois, com médios e grandes hóteis), etc. etc.;

4) no campo social: deixou de haver quer grupos de pobres a pedir pelas portas, quer filas de mendigos, em dias de romaria; e início de salários mínimos, horário de trabalho, abono de família e assistência médica e medicamentosa; construção de esplêndidos bairros sociais, com casas adquiridas por encargo mensal compatível com os salários de então; e criação das Casas do Povo e Casas dos Pescadores; e férias na FNAT, a preço acessível aos trabalhadores; e cursos de Formação Profissional Acelerada, etc. etc.;

5) fomento do ensino a todos os níveis - e criação do ensino técnico-profissional, nas escolas comerciais e industriais e agrícolas; grande campanha contra o analfabetismo, em grande parte vindo do regime anterior;

6) celebração da Concordata com a Santa Sé, a pôr termo a injustiças sofridas pela Igreja Católica - e assegurando-Ihe liberdade de culto;

7) a grandiosa Exposição do Mundo Português, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos;

8) construção de grandes paquetes: Santa Maria, Vera Cruz e Infante D. Henrique;

9) e, principalmente, o espectacular sucesso no campo da cultura: Artes, Letras e Ciências.
Com efeito: o sentido quer de dignidade, quer de grandeza que o Estado Novo imprimiu à vida nacional, em breves anos fez com que surgisse uma vasta plêiade de grandes valores, tanto na Situação, como na Oposição, com nomes que o povo ainda bem recorda e que agora não têm par. Apenas uma breve resenha: Medicina: Egas Moniz (prémio Nobel, em 1943) e Francisco Gentil (fundador do Instituto Português de Oncologia); Matemática: Bento Caraça, Vicente Gonçalves, Esparteiro, Mira Fernandes; Engenharia: Duarte Pacheco, Edgar Cardoso, etc.; Escultura: Francisco Franco, Leopoldo de Almeida, Barata Feyo, etc.; Arquitectura: Raul Lino, Cotinelli Telmo, Januário Godinho, etc.; Pintura: Vieira da Silva, Almada Negreiros, João Reis, Henrique Medina, Cargaleiro, Carlos Botelho, etc.; Direito: em Coimbra, Alberto dos Reis e Antunes Varela; em Lisboa, Marcello Caetano, Cavaleiro Ferreira, etc.; Advocacia: Bostorf Silva, J. G. Sa' Carneiro, Azeredo Perdigão, etc.; Teatro e cinema: actrizes: Rey Collaço, Maria Mattos, Palmira Bastos e Laura Alves; actores: Vasco Santana, António Silva, Vilarett, Ribeirinho, etc.; Escritores: Júlio Dantas, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio, Miguel Torga, Fernando Namora, etc. etc.; Poetas: José' Régio, Correia de Oliveira, Moreira das Neves, etc.; jornalistas: António Ferro, Norberto Lopes, Ferreira da Costa; Historiadores: Alfredo Pimenta, Damião Peres, Jaime Cortesão, António José Saraiva, Franco Nogueira; Realizadores de cinema: Lopes Ribeiro, Leitão de Barros, Artur Duarte, com filmes que ainda hoje se recordam e são vistos com muito agrado na televisão; Música: piano: Viana da Motta, Varela Cid, Maria João Pires; violoncelo: Guilhermina Suggia; maestros e compositores: Freitas Branco, Frederico de Freitas, Tavares Belo, Ruy Coelho, Jolli Braga Santos; canções populares: Alberto Ribeiro; fado: Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Amália Rodrigues; Cultura popular: renasce o artesanato, em peças de barro e cerâmica, e de ferro forjado e de cobre; e surgem grupos folclóricos, por todo o País, e que de tudo foi grande impulsionador António Ferro.
Título:
Enviado por: Chicken_Bone em Março 08, 2009, 03:33:27 am
Concordo que Salazar foi muito importante no princípio, para estabilizar o país, já que antes dele tivemos para aí 16 governos em 20 anos. Mas o velhote esteve 15-20 anos a mais no poder.
Arrecadou muito, mas não o investiu. Não admira que não tivéssemos dívidas... De que adianta teres tanto dinheiro, se não o usas?

Se tivesse investido, não me parece que as nossas colónias tivessem um nível de vida muitas vezes superior a Portugal. Não é à toa que muitos Retornados ficaram deprimidos quando tiveram que voltar para um país cinzento.

Muitas das coisas que mencionaste não são representativas da qualidade dele como governante. Se pusesses qualquer gajo no poder durante 30 e tal anos, de certeza que dirias que houve muita coisa feita durante o seu governo...

Lá por não haver grupos de pobres a pedirem pelas portas, não quer dizer que não havia pobreza. Se uma pessoa não te tocasse na testa, provavelmente não saberia se terias febre.
Vai às aldeias e pergunta às pessoas o que comiam e vestiam durante o Regime. Vai aos centros das cidades, onde haviam as tais fábricas e descobre como moravam as pessoas. Procura sobre esses bairros aos quais chamas "esplêndidos"...

Mesmo antes dele, tivemos grandes personalidades. E, o mesmo se aplica ao que mencionei atrás, deixas um gajo durante muito tempo no poder e conseguirás nomear muitas coisas feitas. Mas a rapidez com que elas foram feitas, a qualidade, o efeito na sociedade, coisas más durante esse período, etc?
E já agora, muitos desses tipos da cultura que mencionaste, existiram no tempo de Salazar, mas foram "criados" antes desse tempo.

Não vejo o que construir grandes paquetes tenha de valor para um governo. Já parece essa grandiosa Exposição do Mundo Português.
Acho bem que tenham existido, mas como é que estes amendoins valem algo num regime de 30 e tal anos?

Que raio de relevância tem isso de assinar a Concordata com a Santa Sé para pôr termos às injustiças sofridas pela Igreja Católica? Pá, vives em que mundo?
Num país em que para aí 98 % das pessoas eram católicas (incluindo ele próprio) como é que raio ele não iria agradar à Igreja para consolidar a sua posição?
E quando a Igreja foi assim tão oprimida em Portugal?! E se foi, teve a ver com uma questão de política e autoridade. Afinal, era suposto sermos laicos e não haver favoritismos.

De resto, peço-te que releias o "post" do PedroM.

Se o Regime foi tão fixe, por que é Portugal no final deste estava cerca de 25-50 anos atrasado comparado com outros países da Europa e África?

Se a maioria do Povo não quisesse a Revolução, de certeza que esta não teria o nome de Revolução dos Cravos. Ou seja, não teria sido pacífica como foi.

Tomsk: Já agora, quanto custa a tua liberdade? O pessoal (mesmo o que viveu antes da revolução) parece esquecer-se que a liberdade não tem preço...
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 08, 2009, 01:04:53 pm
Citação de: "Chicken_Bone"
Tomsk: Já agora, quanto custa a tua liberdade? O pessoal (mesmo o que viveu antes da revolução) parece esquecer-se que a liberdade não tem preço...


Respondo-lhe com uma pergunta.
Então o que é para si a "Liberdade"?

A "Liberdade" de expressarmos o nosso descontentamento com as politícas do governo, de fazermos greves, de nos opormos ao rumo actual das coisas?
Concordo, e foi sem dúvida algo positivo que veio com o 25 de Abril.

Agora se ganhámos umas "liberdades" também é certo que perdemos outras. Basta ouvir pessoas que experenciaram tanto o antes como o pós 25 de Abril para referirem que no tempo de Salazar/Caetano a segurança era outra.
Concerteza já todos ouvimos aqueles relatos de pessoas que diziam "que antigamente brincavam nas ruas até à meia-noite porque não havia criminosos, que provavelmente se podia deixar a porta de casa aberta, com a certeza que nada de mal aconteceria". Isto é mentira?
Provavelmente obra da administração austera e autoritária do Estado Novo.
Mas foi também aí que Portugal ganhou a fama de ser um país seguro, fama essa que tem vindo a se dissipar.
Relembro até uma recente reportagem em que se dizia que os comerciantes de Setúbal optam por fechar os seus estabelecimentos 1 ou 2 horas mais cedo, com medo dos assaltos, já uma constante por aquelas paragens. Mais impressionante, é a própria Presidente da Câmara de Setúbal admitir que um criminoso pode assaltar 60 vezes seguidas, e não lhe acontecer nada, sendo sucessivamente posto em liberdade.
E assim se vai perdendo a fama de País seguro...

Por outro lado, parece-me a mim que a palavra "liberdade" que sempre foi a imagem de marca do golpe do 25 de Abril, parece hoje muitas vezes ser confundida com "libertinagem"...
Título:
Enviado por: Chicken_Bone em Março 08, 2009, 02:12:07 pm
A não ser que faça parte da tua retórica, por favor trata-me por tu. :D Como apontaste, de certeza que um governo e Igreja autoritários punham o pessoal na linha. E também era o tempo em que se vivia. Cá, no Reino Unido, por exemplo antigamente também se poderia deixar a porta aberta
Ah, mencionei Igreja, porque se mesmo hoje em dia (particularmente em meios pequenos) os padres são vistos como os chefes, naquele tempo era muitas vezes pior. Afinal o Cerejeira era "amigo de peito" do Salazas.

Quanto aos arredores da capital da mouraria, fiz a linha de Sintra há uns anos e fiquei chocado, porque os arredores da capital da mouraria faziam-me lembrar África, América do Sul e alguns países da Ásia! Só vi prédios altos e juntos, lixo e falta de árvores. Até fiquei claustrofóbico!

Para não me delongar mais, o regime e Igreja Portuguesa eram repressivos e opressivo e parece que como consequência haveria mais segurança do tipo que falaste. Mas a que preço? Hmmm, o meu talvez fosse uma gaja mesma boa.
Título:
Enviado por: PedroM em Março 09, 2009, 11:49:43 pm
Tomsk:

Não sei se viveu ou não os tempos de Salazar, espero sinceramente que não. E não o digo por causa das ideia que professa, digo-o porque se não viveu aqueles tempos e escreve o que escreve isso pode consistir em má informação ou escolhas políticas erradas, embora legitimas.
Agora se é contemporaneo daquela época e escreve o que escreve isso é muito mais grave, porque representa adulterar a realidade, deturpar a memória e em última análise desrespeitar todos aqueles que, e foram milhões, suspiraram de alívio quando o regime se finou.
Respondendo em concreto às questões que enuncia no seu post, começarei pelo fim.
É longa a lista de personalidades que cita e muitas delas de indiscutível mérito nas suas áreas de intervenção. É também sintomático que atribua ao regime da altura e não a cada uma dessas pessoas o mérito da sua actividade. Quero dizer-lhe que aquelas pessoas chegaram onde chegaram por mérito e esforço próprio, devido ao seu próprio valor e não a um qualquer Salazar. Também poderemos dizer que foi "apesar" do Salazar. Será que os investigadores, artistas, técnicos que hoje desenvolvem trabalhos de mérito, devem atribuir o seu sucesso ao Engº Sócrates ou ao Dr. Cavaco Silva? Certamente acha a ideia absurda não é assim? Pois é exactamente igual ao que escreveu.

A grandiosa exposição do Mundo Português. Pois é, pena foi que o mundo português tenha sido alienado por uma política colonial absurda, desfasada no tempo, que nos deixou "orgulhosamente sós", ou seja, do seu ponto de vista e daqueles que o partilham, "a ter razão contra o mundo todo". O mais grave contudo é que tal política não soube defender os interesses de Portugal. Essa política consistia na falácia de "Portugal do Minho a Timor". Ora tal princípio para além de ser falso do ponto de vista sociológico e indefensável do ponto de vista estratégico, é tambem um embuste político e cultural porque não traduz a vontade das populações que supostamente nele se deviam rever.
E já não vou falar aqui do óbvio, ou seja que os "portugueses" angolanos, os "portugueses" moçambicanos, os "portugueses" caboverdeanos, não querem de facto ser portugueses. Falo acima de tudo do facto dos portugueses do Minho ao Algarve, aos Açores e à Madeira, também não aceitarem aquela ideia de Portugal, não se reverem nela. Nem naquela altura, anos de 1960 nem hoje, nem nunca! Ou seja antes de serem "os de lá" que não quiseram nem querem um Portugal do Minho a Timor, são "os de cá" que nunca o quiseram nem querem. E muito menos se isso implicar guerras, ditaduras, prisões. Se ainda não percebeu isto lamento.

Agora vamos falar de algo verdadeiramente triste. Diz você que no tempo de Salazar deixaram de haver filas de pobres? E que já não pediam nas romarias? Acho que aqui você superou-se. Portugal era um país paupérrimo, incapaz de garantir sustento para centenas de milhares de cidadãos que tiveram de emigrar. Já disse e volto a dizer que às portas de Lisboa havia em meados da década de 1960, bairros inteiros em que as crianças andavam seminuas e descalças. Os bairros de lata eram gigantescos, a habitação social era praticamente inexistente. Tinha havido umas iniciativas na década de 1950, mas pouca coisa e logo terminaram. A mendicidade era endémica nas maiores cidades, Lisboa e Porto, onde havia milhares de pessoas a mendigar nas ruas e porta a porta.

Mas não só, a corrupção era também endémica. Os bairros clandestinos cresciam como cogumelos sob o olhar cúmplice das camaras municipais onde a corrupção era lei. Estamos a falar do tempo das Brandoas, dos Vales de Cambra, dos Camarates e de muitos outros, onde se amontoava a classe média, se é que assim se pode dizer, daquela época.

Você fala em grandes obras públicas e estradas. Quanto às estradas só pode ser gozação não é? Na década de 1960 o país praticamente não tinha vias de comunicação. O transporete ferroviario era lentíssimo e degradado. As estradas na sua maioria eram um somatório de buracos, auto estradas não havia. E atenção estamos a falar num tempo em que na europa já havia optimos comboios, excelentes estradas e grandes redes de auto estradas.

Contudo algumas iniciativas do regime tiveram o seu mérito. O programa de constução de barragens e de escolas foi sem dúvida positivo. Quanto aos hospitais já não partilho da sua opinião, porque se alguns foram construídos, muitos mais foram aqueles que o deveriam ter sido.

Quanto ao escudo estar sobrevalorizado. Esse é mais um mito do regime. O escudo não era uma moeda livremente convertivel. A taxa de câmbio era manipulada administrativamente. O escudo era uma moeda sem qualquer expressão no mercado internacional, os portugueses não tinham qualquer poder de compra e assim era fácil ao governo manipular e manter uma taxa de câmbio artificialmente alta.

Reafirmo que Salazar foi um ditador criminoso, porque mandou cometer crimes e deles tirou benefício, retrógado porque sempre obstaculizou qualquer ideia de mudança, e pouco esclarecido porque não tinha qualquer ideia viável para o futuro do país.

Mas para além dos aspectos económico, financeiro, social ou cultural, há uma coisa que pesará sempre sobre o regime salazarista. A ditadura, a falta de liberdade, o desrespeito pelos cidadãos.
Tenho para mim que quem não respeita a liberdade dos outros não está apenas a faltar ao respeito àqueles, mas falta também ao respeito a si próprio.

Se ainda vivessemos no tempo do seu patrono não estariamos aqui a ter este debate. Você talvez, mas eu não estaria certamente aqui a escrever este post. Hoje você e eu podemos estar aqui a expor as nossas ideias, e essa é a grande diferença. Não é difícil de entender pois não?
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 10, 2009, 05:09:28 am
PedroM, concordo com tudo o que diz, mas ao longo dos anos aprendi uma coisa o "tuga" nao desenvolve com falas mansas...
Título:
Enviado por: P44 em Março 10, 2009, 10:11:45 am
PedroM

Parabéns pelo seu último post .

A minha opinião é que a maior parte dos membros do FD que "veneram" salazar são malta jovem que nunca viveu tal época, e se deixou levar, talvez na inocência e ingenuidade da juventude, em "mitos" falaciosos do branqueamento da ditadura.
Título:
Enviado por: teXou em Março 10, 2009, 09:37:21 pm
Para PedroM:
 :Palmas:  yu23x1  yu23x1
 :G-Ok:
Título:
Enviado por: legionario em Março 10, 2009, 10:00:30 pm
O problema que se coloca é : o que é que leva tanta malta nova a falar de Salazar ? Nao sera a falencia deste regime actual ? Nao sera a vontade que muitos têm de dizer : "alto la ! voces passam a vida a dizer mal do Salazar, mas olha que agora,  isto tambem nao esta nada bom !...

Vendo bem as coisas, nao é a malta velha que conheceu os rigores do salazarismo a responsavel pela situaçao actual ? O pessoal que tem hoje 50 ou 60 anos, conquistaram a liberdade mas nao souberam o que fazer com ela, o resultado é que temos hoje jovens salazaristas. Bravo pros Kotas :):)
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 10, 2009, 10:42:32 pm
Citação de: "legionario"
O problema que se coloca é : o que é que leva tanta malta nova a falar de Salazar ? Nao sera a falencia deste regime actual ? Nao sera a vontade que muitos têm de dizer : "alto la ! voces passam a vida a dizer mal do Salazar, mas olha que agora,  isto tambem nao esta nada bom !...

Vendo bem as coisas, nao é a malta velha que conheceu os rigores do salazarismo a responsavel pela situaçao actual ? O pessoal que tem hoje 50 ou 60 anos, conquistaram a liberdade mas nao souberam o que fazer com ela, o resultado é que temos hoje jovens salazaristas. Bravo pros Kotas :):)



A queda de confianca  dos Portugueses no processo politico tem base em muitas coisas, mas a principal na minha opiniao e a total desonestidade dos politicos
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 10, 2009, 11:06:37 pm
Pessoalmente, não venero Salazar. Concordo em muitas das suas orientações políticas, discordo com outras.

Não embarco na perspectiva de branqueamento de um período da nossa história recente, como muitos parecem fazer querer desaparecer.

A escola ensina-nos a história dos vencedores. Eu optei também por estudar a dos vencidos.
O que encontrei foi um homem de personalidade forte e autoritária, patriota e honesta, que entendia ser necessáras medidas implacáveis para estabilizar o país que lhe coube dirigir. E assim fez.

Salazar foi uma figura marcante, e disso não pode haver dúvidas. E essas figuras suscitam paixões e ódios, naturalmente.
Há os que gostam e os que odeiam.
Mas a nenhum desses cabe criticar os gostos alheios!

Assim, apelidar Salazar de "Criminoso" ou "F**** d* P***" não me parece adequado para evoluírmos na nossa discussão.
Título:
Enviado por: legionario em Março 11, 2009, 08:04:40 pm
Essa tua curiosidade é muito salutar. Continua ! Se usares a tua razao, consegues distinguir as coisas, ... e nao ligues a certos desabafos que ouves  da parte dos bem-instalados , por muito emocionantes que sejam :)
Título:
Enviado por: PedroM em Março 12, 2009, 12:37:30 am
Citação de: "TOMSK"
Pessoalmente, não venero Salazar. Concordo em muitas das suas orientações políticas, discordo com outras.

Não embarco na perspectiva de branqueamento de um período da nossa história recente, como muitos parecem fazer querer desaparecer.

A escola ensina-nos a história dos vencedores. Eu optei também por estudar a dos vencidos.
O que encontrei foi um homem de personalidade forte e autoritária, patriota e honesta, que entendia ser necessáras medidas implacáveis para estabilizar o país que lhe coube dirigir. E assim fez.

Salazar foi uma figura marcante, e disso não pode haver dúvidas. E essas figuras suscitam paixões e ódios, naturalmente.
Há os que gostam e os que odeiam.
Mas a nenhum desses cabe criticar os gostos alheios!

Assim, apelidar Salazar de "Criminoso" ou "F**** d* P***" não me parece adequado para evoluírmos na nossa discussão.


OK Tomsk.

Com tanta coisa útil para fazer você resolveu estudar o Salazar e acabou por concordar com ele. Por mim tudo bem, acho lamentável, mas está no seu direito.

Ainda bem que pôde estudar o Salazarismo sem problemas, com tranquilidade (como diria o Paulo Bento...) e que pode comunicar o resultado desse seu empenho.
É que no tempo do seu patrono, se alguém quisesse estudar "o outro lado", teria de comprar livros às escondidas ou adquiri-los no estrangeiro se pudesse. E ainda teria de se preocupar em não fazer alarde da literatura que tinha, não fosse alguem chibar-se e acabar por ter problemas coma a polícia. Ah!... e claro nada de divulgar as opiniões e conclusões desse estudo. Esse é um luxo que você pode gozar agora neste regime "decadente", mas que estava interdito no glorioso salazarismo. Enfim, o habitual!

Aliás eu só intervi nesta questão porque achei um abuso e um grande descaramento fazer passar o salazarismo como um período positivo da história de Portugal e que até teria deixado algo de herança, que não um país pobre e arruinado.
E intervi apenas porque pode haver quem, não tendo conhecimento de  como as coisas eram na altura, nem tendo lido nada sobre o assunto, poderia tomar por verdade que Salazar foi um estadista de génio e que deixou obra feita, para além de um país arruinado, um povo paupérrimo e um futuro sem rumo e sem aliados.
Não que receie que a malta na casa dos 20/30 anos, não tenha o discerinemento para separar o trigo do joio. Alguns não o farão certamente, mas esses são poucos, dizem é muitas asneiras. Mas por vezes é preciso lembrar de como as coisas eram de realiade, para que a mentira não reescreva a história.

Quanto a chamar criminoso a Salazar, acredite que só lhe faço justiça. Não é por ter sido estadista durante cerca de 40 anos que deixa de o ser. Não foi o primeiro e decerto não será o último.

Boa sorte para os seus estudos...
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 12, 2009, 01:14:16 am
Amigo tomsk, nao ligue a esta treta que tao para aqui a enganar as pessoas, O salazar pecou por nao ser democrata. mas e mentira quem disser que hoje (relativamente) o pais economico e social estar melhor! portugal desde o 25 de abril que nao para de perder riqueza, se continuamos assim em 2020 somos o pais mais pobre da europa isto e uma realidade (sao numeros). Agora estes inuteis que vem aqui dar palestra do politicamente correcto e ao mesmo tempo enganar as pessoas juntando os problemas de portugal ao salazar nao estao a falar a verdade! Vou dar um exemplo... se a economia portuguesa tivesse crescido metade nas decadas de 70, 80, 90 e 2000 do que cresceu na decada de 60, hoje seriamos pelo menos 50% mais ricos!
Título:
Enviado por: Duarte em Março 12, 2009, 01:42:35 am
A Polícia do Políticamente Correcto anda por aí e está atenta..  :roll:
Título:
Enviado por: P44 em Março 12, 2009, 03:36:56 pm
Citação de: "legionario"
O problema que se coloca é : o que é que leva tanta malta nova a falar de Salazar ? Nao sera a falencia deste regime actual ? Nao sera a vontade que muitos têm de dizer : "alto la ! voces passam a vida a dizer mal do Salazar, mas olha que agora,  isto tambem nao esta nada bom !...

Vendo bem as coisas, nao é a malta velha que conheceu os rigores do salazarismo a responsavel pela situaçao actual ? O pessoal que tem hoje 50 ou 60 anos, conquistaram a liberdade mas nao souberam o que fazer com ela, o resultado é que temos hoje jovens salazaristas. Bravo pros Kotas :mrgreen:
Título:
Enviado por: legionario em Março 12, 2009, 07:59:33 pm
PedroM, esta sua frase é discutivel :

"Aliás eu só intervi nesta questão porque achei um abuso e um grande descaramento fazer passar o salazarismo como um período positivo da história de Portugal e que até teria deixado algo de herança, que não um país pobre e arruinado. "

O Portugal do sec XX sempre foi um pais pobre, mas tinhamos das maiores reservas de ouro do mundo, que nos foram de muito jeito depois do 25 abril 74. Por outro lado, eu até ja ouvi o Mario Soares dizer que Salazar tinha equilibrado as finanças ...
Quanto à miséria e ao iletrismo do nosso povo, temos todos pena que 35 anos de democracia nao tenham avançado muito nestes campos.
Os bairros de lata devem estar por ai a aparecer novamente, ja temos outra vez as sopas da caridade, o resto vem a seguir.

Nao ha duvida nenhuma que tinhamos antes do 25 abril um regime autoritario, isso é indiscutivel, mas nao era um pais onde havia a pena de morte como por exemplo em França, que decapitava os condenados à morte e que so acabou com estas praticas em 1979 ;  nos nao  tinhamos sequer a prisao perpétua em Portugal...Por cada caso de tortura ou de repressao praticado em Portugal no tempo do Salazar, eu posso relatar aqui actos documentados bem piores praticados pela França republicana no mesmo periodo...

Na minha opiniao, o principal erro de Salazar, nao foram os tabefes que a GNR ou  a Pide deram nalguns opositores, mas sim o nao ter educado e formado as pessoas. Nesta area fez muita coisa (as escolas primarias, as escolas comerciais e  industriais, etc) mas nao chegou para ficarmos ao nivel europeu... nem nada que se pareça!

Desgraçadamente, o regime pos-abrileiro, tambem esta a falhar e a coisa mais visivel que fez na area da educaçao foi distribuir os diplomas  e as equivalencias do 12° ano  nas caixas de farinha amparo.

Temos certamente mais democracia agora, mas ainda estamos muito longe duma verdadeira democracia. Que democracia pode ter um povo que nao tem dinheiro ? Onde sectores da economia que sempre foram estatais mesmo no tempo do Salazar (por serem de interesse publico e estrategico), passam da propriedade do Estado (do povo) para a propriedade das oligarquias ?
Vivemos numa democracia em que para se ter justiça convem ter muito dinheiro para pagar a um advogado ; para se ter saude ,idem ; e até mesmo para se ter uma reforma vamos ter que rezar para que os fundos privados nao vao à falencia, porque até desta responsabilidade o Estado se quer livrar.
Neste ritmo, quem vai mandar nisto tudo um dia é uma holding qualquer, que faz e desfaz os governos, intoxicando-nos com os seus media para que votemos onde eles querem e recompensando os politicos coniventes com cargos de prestigio e muito dinheiro claro.

Portugal a pouco e pouco esta a perder a sua alma  ( ja tinhamos perdido a honra e fortuna ... :):) )
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 12, 2009, 10:06:42 pm
Citação de: "legionario"
PedroM, esta sua frase é discutivel :

"Aliás eu só intervi nesta questão porque achei um abuso e um grande descaramento fazer passar o salazarismo como um período positivo da história de Portugal e que até teria deixado algo de herança, que não um país pobre e arruinado. "

O Portugal do sec XX sempre foi um pais pobre, mas tinhamos das maiores reservas de ouro do mundo, que nos foram de muito jeito depois do 25 abril 74. Por outro lado, eu até ja ouvi o Mario Soares dizer que Salazar tinha equilibrado as finanças ...
Quanto à miséria e ao iletrismo do nosso povo, temos todos pena que 35 anos de democracia nao tenham avançado muito nestes campos.
Os bairros de lata devem estar por ai a aparecer novamente, ja temos outra vez as sopas da caridade, o resto vem a seguir.

Nao ha duvida nenhuma que tinhamos antes do 25 abril um regime autoritario, isso é indiscutivel, mas nao era um pais onde havia a pena de morte como por exemplo em França, que decapitava os condenados à morte e que so acabou com estas praticas em 1979 ;  nos nao  tinhamos sequer a prisao perpétua em Portugal...Por cada caso de tortura ou de repressao praticado em Portugal no tempo do Salazar, eu posso relatar aqui actos documentados bem piores praticados pela França republicana no mesmo periodo...

Na minha opiniao, o principal erro de Salazar, nao foram os tabefes que a GNR ou  a Pide deram nalguns opositores, mas sim o nao ter educado e formado as pessoas. Nesta area fez muita coisa (as escolas primarias, as escolas comerciais e  industriais, etc) mas nao chegou para ficarmos ao nivel europeu... nem nada que se pareça!

Desgraçadamente, o regime pos-abrileiro, tambem esta a falhar e a coisa mais visivel que fez na area da educaçao foi distribuir os diplomas  e as equivalencias do 12° ano  nas caixas de farinha amparo.

Temos certamente mais democracia agora, mas ainda estamos muito longe duma verdadeira democracia. Que democracia pode ter um povo que nao tem dinheiro ? Onde sectores da economia que sempre foram estatais mesmo no tempo do Salazar (por serem de interesse publico e estrategico), passam da propriedade do Estado (do povo) para a propriedade das oligarquias ?
Vivemos numa democracia em que para se ter justiça convem ter muito dinheiro para pagar a um advogado ; para se ter saude ,idem ; e até mesmo para se ter uma reforma vamos ter que rezar para que os fundos privados nao vao à falencia, porque até desta responsabilidade o Estado se quer livrar.
Neste ritmo, quem vai mandar nisto tudo um dia é uma holding qualquer, que faz e desfaz os governos, intoxicando-nos com os seus media para que votemos onde eles querem e recompensando os politicos coniventes com cargos de prestigio e muito dinheiro claro.

Portugal a pouco e pouco esta a perder a sua alma  ( ja tinhamos perdido a honra e fortuna ... :):) )


O salazar e o seu regime nao era nada que se recomenda e nem o convidava para jantar... mas o 25 de abril nao trouxe a democracia... trouxe um "circo" como diz o ultimo portugues com colhoes!
Título:
Enviado por: teXou em Março 14, 2009, 12:10:14 am
Citação de: "Duarte"
A Polícia do Políticamente Correcto anda por aí e está atenta..  blx2x1
Título:
Enviado por: teXou em Março 14, 2009, 12:37:17 am
Citação de: "legionario"
O Portugal do sec XX sempre foi um pais pobre, mas tinhamos das maiores reservas de ouro do mundo, que nos foram de muito jeito depois do 25 abril 74. Por outro lado, eu até ja ouvi o Mario Soares dizer que Salazar tinha equilibrado as finanças ...

Vou so responder a primeira parte, porque o resto so é ... :evil:
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 14, 2009, 04:31:21 am
Citação de: "teXou"
Citação de: "legionario"
O Portugal do sec XX sempre foi um pais pobre, mas tinhamos das maiores reservas de ouro do mundo, que nos foram de muito jeito depois do 25 abril 74. Por outro lado, eu até ja ouvi o Mario Soares dizer que Salazar tinha equilibrado as finanças ...
Vou so responder a primeira parte, porque o resto so é ... :evil:


Quando o barroso disse que isto tava de tanga... era verdade, a gente e que nao quis acreditar. agora nem de tanga esta isto virou um "circo"
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 14, 2009, 11:56:13 am
Isto assusta a sério. Muito a sério. Estamos mal com esta democracia nepotista? Estamos sem dúvida. Não vivi os anos da ditadura mas todos os meu familiares mais velhos que eu viveram. E por tudo o que dizem, por tudo o que alguns passaram, por eu próprio já ter estado em países que vivem nesse tipo de jugo só posso dizer que prefiro esta democracia à melhor ditadura. É que neste regime ao menos posso tentar mudar alguma coisa.

O que os defensores e branqueadores do fascismo salazarista aqui usam como argumento é que as atitudes e opções tomadas depois do 25Abr são as culpadas de tudo o que aconteceu. Pois tudo tem uma causa e o respectivo efeito. Já o escrevi aqui, mas para os defensores da ditadura só existe uma maneira de compreenderem.  Viverem num regime desses em que se pisam o risco de sequer pensar livremente podem habilitar-se a umas férias pagas pelo vosso adorado regime

Hasta
Título:
Enviado por: legionario em Março 14, 2009, 07:18:05 pm
A ideia principal que eu quiz fazer passar, é que : ontem por umas razoes, hoje por razoes diferentes, Portugal continua a ser um pais pobre e sem perspectivas  e de onde as pessoas continuam a sair para procurar um melhor futuro.
A classe politica e os situacionistas actuais invocam frequentemente o espectro do Salazar dizendo : vejam como estamos bem, antigamente era as trevas, a miséria, a tortura !  Nos tempos do Salazar, em todos os paises havia esses cancros, e em Portugal se tinhamos o regime que tinhamos é porque era o reflexo do nosso povo.

A verdade é que Portugal HOJE nao esta nada bem e a culpa  ja nao é do Salazar. Quando ele deixou o poder, deixou tambem um pais em muito melhor estado do que aquele em que  encontrou,  em questoes de segurança, economia e até de educaçao. Afirmar isto, é para muitos situacionistas um crime, mas no entanto é verdade.

O regime actual , tal como o anterior,  nao esta a conseguir pôr Portugal na média dos paises europeus. Mesmo em questoes de liberdade, peço desculpa mas isto esta  a caminhar para um estado Big Brother . Preciso de justificar esta minha afirmaçao ?

Se este regime fosse verdadeiramente democratico, justo e solidario, eu estaria com ele.

Quanto ao Salazar, o homem ja morreu mas se ainda esta tao vivo na memoria das pessoas, é culpa da incompetencia e da cupidez dos nossos caciques pseudo-democraticos que nao souberam implantar uma verdadeira democracia.
Título:
Enviado por: Chicken_Bone em Março 14, 2009, 07:24:35 pm
Legionario: ele teve quase 40 anos no poder. Seria muito estranho a educação não ter melhorado, já que o Sec. XX foi explosivo em termos de Conhecimento.
Agora, se não estou errado quando ele chegou ao poder, se Portugal estava atrasado para aí 25-50 anos relativamente a outros países, quando o regime caiu, Portugal continuava umas décadas atrasado.
Ou seja Portugal melhorou em termos absolutos, mas não em termos relativos (isto é, comparando com outros países).

Poderias, pf explicar o que queres dizer com o estado Big Brother?
Título:
Enviado por: legionario em Março 14, 2009, 07:50:36 pm
O  "BIG BROTHER...is watching you" :).  Custa-me a entender como é que um estado repressivo reprimia tanto, com menos de metado dos policias que hoje existem.
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 15, 2009, 04:09:49 am
Meus amigos... vejao este MIX e se tiverem alguma duvida vejao outra vez!

Ta tudo dito!!! f2x2x  f2x2x  f2x2x

http://www.youtube.com/watch?v=nLFqx2sTpjk (http://www.youtube.com/watch?v=nLFqx2sTpjk)
Título:
Enviado por: P44 em Março 15, 2009, 11:54:59 am
Citar
Hoje o controle dos cidadaos por parte dos Estados é permanente. Temos nao sei quantos numeros e nao sei quantos cartoes


note-se por ex. que desde de Janeiro de 2009, o BI deixou de existir!

agora o "cartão do cidadão" ( com todos os nossos dados juntos unm só cartão) tornou-se obrigatório!
Título:
Enviado por: PedroM em Março 15, 2009, 08:48:16 pm
Legionário:

Você anda a treinar para cómico? Mas quer comparar o estado da educação em 1968 e em 2008? Tem alguma coisa a ver com a outra?

Alguma vez em 1968 a população portuguesa tinha o nível de escolaridade que tem hoje? Quando houve em Portugal uma população mais instruída do que hoje?

Uma coisa é constatar as insuficiências que existem presentemente, outra completamente diferente é pretender comparar as 2 situações 1968/2008, não tem comparação possível.

E que história é essa do big brother? Será que você está a escrever do fundo de alguma gruta ou de algum bunker com medo das forças de vigilância da terrível Republica Francesa? Não me parece. Mas olhe que no tempo do seu adorado Salazar você teria se dese esconder se quisesse participar num debate destes, senão ainda lhe davam um "calor nas orelhas", mas como você também nâo vê mal nisso...
É evidente que a tecnologia disponibiliza hoje meios de vigilância e controlo que não estavam disponíveis há 40 anos. Por acaso já pensou o que faria o seu adorado líder se tivesse ao seu dispor os meios de vigilância que existem hoje?

A vantagem da democracia é que se você quiser protestar protesta. Aí em França não sei como é, mas aqui em Portugal, basta chamar a TVI ou a SIC e tem logo direito a fazer um comício que passa em vários telejornais.

Passe bem.
Título:
Enviado por: legionario em Março 16, 2009, 06:45:46 pm
Citação de: "PedroM"
Legionário:

Você anda a treinar para cómico? Mas quer comparar o estado da educação em 1968 e em 2008? Tem alguma coisa a ver com a outra?

Alguma vez em 1968 a população portuguesa tinha o nível de escolaridade que tem hoje? Quando houve em Portugal uma população mais instruída do que hoje?

Uma coisa é constatar as insuficiências que existem presentemente, outra completamente diferente é pretender comparar as 2 situações 1968/2008, não tem comparação possível.

E que história é essa do big brother? Será que você está a escrever do fundo de alguma gruta ou de algum bunker com medo das forças de vigilância da terrível Republica Francesa? Não me parece. Mas olhe que no tempo do seu adorado Salazar você teria se dese esconder se quisesse participar num debate destes, senão ainda lhe davam um "calor nas orelhas", mas como você também nâo vê mal nisso...
É evidente que a tecnologia disponibiliza hoje meios de vigilância e controlo que não estavam disponíveis há 40 anos. Por acaso já pensou o que faria o seu adorado líder se tivesse ao seu dispor os meios de vigilância que existem hoje?

A vantagem da democracia é que se você quiser protestar protesta. Aí em França não sei como é, mas aqui em Portugal, basta chamar a TVI ou a SIC e tem logo direito a fazer um comício que passa em vários telejornais.

Passe bem.


Vc é o perfeito exemplo dos democratas que temos :)
Leia os posts dos outros mais devagar em vez de se empolgar ! e veja se percebe o que lê.
A sic e a tvi que continuem a denunciar as injustiças do nosso pais, de bem lhes serve...; o que eles podiam fazer tambem era trocar algumas das telenovelas  por programas que contribuam a valorizar a nossa cultura porque continuamos com a taxa de analfabetismo igual à da Albania . Infelizmente o poder em Portugal sempre quiz o povo ignorante, e ainda nao apareceu por ca o regime que ponha Portugal ao nivel da europa.
Título:
Enviado por: TOMSK em Março 28, 2009, 01:30:19 pm
Alguém há-de pagar

"Certo dia, o Dr.Mário Soares foi ao Porto visitar a Casa da Música. E, confrontado com as derrapagens financeiras do mostrengo, o Dr.Soares resumiu a nossa história económica em duas frases:
«O importante é fazer. Depois, alguém há-de pagar.»
Nem mais.
«Alguém há de pagar» devia ser o nosso hino.
Isso vale para a Casa da Música e para a "música" que o governo toca em ano de eleições, ao chutar para 2011 metade das prestações mensais de habitação que as famílias desempregadas não conseguem honrar.
E os juros?
E se o desemprego continuar?
E se a economia portuguesa permanecer moribunda?
Perguntas inúteis.
Quando chegar 2011, o mais provável é alguém chutar a dívida para 2013.
Ou 2015.
Ou 2017.
Isto, claro, se ainda houver país por essa altura.
E trabalhadores portugueses dispostos a suportá-lo."

João Pereira Coutinho
Título:
Enviado por: PedroM em Março 28, 2009, 06:24:48 pm
Notícia do semanário SOL de hoje:

Reservas de ouro atingem valor mais alto dos últimos 30 anos
Portugal é o 13.º país com mais reservas de ouro do mundo. E com a subida de preço do precioso metal, as reservas nacionais atingiram o valor mais alto dos últimos 30 anos. Agora as opiniões dividem-se sobre o rumo a tomar: uns defendem que devemos vender parte do ouro, outros sustentam que o deveremos guardar
O valor das reservas de ouro portuguesas está num patamar histórico, com a subida do preço da matéria-prima. Os activos em posse do Banco de Portugal (BdP) atingiram 9,2 mil milhões de euros em Fevereiro, o montante mais elevado dos últimos 30 anos, com uma valorização de 1,3 mil milhões em apenas um ano. Miguel Cadilhe defende a venda de reservas; Augusto Mateus e João César das Neves discordam.
Portugal aparece em 13º lugar na lista de países e organizações com mais reservas de ouro. Tem 382,5 toneladas, o equivalente a 36 gramas por cada habitante. Aos actuais preços de mercado, são pouco mais do que 800 euros por cidadão e, no total, 5,7% do Produto Interno Bruto. A matéria-prima representa 85,9% do total de reservas do país.
Desde 1999, estão em vigor acordos entre bancos centrais na Zona Euro que limitam a venda de reservas. Ao abrigo desse entendimento, revisto pela última vez em Setembro de 2004, Portugal colocou no mercado 100 toneladas, entre aquela data e Setembro de 2006, para diversificação das reservas externas. O acordo terá que ser revisto este ano e a possibilidade de virem a ser feitas mais vendas está em aberto

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=130377

E esta hem!?? Será por isto que deixamos de ser um país com graves problemas económicos e financeiros? Será que somos o 13º país mais rico do mundo?
Obviamente que não! Esta notícia demonstra bem que um país pode "nadar" em reservas de ouro e ser um país paupérrimo, carenciado de tudo e a sua população viver no limiar da miséria, tal como acontecia em Portugal no tempo do Salazar.

O infeliz regime do estado novo no plano económico deixou 2 mitos.

1º O das reservas de ouro. Hoje vemos que as reservas de ouro, sendo bom tê-las, não transformam um país pobre em rico nem põem uma economia a funcionar.

2º O escudo forte. Como já disse noutro post, o escudo não era uma divisa livremente convertível. O seu câmbio era fixado administrativamente. Havendo poucas operações em escudos era fácil ao governo de então manter o escudo artificialmente alto. Claro que qualquer tentativa para integrar o escudo no mercado cambial livre resultaria numa queda brutal do seu valor, que nessa altura sim, tenderia a espelhar o nível de pobreza do país.

Quanto a mitos estamos falados. Quanto ao resto a obra do estado novo pode medir-se pelos indíces de desenvolvimento económico e humano já disponíveis no princípio dos anos 70. Uma só palavra LAMENTÁVEL!
Título:
Enviado por: pedro em Março 28, 2009, 08:47:22 pm
Caro pedrom o senhor, diz que o ouro não importa, agora claro que não com a moeda unica mas na altura importava e muito.
Quanto ao estado novo, bem tem razão em quase tudo exepto o ponto dos niveis de crescimento, que agora são bem piores.
Portugal esta mal muito mal, e ninguem faz nada.
O povo parece burro por ainda ir nas conversas dos nossos governantes.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Keyone em Junho 22, 2009, 02:12:15 pm
A estes factos de fraca governaçao vem como visivél o grande e grandes ordenados de dirigentes e futubolistas que recebem quantias exageradas a meu ver