O colapso da união Europeia...

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HSMW

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #60 em: Dezembro 13, 2017, 12:07:01 pm »
então da parte económica, todas as semanas ouço disparates impossíveis de serem verdade, mas..... a comunicação social vermelha-rosa engole e lava tudo!!!!!

Tal como o Viajante nota nos temas económicos eu vejo o absurdo quando se aborda temas militares.
Mas também num país com jornalistas que dizem báctéria e vácina....
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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #61 em: Dezembro 13, 2017, 09:01:09 pm »
então da parte económica, todas as semanas ouço disparates impossíveis de serem verdade, mas..... a comunicação social vermelha-rosa engole e lava tudo!!!!!

Tal como o Viajante nota nos temas económicos eu vejo o absurdo quando se aborda temas militares.
Mas também num país com jornalistas que dizem báctéria e vácina....

Mas por aquilo que vejo, essa dicção vem das "tias" de Lisboa :)

Eu já cansei-me de explicar às pessoas a diferença entre: Arrendamento (bens imóveis-Casas, terrenos) e aluguer (bens móveis-táxis, motas, bicicleta)! Nas imobiliárias e nos jornais então!!!!!

Mas na área económica vejo erros todos os dias, ao confundir unidades, milhares com milhões, números com casas decimais..... não é a mesma coisa dizer por exemplo que o novo Comissário Carlos Moedas vai gerir um orçamento de 80 milhões de euros, quando deveriam dizer 80 mil milhões de euros!

Julgo que a maioria dos jornalistas fugiram na Universidade aos cursos com matemática e então para alguém da área económica e financeira, é muito penoso ler asneiras todos os dias! Há muita falta de rigor!
 

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Cabeça de Martelo

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #62 em: Janeiro 02, 2018, 04:07:16 pm »
Para relembrar:

WHITE PAPER ON THE FUTURE OF EUROPE : Reflections and scenarios for the EU27 by 2025 / European Commission

https://ec.europa.eu/commission/sites/beta-political/files/white_paper_on_the_future_of_europe_en.pdf
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #63 em: Fevereiro 16, 2019, 10:40:58 am »
Como a “primavera europeia” de extrema-direita está a ser preparada à vista de todos

Há muito que o ministro italiano do Interior fala numa união de partidos nacionalistas. Com a aproximação das eleições europeias, sobe a parada. Contudo, mesmo partilhando o discurso anti-imigração, estes partidos “têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, diz investigador. Com ou sem união de partidos, está aí a universidade que promete formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”

TEXTO HÉLDER GOMES

ma “primavera europeia” contra “o eixo franco-alemão” dominante. Um “renascimento dos valores europeus” contra os burocratas. Uma rede pan-europeia de partidos nacionalistas. Estas não são ideias novas, são enunciadas pelo menos desde que o Governo italiano de coligação entre a Liga, partido de extrema-direita, e o Movimento Cinco Estrelas (M5E), populista, foi formado, em junho do ano passado. Mas o ministro do Interior, Matteo Salvini, repete-as com cada vez maior ênfase à medida que se aproximam as eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.

Recentemente, a agência France-Presse noticiou que Salvini, que também comanda a Liga, está a tentar organizar uma frente europeia de extrema-direita. Em janeiro, num encontro com o seu homólogo polaco, falava da convergência de agendas com o partido Lei e Justiça (PiS), no poder em Varsóvia, em temas como a anti-imigração, o anti-islamismo e o euroceticismo. Foi então que falou numa “primavera”, que poderia ser desencadeada por Itália e Polónia, para libertar o continente dos burocratas. Em outubro, ao lado da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, Salvini disse que as eleições europeias inaugurariam uma nova era, caracterizada pela restauração de valores como o orgulho e a dignidade dos trabalhadores comuns.

Mas será mesmo possível criar uma frente europeia de partidos nacionalistas e extremistas para as eleições de maio? O investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) Marco Lisi relativiza: “Salvini tenta ocupar o espaço da direita tradicional, que está em crise em vários países da Europa. Os partidos mais à direita, que já atraem um certo tipo de eleitorado, tentam agora expandir-se e atrair um eleitorado mais moderado, polarizando várias questões, nomeadamente a imigração e a identidade.”

As eleições “abrem uma janela de oportunidade para coordenar essa vontade a nível europeu, com os partidos extremistas a fazerem parceiros e a conquistarem uma maior legitimidade”, comenta o investigador do IPRI ao Expresso. Também isso não é exatamente novo. “As eleições europeias são sempre uma oportunidade para as forças antissistema e extremistas. São eleições em que as forças de protesto conseguem melhores resultados e que normalmente penalizam as mais moderadas”, recorda.

“Os partidos extremistas têm um discurso comum sobre imigração e soberania contra os poderes europeus mas têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, sublinha, por sua vez, Simone Tulumello, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Sendo Itália um país com uma grande dívida, sempre explorou uma maior flexibilidade nos Orçamentos do Estado e a possibilidade de ter défices maiores. Ora, “os maiores inimigos dessa possibilidade são os países do Grupo de Visegrado”, com destaque para a Polónia e para a Hungria, diz ao Expresso.

A própria questão dos imigrantes e a sua distribuição pelos países europeus também abre profundas brechas na hipótese de um entendimento alargado. “Os países do leste são aqueles que nem sequer aceitam um número mínimo dos refugiados que chegam às costas italianas”, junta Tulumello. Por outro lado, continua, a Polónia e a Hungria estão entre os países que mais beneficiaram, nos últimos anos, dos fundos europeus, pelo que até “podem ter um discurso absolutamente contra a Europa mas querem continuar a receber os benefícios”.


“PARTIDOS EXTREMISTAS SÃO MUITO MAIS PRAGMÁTICOS E FLEXÍVEIS”

Ambos os investigadores concordam que a retórica de Salvini faz parte de uma estratégia de campanha eleitoral com potenciais ganhos internos, divergindo apenas na dimensão desses proveitos. “Se a Liga, como preveem as sondagens, se mantiver como o maior partido, isso dá-lhe uma grande força para romper com o M5E e ir a eleições rapidamente”, prognostica Marco Lisi. O investigador do IPRI deteta “cada vez mais incompatibilidades” no seio da coligação, como “era previsível desde o começo”.

Salvini poderá estar preocupado com a hipótese de não confirmar as sondagens que dão à Liga intenções de voto na ordem dos 30%. “Se o partido tiver essa votação, é possível que tente forçar a mão, criando uma maioria diferente no Parlamento e ‘libertando-se’ do M5E ou até fazendo cair o Governo. Mas não tenho a certeza de que isso venha a acontecer”, hesita Simone Tulumello. O investigador do ICS reconhece, ainda assim, que “a estratégia pode ser criar a imagem de uma direita europeia consolidada para tentar manter as expectativas altas”.

“Para chegarem ao poder, os partidos extremistas são muito mais pragmáticos e flexíveis do que as forças políticas moderadas, e isso é um ponto a favor deles”, reconhece Marco Lisi. Por isso é que “a política de alianças dos partidos tradicionais é fundamental”, algo que não aconteceu em Itália nas últimas eleições legislativas. “As forças de esquerda foram incapazes de fazer coligações”, o que acabou por resultar na atual solução governativa.

O investigador do IPRI reforça a tese da competição crescente entre os dois parceiros de coligação. À semelhança de Salvini, também o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, líder do M5E, se tem desdobrado em contactos europeus, explorando afinidades políticas com partidos e movimentos na Polónia, Croácia e Finlândia, entre outros. Na semana passada, o seu encontro com figuras destacadas do movimento dos “coletes amarelos” levou mesmo a um incidente diplomático grave com Paris, com o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros a chamar o seu embaixador em Roma. Em comunicado, o Quai d’Orsay falou em “declarações ultrajantes”, “ingerência” e “ataques infundados” como já não se via desde o fim da II Guerra Mundial.


Luigi di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini
FOTO GETTY

“Com a chegada ao poder, surgiram duas alas no M5E: uma institucional – mais moderada, mais disponível para compromissos – e uma outra mais radical”, explica Lisi. “Em Itália, parece que o chefe de Governo é Salvini e que Di Maio e [o primeiro-ministro] Giuseppe Conte são vices dele. E isso também se reflete nas sondagens, com a Liga a subir e o M5E a descer ligeiramente”, diz. Este dado ajuda a explicar o endurecimento da retórica de Di Maio, que “está a tentar recuperar a alma de protesto que já fazia parte da sua identidade mas que perdeu com a ascensão ao poder”, refere o investigador do IPRI.

Mesmo que a tal frente de extrema-direita não se forme na Europa a tempo das eleições, está quase tudo pronto para abrir a primeira universidade que irá formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”. As palavras são do presidente do instituto que administrará a nova estrutura e cujo epicentro fica a 100 quilómetros de Roma, na Abadia de Trisulti.

Segundo o jornal “La Stampa”, a abadia, que deverá transformar-se em breve em academia, visa “transmitir o pensamento de Steve Bannon às próximas gerações” e “formar os futuros Matteo Salvini e Viktor Orbán [primeiro-ministro da Hungria]”. O mesmo Steve Bannon que foi estratega da campanha do Presidente dos EUA, Donald Trump, e que se instalou em Bruxelas para aglutinar as extremas-direitas da União Europeia (UE). A confirmar-se, esta será a primeira universidade populista de uma rede a alargar-se pelo continente. Ainda este ano, poderá abrir uma sucursal em Roma.

A CULPA DA EUROPA

E que responsabilidades tem a Europa na emergência de forças políticas que recuperam alguns dos piores fantasmas do passado? “O aumento das desigualdades e a forma como a crise foi gerida na chamada década da austeridade criaram o húmus onde depois é mais fácil ter um discurso xenófobo, racista e soberanista”, afirma Tulumello. E deixa a crítica: “A UE nunca pôs em questão o seu modelo dominante de resposta à crise, de desenvolvimento económico. Não há um único país na Europa que tenha um pensamento racional sobre imigração. Se houvesse uma estratégia europeia, cairia toda a retórica da extrema-direita.”

Lisi concorda que as circunstâncias económicas, mas também as políticas de defesa e de segurança, “tornaram mais visíveis as falhas europeias”. “Não se vê uma UE capaz de dar resposta a alguns problemas da sociedade no curto e médio prazo. Não parece haver uma resposta adequada às frustrações da maioria da população. Não há políticas de coesão que possam ultrapassar as assimetrias no espaço comunitário”, elenca.

Quanto àquela que deveria ser a resposta das instituições europeias ao avanço dos movimentos extremistas, Tulumello é categórico: “Não há uma resposta porque não me parece que haja uma Europa. Há uma Europa noutros campos que avança silenciosa mas falta um sistema real de democracia e de política europeias.”

Fonte: Expresso
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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zocuni

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #64 em: Fevereiro 17, 2019, 09:25:01 am »

“Os partidos extremistas têm um discurso comum sobre imigração e soberania contra os poderes europeus mas têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, sublinha, por sua vez, Simone Tulumello, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Sendo Itália um país com uma grande dívida, sempre explorou uma maior flexibilidade nos Orçamentos do Estado e a possibilidade de ter défices maiores. Ora, “os maiores inimigos dessa possibilidade são os países do Grupo de Visegrado”, com destaque para a Polónia e para a Hungria, diz ao Expresso.

A própria questão dos imigrantes e a sua distribuição pelos países europeus também abre profundas brechas na hipótese de um entendimento alargado. “Os países do leste são aqueles que nem sequer aceitam um número mínimo dos refugiados que chegam às costas italianas”, junta Tulumello. Por outro lado, continua, a Polónia e a Hungria estão entre os países que mais beneficiaram, nos últimos anos, dos fundos europeus, pelo que até “podem ter um discurso absolutamente contra a Europa mas querem continuar a receber os benefícios”.

É um texto interessante que postaste Cabeça de Martelo.O que citei para mim é o que resume de mais importante foca ha países que claramente não estão na UE por mera convicção apenas para terem os fundos comunitários eu próprio penso o mesmo e ja o manifestei.
O tema é muito amplo e passivel de várias interpretaçoes sobre o mesmo mas o certo é que algo não anda bem.
zocuni
 

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Lusitano89

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #65 em: Abril 05, 2019, 01:07:24 pm »
O euro segundo José Rodrigues dos Santos



 

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Vicente de Lisboa

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #66 em: Maio 14, 2019, 02:50:50 pm »
Eleições daqui a duas semanas, malta. Ide votar!
 
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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #67 em: Maio 15, 2019, 02:48:36 pm »
Poucos jovens portugueses devem votar nas europeias



 

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #68 em: Maio 19, 2019, 07:25:05 pm »
Eleições antecipadas na Áustria em setembro


 

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #69 em: Maio 22, 2019, 07:22:51 pm »
Os fantasmas da extrema-direita alemã estão de volta



 

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #70 em: Outubro 25, 2019, 11:38:32 am »
Draghi na despedida: “Agora todos dizem que o euro é irreversível”

De forma discreta, Mario Draghi deixou, na sua última conferência de imprensa como presidente do BCE, recados aos críticos. “A realidade fala mais alto”, disse.



Embora reconhecendo que o BCE ainda terá de manter por um longo período de tempo as medidas expansionistas que adoptou durante o seu mandato, Mario Draghi defendeu esta quinta-feira, na última conferência de imprensa como presidente do Banco Central Europeu, o seu legado, lembrando as melhorias registadas desde o auge da crise da zona euro e respondendo que “a realidade fala mais alto” às críticas que lhe são feitas desde a Alemanha.
A despedida de Draghi, não só das conferências de imprensa, como das próprias reuniões do conselho de governadores do BCE, aconteceu depois de nas últimas semanas presidentes dos bancos centrais nacionais de vários países (Alemanha, Holanda, França e Áustria) terem criticado publicamente as decisões tomadas por maioria entre os membros do BCE, nomeadamente o reinício do programa de compra de activos.

Será que isto pode colocar em causa o legado de Draghi como presidente do BCE? O ainda presidente da autoridade monetária optou por minimizar a importância dos desentendimentos, sem deixar contudo de reafirmar que ele – e a maioria dos membros do conselho de governadores – é que tem razão. “Francamente a resposta é não [à possibilidade de as críticas públicas poderem manchar o legado]. Todos os bancos centrais têm desentendimentos. Às vezes são tornados públicos, outra vez não. Tomei isto como parte das discussões normais”, afirmou, garantindo que não falou com os governadores em causa sobre o assunto.

Na reunião desta quinta-feira, disse Draghi, o que ouviu desses governadores dissidentes foi “apelos à união”, especialmente no que diz respeito à execução das medidas adoptadas pela maioria. E, para além disso, defendeu, “tudo o que aconteceu na economia desde Setembro mostraram que aquilo que o BCE fez é justificado”.

Em termos gerais, aliás, quando questionado sobre as críticas que, durante o seu mandato recebeu da Alemanha, Mario Draghi limitou-se a argumentar que os dados económicos e o mandato do BCE (de colocar a inflação “abaixo, mas perto de 2%") são o suficiente para justificar as suas acções. “A realidade fala mais alto”, disse - uma forma de se declarar o vencedor.
Draghi, sempre de forma discreta, também puxou dos galões, quando falou das crises vividas na zona euro nos primeiros seis anos do seu mandato e que é creditado por ter resolvido quando afirmou estar disposto a “fazer tudo o que for preciso” para salvar o euro num discurso em 2012.

Em relação à Grécia, que este mês emitiu dívida de curto prazo a taxas de juro negativas, disse que isso era, não um risco, mas “claramente um sucesso”. “É um bom momento para a Grécia e um bom momento para a zona euro”. E, em relação à Itália, quando questionado sobre os riscos de em algum momento o país querer sair do euro, Mário Draghi afirmou que, ao contrário do que aconteceu no auge da crise, “agora todos dizem que o euro é irreversível”.

Nem tudo é positivo na zona euro, reconhece no entanto. O maior risco é uma contracção da economia e aquilo que mais falta faz à união monetária “é uma capacidade orçamental central”, capaz entre outras coisas de pôr em prática uma política contra-cíclica.

Mas, por isso mesmo, justifica-se o regresso recente do BCE às políticas mais expansionistas. “É verdade, gostaríamos de ter tido uma normalização da política. E começámos a fazer isso. Mas as condições mudaram, e o que está acima de tudo é cumprir o mandato desta instituição. E por isso tivemos de mudar de curso outra vez”, afirmou, reconhecendo que “as taxas de juro vão manter-se baixas durante muito tempo”.

Conhecido por ser pouco expansivo, Mario Draghi não mudou de tom numa conferência de imprensa em que a maior parte das perguntas foram, não sobre política monetária, mas sim de carácter mais pessoal.

As respostas de Draghi foram sempre curtas, revelando o menos possível.
O que retira da experiência dos últimos oitos anos? “Foi uma experiência intensa, profunda, fascinante, vou levar isto comigo. Mas é demasiado cedo para reflexões pessoais”.
O que sente sobre o fim do seu mandato? “Sinto-me como alguém que tentou cumprir o mandato que tinha o melhor que me foi possível”
De que é que se arrepende mais? “Foco-me sempre naquilo que pode ser feito e não naquilo que não se pode mudar”.
De que é que se orgulha mais? “A forma como o conselho cumpriu o seu mandato. Nunca desistimos disso”.
O que vai fazer agora? “Não tenho uma ideia concreta. É melhor perguntar à minha mulher, ela deve saber. Espero que saiba”.

https://www.publico.pt/2019/10/24/economia/noticia/euro-irreversivel-afirma-draghi-despedida-1891243

Draghi é chamado e justamente, por essa Europa a fora, o salvador do Euro. E é graças às ajudas quase ilimitadas do BCE, que todos os países do Euro, conseguem-se financiar a custos mais baixos de sempre. Até a Grécia já consegue pedir empréstimos com juros negativos!!!!!!

Vamos ter muitas saudades de um governador corajoso e interventivo, contra tudo e contra todos. Para os endividados, Draghi foi um Deus (nós próprios agraciamos com Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique), para os aforradores do norte da Europa, é que podem não ter achado piada nenhuma os seus milhões renderem tostões, literalmente!!!!!!
Hoje mesmo, se o Estado Português quiser pedir um empréstimo a 10 anos, a sua taxa de juro é de 0,19% (isso mesmo, quase zero!!!!). Se o Brasil quiser um empréstimo igual, vai ter de pagar juros a 6,56%, os EUA pagam 1,76% pelo mesmo período de tempo, a China tem de pagar 3,25%, a Noruega (que não tem problemas de liquidez), tem de pagar 1,33% por um empréstimo também de 10 anos!!!! E se Portugal pedir dinheiro a 2 anos, os investidores ainda têem de pagar juros a Portugal -0,52%!!!!!!! (https://tradingeconomics.com/portugal/government-bond-yield)
« Última modificação: Outubro 25, 2019, 11:39:39 am por Viajante »
 
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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #71 em: Janeiro 21, 2020, 09:06:03 pm »

Os desafios à Europa a partir de 2020.
Mais dependência energética da Rússia... a passar pela Turquia...
O Putin a querer manter-se no poder para sempre...
« Última modificação: Janeiro 21, 2020, 09:07:49 pm por HSMW »
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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #72 em: Fevereiro 22, 2020, 02:33:20 pm »
União Europeia: Líderes descrentes de serem capazes de ultrapassar diferenças

Os chefes de Governo da Alemanha, França e Espanha mostraram que as diferenças são grandes para que se chegar a um acordo sobre o próximo orçamento da União Europeia, no final, hoje, de um Conselho Europeu extraordinário e inconclusivo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que as diferenças “são grandes demais para se chegar a um acordo sobre o orçamento da União Europeia”, após a cimeira dos 27 países da União Europeia, que começou quinta-feira e terminou hoje em Bruxelas sem um entendimento sobre o quadro financeiro plurianual para o período 2017-2027.

“Teremos de rever o assunto”, disse a líder alemã, deixando o problema nas mãos do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mas avisando que os lideres devem “ser conscientes do que é realista2 nas suas demandas.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, sublinhou a rejeição da proposta do orçamento da UE por, na sua opinião, não acautelar as questões económicas e sociais mais urgentes da Europa.

Sánchez considera que, “sem dúvida”, há espaço para melhorar o orçamento e que Espanha aposta nesse trabalho de transformação das propostas iniciais, mas reconheceu que há muitas diferenças para ultrapassar.

“Estamos a falar de justiça. E não há nada mais justo do que coesão, porque ela significa igualdade, estejamos onde estejamos”, disse o presidente do Governo espanhol, no final da cimeira.

Por isso, Sánchez disse que continuará a lutar para que a Política Agrícola Comum (PAC) e a política de coesão tenham um “financiamento justo e devido”.

Referindo-se também à PAC, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que ela não deve “pagar pelo ‘Brexit'”, referindo-se ao impacto no orçamento comunitário da saída do Reino Unido.

“Não sacrificamos a Política Agrícola Comum. E eu disse isso claramente: a PAC não pode pagar pelo ‘Brexit'”, disse Macron à saída da cimeira.

Nestas negociações em Bruxelas, os países do grupo dos Amigos da Coesão, onde se inclui Portugal e em nome dos quais falou o primeiro-ministro António Costa, e os países “frugais” – os contribuintes líquidos, designadamente um ‘quarteto’ formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia – não conseguiram compatibilizar posições, o que Sánchez lamentou, dizendo que foram levantados equívocos entre o que se julga ser bom e o que se julga ser mau.

Para o líder espanhol, em sintonia com o Presidente francês, as políticas agrícolas e de coesão devem estar próximas dos anseios dos cidadãos, fortalecendo o mercado comum, criticando a forma como se estigmatiza estas áreas cruciais para o desenvolvimento da União.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/uniao-europeia-lideres-descrentes-de-serem-capazes-de-ultrapassar-diferencas
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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #73 em: Março 20, 2020, 12:55:03 am »
2 factos curiosos:

- O negociador do Brexit apanhou o COVID-19!!!!
https://www.politico.eu/article/michel-barnier-has-covid-19/

- A nova líder do BCE, advogada de formação e aparentemente sem capacidade de antecipar os mercados, acordou tarde para acudir à crise que se avizinha (saudades do Draghi), vau comprar dívida dos países do Euro até 750 mil milhões de euros (é insuficiente), para manter as taxas de juro do financiamento dos estados baixas!!!!
https://observador.pt/especiais/bce-dispara-bazuca-contra-a-pandemia-mas-o-plano-chega-com-uma-semana-de-atraso-e-nao-vai-chegar/
 

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Daniel

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Re: O colapso da união Europeia...
« Responder #74 em: Março 23, 2020, 03:59:15 pm »
Pandemia destrói mais de 1,8 milhões de empregos na Alemanha
https://eco.sapo.pt/2020/03/23/pandemia-destroi-mais-de-18-milhoes-de-empregos-na-alemanha/
Citar
A pandemia do Covid-19 implicará a destruição de 1,8 milhões de postos de trabalho na Alemanha, onde, para além disso, seis milhões ficarão em regime de horário reduzido, segundo estimativas do instituto económico alemão Ifo.

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão pode, mesmo assim, cair entre 1,5% e até 6% num cenário mais negativo devido ao impacto da pandemia, adianta o Ifo.
De acordo com estas previsões, a crise gerada pelo Covid-19 acabarão com a atual robustez do mercado laboral alemão, cuja taxa de desemprego estava em 5,3% no princípio do ano.

O impacto da pandemia na maior economia da zona euro vai traduzir-se em milhares de milhões de euros, entre a previsível queda da produção industrial, os custos resultantes do desemprego e também das prestações recebidas por aqueles que ficarem com horário reduzido.
Os custos ultrapassarão o que conhecemos nas últimas décadas depois de uma crise económica ou catástrofes naturais”, sustenta o presidente do Ifo, Clemens Fuerst, num comunicado difundido esta segunda-feira.

A economia alemã poderia contrair-se “seja qual for o cenário”, adverte, entre 7,2% e 20,6%, o que significa um volume de entre 255.000 e 729.000 milhões de euros.

No que se refere a este ano, isso teria como consequência a queda do PIB entre 1,5% e 6%, declarou Fuest ao explicar os resultados do estudo, sublinhando, contudo, que são previsões sujeitas a revisão em função da evolução da pandemia.
Fuest recomenda investir “todos os recursos imagináveis” em medidas sanitárias para atalhar a pandemia, ou seja, baixar parcialmente o ritmo da economia, sem alterar a luta prioritária contra o novo coronavírus.

O Governo da chanceler Angela Merkel está a preparar um plano de choque para atenuar o impacto do Covid-19 na economia alemã, tanto no que respeita à atividade das empresas como à dos cidadãos.

O plano vai começar a ser articulado esta segunda-feira, com um Conselho de Ministros extraordinário, para que possa dar entrada no Parlamento no final da semana.

Se realmente isto vier a acontecer na Alemanha, nem quero imaginar o que vai acontecer com o resto da Europa, Italia, França, Espanha, Portugal e por ai vai.