A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !

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typhonman

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #810 em: Novembro 21, 2020, 11:30:01 pm »
Se fossemos uma nação séria, com gente a altura, políticos e chefias militares, não se teria deixado chegar a Marinha ao quase zero naval, o único que nos afasta são os 2 SSG.


O ministro, orgulhoso, fala em mais 6 OPV, como se isso nos fosse tirar do atraso, mas o duplo uso fala mais forte.


Se fosse inteligente, usava portanto a compra de novas fragatas com esse mesmo duplo uso, SAR, apoio catástrofes, combate ao tráfico de droga etc, mas para isso já não existe o duplo uso.




 :bang:
 

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dc

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #811 em: Novembro 22, 2020, 12:39:41 am »
Indo ao caso dos NPO, eu já outras vezes disse que devia era arrepiar caminho e deitar os desenhos na fogueira. Ou...tentar fazer daquilo algo que realmente seja adequado às missões que fazem. Não é transformar numa corveta que aquilo não tem ponta por se pegue para isso, mas sim dar credibilidade a plataforma.
E para isso armar adequadamente e colocar os sensores como existem em outros exemplos(cá na Terra, não em Marte) e sem entrar em despistes monetários, mas como digo dar credibilidade.
Agora se é para andar por cá a ver gaivotas e fazer turismo nos palop para agrado de alguns é outro assunto. Eu conheço bem essa mentalidade e os factos associados a esse parceirismo ao jeito de alguns, militares, politicos e empresáris amigos.
Adiante.....

Eu não vejo, dada as falhas graves na Marinha, que dois ou três submarinos desses, embora não discuta o seu valor militar,  façam muita falta junto à Costa Portuguesa na sua plataforma. Só se Marrocos quiser invadir. Mas isso eles até vem de bote que aquilo lá em baixo está com grandes buracos.

Se calhar vejo mal, mas via uns Navios Patrulha Oceânica com mais versatilidade e não quero dizer combatentes como corvetas lança misseis, mas sim equipamentos de vigilância a sério e claro estarem protegidos com seriedade e, não aquilo que alguns acham ser suficiente dentro do seu gabinete com ar condicionado ou até alguém que por lá passe para progressão da carreira e nem queira a coisa complicada.
Pois, que a verdadeira complexidade trás responsabilidades acrescidas (Espero estar a seu mauzinho suficiente)
Imagino um capitão de fragata de um nosso NPO e o mesmo posto numa Fragata a sério lá fora. Cá uma fragata a sério tinha de ser um contra almirante ou até dois a fazerem binómio.

Custam cinquenta e tal milhões, mas e qual o problema de custarem 80 ou 90 e serem algo credível?
Faziam menos, cortem em dois ou três,...ou quatro. Com sorte isso era uma felicidade, para daqui menos de 10 anos se pensar num modelo adequado, já até numa linha modelar. Assim como assim os próximos dois está difícil de começarem e pelo andar da coisa quatro só daqui a dez anos..

E como o assunto não é tanto NPO, os Navios de superfície tipo fragatas fazem falta, basta olhar aos que existem.
Também em termos de submarinos, se fosse o caso, me faz mais sentido então a opção de três iguais, para rotação em vez de diferentes modelos e complicar logística.

Quanto aos NPO, é basicamente isso. Equipá-los com o suficiente para que possam desempenhar as suas missões em segurança e de forma eficiente. Não há que inventar muito, até porque os sistemas que fazem falta, são de fácil instalação.

Quanto aos submarinos extra, de facto comprar mais agora, não seria uma prioridade (tendo em conta o estado de tudo o resto). Mas num mundo ideal, teríamos sim 4. Também não vejo a lógica de terem sido mencionados os submarinos "costeiros", já que a grande maioria da nossa área marítima é, precisamente, alto mar.

Depois as fragatas, é um problema que se arrasta e pelo andar da carruagem vai continuar a arrastar por mais 10 anos, em que querem manter as actuais a navegar com remendos, em vez de optar, ou por um MLU a sério, ou desde logo pela sua substituição.
 

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zawevo

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #812 em: Novembro 22, 2020, 02:42:01 pm »
Faz o que digo, não faças o que eu faço, ou o mais puro exercício de cinismo deste governo

O duplo uso nas Forças Armadas: o caso da Marinha portuguesa
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/21-nov-2020/o-duplo-uso-nas-forcas-armadas-o-caso-da-marinha-portuguesa-13055151.html

Estes meses de pandemia trouxeram múltiplos novos desafios às Forças Armadas. Desafios imponderáveis, porque não se podia imaginar os contornos exatos daquilo que nos trouxe o ano de 2020. Contudo, por maior que fosse o grau de imprevisibilidade da covid-19, não seria inconcebível que Portugal (ou, neste caso, o mundo inteiro) sofresse uma emergência civil de algum tipo, e para isso as Forças Armadas estão permanentemente atentas e preparadas. O duplo uso - civil e militar - das Forças Armadas representa assim uma forma de darmos eficácia à resposta pública a crises civis e eficiência ao necessário investimento nos nossos meios de defesa. É um serviço público que se manifesta de formas diferentes consoante as necessidades.

Como sempre, entram aqui em jogo duas componentes: os meios humanos e os equipamentos. Comecemos pelo mais importante ativo para o duplo uso das Forças Armadas: os meios humanos. Treinados, organizados e preparados para o mais complexo dos cenários, que é a guerra, os militares facilmente se adaptam a outros cenários de atuação, como por exemplo catástrofes naturais ou outras emergências, de forma sempre devidamente enquadrada.

É nesse enquadramento que reside uma outra capacidade de duplo uso comum aos três ramos das Forças Armadas: o comando e controlo. Capazes de planear para a resolução de problemas complexos, as Forças Armadas desenvolveram processos de raciocínio padronizados que aceleram as respostas aos problemas que lhes são colocados, fazendo uso de equipamentos de comunicações e sistemas de informação adaptados de cenários de guerra, e que por essa razão são altamente resilientes.

Quando se aprovou em 2019 a Lei de Programação Militar (LPM), com a mais ampla maioria parlamentar de sempre, consagrou-se o princípio de procurar, sempre que possível, equipamentos com potencial de duplo uso, militar e civil. Deste modo, a par do compromisso com a utilização da LPM para o investimento na economia nacional, assegura-se que os indispensáveis meios militares sirvam para numerosos objetivos de natureza civil. Importa referir que os navios da Marinha são concebidos, desde o início, com o objetivo de potenciar uma utilização dual, possibilitando respostas militares e não militares, alargando, assim, o respetivo leque de opções de emprego.

O quotidiano das nossas Forças Armadas passa, desde há muito, pelo apoio a outras instituições. No mar, próximo e mais longínquo, a Marinha, para além das suas missões militares, patrulha os espaços marítimos e executa anualmente inúmeras missões de busca e salvamento, em estreita colaboração com a Força Aérea. Está sempre atenta a questões de natureza ambiental ou criminal, desde derrames de combustíveis à pesca ilegal ou ao tráfico de estupefacientes. A Marinha dispõe ainda de uma impressionante tecnologia embarcada nos seus submarinos que permite uma grande capacidade de conhecimento situacional em espaços muito amplos, o que naturalmente amplia o seu campo de intervenção, não se limitando apenas a questões de natureza militar. O trabalho hidrográfico da Marinha é igualmente polivalente e representa um ativo nacional de enorme valor económico para o país.

O exercício da autoridade do Estado no mar exige que as capacidades do Estado sejam devidamente articuladas, entre si e entre instituições, algo que acontece com grande regularidade e naturalidade. A título de exemplo, a coordenação com a Polícia Judiciária é necessariamente discreta, mas intensa e profícua: desde 2018 a Marinha desenvolveu 18 ações no mar com a PJ, que resultaram na apreensão de mais de 16 toneladas de haxixe e de cocaína, com um valor de mercado de várias centenas de milhões de euros.

Convém notar que o duplo uso dos meios da Marinha é fortemente potenciado pela interoperabilidade dos meios e pela coordenação operacional e estratégica que existe através da cadeia de comando. Ou seja, não é apenas a existência de um determinado equipamento, que pode ser utilizado para fins não militares, que dá relevância de duplo uso às Forças Armadas. Essa relevância resulta sobretudo da aplicação desses equipamentos num quadro em que estão relacionados com outros meios, e em que há um comando coerente, dotado de uma doutrina clara em termos estratégicos e operacionais.

Subjacente ao duplo uso dos meios estão diversas sinergias. Na formação dos recursos humanos, por exemplo, o mais importante dos recursos das Forças Armadas. E naturalmente também em toda a cadeia logística, incluindo nos processos de aquisição e construção, na manutenção e no abastecimento. Destas sinergias resultam diversas economias de escala e alicerces profundos, estabelecidos ao longo de muitos anos.

Exemplo paradigmático da importância do duplo uso e das sinergias por este permitidas é a Autoridade Marítima. A utilização dos recursos humanos e materiais da Marinha por esta Autoridade permite-lhe aproveitar sinergias, que na sua raiz têm o princípio do duplo uso. Sabendo que as Marinhas não se improvisam, os séculos de experiência e sabedoria acumulada da Marinha oferecem confiança e criam as condições para que a autoridade do Estado português se possa exercer em todos os espaços marítimos nacionais (quando apropriado, em conjugação com a Força Aérea e com outras entidades do Estado em função da matéria) e também no alto-mar.

Neste momento está em curso um importante processo de reforço das capacidades da Marinha, nomeadamente com a aquisição de seis navios patrulha oceânicos (NPOs) conforme previsto na Lei de Programação Militar. Estes seis NPOs, que se juntarão aos quatro que nesta última década saíram dos estaleiros de Viana do Castelo, darão ao país uma capacidade para defender e promover os seus múltiplos interesses no mar, combinando valências militares e não militares. Simultaneamente, este projeto permitirá ainda potenciar a inovação e o desenvolvimento, sem os quais não é possível aproveitar todas as potencialidades que o mar nos oferece.

É sem dúvida dispendioso ter uma Marinha, mas através da sua adequação para missões tanto de caráter militar como não militar tira-se pleno proveito das suas capacidades e transforma-se todos os anos o investimento em retorno para o país.
Ministro da Defesa Nacional

---------------------------
Depois deste arrazoado todo aonde está o NPL para dar resposta a catástrofes nos pontos mais distantes do território nacional. Lembro que o território do País é descontínuo.  É só parra e nada de uvas.

Cito:
"O exercício da autoridade do Estado no mar exige que as capacidades do Estado sejam devidamente articuladas, entre si e entre instituições"
"Exemplo paradigmático da importância do duplo uso e das sinergias por este permitidas é a Autoridade Marítima. A utilização dos recursos humanos e materiais da Marinha por esta Autoridade permite-lhe aproveitar sinergias, que na sua raiz têm o princípio do duplo uso".

É isso que não  está a ser feito com a compra pela GNR de uma lancha oceânica e a consequente duplicação da formação dos tripulantes no estrangeiro. Chamo a isto esbanjar dinheiro.

Cumprimentos

Vamos a ver se chego aos 400 até ao fim do ano. Vou fazer por isso.
« Última modificação: Novembro 22, 2020, 02:43:37 pm por zawevo »
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #813 em: Novembro 22, 2020, 02:47:49 pm »
Faz o que digo, não faças o que eu faço, ou o mais puro exercício de cinismo deste governo

O duplo uso nas Forças Armadas: o caso da Marinha portuguesa
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/21-nov-2020/o-duplo-uso-nas-forcas-armadas-o-caso-da-marinha-portuguesa-13055151.html

Estes meses de pandemia trouxeram múltiplos novos desafios às Forças Armadas. Desafios imponderáveis, porque não se podia imaginar os contornos exatos daquilo que nos trouxe o ano de 2020. Contudo, por maior que fosse o grau de imprevisibilidade da covid-19, não seria inconcebível que Portugal (ou, neste caso, o mundo inteiro) sofresse uma emergência civil de algum tipo, e para isso as Forças Armadas estão permanentemente atentas e preparadas. O duplo uso - civil e militar - das Forças Armadas representa assim uma forma de darmos eficácia à resposta pública a crises civis e eficiência ao necessário investimento nos nossos meios de defesa. É um serviço público que se manifesta de formas diferentes consoante as necessidades.

Como sempre, entram aqui em jogo duas componentes: os meios humanos e os equipamentos. Comecemos pelo mais importante ativo para o duplo uso das Forças Armadas: os meios humanos. Treinados, organizados e preparados para o mais complexo dos cenários, que é a guerra, os militares facilmente se adaptam a outros cenários de atuação, como por exemplo catástrofes naturais ou outras emergências, de forma sempre devidamente enquadrada.

É nesse enquadramento que reside uma outra capacidade de duplo uso comum aos três ramos das Forças Armadas: o comando e controlo. Capazes de planear para a resolução de problemas complexos, as Forças Armadas desenvolveram processos de raciocínio padronizados que aceleram as respostas aos problemas que lhes são colocados, fazendo uso de equipamentos de comunicações e sistemas de informação adaptados de cenários de guerra, e que por essa razão são altamente resilientes.

Quando se aprovou em 2019 a Lei de Programação Militar (LPM), com a mais ampla maioria parlamentar de sempre, consagrou-se o princípio de procurar, sempre que possível, equipamentos com potencial de duplo uso, militar e civil. Deste modo, a par do compromisso com a utilização da LPM para o investimento na economia nacional, assegura-se que os indispensáveis meios militares sirvam para numerosos objetivos de natureza civil. Importa referir que os navios da Marinha são concebidos, desde o início, com o objetivo de potenciar uma utilização dual, possibilitando respostas militares e não militares, alargando, assim, o respetivo leque de opções de emprego.

O quotidiano das nossas Forças Armadas passa, desde há muito, pelo apoio a outras instituições. No mar, próximo e mais longínquo, a Marinha, para além das suas missões militares, patrulha os espaços marítimos e executa anualmente inúmeras missões de busca e salvamento, em estreita colaboração com a Força Aérea. Está sempre atenta a questões de natureza ambiental ou criminal, desde derrames de combustíveis à pesca ilegal ou ao tráfico de estupefacientes. A Marinha dispõe ainda de uma impressionante tecnologia embarcada nos seus submarinos que permite uma grande capacidade de conhecimento situacional em espaços muito amplos, o que naturalmente amplia o seu campo de intervenção, não se limitando apenas a questões de natureza militar. O trabalho hidrográfico da Marinha é igualmente polivalente e representa um ativo nacional de enorme valor económico para o país.

O exercício da autoridade do Estado no mar exige que as capacidades do Estado sejam devidamente articuladas, entre si e entre instituições, algo que acontece com grande regularidade e naturalidade. A título de exemplo, a coordenação com a Polícia Judiciária é necessariamente discreta, mas intensa e profícua: desde 2018 a Marinha desenvolveu 18 ações no mar com a PJ, que resultaram na apreensão de mais de 16 toneladas de haxixe e de cocaína, com um valor de mercado de várias centenas de milhões de euros.

Convém notar que o duplo uso dos meios da Marinha é fortemente potenciado pela interoperabilidade dos meios e pela coordenação operacional e estratégica que existe através da cadeia de comando. Ou seja, não é apenas a existência de um determinado equipamento, que pode ser utilizado para fins não militares, que dá relevância de duplo uso às Forças Armadas. Essa relevância resulta sobretudo da aplicação desses equipamentos num quadro em que estão relacionados com outros meios, e em que há um comando coerente, dotado de uma doutrina clara em termos estratégicos e operacionais.

Subjacente ao duplo uso dos meios estão diversas sinergias. Na formação dos recursos humanos, por exemplo, o mais importante dos recursos das Forças Armadas. E naturalmente também em toda a cadeia logística, incluindo nos processos de aquisição e construção, na manutenção e no abastecimento. Destas sinergias resultam diversas economias de escala e alicerces profundos, estabelecidos ao longo de muitos anos.

Exemplo paradigmático da importância do duplo uso e das sinergias por este permitidas é a Autoridade Marítima. A utilização dos recursos humanos e materiais da Marinha por esta Autoridade permite-lhe aproveitar sinergias, que na sua raiz têm o princípio do duplo uso. Sabendo que as Marinhas não se improvisam, os séculos de experiência e sabedoria acumulada da Marinha oferecem confiança e criam as condições para que a autoridade do Estado português se possa exercer em todos os espaços marítimos nacionais (quando apropriado, em conjugação com a Força Aérea e com outras entidades do Estado em função da matéria) e também no alto-mar.

Neste momento está em curso um importante processo de reforço das capacidades da Marinha, nomeadamente com a aquisição de seis navios patrulha oceânicos (NPOs) conforme previsto na Lei de Programação Militar. Estes seis NPOs, que se juntarão aos quatro que nesta última década saíram dos estaleiros de Viana do Castelo, darão ao país uma capacidade para defender e promover os seus múltiplos interesses no mar, combinando valências militares e não militares. Simultaneamente, este projeto permitirá ainda potenciar a inovação e o desenvolvimento, sem os quais não é possível aproveitar todas as potencialidades que o mar nos oferece.

É sem dúvida dispendioso ter uma Marinha, mas através da sua adequação para missões tanto de caráter militar como não militar tira-se pleno proveito das suas capacidades e transforma-se todos os anos o investimento em retorno para o país.
Ministro da Defesa Nacional

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Depois deste arrazoado todo aonde está o NPL para dar resposta a catástrofes nos pontos mais distantes do território nacional. Lembro que o território do País é descontínuo.  É só parra e nada de uvas.

Cito:
"O exercício da autoridade do Estado no mar exige que as capacidades do Estado sejam devidamente articuladas, entre si e entre instituições"
"Exemplo paradigmático da importância do duplo uso e das sinergias por este permitidas é a Autoridade Marítima. A utilização dos recursos humanos e materiais da Marinha por esta Autoridade permite-lhe aproveitar sinergias, que na sua raiz têm o princípio do duplo uso".

É isso que não  está a ser feito com a compra pela GNR de uma lancha oceânica e a consequente duplicação da formação dos tripulantes no estrangeiro. Chamo a isto esbanjar dinheiro.

Cumprimentos

Vamos a ver se chego aos 400 até ao fim do ano. Vou fazer por isso.

Façam como eu, enviem-lhe e mails para o mail profissional dele, a explicar que pode atirar areia para os olhos para muita gente, mas que não pense que engana alguns.
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #814 em: Novembro 22, 2020, 03:33:00 pm »
Eu acho que isto não é areia para os olhos, é ser enterrado vivo.

Mas será que não houve ainda, nenhum alto cargo na Marinha, a constatar o óbvio que, sem dinheiro, não há duplo uso?

Esta gente quer é duplo uso, sem gastar um tostão. É a FAP a combater incêndios (sem acréscimo no orçamento para a execução destas missões, nem operação dos devidos meios), é o Exército a vigiar mato (incêndios) e a apoiar entidades civis no combate à pandemia (com cada vez menos meios humanos para isso) é a Marinha a fazer todo o leque de missões civis (sem dinheiro para manter os navios a navegar nem para adquirir novos meios).

Cá para mim o único duplo uso aqui, é do dinheiro mesmo. O orçamento de sempre, tem que dar para tudo, mais as missões civis, mais o que se lembrem de exigir às FAs.

Já não há paciência. Nem a m**** dos 2% do PIB cumprem, depois ainda adiam programas e cativam verbas, e ainda querem o tal duplo uso. Ridículo.
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #815 em: Novembro 23, 2020, 08:04:39 pm »
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+ 6 NPO, e mais duplo uso !


Esqueçam as TYPE 31, AOR etc... :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang:

Eu por principio evito o DN como fonte de noticias sobre defesa... seria o mesmo que sobre o tema de literatura clássica fosse ler o jornal "A bola" ....

Para que todos os foristas vejam e percebam o objetivo da presença deste individuo aqui no forum, isto diz tudo. O Typhonman publica um artigo do DN, em link, e a primeira resposta deste individuo, do alto da sua superioridade moral, é troçar e diminuir  o que o foi escrito por aqui com base no artigo, argumentando que o DN não é fonte de noticias de defesa, fazendo mais uma comparação jocosa entre jornais relativamente ao artigo.
Se o FCosta tive aberto o link, poderia ter visto que o artigo é assinado por João Gomes Cravinho. Mas o FCosta ou não viu ou fingiu que não viu, o que só mostra o quão desonesto é. Que fique bem explicito para todos.
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #816 em: Novembro 23, 2020, 08:12:33 pm »
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Esqueçam as TYPE 31, AOR etc... :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang:

Eu por principio evito o DN como fonte de noticias sobre defesa... seria o mesmo que sobre o tema de literatura clássica fosse ler o jornal "A bola" ....

Para que todos os foristas vejam e percebam o objetivo da presença deste individuo aqui no forum, isto diz tudo. O Typhonman publica um artigo do DN, em link, e a primeira resposta deste individuo, do alto da sua superioridade moral, é troçar e diminuir  o que o foi escrito por aqui com base no artigo, argumentando que o DN não é fonte de noticias de defesa, fazendo mais uma comparação jocosa entre jornais relativamente ao artigo.
Se o FCosta tive aberto o link, poderia ter visto que o artigo é assinado por João Gomes Cravinho. Mas o FCosta ou não viu ou fingiu que não viu, o que só mostra o quão desonesto é. Que fique bem explicito para todos.

Desonesto intelectualmente !
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #817 em: Novembro 23, 2020, 08:29:04 pm »
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+ 6 NPO, e mais duplo uso !


Esqueçam as TYPE 31, AOR etc... :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang: :bang:

Eu por principio evito o DN como fonte de noticias sobre defesa... seria o mesmo que sobre o tema de literatura clássica fosse ler o jornal "A bola" ....

Para que todos os foristas vejam e percebam o objetivo da presença deste individuo aqui no forum, isto diz tudo. O Typhonman publica um artigo do DN, em link, e a primeira resposta deste individuo, do alto da sua superioridade moral, é troçar e diminuir  o que o foi escrito por aqui com base no artigo, argumentando que o DN não é fonte de noticias de defesa, fazendo mais uma comparação jocosa entre jornais relativamente ao artigo.
Se o FCosta tive aberto o link, poderia ter visto que o artigo é assinado por João Gomes Cravinho. Mas o FCosta ou não viu ou fingiu que não viu, o que só mostra o quão desonesto é. Que fique bem explicito para todos.

Desonesto intelectualmente !

No mínimo, o discurso revela que não está neste forum como comentador dos varios topicos mas sim para baralhar e dar de novo ou seja, provocar a confusao.

Se repararem muitos comentários não são mais que ataques a quem não concordou com os seus pontos de vista.
No meu caso como pura e simplesmente desprezo o que ele escreve, tenta, que com as provocacoes eu reaja, mas como um camarada meu dizia, os cães ladram e a caravana passa.

Para quem criticou alguns foristas deste forum, sobre as posições tomadas em relação aos varios topicos que aborda, as suas intervenções são do mais desconcertante que já li por aqui, e ao avalia-las concluo que este sr é um elemento desestabilizador e cujo objectivo é mesmo só esse, provocar a confusao.

Abraços
« Última modificação: Novembro 23, 2020, 08:30:55 pm por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #818 em: Novembro 23, 2020, 10:59:36 pm »
O que é um troll?

Originalmente, trolls são criaturas antropomórficas do folclore escandinavo. Na Wikipédia, trolls são editores que promovem tentativas deliberadas e intencionais de perturbar as actividades de editores, administradores, desenvolvedores e outras pessoas que trabalham para criar conteúdo e ajudar a manter a Wikipédia. O trollismo é assim uma violação deliberada das regras implícitas de convivência social da internet. A sua identificação implica necessariamente um juízo de valor feito por um usuário sobre o valor da contribuição de outro usuário. Devido a isso, não é considerado mais útil do que um simples "Eu não concordo com você." por muitos usuários, que preferem concentrar-se sobre os comportamentos em vez de presumir intenções.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:O_que_%C3%A9_um_troll%3F

Ainda sobre o navio para a GNR vi no FB através da AOFA um artigo do Professor João Freire https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Freire sobre este tema
http://www.aofa.pt/artigos/Professor_Joao_Freire_Controlo_do_mar_sem_marinheiros.pdf?fbclid=IwAR1xjRlU371WW1RX8Ap-NI8PIZ9IH8-uDCG3AH1FVXLBjWtsXXvkbAeansM

Controlo do mar sem marinheiros?
Não só a história, como também a sociologia, são capazes de reconhecer os
marinheiros (hoje, homens e mulheres) como sujeitos portadores de uma
verdadeira profissão – evoluindo aliás numa segmentação progressiva desde
o ofício –, e não meramente como uma ocupação profissional ou uma
vocação, ainda que ditada por alguma ordenação divina ou um sentido
simbólico de Pátria.
Vem isto a propósito de mais um passo que estará em vias de ser dado com
a aquisição de meios de navegação oceânicos atribuídos à Unidade de
Controlo Costeiro da Guarda Nacional Republicana e não à Marinha,
alimentando rivalidades estúpidas e menosprezando uma racional
contabilização de vantagens e inconvenientes. Mas sobretudo ignorando a
cultura socio-histórica de cada uma destas instituições e das suas respectivas
corporações. Emprego este termo no seu sentido mais rico de corpo de
indivíduos que, formados em processos de aprendizagem longos e custosos,
desenvolvem ao longo de toda a sua vida útil e de uma carreira profissional
devidamente estruturada a actividade (organicamente integrada) que a
sociedade e o seu Estado reconhecem ser de necessidade e utilidade
essenciais. E por isso lhes paga.
Não se ignoram os fechamentos e auto-centramentos a que um exagerado
“espírito de corpo” pode levar, quase sempre face a outros corporativismos
(e há-os bastantes entre nós), vistos como concorrentes ou rivais. Mas o
tempo dessas disputas entre militares parece ser já coisa do passado,
sobretudo depois que se unificaram estruturas de comando conjunto e largas
décadas terem decorrido de efectiva cooperação operacional inter-ramos.
Serão então estas tensões provocadas por novos protagonistas mal definidos
agindo no seio de forças em ascensão (numérica, orçamental e mediática) no
quadro interno, como são as Forças de Segurança ou Policiais e as estruturas
de Protecção Civil? Ou serão velhos ressentimentos anti-militares alojados
em sectores partidários (talvez mais especialmente à esquerda) que disputam
entre si o poder político e para os quais estas oportunidades de “inovação”
podem ser rentáveis?
Nas últimas décadas, os espaços marítimos circundantes da Europa do Sul,
Magrebe e Próximo-Oriente suscitaram a exigência de um controlo marítimo
muito mais efectivo e diferenciado do que aquele que as antigas “esquadras”
podiam proporcionar. Compreende-se as preocupações da União Europeia
nesta matéria. Patrulha, busca-e-salvamento, controlo aeronaval, interdição
militar eventual, combate à pirataria, controlos migratórios, fiscalização e
protecção às actividades económicas no mar (de transporte, pesca,
exploração dos fundos, etc.) com observância das leis existentes e combate
aos tráficos ilícitos, são tarefas exigentes em meios e que implicam elevada
integração orgânica e boa cooperação interinstitucional. Mas só grandes
países se podem dar ao luxo de possuir Coast Guards organicamente
autónomas. Não foi já uma discutível decisão essa constituição da UCCGNR quando existia, desde há muito, a Polícia Marítima?
A Marinha portuguesa, com os seus meios navais (também aeronavais e
subaquáticos), detém um conjunto de qualidades, efectivas e potenciais, que
não devem ser desperdiçadas em improvisações custosas e finalmente pouco
eficientes.
As críticas que lhe são dirigidas pela natureza algo híbrida da sua instituição
– que inclui a Marinha militar, ou Armada, e a Autoridade Marítima
Nacional – não atingem o essencial. Aquela circunstância pode parecer um
resquício do passado ou um entorse jurídico numa linearidade formal e
abstrata. Na realidade, trata-se talvez de uma singularidade – que
nomeadamente a distingue do Exército, e também da Força Aérea – mas que
corresponde, não só a uma evolução histórica paulatina e prudente, como,
muito fundamentalmente, corresponde ao traço de carácter mais forte que
marca e define a cultura profissional de cada um dos seus membros: uma
identidade dupla, marinheira e militar. E um marinheiro – hoje muito bem
qualificado tecnicamente – faz-se fundamentalmente embarcado, na vida de
bordo. Não dá para “amadorismos” ou soluções em part-time.
Pode-se discutir se o país deve ter Forças Armadas e se elas devem ou não
participar em acções coordenadas no âmbito de alianças externas, sejam
atlânticas, europeias, ONUsianas ou outras. Mas, sendo a resposta
afirmativa, é preciso fornecer-lhes os meios humanos e materiais para que
elas possam cumprir cabalmente as missões atribuídas. O Exército tem
sobretudo alimentado em pessoal combatente especializado as participações
externas inter-aliadas em diversos cenários da Europa, Médio-Oriente e
África. A Força Aérea parece ter sido redimensionada para manter com
meios modernos um determinado grau de segurança do espaço aéreo
nacional e para poder ligar com rapidez e projectar forças ou outros
elementos a média distância, garantindo os apoios logísticos necessários.
Quanto à Marinha, que se move mais lentamente e em condições específicas
bem conhecidas, deverá competir-lhe o controlo da área marítima
reconhecida como sendo de legítima soberania ou interesse nacional (a
imensa ZEE atlântica), com os meios navais adequados, sem esquecer as
comunidades portuguesas concentradas em diversas partes do mundo.
Apesar das dificuldades da hora, é ainda tempo de remediar decisões
inadequadas – como esta e outras – antes que delas se venham a arrepender
no futuro.
João Freire
(Sociólogo e autor de obras sobre temas navais)
17.Nov.2020
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #819 em: Novembro 24, 2020, 08:49:40 am »
O tinóni é apenas mais um exemplo do que são estes governantes, mentem com quantos dentes têm na boca, e conseguem dizer as maiores mentiras sem se rirem. E no fim o pagode acredita e toma lá 40% dos votos.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #820 em: Novembro 24, 2020, 11:10:12 am »
O tinóni é apenas mais um exemplo do que são estes governantes, mentem com quantos dentes têm na boca, e conseguem dizer as maiores mentiras sem se rirem. E no fim o pagode acredita e toma lá 40% dos votos.

Só no instituto de Defesa Nacional caíram dezenas de trabalhos académicos desde no mínimo 1999 sobre a temática. Publicados=0. Portanto o MDN que meta a  viola no saco e vá cantar para tipos como o "Text Wall", que para tentar (porque, chegar não chega lá), explicar que 2+2=4, escreve 3 páginas e 500 posts de lixo intelectual. Aliás, cromos à muitos mas alguns são raros e lá saiem na caderneta uma vez por outra, para azar dos restantes. Nem me dou ao trabalho de ler, porque é "palavras de nada" de um "orientado" pelos do costume, que andam incomodados que se questione o tacho e a marmita, da rapaziada do cartão de militante e dos aspirantes ao popó de luxo com chauffeur.  ;)

Cumprimentos

P.S. Já agora os 209PN quando vieram tinham 2 AIP para cada unidade. Eu disse tinham (O tinoni e a trolada que comentem isto enquadrado no tema,sff).  :mrgreen:  :mrgreen:



https://defence.pk/pdf/threads/modern-submarine-discussions.98561/page-10
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #821 em: Novembro 24, 2020, 09:17:39 pm »
Sobre as lanchas para a GNR um outro artigo do Almirante José Castanho Paes publicado pela AOFA no FB

AINDA SOBRE AS LANCHAS PARA A GNR
http://www.aofa.pt/artigos/ALM_Castanho_Paes_Ainda_sobre_as_lanchas_para_a_GNR.pdf?fbclid=IwAR3c6FOgFnkWs9p2-0wxVJQrn820_lRr29o1UjoYRypt6-e-ebOSGOTOryE

O recente artigo do Ministro da Defesa Nacional sobre esta matéria procura, de
forma hábil, deitar água na fervura da querela surgida após a divulgação pública
pelos OCS da aquisição de lanchas oceânicas pela GNR, numa clara tentativa
de arrefecer os ânimos mais exaltados, sobretudo dentro da Marinha. Contudo,
não responde concretamente às questões levantadas nos excelentes artigos
entretanto publicados a propósito do facto da autoria dos Almirantes Reis
Rodrigues e Pires Neves.
Senão vejamos:
1) Tomando em consideração o espírito da doutrina vertida no próprio artigo
do MDN, se as novas lanchas foram tidas como equipamentos indispensáveis
para o reforço do dispositivo nacional de combate a actos ilícitos no mar, porque
não foram então destinadas à Marinha, a fim de serem operadas no cumprimento
de missões de “guarda costeira” do âmbito das responsabilidades que cabem à
Autoridade Marítima Nacional, dando assim total coerência ao conceito doutrinal
defendido no citado artigo de que a nossa Marinha é efectivamente de duplo uso?
2) Independentemente da entidade que deve operar e manter as referidas
lanchas (Marinha ou GNR), estando as tecnologias da sua construção ao
alcance da indústria naval nacional, porque não se estudou e planeou a hipótese
da sua construção em estaleiros nacionais, sector industrial que, como se sabe,
está tão necessitado de encomendas para sobreviver e assegurar empregos?
O argumento da impossibilidade de obtenção de financiamentos parciais
europeus a fundo perdido para a aquisição das lanchas, se estas se destinassem
a ser operadas pela Marinha, talvez pudesse ser ultrapassado se houvesse uma
firme vontade política de o tornear. Recorde-se que num passado não muito
distante foram, por exemplo, adquiridos para a Marinha, através de
fundos europeus, equipamentos para os nossos navios destinados a reforçar as
suas capacidades para o exercício da fiscalização das pescas.
Porém, se o pensamento dos decisores políticos da UE em matérias marítimas
for teimosa e preconceituosamente no sentido de desmilitarizar as guardas
costeiras, só financiando a aquisição de meios navais que se destinem
exclusivamente a ser operados por órgãos nacionais não incluídos na
estrutura dos respectivos Ministérios da Defesa, com vista a, num futuro mais ou
menos próximo, virem a ser mais facilmente integrados numa “guarda costeira
europeia”, destinada ao controlo do já insidiosamente aventado “mar europeu”,
então a decisão terá assim tanto de compreensível como de muito criticável.
É que mais uma vez, para além da perda de soberania nacional imposta pelo
Tratado de Lisboa relativamente às nossas pescas, de novo se vislumbram no
horizonte acrescidas perdas de soberania, possivelmente de maior gravidade,
na medida em que tenderão para uma partilha forçada da promissora riqueza do
nosso valioso património marítimo, ou seja, os espaços marítimos sob a nossa
jurisdição à luz da legislação internacional – a ZEE e a Plataforma Continental.
E tudo isto, a troco de uns poucos “pratos de lentilhas”, que mais visam satisfazer
determinados egos corporativos do que a constituirem-se como contrapartidas
aceitáveis de soluções racionalmente injustificáveis.
Se de facto este é um tipo de “negócio” interiorizado na mente de alguma
parcela dominante do poder político, há urgentemente que procurar contrariá-lo
através de um melhor esclarecimento da opinião pública sobre o que está
realmente em jogo no respeitante ao nosso futuro colectivo.
Vem a propósito lembrar que, por exemplo, relativamente à Grécia houve
actores políticos europeus que tiveram o desplante de sugerir que o Governo
grego vendesse parte das suas ilhas para amortizar a sua elevada dívida
externa. No caso de Portugal, uma sugestão deste tipo, já que as Berlengas
ou as Desertas pouco podem valer, talvez a venda das Selvagens com as
parcelas das nossas ZEE e Plataforma Continental que as envolvem atingissem
um bom valor de mercado…
Se há valor que os responsáveis pelas políticas de integração europeia não
deveriam nunca menosprezar é o do respeito pelo património e fronteiras físicas,
territoriais e marítimas, dos estados integrantes.
Nesta perspectiva, há pois que manter uma atenta guarda contra os poderosos
interesses externos que se procuram sobrepor aos nossos legítimos interesses
nacionais. E não tenhamos dúvidas de que o extenso e potencialmente rico “mar
português” está na mira de muitos interesses externos.
Finalmente, voltando ao caso concreto das lanchas, ocorreu-me a ideia talvez
maldosa de admitir que a significativa parcela de financiamento europeu para a
aquisição das citadas lanchas para a GNR possa, em certa medida, constituir
um “presente envenenado” pela dependência moral em que nos coloca
relativamente à utilização futura desses meios a pedido das competentes
autoridades europeias.
Como diz o ditado popular: Não há almoços grátis...
22-11-2020
Almirante José Castanho Paes
 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #822 em: Novembro 26, 2020, 01:04:00 am »
Citar
------- Por despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, de 4 de novembro de 2020, foi considerado como dado por si próprio o louvor concedido, em 14 de setembro de 2020, pelo 20880 Contra-almirante MÁRIO JOSÉ SIMÕES MARQUES, Comandante da Escola Naval, ao 168088 Cabo TFD MANUEL INÁCIO PEREIRA DO ROSÁRIO, o qual se publica:
Vai destacar, após mais de 57 meses de comissão na Escola Naval, o 168088 CAB TFD MANUEL INÁCIO PEREIRA DO ROSÁRIO.
Militar disciplinado, proactivo e determinado, estando sempre no lado da solução face aos desafios que lhe foram apresentados no âmbito das suas funções na Escola Naval.
Mostrou ao longo da sua comissão, como Encarregado dos Paióis de Géneros e Frigorificas, ser possuidor de sólidos conhecimentos técnicos e de lealdade com os seus chefes e pares, o que conduziu a um desempenho de elevado nível, superando sempre as dificuldades que lhe foram surgindo no dia-a-dia da Escola Naval.
Discreto e eficiente, revelou sempre uma permanente disponibilidade e uma elevada capacidade de trabalho, demonstrando grande empenho e dinamismo na realização das tarefas que lhe foram incumbidas, mesmo tendo em conta a sua situação familiar.
Considero igualmente digno de realce o seu contributo na prontidão como desempenhou o controle, tanto na quantidade como qualidade, dos bens alimentares que ficaram à sua guarda, assim como na preparação de todo o material para os mais diversos eventos de representação, protocolares e exercícios, dos quais se destacam os Bailes de Finalistas, CLIMS CAMP 2019, os exercícios em Troia e as Descidas do Rio, sendo importante para o bom funcionamento não só da sua área de responsabilidade, como das restantes áreas da secção de alimentação.
Em todas as situações o CAB TFD Pereira do Rosário manifestou um elevado espírito de cooperação, consideração e a amizade de todos com quem trabalhou, quer camaradas, quer superiores hierárquicos, revelando-se desta forma um precioso colaborador da Secção de Alimentação.
Assim, é com agrado que ao abrigo da competência que me confere o artigo 64.º do Regulamento da Disciplina Militar, louvo o 168088 CAB TFD MANUEL INÁCIO PEREIRA do ROSÁRIO, pelas qualidades profissionais e humanas demonstradas no desempenho das suas funções as quais o contribuíram para a boa imagem da Escola Naval e, consequentemente, para o prestígio da Marinha.

------- Por despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, de 6 de novembro de 2020:
O Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada faz saber que, nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 26.º, da alínea d) do n.º 1 do artigo 27.º e do n.º 3 do artigo 34.º, todos do Regulamento da Medalha Militar e das Medalhas Comemorativas das Forças Armadas,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 316/2002, de 27 de dezembro, concede a Medalha Militar da Cruz Naval de 4.ª Classe, aos seguintes militares:
[...]
168088 Cabo TFD MANUEL INÁCIO PEREIRA DO ROSÁRIO
[...]

 

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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #823 em: Novembro 26, 2020, 05:00:12 pm »
Ainda sobre o navio para a GNR mansamente vão caindo as máscaras e vamos podendo ver a podridão disto tudo.

Novas lanchas da GNR. Compra aprovada pelo governo há dois anos, com Cravinho ministro
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/26-nov-2020/novas-lanchas-da-gnr-compra-aprovada-pelo-governo-ha-dois-anos-com-cravinho-ministro-13066229.html?fbclid=IwAR2Fv2UuLIrfVa6KIITyBpsINLOFB0_tPngr1zQoy2DvnKceYUA0n3m-K-M

A aquisição de uma megalancha para a GNR surpreendeu a Marinha e o ministro da Defesa saiu em defesa do ramo. Mas a decisão foi aprovada em Conselho de Ministros quando João Cravinho já estava no cargo.
A compra de uma lancha de grandes dimensões para a GNR - com 35 metros e capacidade para navegar em alto-mar -, que deixou a Marinha em estado de sítio, foi decidida em novembro de 2018, em Conselho de Ministros, quando João Gomes Cravinho já era o titular da pasta da Defesa.

Apesar de a decisão ter dois anos, neste sábado, num artigo de opinião publicado no DN, Cravinho saiu em defesa da Marinha, subscrevendo o principal argumento que tinha sido usado por diversos oficiais generais do ramo para contestar a aquisição da Guarda - o chamado conceito de "duplo uso".

Este duplo uso permite às Forças Armadas apoiarem as polícias em operações de fiscalização e prevenção criminal em alto-mar e, no entender destas altas patentes militares, torna dispensável que a GNR também compre lanchas para esse fim.

A embarcação, maior do que qualquer lancha rápida da Marinha, custou 8 485 770 euros e é a primeira de um lote de quatro, que terão um custo de mais 2,2 milhões de euros, financiadas a 75% por fundos europeus.

No preâmbulo da Resolução de Conselho de Ministros é explicado que "no âmbito do controlo fronteiriço, a Unidade de Controlo Costeiro da Guarda Nacional Republicana (UCC-GNR) é responsável pelo cumprimento da missão da Guarda em toda a extensão da costa e no mar territorial. Esta unidade especializada tem competências específicas na vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das regiões autónomas".

A GNR estima que a nova lancha esteja operacional no primeiro semestre de 2021.
SEGURANÇA NACIONAL
GNR compra megalancha e deixa Marinha em estado de sítio
Adianta ainda que "a aquisição de meios que permitam operar, de forma suplementar, nas circunstâncias referidas, amplia a capacidade de vigilância e deteção, potenciando mais e melhor controlo das atividades de vigilância da fronteira externa".

"A aquisição pretendida em termos de custo/benefício é amplamente vantajosa para o Estado, considerando que o aproveitamento dos fundos europeus de apoio 2016 -2020"

Diz também o governo que "a aquisição pretendida em termos de custo-benefício é amplamente vantajosa para o Estado, considerando que o aproveitamento dos fundos europeus de apoio 2016 -2020 (concretamente do Fundo de Segurança Interna) permitirá dotar a UCC -GNR de embarcações modernas e obviará a falta de meios; possibilitará reduzir custos vultuosos associados à reabilitação e manutenção de alguns equipamentos navais atualmente inoperacionais; contribuirá para a melhoria e reforço da atividade operacional da UCC -GNR.

Crime de lesa-pátria
Foram vários os almirantes, ex-chefes e vice-chefes da Armada, como Melo Gomes, Pires Neves e Reis Rodrigues, a manifestarem a sua surpresa com esta decisão - deixando implícito que era desconhecida na Marinha. Estas altas patentes alertaram para a duplicação de recursos e consequentes despesas acrescidas para o erário público.

"O duplo uso, previsto no Conceito Estratégico de Defesa Nacional [CEDN] é precisamente isso, usar os meios racionalmente e isso é o que fazem os países com poucos recursos como o nosso"

"Temos de fazer bem com o pouco que temos, partilhando recursos, não duplicando, sem sequer haver colaboração. O duplo uso, previsto no Conceito Estratégico de Defesa Nacional [CEDN] é precisamente isso, usar os meios racionalmente e isso é o que fazem os países com poucos recursos como o nosso. A Marinha sempre defendeu esse princípio. Desde o século XV, quando as caravelas eram ao mesmo tempo navios mercantes e de combate. Num país de recursos limitadíssimos é um crime de lesa-pátria não racionalizar os meios que temos", advogou o ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).

Este duplo uso foi também o principal argumento do ministro da Defesa, que se coloca ao lado dos almirantes: "O duplo uso - civil e militar - das Forças Armadas representa assim uma forma de darmos eficácia à resposta pública a crises civis e eficiência ao necessário investimento nos nossos meios de defesa. É um serviço público que se manifesta de formas diferentes consoante as necessidades", assinalou Cravinho.

Escreveu o ministro que "o exercício da autoridade do Estado no mar exige que as capacidades do Estado sejam devidamente articuladas, entre si e entre instituições, algo que acontece com grande regularidade e naturalidade".

E dá como exemplo "a coordenação com a Polícia Judiciária", que classifica de "necessariamente discreta, mas intensa e profícua: desde 2018 a Marinha desenvolveu 18 ações no mar com a PJ, que resultaram na apreensão de mais de 16 toneladas de haxixe e de cocaína, com um valor de mercado de várias centenas de milhões de euros".

Esgrimir argumentos
Esta posição do Cravinho, a meio de um esgrimir de argumentos entre a Marinha e uma decisão do governo, causou incómodo em certos setores militares - tanto da própria GNR como do Exército. A Guarda é comandada por oficiais generais deste ramo e este contrato foi assinado em 2019 pelo tenente-general Botelho Miguel e o plano de aquisição foi tratado pelo atual chefe do Estado-Maior do Exército, tenente-general Nunes Fonseca, quando era o comandante da UCC da GNR.

O DN questionou o gabinete do ministro sobre o motivo de ter assumido esta posição em defesa da Marinha, dois anos depois de o governo ter apoiado a decisão, quando era titular da pasta. Foi também perguntado se, na altura se opôs à decisão; se existem no governo opiniões diferentes em relação às opções estratégicas sobre o papel das Forças Armadas no apoio às forças de segurança em missões de vigilância e prevenção criminal; se a Marinha tinha sido informada; e se este género de aquisição de meios importantes para a segurança nacional passa pela consulta de órgãos como o Sistema de Segurança Interna (SSI) ou pelo Conselho Superior de Defesa Nacional. Nenhuma resposta chegou ainda.

O DN pediu também ao gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que partilhasse a visão estratégica para a GNR sobre este assunto, que justifique uma aquisição como a desta megalancha; saber qual a posição sobre o duplo uso da Marinha; e como evitar as duplicações. Nenhuma resposta chegou ainda.

"Ninguém na GNR ou no Ministério da Administração Interna se incomoda com os ataques de almirantes reformados"

"Ninguém na GNR ou no Ministério da Administração Interna se incomoda com os ataques de almirantes reformados. Não são afetados pelas suas posições. Esse silêncio face aos ataques dos almirantes basta para perceber quem está no poder", avalia Jorge Silva Paulo, capitão-de-mar-e-guerra e doutorado em Políticas Públicas, com uma tese sobre a "Autoridade Marítima".

"Há dois aspetos que saltam à vista: o primeiro é o facto de um ministro ter entrado pela primeira vez neste debate e assumir a narrativa das poupanças, que vem da Armada. E está errado, porque toda a ideia do duplo uso vai contra a Constituição. Em segundo lugar, não há economia de escala nem poupanças. Há conceitos errados e a ideia de que se pode transpor um conjunto de valências de um sítio para o outro e esperar que funcione não é possível", acrescenta.

Falta decisão política coerente
Na mesma linha vai o major-general do Exército Carlos Chaves, que foi o assessor para a Segurança Nacional de Pedro Passos Coelho "A Guarda fez muito bem em aproveitar esta oportunidade. Estas lanchas vão fazer parte dos meios europeus para vigiar o Mediterrâneo. Não se pode ter submarinos a vigiar a costa algarvia. Ou se assume que é preciso uma Guarda Costeira ou acabamos por ser obrigados a isso pela União Europeia, que já está a constituir uma força europeia."

"É o momento para Portugal dizer se quer ou não uma Guarda Costeira e se for essa a decisão tem que ter estatuto de Polícia. O grande obstáculo é a Marinha de Guerra Portuguesa, ou a Armada, que continua ativa na Marinha"

Defende que "é o momento para Portugal dizer se quer ou não uma Guarda Costeira e se for essa a decisão tem de ter estatuto de polícia. O grande obstáculo é a Marinha de Guerra Portuguesa, ou a Armada, que continua ativa na Marinha. E a lei não permite missões de polícia à Marinha de Guerra", afiança este oficial-general do Exército, que foi segundo-comandante da GNR.

Carlos Chaves recorda que "este debate dura há anos e anos, por incapacidade de uma decisão política coerente. Os únicos argumentos contra são corporativos, não são de economia de escala".

Já António Nunes, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) tem outra opinião, que vai ao encontro da defendida pelo ministro Cravinho. "Tendo em atenção a situação geopolítica e geoestratégica em que Portugal está inserido e o facto de ser o país europeu com uma das maiores áreas marítimas, é evidente que uma Marinha de duplo uso é uma vantagem acrescida no controlo das fronteiras e do espaço marítimo".

Este analista de segurança lembra, contudo, que esse paradigma "não significa que os meios de que a Marinha dispõe sejam suficientes para cumprir essas atividades, quer no âmbito da segurança (terrorismo, tráfico de droga, tráfico de seres humanos ou outra criminalidade organizada) e também para as missões de defesa de Portugal, da União Europeia e da NATO".

Ou seja, assinala, "uma coisa é defender o duplo uso do ponto de vista estratégico, outra é saber se houve um esforço nacional para dotar a Marinha dos meios adequados. Na sua opinião, "não tem havido e Portugal tem de ter meios para operar em mar aberto".

"A GNR vai criar uma carreira de Marinheiros? Porquê, se já há a Polícia Marítima?"

Para o presidente do OSCOT não colhe o argumento de aproveitar os financiamentos europeus que estão à disposição das forças de segurança dos estados membros para este equipamento. "Não é justificação. Não há qualquer estratégia. Esta lancha vai acabar por criar um problema à GNR. Será complicado garantir uma regularidade das suas missões, pois terá de parar para manutenção e não há outra, com as mesmas capacidades, para a substituir. Também se pode antever que quando detetar alguma ocorrência em mar alto terá sempre de pedir apoio à Marinha para fazer a interceção. Uma lancha desta dimensão exige uma guarnição com formação já bastante avançada. Não são só os oito tripulantes, têm de ser, pelo menos, 24, para garantir os três turnos. A GNR vai criar uma carreira de marinheiros? Porquê, se já há a Polícia Marítima?", questiona.

No seu entender, se for esta a opção, interroga-se "porque não repensar tudo e retirar à Marinha todas as competências que tem no domínio público marítimo, designadamente em todas as áreas navegáveis?".

Onde está o Sistema de Segurança Interna, que deve promover a articulação entre as polícias e entre estas e as Forças Armadas?

Não vê outra hipótese senão a de uma "decisão política coerente". Lamenta que "nos últimos anos não tenha havido oportunidade para se discutir com profundidade um conceito de segurança nacional para o país. Onde está o Sistema de Segurança Interna, que deve promover a articulação entre as polícias e entre estas e as Forças Armadas? Um assunto desta dimensão devia ter sido discutido com as Forças Armadas, com o SSI e até com o Sistema de Informações da República Portuguesa. Não faz sentido um debate desta envergadura, que envolve resposta do país às ameaças à segurança nacional, sem envolver estes três sistemas".


 
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Re: A Marinha Portuguesa e o Zero Naval !
« Responder #824 em: Novembro 26, 2020, 10:11:02 pm »
Citar
Este analista de segurança lembra, contudo, que esse paradigma "não significa que os meios de que a Marinha dispõe sejam suficientes para cumprir essas atividades, quer no âmbito da segurança (terrorismo, tráfico de droga, tráfico de seres humanos ou outra criminalidade organizada) e também para as missões de defesa de Portugal, da União Europeia e da NATO".

Ou seja, assinala, "uma coisa é defender o duplo uso do ponto de vista estratégico, outra é saber se houve um esforço nacional para dotar a Marinha dos meios adequados. Na sua opinião, "não tem havido e Portugal tem de ter meios para operar em mar aberto".

Até que enfim, alguém com dois olhos na cara. Será que mais ninguém conseguiu constatar isto? Que sem investimento na Marinha, nem sequer dá para discutir "duplo-uso"? Será que ninguém viu que não existe marinha de nenhum país de primeiro mundo, que faça investimento estritamente em duplo-uso, por mais ricos ou pobres que sejam?

É que uma coisa é estes países investirem em navios de guerra, com verdadeira capacidade de combate, mas que tenham alguma capacidade extra para executar missões de interesse público (como se pode constatar com a integração, em quase todas as classes de fragatas modernas, de "baías multi-missão" que são facilmente adaptáveis a funções civis ou militares). Outra é fazer à Tuga, comprar/construir navios desmilitarizados/desarmados, mas como estão pintados de cinzento, são navios com duplo uso militar/civil.

É preciso entender que, uma Marinha de Guerra, não sobrevive apenas dos investimentos em meios de "duplo-uso".

Também é preciso questionar é, se as lanchas para a GNR estavam planeadas há mais de 2 anos, como é que ninguém se lembrou, por exemplo, vou fazer uma sugestão inovadora, de manter as lanchas existentes da Marinha, que há 10 anos que não recebem este tratamento? Se por alguma razão for pouco viável financeiramente, porque não se mandou então construir em estaleiros nacionais os seus substitutos? No fim de contas, não houve uns tostões para fazer manutenção destas lanchas, mas há para comprar novas para outra entidade? Que país estranho este.

E a história dos "pouquíssimos recursos" começa a meter confusão. Um país sem recursos não quer aeroportos distritais nem TGVs ou a torrar dinheiro em entidades falidas/não-rentáveis.