Nato tem nova plataforma tecnológica
Semana Informatica nº 702 de 2 a 8 de Junho de 2004
O sistema de vigilância e reconhecimento terrestre (AGS) pode representar 30 milhões de euros para a participação portuguesa
O consórcio TIPS foi o seleccionado pela Nato para desenvolver e pôr a funcionar o sistema AGS (Sistema de Vigilância e Reconhecimento Terrestre). No nosso país, a Indra Sistemas Portugal integra o consórcio TIPS, sendo de referir que a participação portuguesa é assegurada por um grupo de empresas liderado pela Edisoft, cuja actividade poderá gerar receitas superiores a 30 milhões de euros. Por seu lado, a Indra estima que a sua participação no projecto gere receitas entre os 300 e os 350 milhões de euros.
A nível internacional, e além da Indra, o consórcio integra também a Empresa Europeia de Defesa Aeronáutica e Espacial (EADS), a italiana Galileo Avionica, a General Dynamics do Canadá, a norte-americana Northrop Grumman e a francesa Thales. Segundo está previsto, o programa estender-se-á até 2012 e entrará em vigor após a assinatura do contrato, prevista para a Primavera de 2005.
O AGS é um programa da Nato que tem como objectivo o desenvolvimento de um sistema para a vigilância de um ou vários campos de batalha terrestre e baseia-se numa série de centros de comando e controlo, situados em plataformas aéreas a partir das quais se dirigem as operações de terra, assim como uma série de estações terrestres de controlo (Base Operacional Central, MOB) e estações aerotransportadas avançadas próximas do terreno de operações.
Este conjunto de sistemas, baseado numa frota mista de plataformas aéreas, tipo avião comercial Airbus A-321 e veículos aéreos não tripulados (HALE) de grande autonomia e voo a grande altitude, inclui sensores que permitem obter informação sobre o terreno e os sistemas de comando e controlo (redes de comunicação e processamento da informação que permitem o seu envio e a sua concentração para apresentação aos altos comandos e estudo das instruções pertinentes).
O sensor principal é um radar de abertura sintética, de tecnologia muito avançada, capaz de detectar e identificar movimentos de veículos e tropas em áreas congestionadas, a muito longa distância. Este radar irá desenvolver-se num programa paralelo, denominado Radar Cooperativo Transatlântico (TCAR), no qual participa também a Indra e outras quatro empresas que pertencem ao TIPS.
O valor do programa na sua fase de desenvolvimento, produção e entrada em serviço ainda se encontra em fase final de negociação, embora as estimativas permitam estabelecê-lo entre os 3 mil milhões e os 5 mil milhões de euros, de acordo com o alcance que na altura seja definido pela Nato.
O consórcio industrial TIPS é integrado por empresas de referência nas diferentes tecnologias e equipamentos necessários para desenvolver o sistema AGS, uma ferramenta básica enquadrada nos objectivos de vigilância, reconhecimento e segurança da Nato.
No caso da Indra, a sua entrada no consórcio é consequência da sua projecção internacional ao nível da tecnologia de sensores e sistemas de comando e controlo e das suas capacidades na integração de sistemas complexos e críticos, áreas em que se concretizará a sua participação industrial no projecto. As seis empresas líderes que integram o consórcio prevêem trabalhar com cerca de 80 companhias subcontratadas dos 26 países que integram a Nato.