Novos navios de apoio logístico da DCN francesa

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papatango

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Novos navios de apoio logístico da DCN francesa
« em: Janeiro 26, 2007, 08:21:02 pm »
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A DCN francesa apresentou os projectos de três novos navios de apoio logístico com plataforma de helicópteros, tipo LHD.

Estes novos projectos, aparecem na sequência quer da entrada em funcionamento dos dois navios franceses da classe Mistral, quer do projecto de navio apresentado à marinha da Austrália que está prestes a decidir que tipo de navio logístico deverá adquirir no futuro, tendo em vista o envelhecimento dos três navios que tem ao serviço.

Os novos navios franceses são claramente inspirados na classe Mistral.

Um deles, que recebe o nome de BPC 240, é na realidade uma versão aumentada do Mistral já ao serviço na França, sendo idêntico ao projecto apresentado aos australianos.

BPC-250
O projecto aponta para um navio com 214 metros de comprimento e um deslocamento de 24500 toneladas.
Esse navio terá capacidade para transportar 1168 militares além da tripulação que deverá rondar os 140.
O BPC-250, é um navio de apoio logístico especialmente dedicado a operações que utilizem helicópteros, tendo um hangar com capacidade para transportar 16 helicópteros médios. Embora possa ser preparado para posto de comando, ele terá menos capacidades nessa área que os Mistral franceses, aumentando no entanto a capacidade de transporte de militares e de armamentos e meios técnicos.

O navio tem uma autonomia de mais de 20.000Km viajando à velocidade de 12 nós e pode ser equipado com sistemas de defesa como CIWS/Phalanx e canhões de 20mm automáticos.

BPC-140
Enquanto o BPC-250 é uma versão aumentada da classe Mistral, o BPC-140 pelo contrário é um Mistral reduzido, com menos capacidades e destinado a servir as necessidades de marinhas mais pequenas.



Com um deslocamento de 13500 toneladas e um comprimento de 167 metros o BPC-140 tem capacidade para transportar 500 militares e hangar para transportar 6 helicópteros.
Tratando-se de um navio de «deck corrido» o BPC-140, como todos os seus irmãos maiores tem uma grande flexibilidade na utilização dos meios aéreos de que dispõe, não estando limitado por uma pista de pequenas dimensões que limita a utilização de helicópteros.

Ao contrário dos seus irmãos maiores, o BPC-140 tem apenas um elevador para transportar os helicópteros para a pista (ou para transportar veículos no caso de se optar por transportar veículos na pista). O navio disporá ainda de um espaço para hospital de campanha com 670 metros quadrados e uma área de comando com 400 metros quadrados.

À velocidade de 12 nós o BPC-140 poderá atingir lugares a 18.000Km de distância.


BPC-160
Foi apresentada ainda uma versão intermédia, com menos capacidade de transporte de tropas, mas com maior capacidade de hangar, que lhe permite transportar 8 helicópteros.

Tendência

A apresentação destes novos projectos, vem reforçar a tendência para os navios de apoio logístico que dispõe de uma pista corrida (da proa à ré). Esta foi a opção dos espanhóis ao desenharem o seu BPE, é a opção dos estaleiros holandeses ao apresentarem várias derivações de navios com estas características e a HDW, a empresa que fabrica os submarinos U214 também apresentou recentemente imagens dos seus projectos para este tipo de navio, que também passam por uma pista completa e corrida.

A tendência, resulta da análise das necessidades reais das marinhas e das condições reais de operação.
Este tipo de navio é de grande utilidade em caso de catástrofes onde seja chamado a colaborar no resgate de populações. A existência de uma pista maior, permite ao navio utilizar simultaneamente todos os seus meios aéreos sem ficar limitado a apenas um ou dois pontos de aterragem, o que pode impedir helicópteros de serem enviados rapidamente, como pode impedir em emergências que um helicóptero pouse quando os dois lugares estiverem ocupados, o que pode acontecer com frequência.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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luis filipe silva

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« Responder #1 em: Janeiro 29, 2007, 03:36:22 pm »
Já agora uma questão ao colega Papatango.
Qual deverá ser a classificação dos navios de assalto?
A "politicamente correcta" definição de Navios de Apoio Logístico (que não o são), ou pura e simplesmente Navios de Assalto(termo militarista para os pacifistas), que para isso é que são concebidos?
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MERLIN

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« Responder #2 em: Janeiro 29, 2007, 04:54:46 pm »
O BPC-140 não teria sido uma boa opção para a nossa marinha?
Cumptos.
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Yosy

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« Responder #3 em: Janeiro 29, 2007, 06:43:33 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
Já agora uma questão ao colega Papatango.
Qual deverá ser a classificação dos navios de assalto?
A "politicamente correcta" definição de Navios de Apoio Logístico (que não o são), ou pura e simplesmente Navios de Assalto(termo militarista para os pacifistas), que para isso é que são concebidos?


Não concordo, já que os navios de apoio logístico também são usados para evacuações. Acho que a designação actual é a mais correcta.
 

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JQT

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Já não há pachorra para o politicamente correcto
« Responder #4 em: Janeiro 29, 2007, 07:34:51 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
Já agora uma questão ao colega Papatango.
Qual deverá ser a classificação dos navios de assalto?
A "politicamente correcta" definição de Navios de Apoio Logístico (que não o são), ou pura e simplesmente Navios de Assalto(termo militarista para os pacifistas), que para isso é que são concebidos?


Politicamente correcto? Pois então eu proponho 'Navio de Massacre Longíquo'. Que tal?

JQT
 

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papatango

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« Responder #5 em: Janeiro 29, 2007, 09:30:29 pm »
Do meu ponto de vista, os termos LPD ou LHD não me parecem ser os mais adequados para este tipo de navio.

Os termos LHD e LPD (entre outros) designa, a utilização táctica que lhes estava destinada pela marinha americana.

No inicio deste século XXI, e no caso português (e no caso da maioria das marinhas europeias) estes navios não se destinam a assaltar nada, mas sim a servir de base para forças expedicionárias como forças de manutenção de Paz.

Logo, parece fazer mais sentido chama-los de navios de apoio logístico, embora também concorde que o navio de apolio logístico puro, seria um AOR. Um navio reabastecedor de média ou grande capacidade.

Os Navios de Apoio Logistico europeus são, do meu ponto de vista, um meio termo entre os navios de assalto americanos, e os navios puros de apoio logístico.

= = = =

Quanto ao modelo 140 ele parece interessante.

Este modelo francês, como creio que os holandeses de deck corrido aproveitam a altura, criando um maior numero "andares" aumentando a capacidade de transporte, garantindo no entanto uma grande plataforma para aterragem dos helicópteros.

Do meu ponto de vista, a principal desvantagem (mas não há solução para isso) é a necessidade de ser necessário recorrer a elevadores para colocar as aeronaves na pista, o que não acontece com os navios do tipo Rotterdam, que já nos habituámos a ver associados ao "NavPol".

Cumprimentos
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luis filipe silva

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« Responder #6 em: Janeiro 29, 2007, 10:09:19 pm »
merlin escreveu:
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O BPC-140 não teria sido uma boa opção para a nossa marinha?
Na altura em que Portugal pretendeu um navio de desembarque doca, o BCP 140 ainda não tinha surgido(nós é que demoramos décadas). Além disso e como tenho referido "N" vezes, o projecto vem associado à compra dos submarinos.

JQT escreveu:
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Politicamente correcto? Pois então eu proponho 'Navio de Massacre Longíquo'. Que tal?
Nesse caso o orçamento deve vir do Min. da Aministração interna, e não do MDN.

Yosi escreveu:
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Não concordo, já que os navios de apoio logístico também são usados para evacuações. Acho que a designação actual é a mais correcta.
Nesse caso o orçamento deve vir do Min. da Aministração interna, e não do MDN.
O mesmo se aplica à sua pergunta.

Papatango escreveu:
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No inicio deste século XXI, e no caso português (e no caso da maioria das marinhas europeias) estes navios não se destinam a assaltar nada, mas sim a servir de base para forças expedicionárias como forças de manutenção de Paz.

Então que se aluguem navios RO/RO a prazo, e poupa-se muito dinheiro.
A propósito, este tópico é dedicado à AMI, ou a FORÇAS NAVAIS????
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« Responder #7 em: Janeiro 29, 2007, 11:17:43 pm »
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Então que se aluguem navios RO/RO a prazo, e poupa-se muito dinheiro.
A propósito, este tópico é dedicado à AMI, ou a FORÇAS NAVAIS????
:mrgreen:


Bom, você tem alguma razão na afirmação, mas há outros considerandos:

As operações de manutenção de Paz, também podem ser de imposição e as tropas podem ter que desembarcar sem acesso a praias ou pontos de apoio em terra.

Nesse caso é absolutamente importante ter um navio que tem capacidade para efectuar o desembarque pelos seus próprios meios sem necessitar de mais apoio.

É por isso que se torna necessário o navio equipado com uma doca, ou com uma plataforma de aterragem conveniente.

Também há o problema interno da armazenagem de veículos e da construção de um navio suficientemente resistente para poder levar no seu interior tanques com 60 toneladas (por exemplo).

Além de tudo isto, com um LPD, pode-se efectuar uma operação de apoio logístico, mas também uma operação de desembarque convencional.

Já com um navio "Roll On-Roll Off" não há grandes possibilidades de se fazer tal operação.

Mas há mais ainda:

Há o problema de operações de resgate de emergência em lugares onde (por exemplo) seja necessário utilizar apenas meios anfibios (imaginemos terroristas com misseis Stinger).

Logo, este tipo de navios é de facto polivalente. Não há melhor termo para designar o navio porque ele tem capacidade de facto para operar conforme as necessidades.

Cumprimentos
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luis filipe silva

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« Responder #8 em: Janeiro 30, 2007, 02:42:08 am »
Papatango escreveu:
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Logo, este tipo de navios é de facto polivalente. Não há melhor termo para designar o navio porque ele tem capacidade de facto para operar conforme as necessidades.

Aì já concordo! Polivalente sim, mas logístico na verdadeira acepção do termo, muito pouco, pois de apoio logístico só à tropas desembarcadas. Ou seja, é um (L) navio de desembarque (landing).
E não sejamos assim, tanto o Papatango como eu, pretendemos que assim seja, com funções de comando e tudo. Não é verdade?
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« Responder #9 em: Janeiro 31, 2007, 03:34:45 am »
Citação de: "luis filipe silva"
Papatango escreveu:
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Logo, este tipo de navios é de facto polivalente. Não há melhor termo para designar o navio porque ele tem capacidade de facto para operar conforme as necessidades.
Aì já concordo! Polivalente sim, mas logístico na verdadeira acepção do termo, muito pouco, pois de apoio logístico só à tropas desembarcadas. Ou seja, é um (L) navio de desembarque (landing).
E não sejamos assim, tanto o Papatango como eu, pretendemos que assim seja, com funções de comando e tudo. Não é verdade?


Ou seja, é um NavPol - Navio Polivalente  :wink:
 

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luis filipe silva

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« Responder #10 em: Janeiro 31, 2007, 10:13:37 am »
Yosi escreveu:
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Ou seja, é um NavPol - Navio Polivalente

Não!... É um navio de desembarque doca.
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« Responder #11 em: Fevereiro 06, 2007, 07:48:46 am »
Ja agora alguem sabe quanto custara um BPC-140  parece me um projecto bastante interessante, e pelas dimensoes nao deve ser muito caro??? Talvez para para os mesmos valores do LPD uma vez que sao navios de tamanho semelhante.
 

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MERLIN

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« Responder #12 em: Fevereiro 06, 2007, 04:55:14 pm »
é um irmão mais pequeno dos "Mistral". Verdade seja dita que com os dois "Mistral", os dois "Foudre" e a TF do Charles de Gaulle, os franceses ficam com uma força de projecção bastante boa.
Cumptos
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Leonidas

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« Responder #13 em: Fevereiro 20, 2007, 03:01:09 am »
Sem dúvida que é também uma excelente proposta. Vem na linha do que se já discutiu num tópico para trás. Para mim vinha já ontem. Será que os custos são compativeis com aquilo que se pretende gastar é essa a questão?

Se se sabe que para se gastar uns miseros 200 e tal milhões de euros os políticos levam uma eternidade para se decidirem a fazer alguma coisa e temos que rezar para que aconteça, então para uma coisa que pode ser mais cara é só mesmo para esquecer.  

Cumprimentos