Iberismo e a dissolução de Portugal: ameaça real

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Luso

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« Responder #75 em: Maio 05, 2006, 01:04:24 pm »
Eu não tenho problemas com ministros estrangeiros.
O problema reside no facto de existirem personagens que, sendo portugueses de nascimento e alcançando cargos de responsabailidade onde a "coisa pública" é colocada sob a sua alçada, não vêem problemas em defraudar a confiança neles depositada para garantir o sucesso nacional.
O facto de serem estrangeiros não é problema  - em princípio - de maior.
O problema está na quebra de confiança ao trabalhar-se para alcançar outros fins que não os estabelecidos nos grandes contratos que são as eleições.
A título de estrangeiros que contribuiram para a salvação nacional lembro Schomberg, o Conde de Lippe e D. Fernando Saxe-Coburgo-Gotha.
E já agora também faço a vénia ao Sr. Rainer Daehnhardt.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #76 em: Maio 05, 2006, 02:26:10 pm »
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A título de estrangeiros que contribuiram para a salvação nacional lembro Schomberg, o Conde de Lippe e D. Fernando Saxe-Coburgo-Gotha.
E já agora também faço a vénia ao Sr. Rainer Daehnhardt.

Absolutamente de acordo.
Se há coisa que nos caracteriza, é que nunca tivemos problemas em aceitar ser comandados por estrangeiros, quando se trata de defender Portugal.

Isso aliás é reconhecido por muitos ingleses, no que respeita à guerra peninsular, em que afirmam que os portugueses tinham um notável espirito prático, e estavam mais interessados em expulsar os franceses, que com questiunculas politicas.


= = = =

Pantera:

Há uma notavel diferença entre o federalismo europeu e o "iberismo"

São coisas com origens muito diferentes. O federalismo (que eu não defendo) é menos perigoso, porque não implica - por causa da dimensão da Europa, qualquer forma de uniformização cultural e étnica.
Pura e simplesmente isso seria impossível, porque não existe nenhuma etnia europeia dominante.

Já o iberismo tem razões de ser muito diferentes, e tem na sua origem o sonho castelhano de criar um país que se reja pelas regras, usos, lingua e costumes dos castelhanos.

Portanto, enquanto que o Federalismo é muito mais parecido com o império romano, em que as características de cada provincia de Roma  eram mantidas, o ibérismo tem na sua genese um desejo imperial uniformizador, que implica a nossa destruição como país, porque a nossa existência entra em contradição com os designios do império.

O Iberismo, não é um fenómeno tipicamente português. Em Espanha, chamam-lhe espanholismo, e os seus defensores defendem por exemplo a destruição das autonomias e a proibição das linguas não castelhanas.

Basta ver  genocidio étnico a que foi submetida a Galiza, para verificar isto.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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« Responder #77 em: Maio 05, 2006, 04:27:09 pm »
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O poder do álcool, e um ministro patético



A padeira foi informada por fonte insuspeita (vizinha Alzira) de que um tal Mário Lino, que ao que parece é ministro do governo de José Sócrates, terá afirmado num jantar em Espanha, que era “Iberista”

Tem naturalmente o ministro, na sua qualidade de cidadão, o direito de se assumir como quiser. Hoje em dia, aliás está na moda muita gente insuspeita, assumir-se.

Uns assumem-se uma coisa, outros assumem-se outra coisa, num forrobodó de assunções.

No entanto, este senhor ministro Lino, não só assumiu os seus desvios ibéristas mais íntimos, em público como ainda por cima, terá afirmado que:

Soy iberista confeso. Tenemos una historia común, una lengua común y una lengua común. Hay unidad histórica y cultural e Iberia es una realidad que persigue tanto el Gobierno español como el portugués.

Perante estes factos há duas posibilidades:

A primeira possibilidade é que o Primeiro Ministro José Sócrates, quando falou na suas prioridades “Espanha, Espanha, Espanha” tenha informado Mário Lino de algo que nós não sabemos, e o Espanha Espanha Espanha, tinha outro significado e que representava “Iberia é uma realidade que tanto Espanha quanto Portugal perseguem”.

A segunda possibilidade, tem explicações muito diferentes.

Alegadamente, terão sido servidas grandes e generosas quantidades de vinho durante o jantar, e Mário Lino - que não se conhece por ser abstémio – terá apanhado um pifo, ou uma bebedeira de caixão-à-cova que levou a que, completamente toldado pelos efeitos do álcool, possuído já por uma taxa de alcoolemia muito elevada, tenha produzido o primeiro disparate, que a sua mente nublada pelo efeito do álcool lhe permitiu.

No caso de Mário Lino estar de posse de alguma informação secreta, que lhe permite concluir não só que o Português e o Castelhano agora são línguas comuns, mas que o governo da República Portuguesa, tem como objectivo construir a Ibéria (inevitavelmente castelhana), então é dever do Presidente da República chamar à atenção José Sócrates.

No caso mais provável, de estarmos perante um deslize de um ministro sob o efeito do álcool, então deve ser o Primeiro Ministro a actuar, demitindo um ministro, que nos envergonha a todos, não só pelas declarações insultuosas e imbecis que proferiu, mas principalmente porque não podemos permitir que a República Portuguesa seja representada por um bêbado que não aguenta dois copos de vinho sem começar a vomitar disparates.
Evidentemente que - dizem as más linguas - o ministro apenas tentou parecer "bem" para que à imagem de outro famoso ibérista (O deputado Hispano-português Pina Moura), conseguir um emprego que pague bem, quando a sua passagem pelo governo acabar.

A rogo de Brites de Almeida, por não saber assinar

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Pantera

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« Responder #78 em: Maio 05, 2006, 04:37:30 pm »
Não concordo muito,é um facto que é bem mais fácil "unir" Portugal e Espanha quer culturalmente, economicamente por aí fora do que o resto da união europeia,e á medida que vão entrando novos povos a "fusão" vai ser sempre mais demorada,mas vai acontecer,e isso é o que é relevante....

O ibérismo é no meu ponto de vista uma federalização, é obvio que é diferente da União europeia, mas no entanto o resultado é o mesmo ,ou seja, ambos levam a dissolução de país, o fim de uma moeda, a perca de uma cultura, tudo aquilo que caracteriza um povo, a grande diferença é que o processo de ibérismo se dará de uma forma mais rápida e simplista do que a união europeia, devido à quantidade de pessoas e às semelhanças dos nossos povos,mas como digo no que diz respeito a Portugal,ibérismo ou federalismo vai dar ao mesmo, pois implica que Portugal se transforme noutra coisa qualquer.

A espanha também pode ser entendida como uma federação ou então uma antiga federação , basta lembrar o exemplo que você deu da Galiza, ou então o caso do país basco ,em que eles próprios têm uma cultura diferente e língua própria (que por acaso sou a favor da independencia)

como voce falou no genocidio étnica da Galiza tem de comprender que isso vai acontecer com a europa, devido à imigração em massa, à mistura de raças, aos fluxos migratórios dentro da própria europa, iremos convergir para um todo,neste momento já o começamos a fazer, o inglês está em toda a parte, importamos cultura de outros países, somos influenciados por issos, as nossas leis são iguais em muitos aspectos, começamos a dar a soberania a um "reich central" (Parlamento europeu), enfim tudo aquilo que nos caracteriza vai se diluindo, e já aconteceu em muitos capítulos, mas ao contrário do Ibérismo dar-se-á de forma mais lenta, mais complicada.

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JoseMFernandes

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« Responder #79 em: Maio 05, 2006, 04:46:15 pm »
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E já agora também faço a vénia ao Sr. Rainer Daehnhardt
 


Obrigado LUSO por essa menção.Tenho respeito por vários portugueses ( como Champallimaud ou Berardo, entre outros) que se dedicaram a coleccionar peças de arte por esse mundo fora  que acabaram por enriquecer o nosso património, mas Rainer merece bem essa chamada de atenção especial, pois sendo estrangeiro de origem, mas  não milionário como Calouste,  sempre apreciou Portugal e especialmente a nossa história, e  no exercício da sua profissão (e hobby) sempre procurou incessantemente por todo o Mundo, acabando por conseguir em muitos casos, trazer de novo para Portugal peças a que o Estado (o primeiro interessado) e outras entidades com possibilidades não deram o devido valor, ou revelaram interesse, e sempre a expensas únicamente suas.
Recordo o facto de ele ter sido quase 'espoliado' pelo Estado Português de muitas dessas peças valiosas, que agora constam em museus e edifícios nacionais, e a que não foi dada a mínima valorização real, logo após o 25 de Abril.Apesar disso, não  desanimou e continuou as suas buscas,  procurando, e obtendo (!) devido à sua persistência muitos mais testemunhos físicos da História e expansão portuguesa pelo Mundo. Ele  merece bem o reconhecimento unânime dos portugueses, até porque acabou por substituir na maior parte dos casos aquele que deveria ser um dos objectivos do Estado, ou seja preservar e completar na medida do possível os nossos testemunhos históricos.
Cumprimentos
 

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C. E. Borges

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« Responder #80 em: Maio 05, 2006, 08:36:19 pm »
A minha opinião é a seguinte :
O projecto federal europeu, implica - forçosamente - uma Península federal. E por consequência implica, obviamente também, o velho projecto iberista. Ou porventura não é assim ?
Aliás, as «coisas» podem «ir existindo» sem sequer ser necessário atribuir-lhes o nome por que possam ser conhecidas. O que é aquele «Global e Local» de que tanto se fala, senão a partilha federal da soberania ? Como diria o Professor Adriano Moreira (mas referindo-se a outra matéria totalmente diferente desta), vamos caminhando, pelo método de ir caminhando ... e vamos caminhando.
 

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Azraael

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« Responder #81 em: Maio 05, 2006, 09:47:20 pm »
Citação de: "C. E. Borges"
O projecto federal europeu, implica - forçosamente - uma Península federal.

Nao necessariamente... a nao ser que te refiras a peninsula como parte da federacao europeia. Uma (hipotetica) federacao europeia e tao viavel com Portugal e Espanha constituindo apenas um dos Estados ou com Portugal, Galiza, etc... como estados independentes dentro da Federacao.
 

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C. E. Borges

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« Responder #82 em: Maio 05, 2006, 11:33:08 pm »
Azraael :

No «sub-império» eventualmente federado Peninsular, como é que se chama a Capital ?  Como é que descrevemos, hoje e aqui e agora, a relação de forças (económica, militar, diplomática ...) na Península ? Como é que se protege a autonomia soberana portuguesa no âmbito do conserto das Nações, e o que é que nos "ensina" (quando ensina) a História de Portugal ? Eu já vou velho para estas discussões, mas ainda tenho na mesa de cabeceira o Embaixador Franco Nogueira. E de lá não sai, nem ninguém o tira.
Vamos caminhando ...
 

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Jorge Pereira

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« Responder #83 em: Maio 06, 2006, 12:08:33 am »
Ui…e esta? :shock:  :shock:  Leiam por favor com atenção:

Citação de: "Semanário"
Serviços secretos espanhóis “minam” ensino superior privado
2006-05-05 12:35

Os ex-comunistas infiltrados no Estado desde o gonçalvismo, a "Corporação dos Químicos" - todos os ministros da Educação de Veiga Simão a Mariano Gago, com a única excepção de Manuela Ferreira Leite, foram engenheiros químicos e de algum modo ligados ao Técnico - e os serviços secretos espanhóis estão aparentemente de acordo em atentar contra o ensino privado em Portugal, comenta-se nas universidades nacionais, agora que as novas regras de acesso ao ensino superior vieram garantir a entrada de adultos com mais de 23 anos e criar condições para assegurar a viabilidade económica das Privadas. A campanha vem sendo desenvolvida no "Diário Económico", acusando em manchete, erradamente, a falta de viabilidade financeira. O medo de um ensino superior livre e não controlado, por um lado, e, por outro, a necessidade de desviar para as universidades espanholas alunos portugueses - para fazer face à diminuição de alunos no país vizinho - parece ter sido o ponto de contacto. E a campanha ainda agora começou, acredita-se nos meios académicos, exactamente, na altura em que as Universidades começam a divulgar os seus cursos para o próximo ano e aguardam pelas inscrições dos candidatos. Daqui até Julho, o ataque dos espanhóis será cerrado.

Já todos sabíamos que o ex-comunista Pina Moura representava os interesses de uma empresa espanhola de energia, a mesma que havia acedido à Galp e à EDP quando foi ministro. Já nem era necessário ouvir na passada semana na Galiza o ministro dos Transportes, o ex-comunista Mário Lino, afirmar na reunião de altos cargos directivos do grupo CGD: "Sou iberista confesso. Temos uma história comum e uma língua comum. Há uma realidade histórica e cultural e a Ibéria é uma realidade que persegue tanto o Governo espanhol como o Governo português."
De um modo geral a opção dos ex-comunistas tem sido fazerem o jogo dos espanhóis. Até agora ainda não o tínhamos visto na Justiça, nem na Segurança Social, nem na Educação, três sectores onde existe uma forte penetração de ex-comunistas ou ex-marxistas no aparelho do Estado, que entraram na maioria dos casos para as estruturas do Estado no gonçalvismo e que foram ficando, chegando agora aos lugares superiores da Administração Pública.
Apesar da economia espanhola começar a dar sinais de fragilidade, sobretudo por causa dos desequilíbrios externos, o plano hegemónico de Madrid mantém-se actual com Zapatero. A própria ideia de nação catalã e de rediscussão dos estatutos autonómicos na época do PSOE tem exactamente como substrato doutrinário a intenção de criar uma Ibéria de nações, na qual se diluiria a identidade nacional portuguesa.

O controlo espanhol

Daí que os instrumentos de integração e as redes de controlo ou contacto no poder político e económico se mantenham. A guerra surda no Ministério da Economia à volta da sua estrutura orgânica não esconde o interesse espanhol de colocar alguns homens de mão em lugares para decidir investimentos prioritários e estratégicos.
Afastado pela força da opinião pública e por Américo Amorim do controlo da Galp, a Endesa concentrou-se na EDP, adquirindo 9,5% do capital. Mas a marcação cerrada à companhia de petróleos portuguesa mantém-se actual, com a nova refinaria que os espanhóis vão construir em Badajoz, totalmente financiada com fundos comunitários ou públicos, mantendo ainda a Repsol os estudos para uma nova refinaria de petróleo em Salamanca, apesar do anúncio do reforço da refinaria da Galp em Sines.
Mas mais decisivo que a energia para os espanhóis, começa a ser vital a questão da educação e em particular a questão do ensino superior. E a estratégia espanhola passa, em vésperas de início do período de inscrição dos alunos nas universidades portuguesas, por desacreditar financeiramente o ensino privado, para levar os estudantes a preferirem ir para as universidades privadas espanholas, em vez de irem para as universidades privadas portuguesas.


Um ensino ao serviço da exclusão

E, neste particular, os espanhóis foram mais uma vez desenterrar os seus aliados ex-comunistas, que continuam a ter o mesmo complexo contra o ensino privado e que desejam o controlo central estatizado no ensino superior.
A ideia é simples e foi posta em prática ainda em pleno salazarismo, na década de sessenta do século XX. Com ensino público, as universidades eram feitas à medida dos professores em vez do objectivo de dar licenciaturas aos portugueses. E, sobretudo, controlando o Ministério da Educação controlava-se o dinheiro para a investigação, mesmo que ela só servisse para alimentar inúteis grupos de trabalho que nunca produziram nada de relevante do ponto de vista científico ou tecnológico. E quem tomou a dianteira do negócio foi Veiga Simão, o primeiro engenheiro químico do Técnico a tomar conta do ensino em Portugal, para garantir que o Técnico tenha sido talvez a instituição universitária que mais dinheiro recebeu para investigação em Portugal, sem que praticamente nada tenha produzido de relevante ou que o justificasse nos últimos quarenta anos. O "lobby" dos químicos apoderou-se do Ministério, entregando a estrutura, sobretudo a base informática, ao PCP, no período quente do gonçalvismo, para manter o acesso privilegiado aos recursos financeiros.
Antes do 25-A, Salazar e depois Marcelo Caetano nunca se importaram muito que os químicos controlassem o ensino e fizessem as suas reformas suicidas, tal como nunca se preocuparam com o facto da Maçonaria controlar a Justiça. O primeiro basicamente visava impedir o acesso dos portugueses à alfabetização e sobretudo ao ensino superior, coisa que todos, até Mariano Gago, procuraram garantir, e na Justiça, como ainda se viu esta semana com a acção policial em Camarate, ela é mesmo para prender pobres e descamisados, a quem se pode facilmente violar os mais básicos direitos e negar a dignidade humana. E para uma acção policial com 600 polícias que destruiu casas e assustou cidadãos mesmo idosos, só para aprender 13 caçadeiras, há-de convir-se que a acção da polícia e da Justiça é verdadeiramente propaganda e não serve para nada.


A complicação dos privados

A única coisa que tem estado a complicar a vida a este modelo tem sido o ensino superior privado. Ele pode rapidamente superar o público e concorrer com ele, logo que as universidades deixem de ser pagas pelo Orçamento do Estado e passe a vigorar o cheque-estudante, dando o Governo a liberdade aos estudantes de escolherem as instituições nacionais que entenderem adequadas para os seus estudos, devendo ser o mercado a seleccionar as melhores universidades. Por outro lado, o Processo de Bolonha veio impor uma mudança radical, reduzindo os cursos e obrigando os professores a novos métodos de ensino, o que pôs em causa a oligarquia instalada.
Até agora, com base na gestão das licenças e homologação dos cursos superiores, os comunistas e a Comissão controlada por Alberto Amaral iam impedindo administrativamente o crescimento do ensino superior privado. O maior escândalo é mesmo o ensino da medicina, um curso que, por exemplo, é ministrado na Guiné- Bissau, ou em qualquer universidade privada espanhola, mas que até agora tem estado vedado à iniciativa privada, o que provoca escândalos, como o facto de um país com mais de três milhões de idosos ter apenas 60 reumatologistas.
Um escândalo que fez multiplicar cursos sem emprego, mas que impede a criação de vagas para áreas onde há emprego.

Comunistas e espanhóis de acordo

Só que esta conversa tem os dias contados, com o Processo de Bolonha e será um escândalo que imediatamente o Governo de Sócrates não avance com licenças para os novos cursos e diplomas de mestrados e doutoramentos nas universidades privadas nacionais, como acontece há mais que quarenta anos em toda a Europa.
Diante deste cenário, o "lobby" dos químicos, ou seja, o Técnico e a Universidade de Braga, em primeira linha, reagiram pela positiva e investiram significativamente na excelência dos seus programas de investigação, tendo, nomeadamente o Técnico, melhorado substancialmente nos últimos três anos. Quanto ao resto do ensino público, a introdução de Bolonha tem sido um processo penoso e algo violento. Mas todos o sentem como incontornável, pelo que o ataque às universidades privadas passou a ser na área financeira. Elas são insustentáveis sem alunos e com os estudantes a diminuírem não vale a pena estar a dar cursos, pois elas vão fechar todas a curto prazo. Esta foi a declaração e o estudo feito por Alberto Amaral, o ex-marxista director do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior, um organismo que, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, há quase duas décadas vem fazendo estudos para provar que em Portugal não pode existir ensino privado.
Mas a questão ideológica para os comunistas acaba por ser justa para os interesses espanhóis que os promovem. Pois o negócio das universidades em Espanha está em crise e o recrutamento de alunos portugueses para as universidades espanholas é uma prioridade. É exactamente nesta área que entram os eficazes serviços secretos espanhóis, que o distraído Alberto do Amaral nem entende que está a servir e que as declarações de Mário Lino, publicadas a 24 de Abril passado no "Faro de Vigo", acabam por legitimar. Em Lisboa os espanhóis usam as armas que têm, com especial destaque para o seu jornal, "O Diário Económico", cuja primeira página do passado dia 2 era elucidativa, que é o instrumento por excelência.


Notícias à medida do dono?

Na manchete dizia que as universidades privadas têm 60% das vagas por ocupar e que a crise se agrava no ensino superior privado, tendo até direito a editorial. Depois castiga o BCP, dizendo que, num mês, perdeu 750 milhões e oito por cento na Bolsa, o que, aliás, é verdade. E, finalmente, promove os reparos de Bagão Félix relativamente às reformas propostas pelo governo de Lisboa para a Segurança Social, onde critica o governo Sócrates por estar a aumentar a carga parafiscal. Ora, foi, exactamente, Bagão Félix, ministro de Durão Barroso e Santana Lopes e revelação do CDS de Paulo Portas, que acabou com o sigilo bancário por razões fiscais, que criminalizou as dívidas à Segurança Social para liquidar os pequenos e médios empresários nacionais em período de recessão económica e que, finalmente, nacionalizou os fundos de pensões privados, alegadamente para cumprir o défice estimado do OE, coisa que não fez. Um fundamentalista cristão ou um criptocomunista? - Foi sempre uma dúvida que, nos trinta e dois anos de Democracia, nunca se conseguiu resolver. Mas, um homem sério, como Alberto do Amaral, Mário Lino, Pina Moura ou Vital Moreira, alguns dos ex-
-comunistas que, aparentemente, os serviços secretos espanhóis promovem.
José Sócrates que se coloque de aviso...

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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PereiraMarques

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« Responder #84 em: Maio 06, 2006, 12:55:00 am »
Citação de: "Jorge Pereira"
Ui…e esta? :shock:  :shock:  Leiam por favor com atenção:

Citação de: "Semanário"
Serviços secretos espanhóis “minam” ensino superior privado
2006-05-05 12:35

Os ex-comunistas infiltrados no Estado desde o gonçalvismo, a "Corporação dos Químicos" - todos os ministros da Educação de Veiga Simão a Mariano Gago, com a única excepção de Manuela Ferreira Leite, foram engenheiros químicos e de algum modo ligados ao Técnico


Lista de Ministros da Educação e mais recentemente Ciência e Ensino Superior:
I Governo Constitucional - Mário Sottomayor Cardia, Licenciatura em Filosofia
II Governo Constitucional - Mário Sottomayor Cardia, Licenciatura em Filosofia
III Governo Constitucional - Carlos Lloyd Braga, Licenciatura em Engenharia Química, IST
IV Governo Constitucional - Luís Valente de Oliveira, Licenciatura em Economia
V Governo Constitucional - Luís Veiga da Cunha, Licenciatura em Engenharia Civil
VI Governo Constitucional - Vítor Pereira Crespo, Licenciado em Físico-Químicas
VII Governo Constitucional - Vítor Pereira Crespo, Licenciado em Físico-Químicas
VIII Governo Constitucional - João Fraústo da Silva, Licenciado em Engenharia Química, IST
IX Governo Constitucional - João de Deus Pinheiro, Licenciado em Engenharia Química, IST
X Governo Constitucional - João de Deus Pinheiro, Licenciado em Engenharia Química, IST
XI Governo Constitucional - Roberto Carneiro,  Licenciado em Engenharia Química, IST
XII Governo Constitucional - Manuela Ferreira Leite, Licenciada em Economia
XIII Governo Constitucional - Mariano Gago, Licenciado em Engenharia Electrotécnica, IST
XIV Governo Constitucional - Mariano Gago, Licenciado em Engenharia Electrotécnica, IST
XV Governo Constitucional - Pedro Lynce, Licenciado em Engenharia Agronomica, ISA, depois Maria da Graça Carvalho, Licenciatura em Engenharia Mecânica, IST
XVI Governo Constitucional - Maria da Graça Carvalho, Licenciatura em Engenharia Mecânica, IST
XVII Governo Constitucional - Mariano Gago, Licenciado em Engenharia Electrotécnica, IST
 

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sierra002

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« Responder #85 em: Maio 06, 2006, 01:41:38 am »
Citar
Serviços secretos espanhóis “minam” ensino superior privado


Es la estupidez mas gorda que he leido desde hace mucho tiempo.

¿Que será lo proximo? ¿Acusar a España de que tiene agentes infiltrados entre los arbitros de fútbol y por eso el Benfica no gana la liga? ¿Es el Oporto un club al servicio de España?

Siento verguenza ajena.
 

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Azraael

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« Responder #86 em: Maio 06, 2006, 03:16:57 am »
Citação de: "C. E. Borges"
No «sub-império» eventualmente federado Peninsular, como é que se chama a Capital ?

A questao e' que nao tem porque existir (necessariamente) um "sub-imperio peninsular". E a mim tanto se me da que seja Lisboa, Madrid, Braga ou Badajoz...
 

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emarques

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« Responder #87 em: Maio 06, 2006, 03:35:27 am »
Citação de: "sierra002"
¿Que será lo proximo? ¿Acusar a España de que tiene agentes infiltrados entre los arbitros de fútbol y por eso el Benfica no gana la liga? ¿Es el Oporto un club al servicio de España?

Agora que fala nisso... Eu sempre achei que quem é do F.C. Porto não é bom português (nem bom chefe de família). ;)
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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AugustoBizarro

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« Responder #88 em: Maio 06, 2006, 06:50:52 am »
Citação de: "papatango"
Absolutamente de acordo.
Se há coisa que nos caracteriza, é que nunca tivemos problemas em aceitar ser comandados por estrangeiros, quando se trata de defender Portugal.

E uma coisa que caracterizou os Ingleses, por onde quer que passaram, é que adoram povos subservientes, aos quais dizem,  "Vocês são quase tão bons como nós! já viram a vossa sorte? " e os pobre coitados ficam numa euforia, indo prontamente dizer aos vizinhos, "Vocês são muito piores do que nós, sim, porque nós somos QUASE Ingleses !".
Ah que orgulho.

Por essa lógica, nomeadamente quando soldados Portugueses comandados por oficiais Espanhois, deram uma recepção amigável , ao Francis Drake, em 1589, quando tentava tomar Lisboa, após semear a desgraça por onde passou.

Os "Amigos" de Peniche.
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=13442
a Armada Inglesa de 1589.
http://www.people.fas.harvard.edu/~ulm/ ... armada.htm

Contudo, é a sua opinião. Mas parece-me uma frase um pouco superlativa e determinista para descrever 900 anos de história.


Citação de: "papatango"
Isso aliás é reconhecido por muitos ingleses, no que respeita à guerra peninsular, em que afirmam que os portugueses tinham um notável espirito prático, e estavam mais interessados em expulsar os franceses, que com questiunculas politicas.

Isso do espírito prático tem dois lados. É certo que os Caçadores Portugueses combatiam em formação irregular (o que não foi própriamente uma inovação),  também há vários oficiais que dizem que os soldados portugueses eram bem mais disciplinados, precisamente por estarem a defender a sua terra. os soldados ingleses que vieram ajudar,eram indisciplinados, e também ajudaram a saquear e a destruir propriedade portuguesa.
Portanto, o elogio para o pobrezinho, condescendente, ás vezes esconde outra realidade.

A verdade é que o grosso dos estragos foi provocado pela constante guerrilha espanhola. A "ajuda" dos Ingleses apenas acelerou a guerra, já que por essa altura, Napoleão estava prestes a perder o seu Grand Armée na Rússia. Os Franceses estavam condenados á partida.

Portugal foi ameaçado duplamente, pelos Franceses, para participar no bloqueio continental, e pelos Ingleses pelo motivo oposto.
Pelo que encaro elogios e comentários da época, por parte de indivíduos duma nação que nos chantageou, não me impressionam mínimamente.

A suposição de soldados de infantaria discutirem política,
é suposto ser uma excepção? Política? A maioria não sabia ler nem escrever.

Citação de: "papatango"
= = = =

Pantera:

Há uma notavel diferença entre o federalismo europeu e o "iberismo"

São coisas com origens muito diferentes. O federalismo (que eu não defendo) é menos perigoso, porque não implica - por causa da dimensão da Europa, qualquer forma de uniformização cultural e étnica.
Pura e simplesmente isso seria impossível, porque não existe nenhuma etnia europeia dominante.

Está-se a referir á definição antiga,  sabe perfeitamente que a possibilidade de uma união de facto de Portugal com Espanha nós próximos 100 anos é 0. Tão provável como a China anexar a Rússia, ou os Estados Unidos anexarem o Brasil. É pura e simplesmente impossível.
Pelo que recear uma coisa impossível, é perder tempo.
Qual a probabilidade da Capital de Portugal ser mudada para Viseu ou para Bragança?  O Receo do Iberismo, como união política de Portugal e Espanha, é uma infantilidade. Quase tão infantil como debater a Invasão de Olivença. As pessoas deviam meter na cabeça uma coisa, Portugal não é uma super-potência, nem sequer uma potência, nem sequer uma micro-potência. Portugal É a ausência de potência.

Primeiro preocupemo-nos em como tornar Portugal poderoso, e depois logo se resolve o resto. Tudo com o catálogo do Mercedes na mão,a escolher as opções,  quando nem dinheiro temos para comprar uma lambreta.

Chega de ilusões!

Iberismo, da forma como é discutido actualmente, somente significa um projecto estratégico económico, tal como o é a União Europeia até á data. O Reino Unido pertence á União Europeia, e também á Commonwealth.


Citação de: "papatango"
Já o iberismo tem razões de ser muito diferentes, e tem na sua origem o sonho castelhano de criar um país que se reja pelas regras, usos, lingua e costumes dos castelhanos.

Claro, e o nosso Rei D. Afonso V também teve esse sonho, de criar um país que se regesse pelas regras, usos, língua e costumes, dos Portugueses!
Só que depois aconteceu a Batalha de Toro,  e o seu descendente D. João II, teve a visão de prosseguir as expedições além mar, em vez de perder tempo com guerras intermináveis.
Assim os Europeus entretiam-se, matando-se uns aos outros, enquanto os Portugueses chegavam á Índia, Malásia, China, Japão, e Portugal enriquecia tornando-se aí sim, uma potência.

Mas eu compreendo a obsessão por Aljubarrota, afinal de contas, pouco se ensina sobre as aventuras dos Portugueses na Ásia, bem mais épicas e heroícas, do que qualquer batalha. É um século inteiro contado em nota de rodapé. Já para nem falar no buraco negro que é o Periodo Filipino, é como se não tivesse existido,  de 1580 directamente para 1640.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_V_de_Portugal


Citação de: "papatango"
Portanto, enquanto que o Federalismo é muito mais parecido com o império romano, em que as características de cada provincia de Roma  eram mantidas, o ibérismo tem na sua genese um desejo imperial uniformizador, que implica a nossa destruição como país, porque a nossa
existência entra em contradição com os designios do império.


Que disparate. nem sei se tem noção do que acaba de escrever.

Portanto o Império Romano, não tem na sua génese um desejo Imperial?

características de cada província mantidas? Mas afinal estamos a falar em que língua? Tartéssico?   Poucas culturas no mundo, provocaram uma assimilação tão brutal como a do Império Romano, trazendo coisas novas mudando radicalmente todos os costumes, e impondo regras. Pode parecer duro, mas naquela época a alternativa não era muito melhor, nomeadamente extermínio de populações civis. Pelo que os Romanos, com os seus Imperialismos, pelo menos asseguravam alguma ordem, em oposição a guerras tribais sem fim.
A lógica Romana é a Assimilação levada ao extremo.
E como consequência, a Língua Portuguesa é a língua mais próxima do Latim, em termos de vocabulário.


Uma cooperação interessante seria um Grupo de Países Ibero-Americanos, englobando também os Palops para estreitamento de relações comerciais, e se se conseguisse convencer a Itália ,Grécia a aderir tanto melhor.  Quanto mais o centro de poder se desviar para o Sul, mais Portugal tem a ganhar com isso.  E até para acções concertadas na UE, senão continua esta novela do eixo Franco-Alemão a ditar os destinos da Europa.


Tenho notado que alguns Lisboetas com quem contactei pessoalmente têm um certo complexo de inferioridade em relação a Madrid. Este sentimento no Porto é inexistente.

Da minha parte desejo todo o sucesso a Espanha. E que ajude a quebrar um certo mito, criado por propaganda, de que os Latinos são seres genéticamente/culturalmente inferiores.
 

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C. E. Borges

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« Responder #89 em: Maio 06, 2006, 01:01:44 pm »
«Portugal não é uma super-potência, nem sequer uma potência, nem sequer uma micro-potência. Portugal É a ausência de potência».

Nunca tinha pensado nisso.
Provávelmente porque não podia, habitado que estou - estava - por mitos e ilusões. É com certeza mais saudável estar-se calado do que laborar em erros que têm por origem falsas ou ilusórias premissas. É o que farei.