Mulher no Exército Português

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #15 em: Agosto 16, 2017, 01:30:52 pm »
Ora bem, peço desculpa por ter abandonado este tópico tanto tempo, mas teve de ser, enquanto preparava a dissertação final. Agora que está terminada, entregue e tudo feito, posso voltar a postar tranquilamente.

Entre a minha pesquisa, possivelmente o que mais me surpreendeu foi a absoluta má organização do Exército, principalmente a nivel logístico. Embora não fosse esse o meu tema de trabalho, percebi rapidamente que não só o equipamento (a maioria, pelo menos, claro) é obsoleto ou obsolescente, também há quintas, quintinhas e quintais por todo o lado. Mas pronto, isso não me cabe a mim discutir.

Agora, dados específicos: 
Não consegui nada de especifico relativo a números de mulheres em cada especialidade, pelos vistos esses dados não existem no exército (e não podia ser eu a encontrar, obviamente). Isso eu sei que é bullshit, porque não só me forneceram dados para o caso da Marinha (de forma ilícita, e por backchannels), como é impossível o Exército não ter esses dados. Ainda assim, é seguro afirmar que a maior parte dos soldados de sexo feminino estão em funções de Serviços e Saúde. Em funções operacionais, artilharia é a rainha.

No que toca a efectivos, para além da redução constante, tem-se verificado uma diminuição da percentagem de soldados femininos desde 2009, quando 16.3% dos soldados do EP eram femininos. Em 2015 eram apenas 10.1%, e a 31 de dezembro de 2016 prestavam serviço 1357 soldados do sexo feminino de um total de 14673 efectivos (cerca de 9.25%).

Relativamente a "intromissão politica" nestes assuntos, os Planos Nacionais para a Igualdade têm contemplado toda uma série de medidas para tentar aumentar os números de soldados femininos em serviço, que são, honestamente, altamente inúteis, um desperdício de tempo e recursos, e servem apenas para algumas pessoas fazerem boas figuras. Ainda assim, Portugal tem alguns compromissos (NATO, ONU, por exemplo) que obrigam a tais "politiquices", independentemente se servem ou não para alguma coisa.

De qualquer forma, não quero parecer ressabiado ou ser mal educado, por isso peço desculpa pela forma como falei. Mas realmente o estado da instituição é, ou parece-me ser, revoltante e inacreditável. Mas como quem está de fora racha lenha...
 
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #16 em: Agosto 18, 2017, 09:27:26 pm »

Entre a minha pesquisa, possivelmente o que mais me surpreendeu foi a absoluta má organização do Exército, principalmente a nivel logístico. Embora não fosse esse o meu tema de trabalho, percebi rapidamente que não só o equipamento (a maioria, pelo menos, claro) é obsoleto ou obsolescente, também há quintas, quintinhas e quintais por todo o lado. Mas pronto, isso não me cabe a mim discutir.
Isso e muito mais. Temos o exemplo do obsoleto M816 mas depois temos os Skoda Superb e Mercedes C220 de topo... Comandantes a receber despesas de representação mas que nunca tiram daí um cêntimo pois para comprar copos de cristal e vinho de reserva é com dinheiro da unidade.



 Ainda assim, é seguro afirmar que a maior parte dos soldados de sexo feminino estão em funções de Serviços e Saúde. Em funções operacionais, artilharia é a rainha.


Saúde, alimentação, transportes e comunicações são as principais. Quase nunca tocam na "xixa" na parte de mecânica, informática e serviços gerais (jardinagem e obras).


Relativamente a "intromissão politica" nestes assuntos, os Planos Nacionais para a Igualdade têm contemplado toda uma série de medidas para tentar aumentar os números de soldados femininos em serviço, que são, honestamente, altamente inúteis, um desperdício de tempo e recursos, e servem apenas para algumas pessoas fazerem boas figuras. Ainda assim, Portugal tem alguns compromissos (NATO, ONU, por exemplo) que obrigam a tais "politiquices", independentemente se servem ou não para alguma coisa.
Mais uma paneleirice para a estatística... Interessa é ter militares capazes e com formação adequada ( em que o Exército acaba por não investir!)

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De qualquer forma, não quero parecer ressabiado ou ser mal educado, por isso peço desculpa pela forma como falei. Mas realmente o estado da instituição é, ou parece-me ser, revoltante e inacreditável. Mas como quem está de fora racha lenha...
Aqui discordo. A realidade é pior do que parece!!!!!
« Última modificação: Agosto 18, 2017, 09:29:07 pm por HSMW »
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #17 em: Agosto 20, 2017, 12:37:46 am »
Isso e muito mais. Temos o exemplo do obsoleto M816 mas depois temos os Skoda Superb e Mercedes C220 de topo... Comandantes a receber despesas de representação mas que nunca tiram daí um cêntimo pois para comprar copos de cristal e vinho de reserva é com dinheiro da unidade.

Eu nem falo de equipamento pesado. Mesmo a nível de equipamento pessoal (desde coletes balísticos a coberturas de capacete, miras, etc) a ideia com que fiquei é que as unidades eram equipadas conforme o que havia em armazém, em vez de com equipamento standardizado, e adequado à missão. E a suspeita geral era de que o dinheiro que havia era para gastar não com equipamento, mas com os "cães grandes" e que o pessoal de administração costumava desviar qualquer coisa. Mas como o meu trabalho não era sobre isso, deixei só esse reparo.

Uma coisa que acho que se podia aproveitar para ""usar"" o haver mulheres soldados, seria exactamente para adquirir equipamento moderno e em condições e o standardizar. Isto porque aposto, quase a dinheiro, que fazendo circular a ideia de que o exército não tem equipamento em condições para colocar mulheres e homens em pé de igualdade, haveria logo meia duzia de politico(a)s a gritarem e exigir a compra imediata de tudo o que fossem equipamentos de protecção individual e equipamento geral (desde coletes de carga a pistolas) moderno e adequado  ;D

Mais uma paneleirice para a estatística... Interessa é ter militares capazes e com formação adequada ( em que o Exército acaba por não investir!)

Vou-lhe contar, então, um segredo.
Entrevistei várias pessoas, de ambos os sexos, desde sargentos a majores que estiveram envolvidas nessas questões de género, incluindo a nível da NATO. Todos me disseram, de uma ou outra forma, que aquilo não só não servia para nada, como alguns mencionaram que muitas vezes eram contraproducentes ou que era forma de umas senhoras professoras terem uma justificação para o salário. Apenas uma representante dos RH do MDN (estou a ser vago de propósito), me mencionou que sim, até podiam ser melhorados, mas no geral eram uma coisa óptima, com óptimos resultados e não sei quê.
Ora, o nome dessa senhora não me era estranho. E nem podia ser, era uma das autoras dos tais planos para a igualdade nas Forças Armadas  ;D

Aqui discordo. A realidade é pior do que parece!!!!!

Nem quero imaginar, honestamente. Mas em principio para o ano quero fazer "um ano de tropa", para depois ver se sigo ou não para doutoramento com estas coisas, como me foi sugerido por muita gente no MDN. Mas como acho que já dei um tiro no pé da minha carreira, isso é ver para crer.
 
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #18 em: Março 08, 2018, 09:03:17 pm »
Número de mulheres nas Forças Armadas está a descer desde 2010


O número de mulheres nas Forças Armadas está a descer desde 2010, tendo atingido o valor mais baixo em 2017, segundo um estudo, que considera esta descida “inesperada e paradoxal”.

A percentagem de mulheres nas Forças Armadas baixou de 13% para 10,5% entre 2010 e 2017, ano em que o efetivo totalizava 2.930 mulheres, segundo um estudo de investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL), que faz parte do livro “Desigualdades Sociais, Portugal e a Europa”.

“Em 2017, verificou-se um retorno aos valores anteriores ao fim do serviço militar obrigatório [2004]”, adianta o estudo publicado no livro “Desigualdades Sociais, Portugal e a Europa” que será divulgado na quarta-feira, em Lisboa, no colóquio comemorativo dos 10 anos do Observatório das Desigualdades.

No ano passado, as mulheres constituíam 10,6% dos militares da Marinha, 8,7% do Exército e 14,8% da Força Aérea em 2017.

Segundo o estudo, o aumento do número de mulheres nas Forças Armadas foi pronunciado até 2000, altura em que estabilizou, voltando a subir ainda mais acentuadamente a partir de 2004, ano em que terminou o serviço militar obrigatório e em que o recrutamento passou a ser exclusivamente voluntário.

“Essa tendência [de aumento] manteve-se até 2010, altura em que se inverteu e, pela primeira vez, se assistiu a uma redução significativa do número de mulheres, afetando em particular o Exército”, sublinha o estudo.

A descida é explicada pela “forte redução de efetivos militares em contexto de crise”, que penalizou sobretudo os regimes de voluntariado e contrato, nos quais as mulheres se concentravam numa percentagem superior à média.

Para os autores do estudo, “esta tendência de decréscimo da representação feminina é simultaneamente inesperada e paradoxal”.

“Inesperada, uma vez que o aprofundamento do processo de profissionalização e os desafios de recrutamento que habitualmente se lhe associam conduziriam potencialmente a um reforço da componente feminina”, sublinham.

“É paradoxal” no quadro dos compromissos assumidos por Portugal na implementação da resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que exorta os Estados a aumentar a representação feminina nas suas forças e nos contingentes enviados para missões internacionais.

Tal como noutros países, “o envolvimento de mulheres em atividades militares nas áreas mais operacionais tem sido objeto de resistências e dificuldades”.

Apesar dos elevados níveis de aceitação da presença militar feminina, sobretudo entre os oficiais, “as atitudes relativas ao seu envolvimento operacional, em particular se se considerar também a categoria de praças, nem sempre revelou a mesma positividade”, refere o estudo.

“O padrão de desigualdade que ainda persiste, bem como um significativo retrocesso em termos de níveis de representação, mostram como são por vezes frágeis os progressos conseguidos no plano da construção da igualdade e que uma permanente monitorização e avaliação de políticas e resultados se impõe”, acrescenta.

O estudo adverte que a "inexistência de políticas concretas" em áreas que “provocam erosão nos níveis de empenhamento das mulheres”, como a conciliação entre família e profissão, “poderá continuar a produzir efeitos nos níveis de integração de género nas forças armadas e, por essa via, na qualidade do relacionamento civil-militar em Portugal”.



>>>>>>>>>  http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/numero-de-mulheres-nas-forcas-armadas-esta-a-descer-desde-2010
 

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Camuflage

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #19 em: Março 08, 2018, 09:09:19 pm »
E nas secretas o número de mulheres aumentou ou diminuiu?
 

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Stalker79

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #20 em: Março 08, 2018, 09:18:46 pm »
Só gostaria de dar os meus 5 tostões acerca deste assunto, acho muito bem a integração das mulheres nas forças armadas em todas as posições excepto unidades de frente de combate.
Penso que será mais difícil para uma mulher lidar com a pressão psicológica e física duma frente de combate. Já para um homem é difícil e muitos ficam destruídos ou marcados para toda a vida. E já para não falar no caso de serem capturadas
 :Soldado2:
 

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #21 em: Março 08, 2018, 10:30:33 pm »
É facto científico que as mulheres têm melhor tolerância à dor que os homens e, muito provavelmente, melhor resistência psicológica. E que eu saiba, os homens também podem ser abusados sexualmente — quem não se lembra de Abu Ghraib? Também é um facto científico que os homens são geralmente mais fortes e resistentes fisicamente. Por isso, há que não misturar alhos com bugalhos.
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #22 em: Março 15, 2018, 12:58:32 pm »
Esse militar português vai entrar para o Guiness com a maior combinação de padrões de camuflado numa pessoa só, consegui detetar para aí uns quatro diferentes.  :G-beer2:
 

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #23 em: Maio 09, 2018, 10:38:49 am »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #24 em: Outubro 19, 2018, 06:03:23 pm »
Nos EUA o USMC celebra os 100 anos da presença das mulheres nos Fuzileiros:




7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #25 em: Março 05, 2020, 12:27:18 am »
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #26 em: Março 08, 2023, 09:16:00 am »
Dia Internacional da Mulher


 

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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #27 em: Março 16, 2023, 09:45:47 pm »
Aqui discordo. A realidade é pior do que parece!!!!!

Infelizmente, depois de tantos anos, tenho que lhe dar a absoluta razão. Nunca imaginei que isto estivesse como está...
 
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #28 em: Março 16, 2023, 10:13:48 pm »
Aqui discordo. A realidade é pior do que parece!!!!!

Infelizmente, depois de tantos anos, tenho que lhe dar a absoluta razão. Nunca imaginei que isto estivesse como está...

Mesmo... E naquela altura eu ainda tinha uma réstia de esperança do País e nas Forças Armadas.
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Re: Mulher no Exército Português
« Responder #29 em: Março 08, 2024, 08:52:07 am »