Austrália adquire o M1A1

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Ricardo Nunes

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Austrália adquire o M1A1
« em: Abril 17, 2004, 04:05:42 pm »
A Austrália anunciou esta semana que irá substituir a sua actual frota de 100 Leopards I por 59 M1A1 Abrams adquiridos aos Estados Unidos da América.

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Australia buys U.S. tanks to replace fleet
 
2004-03-11 / Reuters /  
Australia is buying 59 U.S. Abrams battle tanks to replace its ageing Leopards in a move that will boost operational compatibility between the Australian and U.S. armies, the government said yesterday.

The government would spend about A$550 million ($415 million) buying remanufactured M1A1 Abrams tanks, made by U.S. company General Dynamics, which would come into service in 2007 and be based in the country's north, said defense Minister Robert Hill.

The government is buying the tanks, which featured prominently in the U.S.-led Iraq war, through the U.S.'s Foreign Military Sales program, which is responsible for U.S. government-to-government weapons transfers.

"The decision to purchase replacement tanks recognizes the modern threat from the proliferation of shoulder fired anti-armor weapons that our forces may encounter on their missions in the future," Hill said in a statement.

The purchase of the Abrams, which was chosen above the German-made Leopard 2 and Britain's Challenger tank, is part of Australia's 10-year, A$50 billion plan to upgrade its defense capability and give the army greater fire power.

Hill said the 40-year-old Leopards were becoming increasingly expensive to maintain and were vulnerable on the modern battlefield.

The Abrams tanks, which are the U.S. army's most advanced battle tank, can reach speeds of 66 kilometers-per-hour carrying four crew and ammunition and have a level of protection for soldiers from nuclear, biological and chemical threats.

Hill said the tank, which weighs about 63 tons, will be able to be deployed throughout the region using existing naval vessels and infrastructure and should be in service beyond 2020.

He said as well as the tanks, Australia would acquire extra refueling, recovery and transport support vehicles, training simulators and an integrated logistics package from the United States, which has about 3,000 Abrams tanks.

Australia's purchase is part of a U.S. refurbishment program for the Abrams which will be returned to a "zero miles zero hours" condition. Hill said this provided substantial cost benefits compared with buying new vehicles.

Hill said one of the advantages in choosing the Abrams over other tanks was the package included training systems and the opportunity to use state-of-the-art U.S. simulators.

"We believe it gives our armies the training at a level beyond that they have had in the past," Hill told a news conference.

The government's choice of a U.S. tank follows a list of other military decisions to boost Australia's military compatibility with the United States, a close ally.

Australia's conservative government has joined the U.S. Joint Strike Fighter program to develop a Lockheed Martin Corp new-generation fighter aircraft and is in talks over a possible role in the controversial U.S. missile defense shield project.
 


Parece-me uma compra algo "perigosa", especialmente sabendo que se trata da versão A1 do Abrams, menos evoluída.
Ricardo Nunes
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TazMonster

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« Responder #1 em: Abril 17, 2004, 04:24:02 pm »
Eles nem sonham onde se estão a meter. Aquilo bebe gasolina como eu bebo Sumol de Laranja (nunca menos de 0,5L por refeição [quando há é claro]).
Ficavam muito melhor servidos com os Leo 2 A6EX, mas...eles é que (pensam) sabem.
Já agora, alguém viu aquelas imagens de um Abrams atingido por uma granada de RPG na lateral, a tripulação a sair lá de dentro (feridos mas vivos)?? Afinal não é assim tão blindado como isso, ao menos devia aguentar uma granada de RPG sem causar danos internos. De certeza que de frente não teria acontecido nada, mas aquele foi atingido mesmo no lado do chefe de carro.
Taz
 

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« Responder #2 em: Abril 17, 2004, 05:17:18 pm »
É, também vi essas imagens e fiquei impressionado com o Abrams em chamas a parar e a tripulação a sair (um deles pelo menos sangrava abundantemente e outro teve de ser resgatado por camaradas de armas). Seja como fôr, se a tripulação sobreviveu, o tanque cumpriu a sua função, não é assim? Se virem bem a sequência, o tanque está a chegar a um local controlado pelos americanos, pára e depois a tripulação sai; seria mais grave se o tanque ficasse no lugar onde foi atingido ou se a tripulação não sobrevivesse ao impacto.

Quanto à aquisisão dos M1A1 pelo governo australiano: cada um sabe de si e a opção reflecte a aproximação entre os dois países.
"If you don't have losses, you're not doing enough" - Rear Admiral Richard K. Turner
 

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JNSA

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« Responder #3 em: Abril 17, 2004, 05:37:10 pm »
É uma compra feita por motivos políticos, e também para facilitar a logística, tendo em conta que os australianos e os EUA participam em cada vez mais operações conjuntas... Por outro lado, se nas operações internacionais a logística será facilitada, a utilização do M1A1 no dia-a-dia vai ser um pesadelo, tendo em conta a quantidade de combustível que ele "bebe"  :shock:

Em termos de qualidade, é um disparate - comprar os Leo2A4 ou A5 e convertê-los para o padrão A6EX é muito menos dispendioso do que comprar os Abrams (e sobretudo operá-los). Se fosse o M1A2SEP, aí talvez pensasse  duas vezes (mas mesmo assim escolhia o Leopard 2 por causa do motor)

Quanto ao Abrams que foi atingido por um RPG. É bom não exagerar este tipo de notícias - não há nenhum CC que seja invulnerável, muito menos na zona lateral, e sobretudo na traseira (à algum tempo atrás, os palestinianos destruiram um Merkava 3, salvo erro, com um cocktail Molotov, e este é provavelmente tão bem protegido como qualquer versão do M1A1...). Apesar de antigo, o RPG-7 continua a ter capacidade para penetrar a blindagem de qualquer blindado no mundo (com as prováveis excepções do Achzarit, BMP-4 e pouco mais); só precisa de estar suficientemente próximo e ter um bom ângulo de tiro - vejam os T-72 e T-80 na Tchéchénia que foram destruídos com ataques de 3 ou 4 RPG-7, apesar de estarem protegidos com ERA (não sei se havia algum blindado equipado com o sistema Arena, o que seria possivelmente a melhor defesa contra este tipo de munição)

Abraços
JNSA
 

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papatango

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« Responder #4 em: Abril 17, 2004, 07:26:10 pm »
Neste noticia o que notei foi o numero de 59 (cinquenta e nove) carros Abrahams. :D :D :D

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #5 em: Abril 17, 2004, 08:07:34 pm »
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Do ponto de vista estratégico, eu diria que a Australia vai preparar-se para organizar uma força movel, estilo Brigada Mista, a transportar para qualquer ponto do globo, com os Abrahams. De outra forma, não têm razão de ser. Estes carros estão no norte do país, e para se transportarem, é necessário colocar cada carro num transporte apropriado, caso contrario, não há orçamento que pague o combustivel (nem as estradas arrombadas)

Exactamente a minha opinião. A proximidade que estes carros estarão de Darwin ( o maior porto naval Australiano ) não é coincidência.

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Além do mais quem é que podería atacar o sul da Austrália ...    


Talvez... uns pinguins??? Eles são matreiros...  :lol:
Ricardo Nunes
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JNSA

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« Responder #6 em: Abril 17, 2004, 08:54:12 pm »
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Do ponto de vista estratégico, eu diria que a Australia vai preparar-se para organizar uma força movel, estilo Brigada Mista, a transportar para qualquer ponto do globo, com os Abrahams. De outra forma, não têm razão de ser. Estes carros estão no norte do país, e para se transportarem, é necessário colocar cada carro num transporte apropriado, caso contrario, não há orçamento que pague o combustivel (nem as estradas arrombadas)


Claro que o objectivo da Austrália ao comprar os M1A1 só pode ser a participação em operações internacionais. Não faria sentido de outro modo:
- não há ninguém no Sudoeste asiático com capacidade para invadir a Austrália
- não há nesta região nenhum CC que consiga fazer frente ao Abrams
- o terreno da zona, com muita montanha e selva, e exigindo muita capacidade de transporte marítimo para chegar às diversas ilhas, não é favorável ao uso de CC's

De qualquer modo não me parece que eles venham a ter muito uso - a Austrália costuma empenhar forças mais "low profile" (OE's), e para transportar uma brigada blindada em tempo útil é preciso mais capacidade de transporte do que a que eles têm...
 

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Rui Elias

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« Responder #7 em: Abril 19, 2004, 02:14:49 pm »
A Austrália pretende ser uma potência regional que estratégicamente se está a defender da Indonésia e através da aliança preferencial com os EUA e Inglaterra da potência emergente que é a China.

No que a Portugal diz respeito, creio que o potencial militar crescente da Austrália poderá levá-la a ter tentações sobre o país lusófono que é Timor-Leste.

Porque não Portugal investir rápidamente em capacidade de transporte aéreo e naval (que seja neste século) para poder reforçar a sua presença no país irmão?
 

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Spectral

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« Responder #8 em: Abril 19, 2004, 09:05:34 pm »
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A Austrália pretende ser uma potência regional que estratégicamente se está a defender da Indonésia e através da aliança preferencial com os EUA e Inglaterra da potência emergente que é a China.

No que a Portugal diz respeito, creio que o potencial militar crescente da Austrália poderá levá-la a ter tentações sobre o país lusófono que é Timor-Leste.

Porque não Portugal investir rápidamente em capacidade de transporte aéreo e naval (que seja neste século) para poder reforçar a sua presença no país irmão?


A ameaça da Indonésia só existe na cabeça de alguns lunáticos australianos. As forças armadas da Indonésia existem para um objectivo: manter o país junto. Uma confrontação contra um país moderno como a Austrália seria suícidio...

E se os "aussies" tiverem pretensões sobre Timor-Leste, que poderemos nós fazer militarmente ?
Exacto.
Nada. Zero.


cumptos
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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papatango

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« Responder #9 em: Abril 19, 2004, 11:27:21 pm »
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No que a Portugal diz respeito, creio que o potencial militar crescente da Austrália poderá levá-la a ter tentações sobre o país lusófono que é Timor-Leste.


A Australia não quer meter-se em Timor Leste. A unica coisa que quer, é garantir que fica com o petróleo. E se os Australianos insistirem em ficar com o petroleo, não há grande coisa que Timor possa fazer.

Quanto a nós, só se ficarmos á espera que cheguem os novos submarinos e enviemos um lá para fazer uma visita ... :D :D

cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #10 em: Abril 19, 2004, 11:39:13 pm »
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A Australia não quer meter-se em Timor Leste. A unica coisa que quer, é garantir que fica com o petróleo. E se os Australianos insistirem em ficar com o petroleo, não há grande coisa que Timor possa fazer.


Aliás, a maior parte da exportação petrolífera de Timor-Leste já está a cargo de empresas australianas.  :?
Ricardo Nunes
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