Novos Blindados para o Exército

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emarques

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« Responder #30 em: Abril 11, 2004, 12:29:32 am »
Mas que belo lago em que navega o AMV. Já estou a ver a força naval de apoio ao desembarque a tentar forçar um porto protegido para os VBR dos fuzos poderem sair directos do NPL porque não há dinheiro para lanchas... :D

Mas este concurso é como o dos submarinos, em que os concorrentes podiam ir mudando a proposta? É que a diferença no valor das contrapartidas é enorme. (E a proposta do AMV não chega aos 100% do valor. O Paulinho não tinha dito que não se iam fazer mais compras dessas?)
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Spectral

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« Responder #31 em: Abril 11, 2004, 12:56:23 am »
Citar
Alguém sabe qual será a quantidade de cada "adaptação"(com canhão de 25mm, porta-morteiro, por exemplo) do veículo a adquirir?

Boa pergunta, GMAR. Essse ponto permitiria clarificar algumas coisas.


Citar
E quanto à vantagem de poder usar uma arma de 120 mm em vez de uma de 105mm... É óbvio que isso vai custar o concurso ao AMV. O MDN vai descobrir que não há dinheiro para mudar os tanques, e os comandos do exército vão ter vergonha por a arma dos VBR ser de maior calibre que a dos MBT.


Não fale muito alto emarques  :twisted:  :shock:  :shock: )

O sistema AMOS parece-me bom para quem tem dinheiro. Um morteiro normal de 120mm já fornece uma capacidade adequada e existem muitos outros sítios onde gastar o dinheiro...

cumptos
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R.P. Feynman
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #32 em: Abril 11, 2004, 01:15:20 pm »
Creio que isto ajudará a clarificar algumas dúvidas quanto ao número de versões:
http://www.geocities.com/militaryzone_p ... -blind.jpg
Como se pode constatar algumas constituirão uma estreia para as FA, pelo que os blindados não só modernizarão a arma de cavalaria, mas também a doutrina adjacente ao seu emprego.
Uma nota, ao que sei os AMV têm vários modelos, sendo que apenas um deles pode suportar módulos (como se fosse um TIR e o seu atrelado  :(
O Pandur II tem algumas vantagens, porém, corremos o risco real de virmos a ser o único operador, algo demasiado arriscado, uma vez que os outros concorrentes são já dados adquiridos quanto a esse aspecto (o AMV tem 100 encomendados para a Finlândia e 690 para a Polónia; o Piranha III é o que sabe eheh). O Piranha III é um produto seguro, económico, que seria montado em Portugal, já testado, com várias variantes; ainda que seja inegável: é demasiado vulnerável, sendo que o acrescento da blindagem o torna demasiado pesado aumentando o consumo de combustível, prejudicando o desempenho e velocidade e limitando os equipamentos e armas com que pode ser dotado.
Infelizmente esta é uma tendência que parece continuar, o desenvolvimento de blindagem leve aplicável a blindados de rodas não acompanhou a imensa procura deste tipo de veículos, principalmente após a década de 90. Por outro lado, armas anti-tanque económicas, práticas e (mais importante) eficientes, como o RPG, estão cada vez mais disseminadas pelo mundo… a solução? Passaria por usar os M-113 como no contingente da KFOR, mas para isso seriam necessárias verbas para os dotar (no mínimo) de ar-condicionado. A meu ver não seria um gasto desnecessário, mas talvez um investimento que se provaria útil a curto prazo. Por agora, substituir o M-113 por um blindados de rodas parece-me um erro, a menos que se pretenda dotar a BMI de um batalhão mais móvel e moderno, mais eficiente e operacional, destinado (note-se!) a cenários de baixa intensidade, o que não é de todo o caso do Iraque.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #33 em: Abril 11, 2004, 01:38:55 pm »
O anúncio oficial do concurso:
http://www.geocities.com/militaryzone_p ... ontest.jpg
Ao que se tem dado a perceber nas últimas semanas, os primeiros blindados poderão não ser entregues ainda em 2004.  :(
Há alguma novidade quanto a isso?
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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papatango

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« Responder #34 em: Abril 11, 2004, 04:27:12 pm »
Uma nota curiosa, é que nesta "encomenda" não está incluida nenhuma versão que pemita a protecção anti-aérea. Será que estão á espera que as peças de 25mm sirvam como anti-aéreas?

E os quatro veículos de vigilância do campo de batalha, não vão estar ligados a nenhum sistema de protecção anti-aérea?


Devemos portanto partir do principio de que tropas da BLI ou da BAI ou dos fuzileiros, nunca participarão de qualquer operação, onde não tenha sido garantida a supremacia aérea. Logo, só podemos utilizar estes meios em áreas onde os Estados Unidos tenham metido o bedelho, já que parece que a defesa anti-aérea é desconhecida dos nossos estrategas  de estado-maior, embora seja lembrada pelos estrategas-de-sofá.

Apenas 34 unidades deverão estar equipadas com torre de 25mm. Portanto, fabricar em Portugal, 25 torres de 25mm não me parece ser grande negócio.

Grande parte dos veículos são apenas transportes de pessoal, equipados com uma metralhadora de 12.7mm.

A proporção de veículos de comando para os veículos totais é muito maior na marinha (15%) que no exército (8%). Alguém tem uma explicação para isto?

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #35 em: Abril 11, 2004, 04:47:21 pm »
Citação de: "papatango"
Uma nota curiosa, é que nesta "encomenda" não está incluida nenhuma versão que pemita a protecção anti-aérea. Será que estão á espera que as peças de 25mm sirvam como anti-aéreas?

E os quatro veículos de vigilância do campo de batalha, não vão estar ligados a nenhum sistema de protecção anti-aérea?


Devemos portanto partir do principio de que tropas da BLI ou da BAI ou dos fuzileiros, nunca participarão de qualquer operação, onde não tenha sido garantida a supremacia aérea. Logo, só podemos utilizar estes meios em áreas onde os Estados Unidos tenham metido o bedelho, já que parece que a defesa anti-aérea é desconhecida dos nossos estrategas  de estado-maior, embora seja lembrada pelos estrategas-de-sofá.

Apenas 34 unidades deverão estar equipadas com torre de 25mm. Portanto, fabricar em Portugal, 25 torres de 25mm não me parece ser grande negócio.

Grande parte dos veículos são apenas transportes de pessoal, equipados com uma metralhadora de 12.7mm.

A proporção de veículos de comando para os veículos totais é muito maior na marinha (15%) que no exército (8%). Alguém tem uma explicação para isto?

Cumprimentos


--> A mim parece-me que deriva de duas coisas:
- o exército já possui o M-577, além de alguns M-11 para comando. Fora isso, a BAI, BMI e BLI usam viaturas tácticas não-blindadas para tais missões, estando, pois, muito mais bem equipadas (pelo menos, numericamente) para comando
- a missão dos fuzileiros, podemos ver que sendo eles uma unidade de assalto, teoricamente durante o desembarque será mais importante a utilização de viaturas blindadas de comando, do que viaturas sem protecção
Ou pode simplesmente ser a velha questão económica, uma vez que o exército não tem verbas para as 302 viaturas e os fuzos até tê mais verbas das que seriam precisas  :roll:
Em relação à protecção anti-aérea também estranhei, mas vejamos que a Chaimite também tinha uma versão anti-aérea e essa nunca foi comprada, pelo que poderá mesmo ser uma questão de doutrina. No contexto actual seria preferível ter mísseis com maior alcance e uma defesa aérea de curta distância mais económica e móvel (um jipe com o Mistral destruído é bem mais económico que um Piranha...).
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Luso

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« Responder #36 em: Abril 11, 2004, 07:36:09 pm »
"Em relação à protecção anti-aérea também estranhei, mas vejamos que a Chaimite também tinha uma versão anti-aérea e essa nunca foi comprada, pelo que poderá mesmo ser uma questão de doutrina."

Esta afirmação parece-me correctissíma: as actuais forças armadas são actualmente mais uma ferramenta ao serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros que forças dedicadas à defesa da Nação. A exiguidade do seu equipamento só permite actuar em cenários em que a defesa aérea (e outras) é assegurada por outros aliados. Os nossos políticos não têm coragem para formar e equipar forças para actuar independentemente, pelos menos com um mínimo de autosuficiência. E já é assim desde algum tempo, e todos nós o sabemos.

Defesas SHORAD fazem sentido numa força expedicionária, mas esse conceito não é bem visto pela sociedade portuguesa actual. As nossas forças armadas não passam de polícias armados mais pesadamente.

Mas se tiver que ser...
Mísseis: porque não Starstreak, devido sua imunidade a contramedidas e capacidade antitanque?
« Última modificação: Abril 11, 2004, 10:33:32 pm por Luso »
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Spectral

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« Responder #37 em: Abril 11, 2004, 09:48:41 pm »
Excelente info. Pedro Monteiro!

Citar
os quatro veículos de vigilância do campo de batalha, não vão estar ligados a nenhum sistema de protecção anti-aérea


Pelo texto, parecem ser mais sistemas de reconhecimento como os LAV canadianos Coyote, muito elogiados no Afeganistão :

http://www.sfu.ca/casr/101-vehcoyo.htm

Parece óbvio que os VBR com canhões de 25mm serão usados em missão de reconhecimento, e sinceramente não vejo grande utilidade na versão com canhão de 105mm ( além de que só 6 veículos?)

Por outro lado surprendeu-me pela positiva a adopção de apenas morteiros de 120mm ( muito mais eficazes do que os de 81mm como é óbvio!) e marcarem 20 viaturas para mísseis anti-tanque. Será que isto implica TOWs e aquelas torres especiais dos M901, apenas colocarem um lançador de Milan ou Tow no topo ( como os M113 da BMI), ou aponta para a entrada em serviço de um novo míssil ( esta é pouco provável  :evil:

E sim, como já tinha dito, o Starstreak é bom mas também caro, além de que deve exigir um maior treino do operador ( por outro lado a sua capacidade anti-tanque é interessante)

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Fábio G.

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« Responder #38 em: Abril 11, 2004, 11:31:59 pm »
Então o VBR que vier virá mais ou menos dividido nestas versões:

4 Vigilância do campo de batalha
34 reconhecimento com torre 25mm
20 Comando
2 Exploração NBC
6 com torre 105mm
20 anti-tanque

Virá mais na versão de morteiro de 120mm em que numero? e na versão de ambulância também virá ou não? dos 302 que virão para o Exército já estão na lista 84, o resto será de transporte de pessoal ?
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #39 em: Abril 11, 2004, 11:37:24 pm »
Citação de: "Spectral"
Parece óbvio que os VBR com canhões de 25mm serão usados em missão de reconhecimento, e sinceramente não vejo grnade utilidade na versão com canhão de 105mm ( além de que só 6 veículos?)( equipamento ligeiro, treino, etc...) não sejam descuradas.


Parece-me ser esse o conceito, blindados para reconhecimento, escolta e apoio de fogo. Provavelmente o número de viaturas com peça de 105mm poderá significar apenas que o exército pretende antes estudar o conceito, enquanto garante a introdução de uma viatura certamente mais eficaz que os 4x4 V-150 e a sua peça de 90mm. De resto, lembremo-nos que os últimos são apenas uma quinzena, o que, com a introdução de um bom número de viaturas armadas com um canhão de 25mm, se traduzirá até num acrescento (numérico e qualitativo) em relação à actual capacidade.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #40 em: Abril 11, 2004, 11:40:44 pm »
Citação de: "Fábio G."
Então o VBR que vier virá mais ou menos dividido nestas versões:

4 Vigilância do campo de batalha
34 reconhecimento com torre 25mm
20 Comando
2 Exploração NBC
6 com torre 105mm
20 anti-tanque

Virá mais na versão de morteiro de 120mm em que numero? e na versão de ambulância também virá ou não? dos 302 que virão para o Exército já estão na lista 84, o resto será de transporte de pessoal ?


Fábio,
Por favor, consulte para o efeito a tabela acima (nos links), lá estão indicadas as versões e seus números. No entanto, há que notar que não são dados oficiais, mas sim os publicados no Diário Económico numa série de artigos sobre o concurso. Aliás, a fonte parece-me ser bastante fiável, já que confirmou bastantes informações em primeira mão.  :)
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Fábio G.

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« Responder #41 em: Abril 11, 2004, 11:46:09 pm »
Eu fiz essa lista por não conseguir aceder a essa página, por isso estou a perguntar.
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #42 em: Abril 11, 2004, 11:53:46 pm »
Citação de: "Fábio G."
Eu fiz essa lista por não conseguir aceder a essa página, por isso estou a perguntar.


Fábio,
Tente de novo, o link nem sempre está funcional.  :wink:
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Fábio G.

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« Responder #43 em: Abril 12, 2004, 12:22:39 am »
Na minha opinião a versão anti-tanque deverá ser equipada com TOW (é melhor que o Milan),  penso que será essa a opção que será escolhida. É uma arma bastante capaz com provas dadas nos ultimos conflitos e é arma que tem sido adquirida pelos nossos "aliados + próximos" como USA, Inglaterra e Espanha.

Esse link não deve estar funcional pk já tenho tentado várias vezes aceder a ele desde que foi posto nesse post e nunca consigo.
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #44 em: Abril 12, 2004, 12:29:50 am »
Citação de: "Fábio G."
Esse link não deve estar funcional pk já tenho tentado várias vezes aceder a ele desde que foi posto nesse post e nunca consigo.


De certeza? O link a que me refiro é este:
http://www.geocities.com/militaryzone_p ... -blind.jpg
Ao que sei, é possível a sua vizualização fora do geocities, provavelmente estará inactivo devido a um problema temporário. Convém tentar depois  :?
Cumprimentos,
Pedro Monteiro