Boa tarde a todos.
Aqui ficam os meus 50 cêntimos para a discussão….
Parece-me (e não é de agora), que o Exército sempre teve um fraquinho pelo L-ATV. Só que em vez de serem “homenzinhos” e dizerem ao Sr. ministro da defesa desde o início que o que queriam e que lhes servia era o modelo da Oshkosh, deixaram-se embarcar no concurso e saiu-lhes o tiro pela culatra… ou “mamavam” com o blindado turco, ou com o ST5. Entre ambas as opções, também sei bem para que lado penderia a minha escolha
Já agora, uma declaração de interesses, antes que alguém comece para aí a tecer odes ao ST5 e a achar que isto é uma critica ao dito: não tenho nada nem a favor, nem contra. Do que li, creio que é um produto bastante bom dentro do respectivo segmento, e que o Exército só terá a ganhar com a sua aquisição. Mas não seria a viatura que eu escolheria, nem (creio), teria sido a primeira escolha do Exército. Mas com todo o histórico que têm de concursos “inquinados”, desta vez parece-me que lhes saiu o “tiro pela culatra”, e vão mesmo ter de “mamar” com o ST5 que, não sendo nada mau, não é o que queriam.
(Mas como vivemos em Portugal, há sempre a possibilidade de fazerem uma “birrazeca” qualquer, como fizeram com o concurso das pistolas. E aí, volta tudo à estaca “0”).
Do meu ponto de vista, faria muito mais sentido adquirir o L-ATV ou (idealmente) o M-ATV, em vez do ST5. Mas quem ganhou foi o ST5, e, que eu saiba, a Oshkosh “mandou” o Estado Português às malvas, por não estar para perder tempo com “concursos de patacos”, apoiados em cadernos de encargos mais grossos do que uma lista telefónica.
Apenas digo que se a intenção do Exército era, desde o início, adquirir o L-ATV ou o M-ATV, o que deveriam ter feito era uma imensa pressão nesse sentido. Pressão essa, claro está, apoiada em relactórios de testes, relactórios operacionais, análises recolhidas em exercícios conjuntos, etc., etc., etc., com a conclusão final (óbvia) de que a viatura que mais se adequaria às necessidades do ramos era o modelo “X” do fabricante “Y”.
Com um bom relatório apresentado superiormente (ao ministro / Governo), a justificar tal escolha, e a indicar que, se necessário, por ser essa a sua escolha, abdicariam, se necessário, de determinado número e (variantes) da viatura que era a sua escolha (como de resto acabam quase sempre por fazer), ter-se-ia quase de certeza adquirido o que queriam.
Acontece que para tomar tais posições é preciso (1) estar-se bem seguro do que se está a fazer, e (2) ter “t*****s” para tal. Na falta de ambos, acaba-se a comprar o que “sai” na rifa (não discutindo, uma vez mais, a qualidade do produto), e não o que se queria.
Na minha opinião, deveriam vir não uns 20, mas uns 100 M-ATV – uns 50 para o Exército (para utilizar em missões como a da RCA ou a do Afeganistão, e para substituir os Panhard de Estremoz que – coitaditos – já começam a ter uns anitos em cima), uns 30 para a Armada (para equipar os fuzileiros, onde tanta falta fazem), e os restantes para a Força Aérea (para pôr os Condor no depósito, que já merecem).
Querem mandar vir 20? Pois que mandem vir. Pode ser que tal justifique no futuro, a compra e mais uns quantos.
Se tem lógica? Neste momento, não tem lógica nenhuma… Faltam Pandur anticarro, porta morteiros e VCE… ainda os ST5 não começaram a chegar e já reclamamos a falta que fazem variantes anticarro e porta-morteiro. E que falta nos faria um esquadrão de Centauro 2 em Braga….
PS - para fechar esta intervenção (que de resto já vai longa", recordo, uma vez mais, algo que já foi partilhado neste fórum várias vezes - que há alguns anos atrás os EUA "ofereceram" larguissimas centenas de viaturas MRAP que tinham em uso no Iraque e Afeganistão aos seus alidados que lá as quizessem ir buscar. Na altura não fomos lá buscar nenhuma a custo "0,00€" (até podiam ter lá ido buscar 100 para ter 30 ou 40 a funcionar, mas não). E agora querem ir comprar novo.....