Na Faixa de Gaza, recentemente evacuada de colonatos e tropas israelitas, a Autoridade Nacional Palestiniana, presidida por Mahmoud Abbas, demonstra a cada dia a sua falta de pulso para instaurar a ordem e a segurança e tranquilidade públicas. As milícias e os grupos armados tomaram conta das ruas (ainda hoje 3 britânicos foram raptados); a polícia da ANP revela-se totalmente impotente; a corrupção grassa a todos os níveis (há milhões de euros da UE a encher os bolsos de meia dúzia de chupistas); as negociações para a composição de listas eleitorais da Fatah (partido de Arafat e, agora, de Abbas) não se faz à mesa das negociações, mas sim através de ataques armados a instalações da Comissão Eleitoral Palestiniana, em que se vandalizam uns escritórios e se partem umas cabeças; o norte da Faixa de Gaza continua a ser usado para o lançamento de foguetes artesanais contra território israelita; face ao desprestigio e à incompetência da ANP, face à pobreza e ao desemprego, o comum dos palestinianos vira-se para os extremistas do Hamas (financiado pela diáspora palestiniana e por governos muçulmanos), que se apresenta como partido favorito à vitória nas eleições legislativas de Janeiro, apesar de não reconhecer o estado de Israel e advogar a sua destruição.