Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2310 em: Maio 13, 2022, 10:49:00 pm »
Há uns dias, na comissão de Orçamento, quando se discutia o OE22 pra a Defesa, o secretário de Estado, com a ministra ao lado, descaiu-se que ela tinha acabado de despachar a modernização das Vasco da Gama
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2311 em: Maio 13, 2022, 10:55:00 pm »
Há uns dias, na comissão de Orçamento, quando se discutia o OE22 pra a Defesa, o secretário de Estado, com a ministra ao lado, descaiu-se que ela tinha acabado de despachar a modernização das Vasco da Gama

Se acontecer ,será o maior desperdício de dinheiro nas FA após o negócio dos NH-90...
 

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Kalil

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2312 em: Maio 14, 2022, 12:21:45 am »
Há uns dias, na comissão de Orçamento, quando se discutia o OE22 pra a Defesa, o secretário de Estado, com a ministra ao lado, descaiu-se que ela tinha acabado de despachar a modernização das Vasco da Gama

Se acontecer ,será o maior desperdício de dinheiro nas FA após o negócio dos NH-90...

Por modernização das VdG entenda-se garantir que elas navegam e flutuam mais um mandato, apenas isso. O que parece não estar garantido, à data de hoje.

Cpts
 

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JohnM

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2313 em: Maio 14, 2022, 12:36:53 am »
As VdG podem estar a cair de podres, mas têm que continuar a navegar, porque qq substituta está, no mínimo, a 5-6 anos de distância, e isso era se fosse lançado o concurso amanhã… vão continuar a estar desatualizadas? Vão, mas a alternativa é encostá-las sem substituto… é preciso é que não “vendam” uma simples manutenção mais profunda com um MLU que seja utilizado como desculpa para não se começar já a pensar nas substitutas, mas como estamos a falar de Portugal, adivinhem o que vai acontecer…
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2314 em: Maio 14, 2022, 09:01:33 am »
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Um NPO mesmo com sonar e torpedos mas de 21 nós andar a caçar submarinos é piada holística. E imagino que equipamento esse extraordinário metido num navio de pouco valor militar. Vale mais despir as VG usar para isso. É só criatividade fantasiosa sem paralelo na Marinha e no MDN.

Não sabemos de forma efectiva o que é que quer dizer "NPO" com maiores capacidades, mas a questão da velocidade é pertinente, principalmente por causa da velocidade máxima de deslocamento. Para tornar os navios mais rápidos não seria apenas necessário adicionar uma turbina, adicionando-a à propulsão diesel, mas também seria necesário alterar a relação entre comprimento e boca (largura à linha de água), caso contrário por muita potência que se acrescente, o navio não vai andar mais que 1 ou 2 nós.
Ou seja:  Outro projeto.

Ter apenas duas fragatas... A resposta que vão dar é ... também só temos dois submarinos...
E o Navio de Apoio Logistico também seria apenas um...

Este post é basicamente "brainstorming" não quer obviamente dizer que seja assim, ou sequer que eu ache que deva ser assim, mas é o resultado da análise das noticias conhecidas.

Os russos para lá das suas armas atómicas, não são mais um problema grave, porque não têm dinheiro para ter uma marinha no Atlântico.
E as marinhas de outros países com mais recursos farão sempre muito melhor serviço que a nossa. Os americanos os ingleses ou os franceses têm os meios que têm para defender os seus navios principais. Seguramente não precisam dos nossos.

Os navios de guerra ou são especializados - para poderem ser utilizados numa determinada função - ou não servem para grande coisa, porque não são muito bons em nada.

O problema aqui é o do pessoal disponível.
O pessoal é cada vez mais caro, porque tem que ser mais especializado. O custo torna-se incomportável. Mesmo os radares civis que estão a ser vendidos hoje, quase que é preciso um curso de engenharia para entender e utilizar todas as suas capacidades...  Imaginem os sistemas militares.

Os navios de guerra tendem a ser gabinetes de tecnologia flutuantes, com engenheiros e não com marinheiros.
As coisas estão a mudar constantemente e não podemos olhar para estas realidades com o mesmo tipo de comentários que se faziam há duas décadas atrás .

Portanto, o próprio conceito das Vasco da Gama, navios que seriam capazes de luta anti-submarina e tinham capacidade anti-aérea está esgotado.
Nunca foram navios especializados em nada (nem esse era o objetivo) e nunca faria sentido serem substituídos por qualquer coisa idêntica.

Cada vez mais as coisas parecem seguir no sentido da especialização, da interoperabilidade em termos de defesa comum, por organismos plurinacionais (seja a NATO seja uma futura força militar da UE) em que se tenta criar forças com capacidade e meios de ponta.
Só conta quem tiver esses meios de ponta para participar.

A dimensão enorme da ZEE e eventualmente a sua zona contigua são de uma dimensão desproporcional à nossa dimensão e às nossas capacidades.
Podemos garantir a segurança dos navios civis, podemos prestar apoio e evacuação médica, podemos combater a pirataria.

Mas não temos a mais pequena capacidade para defender essas águas.

E devemos entender isso, caso contrário dentro de uns anos, vamos acabar com outro mapa-cor-de-rosa na cara, com um qualquer país a explicar que não temos dimensão para achar que temos direito a milhões de quilómetros quadrados da placa continental.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2315 em: Maio 14, 2022, 09:03:38 am »
Mas o GT já decidiu que fragatas para substituir? Estão na fase de reflexão para sair fumo pela chaminé?
Tinha de começar por aí para saber valores e se o construtor as faz e no tempo desejado. Senão é como a  conversa das tais duas Marlins e EO que estavam encomendados mas afinal foram para outros. Porque é importante pagar

O que deve ter acontecido foi os senhores não apertarem com a ministra porque o tacho está assim sempre impecável sem riscos e sujidades.

"Os navios de guerra tendem a ser gabinetes de tecnologia flutuantes, com engenheiros e não com marinheiros."

Quanto a isto então podemos acrescentar, com turistas em vez de marinheiros militares.
O que faz falta são militares que sejam formados nas matérias que todos os outros também são. Ou os nossos são incapazes? Não consta que nos EUA, França, Inglaterra etc sejam engenheiros, ou outros doutoramentos. Então tínhamos de deixar de ter tanto comodoro e almirante de bolso e gente mestrada em arte circense.

Não restam muitas dúvidas na transformação da Marinha num imenso panelão, já nem são tachos, mas um panelão onde gente fofa na linha policoide actual se oriente. Cada vez mais a filosofia não combatente e turística. Depois temos os aliados à nossa volta que tomam conta dos coninhas. Os cães a tomar conta do rebanho.

No ano passado em algum destes tópicos, provavelmente neste, em avisei que a linha dessa gentinha é, o mínimo de Fragatas para cumprir compromissos NATO e depois NPO para turismo e cargas para sul em protocolos que orientam algumas vidas.

Sul, onde para receberem dizem que pertencem a  nós, mas depois para enxovalhar são os primeiros. Tudo pela troca de alguns orientarem vidas.  Vassalagens e hipocrisias
« Última modificação: Maio 14, 2022, 09:51:03 am por Pescador »
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2316 em: Maio 14, 2022, 11:14:09 am »
Citar
Um NPO mesmo com sonar e torpedos mas de 21 nós andar a caçar submarinos é piada holística. E imagino que equipamento esse extraordinário metido num navio de pouco valor militar. Vale mais despir as VG usar para isso. É só criatividade fantasiosa sem paralelo na Marinha e no MDN.

Não sabemos de forma efectiva o que é que quer dizer "NPO" com maiores capacidades, mas a questão da velocidade é pertinente, principalmente por causa da velocidade máxima de deslocamento. Para tornar os navios mais rápidos não seria apenas necessário adicionar uma turbina, adicionando-a à propulsão diesel, mas também seria necesário alterar a relação entre comprimento e boca (largura à linha de água), caso contrário por muita potência que se acrescente, o navio não vai andar mais que 1 ou 2 nós.
Ou seja:  Outro projeto.

Ter apenas duas fragatas... A resposta que vão dar é ... também só temos dois submarinos...
E o Navio de Apoio Logistico também seria apenas um...

Este post é basicamente "brainstorming" não quer obviamente dizer que seja assim, ou sequer que eu ache que deva ser assim, mas é o resultado da análise das noticias conhecidas.

Os russos para lá das suas armas atómicas, não são mais um problema grave, porque não têm dinheiro para ter uma marinha no Atlântico.
E as marinhas de outros países com mais recursos farão sempre muito melhor serviço que a nossa. Os americanos os ingleses ou os franceses têm os meios que têm para defender os seus navios principais. Seguramente não precisam dos nossos.

Os navios de guerra ou são especializados - para poderem ser utilizados numa determinada função - ou não servem para grande coisa, porque não são muito bons em nada.

O problema aqui é o do pessoal disponível.
O pessoal é cada vez mais caro, porque tem que ser mais especializado. O custo torna-se incomportável. Mesmo os radares civis que estão a ser vendidos hoje, quase que é preciso um curso de engenharia para entender e utilizar todas as suas capacidades...  Imaginem os sistemas militares.

Os navios de guerra tendem a ser gabinetes de tecnologia flutuantes, com engenheiros e não com marinheiros.
As coisas estão a mudar constantemente e não podemos olhar para estas realidades com o mesmo tipo de comentários que se faziam há duas décadas atrás .

Portanto, o próprio conceito das Vasco da Gama, navios que seriam capazes de luta anti-submarina e tinham capacidade anti-aérea está esgotado.
Nunca foram navios especializados em nada (nem esse era o objetivo) e nunca faria sentido serem substituídos por qualquer coisa idêntica.

Cada vez mais as coisas parecem seguir no sentido da especialização, da interoperabilidade em termos de defesa comum, por organismos plurinacionais (seja a NATO seja uma futura força militar da UE) em que se tenta criar forças com capacidade e meios de ponta.
Só conta quem tiver esses meios de ponta para participar.

A dimensão enorme da ZEE e eventualmente a sua zona contigua são de uma dimensão desproporcional à nossa dimensão e às nossas capacidades.
Podemos garantir a segurança dos navios civis, podemos prestar apoio e evacuação médica, podemos combater a pirataria.

Mas não temos a mais pequena capacidade para defender essas águas.

E devemos entender isso, caso contrário dentro de uns anos, vamos acabar com outro mapa-cor-de-rosa na cara, com um qualquer país a explicar que não temos dimensão para achar que temos direito a milhões de quilómetros quadrados da placa continental.
 

Bem, nada é impossível, basta ver o caso Grego, com uma economia semelhante a nossa, é comparar a nossa Marinha com a deles.
Agora quando não existe fibra nem vontade para, é deixar-se ir na onda "federalista" da Ursula e quejandos.
O papatango, já está na "onda"....
Quanto ao GT das fragatas, continua a bom ritmo a sua produção de relatórios, agora quem vai assinar o cheque?
Cps,
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2317 em: Maio 14, 2022, 12:13:05 pm »
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Um NPO mesmo com sonar e torpedos mas de 21 nós andar a caçar submarinos é piada holística. E imagino que equipamento esse extraordinário metido num navio de pouco valor militar. Vale mais despir as VG usar para isso. É só criatividade fantasiosa sem paralelo na Marinha e no MDN.

Não sabemos de forma efectiva o que é que quer dizer "NPO" com maiores capacidades, mas a questão da velocidade é pertinente, principalmente por causa da velocidade máxima de deslocamento. Para tornar os navios mais rápidos não seria apenas necessário adicionar uma turbina, adicionando-a à propulsão diesel, mas também seria necesário alterar a relação entre comprimento e boca (largura à linha de água), caso contrário por muita potência que se acrescente, o navio não vai andar mais que 1 ou 2 nós.
Ou seja:  Outro projeto.

Ter apenas duas fragatas... A resposta que vão dar é ... também só temos dois submarinos...
E o Navio de Apoio Logistico também seria apenas um...

Este post é basicamente "brainstorming" não quer obviamente dizer que seja assim, ou sequer que eu ache que deva ser assim, mas é o resultado da análise das noticias conhecidas.

Os russos para lá das suas armas atómicas, não são mais um problema grave, porque não têm dinheiro para ter uma marinha no Atlântico.
E as marinhas de outros países com mais recursos farão sempre muito melhor serviço que a nossa. Os americanos os ingleses ou os franceses têm os meios que têm para defender os seus navios principais. Seguramente não precisam dos nossos.

Os navios de guerra ou são especializados - para poderem ser utilizados numa determinada função - ou não servem para grande coisa, porque não são muito bons em nada.

O problema aqui é o do pessoal disponível.
O pessoal é cada vez mais caro, porque tem que ser mais especializado. O custo torna-se incomportável. Mesmo os radares civis que estão a ser vendidos hoje, quase que é preciso um curso de engenharia para entender e utilizar todas as suas capacidades...  Imaginem os sistemas militares.

Os navios de guerra tendem a ser gabinetes de tecnologia flutuantes, com engenheiros e não com marinheiros.
As coisas estão a mudar constantemente e não podemos olhar para estas realidades com o mesmo tipo de comentários que se faziam há duas décadas atrás .

Portanto, o próprio conceito das Vasco da Gama, navios que seriam capazes de luta anti-submarina e tinham capacidade anti-aérea está esgotado.
Nunca foram navios especializados em nada (nem esse era o objetivo) e nunca faria sentido serem substituídos por qualquer coisa idêntica.

Cada vez mais as coisas parecem seguir no sentido da especialização, da interoperabilidade em termos de defesa comum, por organismos plurinacionais (seja a NATO seja uma futura força militar da UE) em que se tenta criar forças com capacidade e meios de ponta.
Só conta quem tiver esses meios de ponta para participar.

A dimensão enorme da ZEE e eventualmente a sua zona contigua são de uma dimensão desproporcional à nossa dimensão e às nossas capacidades.
Podemos garantir a segurança dos navios civis, podemos prestar apoio e evacuação médica, podemos combater a pirataria.

Mas não temos a mais pequena capacidade para defender essas águas.

E devemos entender isso, caso contrário dentro de uns anos, vamos acabar com outro mapa-cor-de-rosa na cara, com um qualquer país a explicar que não temos dimensão para achar que temos direito a milhões de quilómetros quadrados da placa continental.
 

Bem, nada é impossível, basta ver o caso Grego, com uma economia semelhante a nossa, é comparar a nossa Marinha com a deles.
Agora quando não existe fibra nem vontade para, é deixar-se ir na onda "federalista" da Ursula e quejandos.
O papatango, já está na "onda"....
Quanto ao GT das fragatas, continua a bom ritmo a sua produção de relatórios, agora quem vai assinar o cheque?
Cps,

É difícil compararmo-nos com os gregos porque eles têm umas 50.000 ilhas e estão em guerra fria com a Turquia há décadas. Mas mesmo assim a Marinha portuguesa está uma vergonha. Nisso tens razão.
 

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Kalil

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2318 em: Maio 14, 2022, 01:58:44 pm »
A economia grega é semelhante à nossa? É das mais comparáveis, mas a deles é como a nossa com esteroides anabolizantes. Mesmo com SNS "parecido" com o nosso, e educação pública gratuita, o salário mínimo e médio são superiores. E os dados deles estão desvirtuados pelo elevado nr de falsos profissionais por conta própria.

Não há pais algum que tenha a mesma situação que nós, país periférico do continente mais desenvolvido com enorme área marítima para controlar, sem ameaças regionais.
A não ser que queiram fazer comparações com a Irlanda ou a Islândia, o que acho que ninguém quer..

É que para além dos meios de combate estarem desactualizados, o que é mais grave dada a nossa realidade, é que nem as missões básicas de vigilância e controlo do território podem ser realizadas eficazmente.

Isto de reclamar um aumento exponencial da ZEE e depois ter 3 navios hidrográficos com mais de 30 anos e apenas 4 NPO, passados 20 anos desde o início do programa, é absolutamente vergonhoso.

Quanto às fragatas, mantenho a mesma opinião, preparar o concurso para 4 unidades modernas polivalentes, com guarnições reduzidas, para entrar em 2030.
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2319 em: Maio 14, 2022, 02:24:41 pm »
Evidentemente, fazer comparações da marinha portuguesa com a grega não faz grande sentido.

São países diferentes e com problemas diferentes. Os gregos aceitam continuar a ter um serviço militar obrigatório porque se sentem ameaçados por um país vizinho.
A projeção de forças mais distante a fazer pela Grécia é na ilha de Chipre.

Fora isso os navios gregos estão sempre a menos de 2 horas (duas horas) de navegação, da costa grega em velocidade de cruzeiro.
Depois as nove fragatas de classe Elli (Kortenaer), estão pelo menos piores que as Vasco da Gama.
A sua substituição será feita por três fragatas francesas, ( + 1 de opção) e três corvetas ( + 1 de opção )
Há ainda as quatro Meko-200 (que são muito superiores às nossas)

Portugal gasta grosso modo, 4000 milhões de dolares a mais que a Grécia em educação e 6000 milhões a mais que a Grécia em saude.
Para comprar mais navios, cortamos onde, despedimos professores, ou despedimos médicos e enfermeiros ... ???

Mas temos sempre tendência a achar que a galinha da vizinha é maior que a nossa.

A verdade é que como Portugal não há outro país.
Os únicos com uma ZEE desta dimensão são a Noruega e a Dinamarca. Todos menos populosos, mas com bastante mais recursos.

Com um orçamento quase três vezes maior que o português, a Noruega tem 4 fragatas (já que uma se perdeu) e 6 patrulhas.


Isto não tem nada a ver com federalismos ou o que quer que seja...
Tem a ver com realismo.
E não adianta andar a acusar quem quer que seja do crime de turismo ilegal ou coisa que o valha. O indice de corrupção na Grécia é bastante maior (lugar 58) que o de Portugal (lugar 32). e mais ...
O único país do sul da Europa (se o quisermos chamar de sul) com pior situação em termos de corrupção que Portugal é a França.
Todos os outros, da Espanha à Itália até à Turquia, todos têm problemas muito mais graves que nós.

https://www.transparency.org/en/cpi/2021?gclid=EAIaIQobChMImK71nojf9wIVZ49oCR0iMQ9HEAAYASAAEgJyi_D_BwE



Portanto ...
Nós não temos recursos para manter cinco fragatas e parte dessa função terá que ser feita por navios menores, tecnologicamente mais avançados...

Daí que, o que parece mais lógico seria ter apenas duas fragatas e seis corvetas com capacidade anti-submarina de jeito...
É claro que quando falo em fragatas eu estou a falar em navios mais próximos de contra-torpedeiros.

Os Viana do Castelo não são adequados para corvetas, principalmente porque não têm velocidade adequada e mesmo com mais potência eles poderão no máximo chegar a 24 nós e nesse caso com um consumo estapafurdio de combustível, incompatível com a sua manutenção em operação no Atlântico.
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2320 em: Maio 14, 2022, 02:42:33 pm »
Tanto texto para dizer que vamos/apenas podemos substituir as VdG por 3 EPC-European Patrol Corvette :)
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2321 em: Maio 14, 2022, 02:54:17 pm »


Se fosse isso, e se fosse rápido ...


A título de curiosidade. Esta notícia não é de última hora mas é deste mês :
Citar
The Dutch Defense Minister, Christophe van der Maat, informed the Dutch Parliament that the upgrading plans for the De Zeven Provinciën class frigates with the ESSM Block 2 air defense system had been changed. The initial intention was to upgrade four frigates, however, the Dutch MoD reduced the number to two.

Ou seja: Apenas duas fragatas holandesas vão ser modernizadas com sistemas mais recentes...

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2322 em: Maio 14, 2022, 03:46:57 pm »
Not quite. O SMART-L já foi actualizado para versão AESA em todos os navios. E todos vão receber as novas peças OTO Melara 127. O APAR 2 e ESSM 2 é que vão ficar reduzidos a duas unidades,
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2323 em: Maio 14, 2022, 03:56:34 pm »
Cá sofremos de duas coisas em relação aos outros que se falam, com mais ou menos verbas.

- Coninhas a mais neste povo imbecilizado
- Políticos corruptos e sem sentido de Pátria, tirando algo pelo futebol, que promovem como sendo algo que identifique como Nação. Devo dizer que no futebol alguns dos herois da treta
 se estão a cag@r para Portugal e nem sentido de cidadania tem. Não fosse os Tribunal deixaram processos num canto ou arquivar alguns, em vez de aparecer em programas vip apareceriam era nas noticias pelos piores motivos.
- Militares com mais interesse em serem meros empregados e terem missões civis que serem Militares, adaptando-se muito bem a filosofia vigente de desinteresse pela Soberania, mais em passeios a orientar vidinha com mar muito raso e nenhum vento
- estigmas sobre o que são os militares e as FA

Se em vez de passarem a vida a civilizar as FA e quase  pedir desculpa por existirem, mostrassem o carisma da essência militar haveria decerto outros a ocupar os cargos que são ocupados por uma data de empregados lindinhos e fofinhos que abundam nas FA

 
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #2324 em: Maio 14, 2022, 04:01:21 pm »
Os navios de guerra ou são especializados - para poderem ser utilizados numa determinada função - ou não servem para grande coisa, porque não são muito bons em nada.

O problema aqui é o do pessoal disponível.
O pessoal é cada vez mais caro, porque tem que ser mais especializado. O custo torna-se incomportável. Mesmo os radares civis que estão a ser vendidos hoje, quase que é preciso um curso de engenharia para entender e utilizar todas as suas capacidades...  Imaginem os sistemas militares.

Os navios de guerra tendem a ser gabinetes de tecnologia flutuantes, com engenheiros e não com marinheiros.
As coisas estão a mudar constantemente e não podemos olhar para estas realidades com o mesmo tipo de comentários que se faziam há duas décadas atrás .

Portanto, o próprio conceito das Vasco da Gama, navios que seriam capazes de luta anti-submarina e tinham capacidade anti-aérea está esgotado.
Nunca foram navios especializados em nada (nem esse era o objetivo) e nunca faria sentido serem substituídos por qualquer coisa idêntica.

Cada vez mais as coisas parecem seguir no sentido da especialização, da interoperabilidade em termos de defesa comum, por organismos plurinacionais (seja a NATO seja uma futura força militar da UE) em que se tenta criar forças com capacidade e meios de ponta.
Só conta quem tiver esses meios de ponta para participar.

A dimensão enorme da ZEE e eventualmente a sua zona contigua são de uma dimensão desproporcional à nossa dimensão e às nossas capacidades.
Podemos garantir a segurança dos navios civis, podemos prestar apoio e evacuação médica, podemos combater a pirataria.

Mas não temos a mais pequena capacidade para defender essas águas.

E devemos entender isso, caso contrário dentro de uns anos, vamos acabar com outro mapa-cor-de-rosa na cara, com um qualquer país a explicar que não temos dimensão para achar que temos direito a milhões de quilómetros quadrados da placa continental.

Os submarinos são só dois porque, com as luvas, acabámos por pagar 2 ao preço de quase 3. Inicialmente a ideia era serem 3 + 1 de opção. E já deu para ver que agora, num mundo muito mais instável, pelo menos o 3º submarino tinha dado bastante jeito.

As VdG são fragatas GP, na sua forma mais básica, não estão especialmente equipados em nenhuma vertente. Ironicamente, o maior potencial que possuem, não é em ASW ou AAW, é como plataforma de lançamento dos Harpoon, para serem disparados para lá do horizonte com guiamento dos Lynx. As BD são na prática fragatas ASW, dado terem sonar de casco e rebocado (as VdG apenas têm sonar de casco), logo até na missão ASW são superiores. Em Portugal, as BD, que são superiores à VdG em ASW, são consideradas fragatas AAW, por terem radares melhores e VLS. Isto já dá para ver a confusão que para aqui vai.

"Portanto, o próprio conceito das Vasco da Gama, navios que seriam capazes de luta anti-submarina e tinham capacidade anti-aérea está esgotado."
Não está esgotado. É aliás o tipo de navio combatente de superfície mais construído em todo o mundo: a fragata multi-funções, precisamente porque a maioria dos países não tem dinheiro para comprar navios de guerra dedicados para cada função. Não existe uma única fragata moderna que abdique da capacidade anti-aérea, seja fragata ASW ou não. Até mesmo a maioria das corvetas/fragatas leves, não abdicam desta capacidade.
E para colocar em perspectiva, hoje em dia uma fragata ASW, tem mais capacidade AAW que uma fragata dedicada há 30 anos atrás. Os avanços nos mísseis AA, nos sistemas de lançamento e nos radares, permitem isto.

Portanto, substituir as VdG por NPOs ASW, é remar contra a maré, apenas para poupar uns tostões. As VdG deviam ser substituídas por fragatas, GP ou ASW ou AAW, modernas.

Quanto às grande marinhas não precisarem dos nossos: não é verdade. Existem muitas vozes a apontar para a falta de escoltas (e também de AOR) na NATO. A própria USN, considera que tem falta de navios, e com ameaças em duas ou mais frentes, terá que se desdobrar. Os franceses têm muitos territórios ultramarinos, logo também têm de desdobrar as suas forças. Os ingleses com as Falklands idem. As coisas vão-se complicar não é só com a ameaça russa, mas a chinesa e o efeito dominó que isso pode gerar noutros países que os apoiarem. E isto vai exigir que os restantes países comecem a respeitar os compromissos.

Quanto à defesa do nosso mar, é exequível. Não vai é ficar mais fácil se reduzirmos ainda mais a frota de navios combatentes. Juntando as peças todas (4/5 fragatas 3/4 submarinos, 4/5 P-3/P-8, UAVs, F-16, etc) dá. Agora ficar com apenas 2 fragatas e 2 submarinos, com disponibilidade intermitente, é que não dá mesmo.

Quanto ao factor pessoal, não me preocupa tanto. Fragatas modernas na ordem das 5000 ou 6000 toneladas, operam com 2/3 da guarnição de cada uma das VdG. Problema parcialmente resolvido. E o excesso de oficiais nas FA, tem muito mais peso no orçamento do que a especialização do restante pessoal para operar meios modernos.

Para concluir, é perfeitamente possível ter 4/5 fragatas modernas na MGP, haja vontade para isso. Um país que pensa em torrar uns 14 mil milhões no TGV Lisboa-Porto, que muito dificilmente será rentável de todo, é um país que tem dinheiro suficiente para garantir a sua segurança.

PS: O argumento inicial eram NPO ASW, mas já vi que está a ser alterado para corvetas ASW. E a isso pode-se responder o seguinte: uma corveta ASW não fica muito mais barata que uma fragata, depressa atingindo os 300 milhões por navio. No entanto será um navio mais pequeno, menos adequado para operar no Atlântico, possivelmente mais lento, menos armado, com menos resiliência a danos. Até a guarnição será muito superior ao do NPO, ficando entre os 75 e 100 elementos (para contextualizar, hoje fazem-se fragatas de 6000 toneladas, e muito bem equipadas, a operar com 120 homens ou menos). Para ficar exponencialmente mais barato que uma fragata, e com uma guarnição minimalista, as ditas corvetas teriam de se limitar a ASW, abdicando das restantes capacidades, o que seria subaproveitar um casco a rondar as 2500/3000 toneladas, logo não faz sentido também.

A única situação em que fazia sentido substituir as VdG por corvetas (bem armadas), era se a intenção fosse aumentar o número de navios, de 5 para uns 7. Fora isso, se é para manter ou reduzir para 4, que seja fragatas puras e modernas.