Os 2 navios da classe Viana do Castelo que estão encomendados à empresa West Sea para não nos esquecermos são um projecto do início dos anos 90. Só com os atrasos, inércia, desvio dos recursos financeiros para áreas não produtivas, politiquices, amadorismo e incompetência a situação arrastou para um atraso de mais de uma década e meia.
O que significa que quando os navios forem lançados à água (isto se não ocorrer nenhuma surpresa até lá e não haver nenhum azar com o rating da divida amanhã dia 21), serão navios "novos" mas com tecnologia de há 30 anos atrás. Era só isto!
Nem tudo é completamente desactualizado, a propulsão híbrida do navio e os automatismos que lhe permitem navegar com uma tripulação reduzida ainda se podem considerar actuais. O sistema óptico/flir serão do modelo mais barato mas recentes e o mesmo se passa com o network do navio. Existe uma série de opções logo tomadas no inicio como a "poupança" de usarem um canhão de 40mm, não preverem um convés de voo com capacidade para um EH-101/Puma, não aproveitarem a modularidade dos espaços para outras tarefas, que acho que não fazem muito sentido.
Mas tudo isso e muito mais como todas as "estórias" já foram bastante debatidas neste fórum, apenas me deixa triste que ao fim destes anos todos continue a ser mais fácil perceber o que passa nas forças armadas americanas, inglesas ou francesas tanto na organização, nas doutrinas, nos equipamentos ou até nas broncas, do que em Portugal.
Obviamente que o navio possui alguns sistemas actualizados mas que não representa o todo no navio.
Referia-me à concepção do próprio navio, estrutura, casco e arquitectura que datam dos inícios da década de 90 do século passado. Aliás se comparar os VdC com a classe
Commandante italiana que são contemporâneos quando ao seu lançamento. As disparidades são enormíssimas e um parece (e é) que é 20 anos mais moderno que o outro.
Aliás foi um erro enorme depois de um hiato considerável na concepção de navios optar logo por projecto indígena. E não começarmos com um projecto sôb licença actualizado já existente para ganharmos know how e experiência para depois concebermos de raíz um projecto nacional. Veja que os colombianos fizeram com o projecto do OPV Fassmer de origem alemã e outros exemplos pelo mundo não faltarão. Comparar o OPV deles com o nosso, não há hipótese (10-0). E o meu caro que parece ser uma pessoa informada nesta matéria, sabe o que estou a dizer é a realidade.
Mas cá tinha de ser diferente e veja o resultado que foi a monumental "barraca", amadorismo e o aventureirismo no desenvolvimento do NPO.
Falou e muito bem de alguns sistemas actualizados que o VdC possui. Bom! Mal seria se não tivesse algo que não estivesse actualizado.
Mas aquela ideia absurda e ridícula de instalar um canhão obsoleto de 40 mm sem estabilização quando já há muito se usava RWS's. E depois tira e faz-se um concurso para adquirir uma "porcaria" de 2 canhões de 30mm que mais parecia que se estavam a comprar 2 porta-aviões.
Os radares são básicos e não têm características navais como vigilância e busca. São de navegação para marinha mercante (indicação do fabricante).
O sistema EO é a coisa mais indigente que há no mercado. Que é concebido para lanchas e pequenas embarcações segundo também as indicações do fabricante. Era o mais barato que havia na loja.
Mas se quiser comparar os arcaicos VdC que ainda vão ser construídos (vamos lá ver se são) comparativamente com os navios OPV da nova geração que estão a ser agora apresentados. Já vai parecer uma coisa assim tipo RFA/RDA, ou seja será a mesma coisa que comparar um Mercedes ou Audi com um Trabant. Mas um Trabant com GPS e MP3 e assim nem tudo é mau, porque passa a ter também sistemas actualizados.
E é isto meu caro amigo.