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Conflitos => Conflitos do Passado e História Militar => Tópico iniciado por: Desertas em Maio 22, 2011, 01:02:07 pm

Título: Exílio na Madeira do último imperador da Aústria
Enviado por: Desertas em Maio 22, 2011, 01:02:07 pm
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O EXÍLIO NA MADEIRA

Quando a Áustria proclamou a República, em 1919, a família imperial refugia-se na Suíça. Depois de uma série de reuniões entre os países vencedores da Grande Guerra, onde a Áustria saíra vencida, por ter ficado do lado da Alemanha , foi decidido que Portugal era o país com as melhores condições para exilar os ex-imperadores. Portugal apenas participara de 1916 a 1918 e, como país periférico e com a ilha da Madeira muito conhecida das famílias reais europeias, pareceu-lhes que era o local indicado e assim aconteceu.

Os Países Aliados decidem mandar para o exílio o último imperador da Áustria. A bordo do cruzador Cardiff . Chega com a mulher à ilha da Madeira em 19 de Novembro de 1921. Fixaram residência na Vila Vitória. Em Janeiro de 1922 a imperatriz Zita foi à Suíça buscar os filhos. A família foi residir na Quinta Gordon, propriedade de um banqueiro madeirense. Monárquicos de Portugal e amigos da família vão visitá-los, porque os monárquicos da Áustria e da Hungria, mais longe, limitavam-se a ajudar monetariamente, dado os bens dos Habsburgo terem sido congelados. Carlos I na sua simplicidade e bondade era querido das gentes da ilha, que o viam ir comprar o jornal, enquanto que a imperatriz fazia ela mesma as compras da casa. O cónego António Homem de Gouveia foi confessor e seu secretário, mais tarde será ele a proferir o elogio fúnebre do malogrado imperador.

Foram poucos os tempos felizes na ilha, porque o ex-imperador adoeceu.

Carlos I morreu de broncopneumonia num Sábado de Aleluia, 1 de Abril de 1922 e assim tristemente na bela ilha da Madeira acabou a monarquia austrohúngara.

O imperador e monarca foi sepultado numa dependência da igreja paroquial. O seu coração foi levado pela imperatriz para Viena, conforme tradição da família Habsburgo. Em 1968 foi inaugurada uma nova capela tumular, tendo estado presente a imperatriz viúva, com o filho e a filha mais velhos, bem como o bispo do Funchal, monárquicos amigos da família imperial e autoridades da Ilha. Os restos mortais de Carlos I estão num cofre de chumbo, que por sua vez foi metido numa caixa forte de ferro e por fora pudemos ler a inscrição:

CAROLUS I, D.G. AUSTRIAS IMPERATOR BEREMIAE REX...

APOSTOLICAS REX HUGARIAE NOMINE IV. NATUS PERSENBERG XVII-VIII-MDCCCLXXXVII OBTIT MADEIRA ADORAUS SS.SACRAMENTEN PRAESENS DICENS «FIAT VOLUNTAS TUA»

A grande bondade de Carlos de Habsburgo era conhecida de todos, o próprio Papa Bento XV referindo-se a ele disse que era um santo. Foi aberto o processo de beatificação de Carlos I, que está a ser tratado. Foi um membro da família Homem de Gouveia que, com o bispo do Funchal estiveram empenhados nessa missão.

Fica aqui o link para um video da chegada do imperador ao Funchal.

http://www.criticalpast.com/video/65675040008_Emperor-Charles-of-Austria-in-exile_HMS-Glow-Worm

Um Abraço
Título: Re: Exílio na Madeira do último imperador da Aústria
Enviado por: Luís em Junho 14, 2011, 12:16:34 pm
Não conhecia esta história. Muito boa mesmo.
Título: Re: Exílio na Madeira do último imperador da Aústria
Enviado por: VICTOR4810 em Junho 22, 2011, 05:37:23 pm
Está enterrado en la Igreja de Nossa Senhora do Monte, es un lugar muy agradable -pero con muchas cuestas- en el que siempre hay alguien que toca el acordeón, desde donde se divisa todo Fuchal y puedes tomarte una cervezaa fresquita -una Imperial-.
   En la calle de abajo trabajan los "carreiros", que impulsando una especie de trineo artesanal te bajan por un par de Euros (antes era por unos pocos escudos), a la parte llana  ciudad.
   Funchal es un lugar que merece la pena visitar, La Casa Museo de Frederico de Freitas por si sola justifica el viaje.
  El Mercado "dos Lavradores" con sus coloridos y aromáticos puestos alegra los sentidos.¡
  Y para los deportistas la ascensión al Pico Ruivo.¡
  Merece la pena el viaje.¡
Título: Re: Exílio na Madeira do último imperador da Aústria
Enviado por: miguelbud em Agosto 26, 2011, 07:05:51 pm
Bom, já que o Papatango nao se quis chegar á frente  :twisted:  eu adiciono o resto da história.

O seu filho Otto (recentemente falecido), depois da enexaçao da Austria pela Alemanha, fugiu para Portugal e posteriormente para os EUA com um visto emitido pelo nosso Consul Aristides de Sousa Mendes.
Título: Re: Exílio na Madeira do último imperador da Aústria
Enviado por: Desertas em Setembro 14, 2011, 05:56:54 pm
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PEREGRINAÇÃO AO TÚMULO DO BEATO CARLOS D'AUSTRIA - S.A.R., DOM DUARTE APRESENTOU CUMPRIMENTOS AO BISPO DO FUNCHAL


Familiares e descendentes do Imperador/Beato Carlos d’ Áustria, falecidono Funchal em 1922, virão em peregrinação à Madeira para celebrar o 90.º aniversário da sua morte, confirma Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, em declarações ao JM.
O Imperador Carlos d´Áustria viveu apenas cinco meses entre nós, mas grangeou a simpatia e o respeito de todos os madeirenses que, ainda hoje, se orgulham da sua presença para além da morte, a partir igreja do Monte, onde está sepultado, e cujo túmulo é muito visitado por peregrinos de todo o mundo, principalmente desde a sua beatificação em 2004, em Roma.
Para assinalar o 90.º aniversário do seu falecimento, a 1 de Abril de 2012, está prevista uma peregrinação à Madeira com cerca de uma centena de pesoas, entre descendentes e familiares . «Espero que isto seja uma maneira de lembrar a figura do Imperador, da sua vida e valores que defendeu», disse ao Jornal da Madeira o Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, que ontem apresentou cumprimentos ao Bispo do Funchal.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F_VsL8VkjSZWw%2FTMBJJT7gLMI%2FAAAAAAAAOgg%2Fqiv1ZJDtWu4%2FKarl_of_Austria.jpg&hash=36c72de38411bfabc136178e46e90175)

Carlos d’ Áustria, referiu, «foi um dos últimos governantes cristãos da Europa; inclusivé, sofreu o exílio e a perseguição porque seguiu o pedido do Papa para acabar rapidamente com a Grande Guerra (1914-18), contrariando assim os planos de guerra de vários países».
Entretanto, o túmulo do Beato Carlos d’ Áustria deverá continuar na nossa Diocese, conforme decisão da família. «O arquiduque Otto (recentemente falecido) achava que devia ficar na Madeira, até pelo apoio e acolhimento dispensados pelos madeirenses»; além de que, «segundo a tradição da Igreja Católica, um santo é da terra onde morreu e onde nasceu para o céu», explicou Dom Duarte Pio.
Ainda em relação à peregrinação em 2012, a família do Imperador manifestou o desejo de ter a presença do Bispo do Funchal, mas tudo dependerá da agenda pastoral, pois, essa data coincide com as celebrações do Domingo de Ramos. D. António Carrilho destaca desde já a importância de «fazer memória viva de alguém que se distinguiu em termos de santidade e que, pela beatificação, é para todos nós referência, modelo e estímulo».
Fonte: Jornal da Madeira, 14 de Setembro de 2011

Um Abraço