Tem-se dado especial ênfase ao aspecto vitimas : numero de infectados e de mortos. A acreditar nos numeros revelados, esta crise sanitaria até nem é muito dramatica quando comparamos com outras epidemias ou até com o numero diario de vitimas de acidente de circulação, ou de AVC. Não fiquemos por aqui.
Se pensarmos nas consequencias economicas para o Mundo e para Portugal podemos antever consequências absolutamente dificieis de gerir. Portugal tem melhorado bastante a sua situação economica com o turismo. A ocorrência de uma epidemia em Portugal nas proximas semanas vai situar o seu pico quase no inicio da época turistica, de Abril em diante. Com a paralização ou uma drastica diminuição do fluxo de turistas em Portugal (o que ja sucede em Italia e em França) podemos imaginar a situação em que se irão encontrar os milhares de portugueses que financiaram nos bancos os seus projectos de alojamento local. O Novo Banco, por exemplo, que ainda se encontra "ligado à maquina", apostou fortemente no financiamento turistico. O que vai acontecer se acontecer uma avalanche de cessão de pagamentos por parte dos clientes ? O que vai acontecer aos mega projetos turisticos : hoteis de todas as dimensões, transporte aéreo, restauração, etc quando não houver clientes ?
Os mercados bolsistas, depois de viverem um periodo euforico mesmo durante esta crise sanitaria, começaram a quebrar. A emissão de moeda massiva por parte dos bancos centrais é a responsavel por essa euforia artificial. A cotação do ouro e da prata, contra todas as espectativas (habitualmente são valores refugio quando os mercados caem) , cai tambem a pique. Na realidade, no caso dos metais preciosos, é o valor do "ouro-papel" e não o do ouro-fisico que se precipita no abismo. Os especuladores de toda a ordem investiram em ouro-papel e agora vendem em massa pois eles, melhor do que ninguem, sabem que so o ouro ou a prata fisicos tem valor real.
Se pensarmos tambem um bocado na interrupção da cadeia de fornecimentos provocada pela paragem das fabricas, primeiro na China, e em seguida, forçosamente em muitos outros paises, podemos tambem advinhar os problemas que iremos ter no nosso dia-a-dia num futuro proximo.
Talvez esta epidemia não faça milhões de mortos mas vai perturbar fortemente as nossas vidas.
Se me permitem um conselho : a pouco e pouco, de cada vez que forem ao supermercado, comprem um ou dois quilos de arroz, massa, sabão, etc. a mais ; mesmo que não venham a precisar, não se estraga. Se tomam medicamentos, pensem em fazer uma reserva para dois ou três meses, tambem não se estragam . Tenham tambem uma reserva de dinheiro debaixo do colçhão : lembrem-se da Grécia, de Chipre e agora do Libano. Pelo menos evitarão de passar longas horas em filas diante das lojas, farmacias ou dos bancos.