José Sócrates entre os mais mal pagos da Europa

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ricardonunes

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José Sócrates entre os mais mal pagos da Europa
« em: Junho 09, 2006, 10:46:33 am »
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José Sócrates entre os mais mal pagos da Europa, diz estudo

O primeiro-ministro português, José Sócrates, ganha pouco mais de metade do seu homólogo grego, ficando apenas à frente dos primeiros-ministros da Eslováquia, Polónia e República, numa lista que contempla 13 países europeus.
A conclusão surge num estudo do Hay Group, «A European Pay Comparison for Senior Politicians and Civil Servants 2006» («Um Estudo Comparativo a Nível Europeu sobre Políticos e Funcionários Públicos de Topo 2006»), a que a edição desta sexta-feira do Semanário Económico alude, e que coloca José Sócrates como um dos primeiros-ministros mais mal pagos da Europa.

Segundo este mesmo estudo, Sócrates aufere, enquanto líder do Executivo, um vencimento anual de 99.400 euros, bem menos do que, por exemplo, o primeiro-ministro grego, Kostas Karamanlis, com 180 mil euros anuais, valor ainda assim longe dos montantes pagos a ao primeiro-ministro irlandês Bertie Ahern, com 250 mil euros anuais, ou à chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, ou ao primeiro-ministo de Inglaterra, Tony Blair.

A mesma discrepância é notada, de resto, no que aos ministros e cargos de topo da função pública (directores gerais de empresas públicas, por exemplo) diz respeito, com um ministro português a receber anualmente 86100 euros, enquanto um seu homólogo grego ultrapassa o limiar dos 150 mil euros. Em países como a Alemanha, a Bélgica ou o Reino Unidos, os valores ultrapassam mesmo os 200 mil euros anuais.

Finalmente, no caso dos denominados funcionários públicos de topo, o seu rendimento anual fica, em Portugal, ligeiramente acima dos 73 mil euros, ao passo que, em Inglaterra, ultrapassa os 240 mil euros. Ou seja, mais até do que recebe o primeiro-ministro português.

09-06-2006 9:36:08

Fonte: Diário Digital
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #1 em: Junho 09, 2006, 12:05:09 pm »
Isso.
Paguem mais à pobre criatura e vão logo ver que ele se transforma em português e em competente.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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emarques

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« Responder #2 em: Junho 09, 2006, 04:10:35 pm »
Coitadinho. 100.000€ ao ano, até deve passar fome.

Os valores já incluem as ajudas de custo, e afins?
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Marauder

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« Responder #3 em: Junho 09, 2006, 04:28:42 pm »
Não percebo..se é porque recebe muito, leva na cabeça, se é porque recebe pouco, leva na cabeça...

  Se comparativamente aos outros da Europa é aquele que chula menos o Estado, porqué estarem sempre a críticar?

 É uma dor de cotovelo...quem dera muita gente receber o que ele recebe é verdade...mas e daí a críticar salários, quando aparentemente os outros chulam muito mais...não é muito lógico.

  ...já agora...chato é os eurodeputados lá para 2009 começarem a receber 7000 euros mais ajudas de custo...isto é..provavelmente o mesmo valor ou mais que o PM.. e com isto já não concordo eu...que os deputados nacionais recebam x...e os eurodeputados muito mais que x....vai ser toda a gente a querer ir trabalhar para o Parlamento Europeu..

  http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... ?id=672756
 

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Get_It

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« Responder #4 em: Junho 09, 2006, 04:53:32 pm »
Citação de: "Marauder"
Não percebo..se é porque recebe muito, leva na cabeça, se é porque recebe pouco, leva na cabeça...

  Se comparativamente aos outros da Europa é aquele que chula menos o Estado, porqué estarem sempre a críticar?

 É uma dor de cotovelo...quem dera muita gente receber o que ele recebe é verdade...mas e daí a críticar salários, quando aparentemente os outros chulam muito mais...não é muito lógico.

  ...já agora...chato é os eurodeputados lá para 2009 começarem a receber 7000 euros mais ajudas de custo...isto é..provavelmente o mesmo valor ou mais que o PM.. e com isto já não concordo eu...que os deputados nacionais recebam x...e os eurodeputados muito mais que x....vai ser toda a gente a querer ir trabalhar para o Parlamento Europeu..

  http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... ?id=672756

Ele só chula menos que os outros porque não pode. Senão depois é que era...
Um dos maiores problemas do país são os políticos. Se nós queremos que isto vá para a frente a primeira coisa a fazer é diminuir os salários aos políticos. Isso, e começar a controlar o dinheiro que saí do governo, só com aquele dinheiro "doado" a fundações e para outras operações de corrupção já tinha dado para criar mais postos de emprego e para modernizar as forças armadas.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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pedro

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« Responder #5 em: Junho 09, 2006, 04:56:36 pm »
Tenho tanta pena para a minha opiniao ate ganha de mais. :lol:
Cumprimentos
 

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Marauder

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« Responder #6 em: Junho 09, 2006, 07:46:59 pm »
É verdade JoseMFernandes, a única coisa que crítico é a consequencia que terá...que será (e já o é..)..ir para eurodeputado europeu é a melhor coisa que pode acontecer aos "nossos politicos profissionais"....enquanto que os deputados com ordenado de 2ª classe ficam cá a receber..misérias comparadas aos 1ºs.....muito comparado aos tugas e à produtividade que têm..

Mas olhe que os nossos rapazes em Estrasburgo não estão mal da vida...vivem num hotel...recebem bem (salário de deputado ainda é bonzito..)..e ainda tem uns subsidios extra como demonstra a notícia..

Única coisa chata é que a cidade é muito cara...mas pronto..

 Relativamente ao Sócrates ser bem pago relativamente ao contribuinte nacional..eu penso que a Grécia não está num nível assim tão distante do nosso...e os deles recebem o dobro aparentemente.
 

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JoseMFernandes

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« Responder #7 em: Junho 10, 2006, 02:52:51 pm »
É responsabilidade dos políticos portugueses em geral e dos governantes em especial cuidar e administrar a 'res pública' com o máximo rigor e isenção.A sua remuneração e compensações pessoais e financeiras são importantes e justas, mas não devemos esquecer que prioritáriamente eles se devem propor como servidores da nação, por isso são voluntários para os cargos, sejam eles membros de Juntas de Freguesia, de Assembleias Municipais,  deputados ou governantes...certamente se propôem a tais funções porque pensam poder ser um valor positivo ( idealmente valor acrescentado) na política portuguesa, no bem-estar presente e futuro dos seus conterrâneos.Não deverão portanto ser discriminados no exercício dos cargos, mas tampouco julgo defensável que sejam excepcionalmente beneficiados, até por razões óbvias...
Sem ser tão sarcástico quanto Miguel Cadilhe hà tempos atrás, penso como ele que realmente os governos hoje tem um poder bem mais limitado, devido a globalização em geral e ao euro, e onde eles podem ser ainda mais efectivos na sua governação será  internamente (propondo e  controlando  o Orçamento e a administração pública em geral...) .O poder sobre a recuperação económica (mesmo 'virtuosa' como agora disse Sócrates a propósito do crescimento de 1% neste início de ano) escapa-lhes em grande parte...

Transcrevo um artigo de Vasco Pulido Valente, hoje(10/6/06) no Público e que parece elucidativo da (não)administração pública eficaz que temos.Repare-se que não defendo despedimentos na Administração Pública, desde que se aceite eventual mobilidade, até porque estarão primeiramente em causa outras despesas fixas mais custosas e inúteis,  mas algo deveria já ter sido feito para que situações deste tipo fossem alteradas drásticamente.E essa é, repito, uma responsabilidade directa do Governo e sobre a qual tem poder...assim queira.
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O resto que se lixe
Vasco Pulido Valente


Segunda-feira o Correio da Manhã trazia esta manchete dramática: "Jovens delinquentes custam 16 milhões." De que se tratava? Lá dentro vinha a história: o Instituto de Reinserção Social "reinseria" em 12 centros 271 criminosos, tecnicamente inimputáveis. Para espanto do jornalista e do Correio da Manhã, o instituto tinha 590 funcionários. No Centro de S. José em Viseu, por exemplo, estavam 28 funcionários para oito crianças, no de Peniche 35 funcionários para 11 crianças e por aí fora. Cada delinquente custa ao contribuinte à volta de cinco mil euros por mês (se lhe dessem metade, talvez não fosse delinquente). O Governo, na pessoa de um tal sr. Conde Rodrigues, reconhece (como não reconheceria?) que o rácio funcionários/crianças talvez seja "muito elevada". Mas já garantiu que não haverá despedimentos e prometeu estudar a situação.
Isto não é um caso extraordinário. É o retrato fiel de toda a administração portuguesa, que existe primariamente para coleccionar funcionários, mesmo, ou em especial, inúteis, para instalar os ditos funcionários, se possível com espaço e "dignidade", e para aumentar de ano em ano o orçamento e se expandir sem espécie de limite. Segundo o ethos que rege o nosso querido Estado, o Instituto de Reinserção Social merece um lugar à parte. Afinal de contas, conseguiu transformar 271 delinquentes (quase nada) num pequeno império.
Em 1984 ou 85, fresco da política, publiquei um artigo a explicar como a partir de uma ideia simpática e agressivamente aceitável (no caso, a defesa da arquitectura popular) se podia com facilidade criar um instituto ou uma direcção-geral, com uma boa centena de indivíduos, carros para as chefias, fatalmente, e até, com um bocadinho de sorte, um prédio. Muitos ministros de vários governos me escreveram a concordar, galhofando com gosto. E, nessa altura, a era de Guterres não começara ainda.
O truque básico não exige inteligência ou manha. Quem se atreve por aí a declarar que é contra a reinserção social, a defesa da arquitectura popular ou, já agora, "o plano nacional de leitura": coisas lindas, necessárias, patrióticas? Quem se atreve a exibir uma insensibilidade e um egoísmo desses? José Miguel Júdice, a propósito do "plano nacional de leitura", chorava aqui ontem, lembrando os livros que o fizeram e, se me permitem um comentário pessoal, o fizeram com muita perfeição e brilho. Mas pensou ele no dinheiro que se irá gastar e no duvidoso benefício da empresa? Com certeza que não. Falou a pura alma do homem culto, e chega. O resto que se lixe. Há um José Miguel em cada português. E também há mil "institutos de reinserção" e um país falido e falhado.