Pessoalmente, e conforme já disse anteriormente, acho que sempre que possível os meios devem ser adequados para as marinhas e não o contrários.
Um futuro Navpol, com capacidade para 600 militares pode parecer muito grande para as capacidades portuguesas, mas temos que ter em consideração a possibilidade de virem a ter lugar operações militares em que navios portugueses possam transportar não apenas tropas portuguesas mas também tropas de outro países.
Isso permitirá a Portugal aumentar a importância das suas contribuições em operações internacionais, quer da NATO quer da UE.
Logo, um navio de dimensões generosas, mas que teria capacidade para colocar no terreno e apoiar tropas, é extremamente limitado porque só poderia ser utilizado por um pequeno grupo de militares e não serviria de nada em caso de necessidade em operações internacionais.
A utilização de um navio por parte de uma marinha é algo de muito complicado.
Costumo dar o exemplo comercial.
A marinha é como um conglomerado de pequenas e médias empresas, em que cada navio é uma empresa.
Uma classe de navios do mesmo tipo, é como se fosse uma empresa maior com várias filiais (caso das fragatas Vasco da Gama).
Um novo navio, é uma nova empresa, com toda a logistica necessária, novos técnicos que precisam formação para operar novos equipamentos, novos investimentos na adaptação das instalações.
Este investimento tem que ser rentabilizado, e isto só se consegue se a empresa durar bastantes anos e a sua existência se justificar.
De nada adianta criar a empresa «Bougainville» durante alguns anos, junto com toda a sua estrutura de suporte e apoio, quando existem planos para criar a empresa NAVPOL, que terá um ciclo de vida muito maior, além de ser muito mais util.
Quanto aos navios com caldeiras a vapor, não vou nem falar
Quantos navios temos que utilizem caldeiras a vapor?
Quantos técnicos temos que estejam habilitados a operar e manter um navio destes?
Devemos gastar dinheiro em formação de pessoal para aprender a utilizar tecnologias de há 30 anos ?
Seria um puro desperdicio de recursos, para um país que não os tem para esbanjar.
O nosso caminho só pode ser um:
O de ter numeros relativamente reduzidos de armas e pessoal, mas com um elevado grau de preparação.
Cumprimentos