Invasão da Ucrânia

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3105 em: Junho 15, 2023, 05:50:47 pm »
Neste video vemos um pormenor interessante.  Os ucranianos estão a usar rockets individuais HIMARS para destruir peças de artilharia russa.

Até bem recentemente os HIMARS tinham sido usados essencialmente para interdição; destruição de abastecimentos, centros de comunicação e depósitos de munições nas zonas de retaguarda (50-80km).
Parece estar agora a ser expandido o uso para alvos tácticos muito mais próximos da FLOT (15-30km).  Ontem vi um video de dois BM-21 russos despachados da mesma forma.

Isto pode significar várias coisas.  Uma hipótese é de que os russos já não tem muitos alvos operacionais de valor para serem atingidos na retaguarda, daí os ucranianos passarem á "fase" seguinte e começarem a entrar no campo dos alvos tácticos.  Outra hipótese é a própria ofensiva ucraniana ter alterado o foco para atingir directamente a artilharia russa para condicionar a resposta á contra-ofensiva ucraniana.

 
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3106 em: Junho 15, 2023, 06:22:44 pm »
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dc

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3107 em: Junho 15, 2023, 11:03:08 pm »

Eu propunha o M167 e M163 VADS como alternativas a esses sistemas mais rudimentares, como alternativa móvel anti-drone, já que os Gepard não dão para tudo, e os suíços não querem fornecer munição de 35mm nem as GDF.

Neste video vemos um pormenor interessante.  Os ucranianos estão a usar rockets individuais HIMARS para destruir peças de artilharia russa.

Até bem recentemente os HIMARS tinham sido usados essencialmente para interdição; destruição de abastecimentos, centros de comunicação e depósitos de munições nas zonas de retaguarda (50-80km).
Parece estar agora a ser expandido o uso para alvos tácticos muito mais próximos da FLOT (15-30km).  Ontem vi um video de dois BM-21 russos despachados da mesma forma.

Isto pode significar várias coisas.  Uma hipótese é de que os russos já não tem muitos alvos operacionais de valor para serem atingidos na retaguarda, daí os ucranianos passarem á "fase" seguinte e começarem a entrar no campo dos alvos tácticos.  Outra hipótese é a própria ofensiva ucraniana ter alterado o foco para atingir directamente a artilharia russa para condicionar a resposta á contra-ofensiva ucraniana.


Podem estar simplesmente a fazer a função de contra-bateria, que sempre têm maior alcance que as Excalibur de 155mm. Com a inclusão de StormShadow e GLSDB, estas munições são capazes de ter ficado com a função de destruição de alvos de elevado valor a distâncias ainda maiores.

Certo é que a combinação drone/HIMARS, parece ser mortífera.
 

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CruzSilva

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3108 em: Junho 16, 2023, 08:56:27 am »
Neste video vemos um pormenor interessante.  Os ucranianos estão a usar rockets individuais HIMARS para destruir peças de artilharia russa.

Até bem recentemente os HIMARS tinham sido usados essencialmente para interdição; destruição de abastecimentos, centros de comunicação e depósitos de munições nas zonas de retaguarda (50-80km).
Parece estar agora a ser expandido o uso para alvos tácticos muito mais próximos da FLOT (15-30km).  Ontem vi um video de dois BM-21 russos despachados da mesma forma.

Isto pode significar várias coisas.  Uma hipótese é de que os russos já não tem muitos alvos operacionais de valor para serem atingidos na retaguarda, daí os ucranianos passarem á "fase" seguinte e começarem a entrar no campo dos alvos tácticos.  Outra hipótese é a própria ofensiva ucraniana ter alterado o foco para atingir directamente a artilharia russa para condicionar a resposta á contra-ofensiva ucraniana.


O uso intenso dos M270 MLRS e dos M142 HIMARS a nível tático já aconteceu aquando das ofensivas de Kharkhiv e Kherson.

Os alvos russos longe da linha da frente existem mas foram tomadas diversas medidas que dificultam a sua localização e/ou destruição.
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3109 em: Junho 16, 2023, 09:45:20 am »
Leo 2A4 ? ? ? ? atingido na torre
« Última modificação: Junho 16, 2023, 09:46:12 am por LuisPolis »
 

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papatango

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3110 em: Junho 16, 2023, 10:29:46 am »
Inicialmente os Leopard-2 caracterizavam-se por laterais da torre quase retas.
Os alemães estavam convencidos que as novas ligas de blindagem em "Sanduiche" eram suficientes para resistir às armas russas da altura.
Rapidamente no entanto começaram as dúvidas. A guerra entre o projetil e a blindagem não tem fim...

Rapidamente os alemães desenvolveram melhoramentos na blindagem frontal da torre, alterando o perfil dos Leopard. A partir do Leopard-2A5 a torre tem um pronunciada cunha na parte da frente, tornando um ataque frontal dificil de ter sucesso.

O Leopard-2A6  apareceu posteriormente, mas não incluiu muito mais blindagem. Muitos A6 são apenas A5 com a nova peça L/55.

No entanto, o aparecimento dos novos mísseis com capacidade para ataque vertical, rapidamente mostraram que o Leopard podia realmente ser atacado na parte superior da torre onde a blindagem é mínima.

O país com a maior frota de Leopard-2A6 modernizados e com blindagem adicional na torre é a Espanha, que chama aos seus Leopard-2A6, Leopard-2E.
Creio que os suecos, modernizaram os seus Leopard-2A5, mas não alteraram a peça principal, tendo em contrapartida investido fortemente na blindagem, pelo que os Leopard-2A5 suecos estão mais protegidos que os Leopard-2A6 alemães, embora a sua arma principal seja inferior.

Logo, a torre do Leopard-2A4  é inadequadamente blindada. É algo que temos falado aqui, quando se refere a eventual modernização dos Laopard-2A6 portugueses, que sofrem do mesmo problema.
« Última modificação: Junho 16, 2023, 10:36:12 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3111 em: Junho 16, 2023, 11:06:02 am »

“Organismos vis”: investigação de dez anos revela raízes extremistas e ligações neonazis das chefias da Rússia no Donbas


Uma ucraniana compara o símbolo usado pelas Forças Armadas russas ao símbolo nazi Thierry Monasse

São 80 páginas que demoraram quase dez anos a coligir. Dois jornalistas independentes, Pierre Vaux e Michael Weiss percorreram arquivos públicos de instituições russas, redes sociais de centenas de mercenários, “voluntários”, soldados do exército regular, ideólogos e oligarcas para descobrir as raízes extremistas dos grupos russos que operam na Ucrânia. De declarações abertamente nazis, aos guias sobre como torturar prisioneiros de guerra, esta é uma viagem chocante pelo submundo dos grupos paramilitares

Ana França

Jornalista da secção Internacional



O plano para fazer do Donbas parte da Federação Russa não foi pensado em 2014, nem em 2013, quando milhares de ucranianos se reuniram na Praça da Independência, em Kiev, nos últimos meses desse ano, para protestar contra o afastamento progressivo do seu Governo em relação à União Europeia.

O projeto original é bem mais antigo e teve início logo após a Revolução Laranja de 2004, um movimento de cidadãos, de alguma forma percursor das revoltas de 2013 e 2014, contra a eleição de Viktor Yanukovych, o Presidente pró-russo que havia vencido com um pequeno empurrão de Moscovo. As pessoas vieram para a rua pedir novas eleições - e conseguiram-nas. O resultado foi uma clara vitória para Viktor Yushchenko, mais próximo do Ocidente, com 52%, contra os 45% de Yanukovych.

Em 2005 o plano estava no terreno. Como explica o extenso relatório “Vile Bodies”, resultado de 10 anos de investigação da Fundação Free Russia, fundada nos Estados Unidos em 2014, começou com um movimento que deixava explícito no seu próprio nome o seu objetivo: “República de Donetsk”.

Foi um embrião que se formou nas mentes de alguns dos membros mais voluntariosos da Juventude Euroasiática (ESM), um grupo de extrema-direita liderado pelo pensador, filósofo, sociólogo russo Aleksandr Dugin, ele mesmo defensor de teorias supremacistas e participante assíduo, ao longo dos anos 80 e 90, em conferências, tertúlias, reuniões e outros fóruns de antissemitas na Rússia e por toda a Europa. O “eurasianismo” de Dugin é a ideia de que a Rússia está no centro do mundo - o que faz de Moscovo um inimigo potencial dos grandes poderes do Atlântico. É daí que vem a ideia de construir um império até Lisboa, de que o próprio Dugin, que arranha o português e gosta de MPB, já falou.

Entre os principais dinamizadores desta concepção excêntrica do mundo estavam, na altura em que esta história começa, Andrei Purgin e Oleg Frolov. As atividades com vista ao melhoramento das capacidades militares e doutrinárias dos membros da ESM começam em por volta de 2006.

Os arquivos de uma das televisões estatais russas, a Rossiya-3, mostram fotografias de Purgin e outros acólitos de Dugin da Juventude Euroasiática tiradas em várias cidades do Donbas ao longo dos anos 2000, tal como campos de treino militar deste e de outros grupos russos estabelecidos em território ucraniano quase cinco anos antes de o Ocidente se ter apercebido da presença de tropas russas, separatistas pró-russos, mercenários ou qualquer atividade bélica ligada a Moscovo. O movimento “República de Donetsk” haveria de se tornar o partido dominante em Donetsk - Purgin foi “vice-primeiro-ministro” e “porta-voz do soviete supremo” durante um ano.

O grupo começou por defender a independência da região através de manifestações e petições. Em certos momentos com mais potencial mediático, o grupo aproveitava para ser particularmente disruptivo, aconteceu com a visita do então embaixador norte-americano em Moscovo John Tefft ou com uma missa organizada em honra das vítimas da Grande Fome, ou Holodomor, um período, nos anos 30, em que a obrigatoriedade de entregar toda e qualquer produção agrícola a Moscovo matou à fome quase quatro milhões de ucranianos. Em 2012 já havia uma “embaixada” desta “república”, que funcionava na sede do movimento fascista de Dugin, em Moscovo.



Estamos a dois anos de qualquer conquista territorial e já há quase nove que essa invasão se planeia nas linhas laterais. Dugin não é essencial na história, a sua influência junto de Vladimir Putin já foi desmontada por muitas investigações, no entanto as suas prescrições dogmáticas encontraram o seu próprio caminho.

As “repúblicas” populares de Donetsk e Luhansk, as duas regiões do leste da Ucrânia que a Rússia está a tentar tomar na totalidade desde essa altura, não são reconhecidas pela comunidade internacional como territórios independentes, só que isso não interessa a quem se senta no Kremlin - pela lente da propaganda russa o estabelecimento destas entidades é a prova do sucesso desses movimentos que, segundo a investigação de Pierre Vaux e Michael Weiss, jornalistas independentes especializados na análise de fontes de consulta pública (OSINT), nunca agiram isolados do poder, mas sim dentro dele, com o conhecimento, conivência, até com a deferência do Kremlin.

OS TRÊS AMIGOS INSEPARÁVEIS

Além de Purgin, Dugin e Frolov, há mais nomes a fixar nesta história. Por exemplo os de Aleksandr Borodai, Igor Girkin e Olga Kulygina, três agentes russos que acabariam por liderar (com outros agitadores mais ou menos anónimos) a invasão da Ucrânia em 2014 e até chegaram a fazer parte do “Governo” da autoproclamada República Popular de Donetsk.

É na Guerra da Transnístria (1990-1992) que alguns dos nomes mais importantes da invasão do Donbas se forjam. E é também nesse conflito, que opôs separatistas defensores da independência da Transnístria, apoiados pela Rússia, às forças pró-Moldova, que se forma a escola de combate que haveríamos de ver em ação na Crimeia, no Donbas e agora, na invasão em larga escala da Ucrânia. Borodai tinha 19 anos quando se alistou. Ao seu lado lutaram todo o tipo de extremistas, incluindo ucranianos de extrema-direita, cerca de 400, uma vez que um terço da população da região separatista era ucraniana. “Tínhamos de os proteger”, foi a explicação dada por um dos voluntários ao jornal ucraniano pró-russo “Segodnya”, num artigo de 2012.

Citar
These were Aleksandr Borodai, the "prime minister" of the "People's Republic of Donetsk;" Igor Girkin, the FSB officer turned "defense minister" of the DNR, now convicted in absentia in the Netherlands for downing MH17; and Olga Kulygina, almost certainly a member of the GRU.


A fórmula adoptada no Donbas - e que vemos a espalhar-se como um eco em outros conflitos com dedo do Kremlin desde então - não é muito complicada: uma vez finda a URSS, ex-agentes dos serviços de informações da União Soviética passaram a ser enviados especiais para a desestabilização das ex-repúblicas soviéticas. Agitar rancores antigos, legado de uma pulverização desordenada de um Estado que controlava tudo e providenciava o pouco que havia para distribuir, tornou-se o papel principal destes ex-agentes, agora assalariados do Kremlin.

Em 1993, todos os atores-chave na criação da “República Popular de Donetsk” estavam alinhados com a oposição a Boris Yeltsin durante a crise constitucional, que opôs o então Presidente ao parlamento russo, onde nacionalistas e comunistas se uniam cada vez mais contra o seu programa de abertura económica. Um episódio haveria de desaparecer na história dessa crise mas é particularmente significativo para esta história que a investigação conta.

Dia 3 de outubro desse ano, um grupo de oposicionistas dirigiu-se aos estúdios de televisão no norte de Moscovo, em Ostankino. Entre eles estava o general Albert Makashov que, quando chegou ao local, gritou o conhecido slogan antissemita: “Mala! Aeroporto! Israel!”. Entre os que aplaudiam estavam muitos dos nomes que falamos até agora. De repente, uma explosão vinda ainda não se sabe de onde provocou o pânico entre a multidão reunida em frente aos estúdios e as forças especiais do Governo abriram fogo. Oficialmente, morreram 45 pessoas, os médicos denunciaram na altura um número superior: 62. No dia seguinte, Yeltsin manda os tanques para o Parlamento. Morrem 127 pessoas no fogo imenso que consome o edifício.

Em 1996, Kulygina apresenta Borodai a um outro nacionalista emperdernido: Igor Girkin. Os primeiros dois estiveram no cerco ao Parlamento e os três, como já referimos, tinham estado na Transnístria. Girkin é historiador, foi agente do FSB de 1996 a 2013 (assim o confirmam os seus próprios emails, colocados online por um grupo de piratas informáticos de seu nome Sholtay Boltay - ou “Humpty Dumpty”) e hoje é uma voz incontornável do nacionalismo pró-guerra. Avisou há dias, escreve a agência Reuters, que está a preparar-se para entrar na política activa com pessoas que, como ele, consideram a estratégia de guerra demasiado branda para conseguir garantir os interesses russos na Ucrânia.

Como qualquer nacionalista a sério, Girkin é um crente em teorias que ajudam a “provar” culpa alheia nos malogros russos.

Citar
Girkin is currently the head of the Angry Club of Patriots and acts as a permanent gadfly of the "special military operation," and railing daily on video against the incompetence of the Russian army and the stupidity of the war planners.
As for Kulygina, she's now a "paramedic from Moscow" serving with the Grom Battalion in Ukraine. The battalion was formed by members of Borodai's Union of Donbass Volunteers. Below from Gazeta Metro. Caption: "Although Olga looks menacing,
she only helps people in the war."


Excertos seus na revista Zavtra (“Amanhã”), uma publicação dirigida por Aleksandr Prokhanov, nacionalista e militarista radical, mostram que Girkin defende que existem “mestres de marionetas” a operar contra a Rússia por todo o mundo. Os textos mais conhecidos, e que são citados no relatório, remontam a 1999, porém podiam estar a ser lidos em qualquer página do 4chan ou de outro fórum dedicado à evangelização dos membros do QAnon.

Girkin é também antissemita. Em 2018 declarou que o Holocausto foi motivado por um desejo de vingança dos países do leste europeu por aquilo a que apelidou “uma campanha dominada por judeus para nos fazer acreditar num genocídio perpetrado pelos bolcheviques”. Na verdade, acrescenta ainda numa publicação na rede social russa VKontakte, morreram não mais de 800 mil judeus, “e não seis milhões, ou até dos dois ou três milhões”. A história dos judeus foi “ampliada” em “detrimento” das mortes russas na segunda guerra mundial. Borodai, Kulygina e Girkin são todos autores no “Amanhã”.

Em fevereiro de 2014, os três foram enviados para a Crimeia. Logo depois migraram para o Donbass - para as cidades de Sloviansk e Donetsk, em particular - coordenando as atividades insurgentes desde o início. Borodai tornou-se “primeiro-ministro” da “república” e nomeou Girkin seu “ministro da defesa”, responsável por uma série de atrocidades em Sloviansk e arredores.

Citar
Almost all of these fascist actors returned to Ukraine after the full-scale invasion in 2022.


Citar
Borodai and Girkin (who hasn’t rejoined the war effort) have fallen out and condemned each other. Kulygina and Borodai formed the Union of Donbas Volunteers, with Kulygina now presenting herself as a “medic.” The group regularly hosts the neo-Nazis of Rusich.


O trabalho de Girkin para o FSB (sucedâneo do KGB), como vimos pelos emails, já estava bem estabelecido. Os laços de Borodai com os serviços secretos russos acabaram por ficar claros depois da divulgação de escutas conseguidas pelos serviços secretos da Ucrânia (SBU), nos quais se ouve o próprio Borodai a descrever a sua proximidade com a “Kontora” (gíria russa para o FSB).

Kulygina apareceu em Sloviansk disfarçada de “especialista em teoria da administração pública”, mas foi rapidamente capturada pelos serviços de informações do exército ucraniano. Não terá cedido qualquer informação durante o interrogatório mas o GRU, o serviço de inteligência militar da Rússia, não descansou enquanto não a libertou. Ofereceram 17 militares ucranianos - e Kulygina foi libertada.

“O reinado de Borodai e Girkin em Donetsk foi tão curto quanto vergonhoso”, escrevem os jornalistas. Girkin viria ser condenado à revelia por um tribunal holandês como um dos culpados pela queda do voo da Malaysia Airlines, atingido por míssil antiaéreo BUK importado da Rússia, que matou todas as 298 pessoas a bordo. Borodai acabou substituído pelo antigo chefe do KGB da Transnístria, Vladimir Antyufeyev.

UMA REDE EXTENSA

A história da utilização de extremistas nos vários cenários de guerra que a Rússia fabricou na Ucrânia estava apenas a começar.

Pouco antes do início do cerco de Sloviansk, membros de um culto que na verdade era parte do KGB - o “Conceito de Segurança Pública” ou “Konceptsiya Obshchestvennoy Bezopasnosti” (KOB) - assumiu as transmissões no centro de TV da cidade.

A grelha de programação passou a estar integralmente ocupada por palestras do falecido major-general russo Konstantin Petrov, uma lengalenga interminável de teorias antissemitas misturadas com jargão político-administrativo criado de propósito para ser o mais críptico e entorpecente possível.

O chefe do KOB era Filipp Bobkov, que tinha dirigido o 5º Diretório da KGB. O movimento era - e é - uma mistura entre a “veneração de Estaline e noções de neopaganismo”, lê-se no relatório. Este não é o primeiro documento a falar das crenças “neopagãs” de algumas elites militares russas. Um ex-comandante do Grupo Wagner, Marat Gabidullin, escreve, num livro lançado recentemente ("Eu, Marat", nome da edição em português) e que detalha o seu tempo com o grupo de mercenários russo, que muitos dos seus companheiros professavam uma espécie de “paganismo pan-eslavo”, a “Rodnovaria”, (“fé original”).

Citar
Just before the siege of Sloviansk, members of a KGB-spawned cult called Concept of Public Security or “Konceptsiya Obshchestvennoy
Bezopasnosti” (KOB) took over city’s TV center.
The group broadcast lectures recorded in the 90s by the late Russian Maj. Gen. Konstantin Petrov, who was full of antisemitic conspiracy theories and mind-numbing management jargon.


https://expresso.pt/internacional/guerra-na-ucrania/2023-06-15-Organismos-vis-investigacao-de-dez-anos-revela-raizes-extremistas-e-ligacoes-neonazis-das-chefias-da-Russia-no-Donbas-0a27ac93?imp_reader_token=b86a94e0-0ef0-4f16-a903-658ceb78b416
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3112 em: Junho 16, 2023, 01:23:05 pm »
Aparentemente a ofensiva ucraniana está a "copiar" parte das táticas utilizadas pelos russos no conflito.
Primeiro com incursões diretas nas linhas russas em campo aberto que têm dado as imagens que temos visto de colunas inteiras destruidas.
Agora soldados ucranianos que se renderam a afirmarem que são enviados em ondas sucessivas contra as linhas russas em missões aparentemente suicidas, sem qualquer possibilidade de êxito, umas atrás das outras.
Um pouco como supostamente os russos fizeram a determinada altura.
A tal doutrina soviética ainda presente nas forças armadas ucranianas?
João Pereira
 

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dc

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3113 em: Junho 16, 2023, 01:51:06 pm »
Toda a Ucrânia é um campo aberto, e ainda por cima está quase tudo minado, o que não ajuda na utilização de veículos. A doutrina ocidental, e sobretudo americana, numa situação destas, prevê o uso intensivo de meios aéreos para apoiar as suas unidades, algo que é quase impossível neste conflito.

Isto não quer dizer que não se sinta uma certa doutrina soviética nas forças ucranianas, que certamente existe. Mas neste caso, não há muitas alternativas.

Entretanto, sabe-se que ainda se está na primeira fase da contraofensiva, que se pensa que irá durar meses.
 

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papatango

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3114 em: Junho 16, 2023, 02:33:10 pm »


A primeira coisa que temos que considerar, é que qualquer informação que venha do lado russo, tem que ser agarrada com pinças, porque ao contrário da informação nas democracias, os russos utilizam a informação como uma arma de guerra ofensiva.

Os russos mentem !
Não por serem maus, não por serem todos filhos da put@, mas porque faz parte da doutrina russa mentir, mentir muito, e mentir tanto quanto possível para criar confusão e dúvida do lado de lá.

Até ao momento, a única coisa que sabemos é que os russos passaram dias a atacar com mísseis, carros de combate que estavam fora de acção e que tinham caido em campos de minas. Ainda estou à espera de ver um Leopard-2 exposto em Moscovo, ou exposto em qualquer lugar.
Há apenas um video sobre alegados russos junto a um carro Leopard, e esse carro Leopard estava numa área que entretanto já coi controlada pelos ucranianos, tendo os carros sido enviados para a Polónia.


Os ucranianos não têm os mesmos meios que os países ocidentais - e aqui quero dizer, os americanos - poderiam utilizar.
Se o conflito tivesse áreas com acesso marítimo, os americanos normalmente fariam o que fizerem na II guerra mundial, com desembarques atrás das linhas alemãs, ou na Coreia, com o mesmo "modus-operandi".

Este conflito não tem um fim à vista e os ucranianos precisam desesperadamente de argumentação para poderem cantar vitória.

Os ucranianos têm forçosamente que desenvolver uma qualquer estratégia, e isto, caso tenham conseguido encontrar um meio para perfurar as defesas russas.
O Napoleão escreveu que, o lado que se protege atrás dos muros, é sempre o lado que perde.
Mas a Russia tem muito mais carne-para-canhão que a Ucrânia.
Putin pode dar-se ao luxo de ver centenas de milhares de jovens russos despedaçados a apodrecer ao sol da Ucrânia, desde que isso lhe permita continuar no ar condicionado do Kremlin.

Os ucranianos estão a ser mais conservadores que os russos, o que se explica pelo facto de apenas terem utilizado um quarto das forças que deverão empenhar.
Não as podem empenhar todas de uma vez, porque se conseguirem quebrar as linhas russas, seja onde for, eles precisam de forças  de reserva para preencherem a nova frente que será criada com a ofensiva.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3115 em: Junho 16, 2023, 02:40:12 pm »
Leo 2A4 ? ? ? ? atingido na torre


Nesta caso o impacto parece ser de uma granada de artilharia ligeira ou morteiro pesado, mas falta ver uma imagem completa.

É irrelevante a proteção lateral. Não há torre que aguente um impacto direto no teto.

A viatura não fica totalmente INOP, mas a torre e todos os sistemas de pontaria sim.
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3116 em: Junho 16, 2023, 03:25:16 pm »
Citação de: HSMW
Nesta caso o impacto parece ser de uma granada de artilharia ligeira ou morteiro pesado, mas falta ver uma imagem completa.
É irrelevante a proteção lateral. Não há torre que aguente um impacto direto no teto.
A viatura não fica totalmente INOP, mas a torre e todos os sistemas de pontaria sim.


Concordo que os danos seriam consistentes com um morteiro (e não precisava ser pesado). No entanto, seria um tiro de muita sorte, considerando a dificuldade que os russos têm em acertar em alguma coisa com a artilharia.

Outra possibilidade é que tenha sido dano provocado por uma munição kamikaze do tipo "Lancet".
Existem várias versões deste tipo de munição e existe grande quantidade de munição deste tipo com ogiva de fragmentação, destinada a uso anti-pessoal.
É perfeitamente possível que tenha sido um alvo de oportunidade. Sabendo que o Leopard não pode ser destruido, mas que pelo menos pode ser desabilitado.
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3117 em: Junho 16, 2023, 09:34:16 pm »
Primeiro...
https://pt.euronews.com/video/2023/06/16/kiev-atacada-durante-a-visita-da-missao-de-paz-africana

Entretanto...

https://linksharing.samsungcloud.com/cX9KuxLumd6K

Vai daí...
https://noticias.r7.com/prisma/luiz-fara-monteiro/proibicao-de-desembarque-de-comitiva-sul-africana-gera-crise-diplomatica-com-a-polonia-16062023

Para dizer que essa história das "fontes" credíveis,  sérias,  idóneas,  tendenciosas... tem muito que se diga.

Na realidade aquele russo " moreno" não estaria em Kiev, ou até poderia não ter ouvido nada, mas o certo é que para a Euronews não restaram dúvidas.
João Pereira
 
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3118 em: Junho 16, 2023, 10:14:29 pm »
Primeiro...
https://pt.euronews.com/video/2023/06/16/kiev-atacada-durante-a-visita-da-missao-de-paz-africana

Entretanto...

https://linksharing.samsungcloud.com/cX9KuxLumd6K

Vai daí...
https://noticias.r7.com/prisma/luiz-fara-monteiro/proibicao-de-desembarque-de-comitiva-sul-africana-gera-crise-diplomatica-com-a-polonia-16062023

Para dizer que essa história das "fontes" credíveis,  sérias,  idóneas,  tendenciosas... tem muito que se diga.

Na realidade aquele russo " moreno" não estaria em Kiev, ou até poderia não ter ouvido nada, mas o certo é que para a Euronews não restaram dúvidas.
Isso é daquelas coisas que não dá para perceber ... A reuters chegou a dizer que a comitiva Sul Africana foi a correr para um bunker.

Citar
South African presidential spokesman Vincent Magwenya has accused Reuters of peddling lies, after the news agency claimed that a Russian missile strike sent his delegation running for a bunker in Kiev.
 

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Lampuka

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3119 em: Junho 16, 2023, 11:23:36 pm »
Atenção,  não estou a negar os bombardeamentos a Kiev nem que até poderão ter existido nesse momento em particular.
Apenas que não deixa de ser curioso que os jornalistas "de fora" tiveram a sua vida complicada e que a comunicação social "amiga" noticiou os supostos bombardeamentos acompanhados do comunicado de um governante ucraniano frisando que seriam a prova de que a Rússia não queria a paz.
No entanto,  aparece este senhor a afirmar isto.
Há muita porcaria nisto tudo e devemos ter cuidado naquilo que nos serve para formar a nossa opinião.
João Pereira