Neste inicio de Abril, continua a verdadeira guerra de informação e e desinformação em que um dos lados tenta enganar o outro.
Os ucranianos estão numa posição complicada, em que possuindo menos militares, estão forçados a avançar para tentar obter uma qualquer vitória.
Os russos, precisam de vitórias para Putin poder mostrar que, afinal, o exército russo não é a bosta que toda a gente vê, mas sim o exército glorioso das paradas militares na praça vermelha.
A Russia tem que ser grandiosa, gloriosa, vencedora e se necessário brutal, pois só assim o seu poder e a sua glória se propagarão pelos tempos.
Do outro lado, os ucranianos têm que obter vitórias por uma razão muito diferente. A opinião pública americana precisa de vitórias e gosta de vencedores. Muita gente vê a guerra como uma aposta e quando não se vê a possibilidade de vencer, então é porque se está a apostar no cavalo errado.
Se a Ucrânia não conseguir vitórias que possam ser apresentadas como tal, fica extremamente dificil para a adminsitração americana vender a ideia de enviar armas para a Ucrânia, ainda que os anuncios de material e os valores do material sejam muito inflacionados.
Os americanos não estão a gastar nem metade do dinheiro que é anunciado. Grande parte do material seria retirado de serviço dentro de pouco tempo (quando não estava já fora de serviço).
Mas considera-se o valor do veículo quase como novo...
Quando muito a guerra na Ucrânia ajuda a América a renovar os stocks (ainda que seja uma renovação radical)
A maior dor de cabeça dos ucranianos, é esconder colunas de carros de combate pesados, forças de infantaria mecanizada, artilharia e camiões de suporte logístico.
A aposta mais provavel (mas ainda assim sempre uma aposta) continua a ser na tentativa de atingir o mar de Azov, deixando outra vez a Crimeia dependente dos ferries que atravessam o estreito de Kerch e das duas pontes (a ferroviária e a rodoviária) que podem eventualmente ser atingidas outra vez.
Para os russos, uma coisa é manter a situação na Crimeia estável numa situação de paz, outra muito diferente é mante-la numa situação de guerra.
No entanto, a Russia tem em Sebastopol, um dos simbolos da sua capacidade de resistência ao inimigo.
Infelizmente para a Russos, Sebastopol é também uma lembrança amarga, de derrotas.
A atenção na Crimeia aumentou após as explosões que ocorreram na cidade de Melitopol, na costa do mar de Azov.
Os russos estão a construir muitas defesas costeiras, com trincheiras junto a praias da Crimeia, ainda que a Ucrânia não tenha meios para desembarcar tropas (para além de uma Lancha de desembarque pesada do tipo "Polnosny" que desloca 1200t ) que não tem nada para o proteger.
Já os russos possuem no Mar Negro, pelo menos cinco navios de desembarque do tipo Ropucha, mais dois que se encontram danificados. Em caso de a Crimeia ficar isolada, os russos podem tentar ações desesperadas contra áreas consteiras que possam ter voltado para as mãos ucranianas. As Ropucha podem ainda ser utilizadas para reabastecer as tropas e enviar viaturas para a Crimeia, caso a ponte de Kerch volte a ser atingida.
No entanto, se os ucranianos possuem mísseis Harpoon, lançados a partir da costa, caso atinjam o mar de Azov, a marinha russa pode não ter outra hipotese que, cumprindo com a sua tradição, fazer qualquer coisa suicida.