Viu seguramente outro filme. O filme que você viu é o que passa na comunicação social censurada da Rússia onde os jornalistas são ameaçados de morte quando não dizem o que o soviete manda.
Bem, o filme que eu vi passou nos cinemas da comunicação social ocidental. A história não se ter passado mais ou menos como ai foi contada, implica que a Geórgia foi atacada antes de atacar e por motivos que me escapam, se ter abstido de denunciar a agressão, optando ao invés pela sua própria ofensiva. De resto, se o filme que todos vimos não está correcto, creio que seria necessário que fossem citadas fontes que apontassem noutros sentidos, porque até agora, tudo tem contornos de uma teoria da conspiração, e essas, cada um cria a seu gosto. Eu até posso sugerir que o nosso amigo Papatango é um agente georgiano, integrado numa equipa devidamente espalhada pelo Mundo há 20 anos, com ordens de se integrar e iniciar a manipulação da opinião pública com todos os meios ao alcance. Absurdo? Tão absurdo como a outra teoria da conspiração.
Obviamente que «estavamos todos a falar alemão» implica que seriamos obrigados a dançar como os alemães mandassem e conforme os nazis exigissem que dançasse-mos.
E Hitler era mesmo um louco varrido, queria de facto conquistar o mundo e dar a Alemanha a posição de potência dominante.
Mas pior que isso, não era a Alemanha a potência dominante, era a Raça Ariana a raça dominante.
Haveria lugares nos autocarros para arianos e não arianos etc...
Leia o Mein Kampf com um pouco de espirito crítico e concluirá o que esse animal queria.
Se a Alemanha tivesse ganho a guerra, seria bem mais provável que regimes pró-alemão tivessem sido instalados nos seus países satélites, um pouco à medida do que sucedeu com a URSS e os membros do Pacto de Varsóvia. E, tal como sucedeu com a vitória a meias da URSS, a restante Europa viveria num clima de tensão, numa outra Guerra Fria, que, muito provavelmente, teria acabado tal como a outra, que vivemos de facto.
Terei que sublinhar que Adolf Hitler não teria sido imortal, e que, independentemente do seu estado de saúde mental que provavelmente o teria afastado do Poder muito rapidamente, a tendência seria a substituição gradual por linhas mais liberais, como tem sucedido nas ditaduras por esse mundo fora (excepção feita à Coreia do Norte).
E desta feita é a minha vez de dizer "leia o Mein Kampf com um pouco de olhos de ler" e certamente concluirá que o papel da Alemanha no Mundo, como visto por Hitler, assentaria num domínio continental da Europa Central e de Leste, equilibrado numa posição de estabilidade assumidamente consentida com um poder ultramarino inglês. Ou seja, nada de novo em relação à situação dos tempos napoleónicos.
A Itália seria uma espécie de Reino Unido em relação aos EUA, um aliado mandado e envolvido nas aventuras pontuais da grande potência.
Bom, mas isto é uma brincadeira conhecida como "what if". O que é certo é que os mitos de controle tresloucado do mundo são frutos da máquina de propagada dos vencedores, muito bem construidos, de tal forma que foram assimilados por muitos, como acabámos de ver.
Era só os povos livres do Mundo conseguiram infiltrar os EUA até os corroer por dentro, derrubando o monstro, que daqui por 60 anos se falava de um império diabólico que procurou dominar o mundo (e, veja-se lá, esteve tão mais perto disso do que a Alemanha nazi que já tinham bases e feudos nos cinco cantos do globo), procurando impôr os seus valores, num mundo onde os lugares sentados seriam reservados... surpresa das surpresas... para os arianos cristãos conservadores.
Só um apontamento... querer para a Alemanha um lugar de potência dominante não me parece nada de bizarro nem de louco. De potência dominante, como os EUA são agora e em lugar que anteriormente partilhavam com a URSS, até planos de invadir o mundo, vai um abismo.