Relações Portugal-Angola

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #45 em: Fevereiro 16, 2012, 10:37:30 pm »
Em Angola "há que ter cuidado com a repatriação dos lucros" diz Mira Amaral


O presidente do Banco BIC Português, Mira Amaral, aconselhou hoje os investidores portugueses em Angola a acautelarem previamente com os seus bancos o repatriamento do lucro obtido, alertando que essa questão não está "suficientemente regulamentada".

"Há que ter cuidado com a repatriação dos lucros, porque se o investimento não estiver legalizado pode acontecer - e já tenho sido confrontado por muitos clientes com esta situação - que ganham dinheiro em Angola, têm lá os cuanzas, mas depois não podem transferir para Portugal o lucro que legitimamente ganharam", afirmou Mira Amaral.

Falando no Porto durante um encontro sobre a nova lei do investimento privado em Angola, organizado pela F. Castelo Branco & Associados (FCB&A), no âmbito da iniciativa "Angola: exportar e investir", Mira Amaral considerou que, a esse nível, "a lei não está suficientemente regulamentada para se saber como é que se faz".

"O conselho prático que dou é que, como no último minuto isto depende do BNA [Banco Nacional de Angola], se aconselhem com os bancos comerciais com quem trabalhem em Angola para que estes vejam junto do BNA como têm que fazer para depois garantir as transferências para Portugal", sustentou.

 Segundo explicou, a nova lei do investimento privado em Angola prevê isenções fiscais e aduaneiras a investimentos superiores a um milhão de dólares, a atribuir pelo Ministério das Finanças angolano.

O investimento abaixo deste valor é considerado no âmbito do quadro geral do investimento em Angola, que obedece a legislação específica, como a lei de apoio às micro, pequenas e médias empresas angolanas.

Dinheiro Vivo
 

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #46 em: Março 19, 2012, 07:15:04 pm »
Portugal vai intensificar cooperação no ordenamento de Angola, diz Assunção Cristas


O setor do ordenamento do território vai ser alvo de atenção particular no domínio da cooperação luso-angolana, destacaram hoje em Luanda os ministros de Angola e de Portugal nesta área.O anúncio foi feito no final do encontro de trabalho entre a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território de Portugal, Assunção Cristas, que iniciou hoje uma visita oficial de cinco dias a Angola, e o ministro angolano do Urbanismo e Construção, Fernando Fonseca.
 
"Temos um protocolo que foi celebrado em 2010, e que ainda não tinha resultados. Mas neste momento estamos empenhados em operacionalizar esse protocolo, precisamente para desenvolver a cooperação com Angola nas áreas do ordenamento do território, urbanismo, habitação e também nas obras públicas", acentuou Assunção Cristas.
 
Para a execução do protocolo, a governante portuguesa destacou terem agora sido definidos os pontos focais dos dois países e que vão identificar as áreas concretas em que é necessária essa colaboração.
 
Quanto às modalidades em que Portugal poderá ajudar Angola no setor do ordenamento do território, Fernando Fonseca destacou o programa "Angola 2025", elaborado pelo Governo angolano, que compreende a criação de novas cidades, a requalificação de zonas históricas, o desenvolvimento de áreas agrícolas e aproveitamento de infraestruturas. "Temos matéria suficiente de colaboração e troca de experiencias e certamente que Portugal tem muito para contribuir no programa", defendeu o governante angolano. Fernando Fonseca destacou, designadamente, a experiência portuguesa bem sucedida de enquadramento do seu crescimento com as normas europeias.
 
Angola pretende beneficiar da experiência portuguesa e, em conjunto, "materializar programas concretos de desenvolvimento da região" austral do continente africano. "Não entendamos apenas o desenvolvimento das cidades, mas sim um crescimento equilibrado de todo o território nacional, para a inclusão de Angola numa grande plataforma de recursos naturais que a região austral detém e o desenvolvimento que a plataforma austral pode ter a nível mundial", concluiu.
 
Durante os cinco dias da sua estada em Angola, Assunção Cristas desloca-se terça-feira à província de Huíla, sudoeste do país, onde visitará uma exploração agrícola, e participa, quarta-feira, na conferência ministerial do Ambiente a nível da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), presidida atualmente por Angola. Assunção Cristas proferirá ainda quinta-feira uma palestra no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, subordinada ao tema "Novos Desafios no Sector das Águas", e participa na sessão de abertura do seminário sobre Águas e Segurança Alimentar, organizado pelo Ministério de Energia e Águas.

Lusa
 

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #47 em: Maio 10, 2012, 09:04:01 pm »
Investimento em Portugal já não é prioritário


O investimento direto angolano em Portugal deixou de ser prioritário, disse hoje em Luanda o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente.
"O Estado hoje tem outras prioridades. Estamos a olhar mais para os problemas internos que para os problemas externos", acentuou Manuel Vicente, que falava numa conferência de imprensa para apresentação do balanço das atividades do executivo de Luanda no primeiro trimestre de 2012.

A resposta de Manuel Vicente foi feita à pergunta se Angola iria participar no programa de privatizações previsto em Portugal nos setores da comunicação e transportes, ou se a iniciativa ficaria do lado de empresários privados, como sucedeu nos últimos dias com a empresária Isabel dos Santos, ao comprar significativas posições na banca e telecomunicações em Portugal.

"Os empresários privados são livres. Onde eles encontrarem oportunidades e virem que há, de facto, a criatividade e escala para investir, só nos resta, como governo apoiarmos essas iniciativas", acrescentou.

Todavia, Manuel Vicente justificou o porquê da escolha de Portugal para os primeiros investimentos diretos do Estado angolano.

"Recordo-me quando dos tempos de presidente da (petrolífera angolana) Sonangol, nós não fomos investir no (BCP) Millennium para ir buscar dividendos no fim do ano. O grande objetivo era encontrar uma plataforma financeira que pudesse suportar o grande crescimento da Sonangol e da economia angolana no mundo inteiro", salientou.

Manuel Vicente adiantou que agora, face à globalização da economia, importa não investir num único mercado.

"O mundo hoje é uma aldeia global e, como se costuma dizer na gíria, não podemos colocar os ovos todos no mesmo cesto. As economias melhoram ou pioram em função dos locais, e temos que ter investimentos em várias paragens e, no fim, termos uma média que seja positiva e que possa garantir a sustentabilidade", vincou.

Os investimentos em Portugal representaram para Angola a necessidade de ter uma "plataforma para acesso a dinheiro mais barato".

"A ideia era termos uma plataforma na Europa para termos acesso a dinheiro mais barato e de forma mais eficiente. Por isso é que sempre dissemos que o nosso investimento não era de curto prazo. Era um investimento de muito longo prazo", explicou.

Outra questão a ter em conta por Angola são os ciclos financeiros, porque, como sublinhou Manuel Vicente, "há anos bons e anos maus e temos que estar preparados para esta alternância de ciclo, mas diria que o objetivo é investir em Portugal, mas numa perspetiva de alavancar o investimento de Angola".

"Não podia ser de forma diferente", concluiu.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #48 em: Novembro 12, 2012, 04:18:01 pm »
Inquérito-crime prejudica relações com Portugal


A abertura de um inquérito-crime contra dirigentes angolanos "prejudica as relações com Portugal", escreve hoje em editorial o estatal Jornal de Angola.

Em causa está a abertura de uma investigação do Ministério Público português a três altos dirigentes do regime angolano - Manuel Vicente, vice-Presidente de Angola e ex-administrador da petrolífera Sonangol; o general Hélder Vieira Dias, mais conhecido como "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos; e Leopoldino Nascimento, consultor do general "Kopelipa" - por suspeitas de crimes económicos, mais concretamente indícios de fraude e branqueamento de capitais.
 
A notícia da abertura do inquérito-crime foi avançada pelo semanário Expresso. Para o Jornal de Angola "as elites políticas portuguesas odeiam Angola e são a inveja em figura de gente" e o editorial considera que as referidas elites "vivem rodeadas de matilhas que atacam cegamente os políticos angolanos democraticamente eleitos, com maiorias qualificadas".
 
"Esse banditismo político tem banca em jornais que são referência apenas por fazerem manchetes de notícias falsas ou simplesmente inventadas. E Mário Soares, Pinto Balsemão, Belmiro de Azevedo e outros amplificam o palavreado criminoso de um qualquer Rafael Marques, herdeiro do estilo de Savimbi", lê-se ainda no editorial.
 
Rafael Marques é um activista angolano cujas declarações em foram o pretexto para a abertura do inquérito-crime referenciado pelo Jornal de Angola e testemunha no processo, confirmou o próprio no dia 11 de Janeiro à Lusa quando o caso se encontrava ainda na fase de averiguação preventiva.
 
O Jornal de Angola refere-se à procuradora-geral da República de Portugal, Joana Marques Vidal, como fonte da notícia, que classifica como "manchete insultuosa e difamatória", concluindo que "militares angolanos com o estatuto de heróis nacionais e ministros democraticamente eleitos foram igualmente vítimas da inveja e do ódio do banditismo político que impera em Portugal".
 
"A PGR portuguesa é amplamente citada como a fonte da notícia. A campanha contra Angola partiu do poder ao mais alto nível. Mas como a PGR até agora ficou calada, consente o crime. As relações entre Angola e Portugal são prejudicadas quando se age com tamanha deslealdade", frisa o Jornal de Angola.
 
Sob o título "Jogos Perigosos", o editorial do único diário de Angola traça ainda um paralelismo entre o que considera ser a inveja de Angola por parte das elites portuguesas e a ingratidão de Portugal para com quem ajuda o país.
 
"Os invejosos e ingratos para com quem os quer ajudar estão gastos de tanto odiar. Que o diga a chanceler Angela Merkel, que ajudou a salvar Portugal da bancarrota, mas é todos os dias insultada.
 
Recusam aceitar que foram derrotados depois de alimentarem décadas de rebelião em Angola, de braço dado com as forças do "apartheid" de uma África do Sul zelosa guardiã da humilhação de África", destaca o Jornal de Angola.
 
O editorial adianta mais à frente que "a cooperação (luso-angolana) é torpedeada quando um ramo mafioso da maçonaria em Portugal, que amamentou Savimbi e acalenta o lixo político que existe entre nós, hoje determina publicamente o sentido das nossas relações, destilando ódio e inveja contra os angolanos de bem".
 
"Da boca para fora, são sempre amigos de Angola e dos angolanos, da Alemanha e dos alemães. Enchem os bornais de dinheiro, à custa de Angola, comem à custa da Alemanha", acentua.

Lusa
 

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Cabecinhas

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #49 em: Novembro 12, 2012, 04:26:29 pm »
Isto vai ser giro... dúvido é que tenha algum final "feliz".
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Alvalade

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #50 em: Novembro 12, 2012, 08:54:45 pm »
Uma noticia claramente não encomendada, Viva a Democracia  :roll: .
 

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #51 em: Novembro 15, 2012, 09:30:47 pm »
«Portugal fará tudo para melhorar ainda mais as relações com Angola» diz Paulo Portas


O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, na sequência do inquérito-crime do Ministério Público português a altos dirigentes angolanos, disse hoje à Lusa que Portugal fará tudo para melhorar ainda mais as relações com Angola.
 
Sem se referir diretamente à investigação do Ministério Público, que motivou na segunda-feira um editorial do estatal 'Jornal de Angola' alertando para as consequências do processo nas relações com Portugal, Paulo Portas disse à Lusa que o «Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique».
 
Para Paulo Portas, o relacionamento entre os dois países atingiu «níveis de excelência» que o Governo Português, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros, «está empenhado» em preservar e desenvolver.
 
"Entre os exemplos deste relacionamento estão o facto de cerca de 120 mil portugueses trabalharem hoje em dia em Angola e cerca de oito mil empresas portuguesas exportarem para Angola, que se tornou no mercado não europeu para a nossa economia", disse ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros.
 
"Ao mesmo tempo", acrescentou Paulo Portas, "inúmeros interesses e investimentos angolanos fizeram o seu caminho e ganharam um espaço muito relevante em Portugal. Como é evidente, tudo isto é tão importante para os dois países que o Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique".
 
Para o ministro, as relações entre Angola e Portugal são, e vão continuar a ser, uma "prioridade da máxima importância da política externa portuguesa" e sublinhou que o "Governo constituído depois das recentes eleições" é, para Portugal, "uma garantia de amizade entre os dois estados e de cooperação entre os dois povos".
 
O semanário 'Expresso' noticiou em manchete no sábado que o Ministério Público português está a investigar três altos dirigentes do regime angolano - Manuel Vicente, vice-Presidente de Angola e ex-administrador da petrolífera Sonangol; o general Hélder Vieira Dias, mais conhecido como "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos; e Leopoldino Nascimento, consultor do general "Kopelipa" -- por suspeitas de crimes económicos, mais concretamente indícios de fraude e branqueamento de capitais.
 
Segundo o "Expresso", o inquérito-crime está na fase inicial e ainda nenhum dos três dirigentes angolanos foi ouvido nem constituído arguido.
 
Só Manuel Vicente prestou declarações ao Expresso: "Não fui notificado por ninguém e por isso desconheço o que se passa. De qualquer modo, todos os meus investimentos em Portugal estão perfeitamente documentados junto da autoridades competentes."
 
Em janeiro - e, depois, novamente em julho -, o ativista angolano Rafael Marques depôs como testemunha na queixa apresentada por um cidadão angolano residente em Portugal, tendo sido chamado pelo que tem investigado sobre "a corrupção em Angola".
 
Segundo disse Rafael Marques à Lusa na altura, a queixa versava "uma longa lista", de duas dezenas de cidadãos angolanos com "investimentos e propriedades em Portugal", acusando-os de "branqueamento de capitais".
 
Na segunda-feira, o 'Jornal de Angola' escreveu em editorial que o inquérito-crime do Ministério Público português "prejudica as relações entre Portugal e Angola".
 
Para o diário angolano, "as elites políticas portuguesas odeiam Angola e são a inveja em figura de gente" e o editorial considera que as referidas elites "vivem rodeadas de matilhas que atacam cegamente os políticos angolanos democraticamente eleitos, com maiorias qualificadas".

Lusa
 

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #52 em: Fevereiro 05, 2013, 06:11:20 pm »
Primeira cimeira Portugal/Angola ainda em 2013


Portugal e Angola vão realizar no segundo semestre deste ano a primeira cimeira bilateral, que terá lugar em território angolano, anunciaram hoje em Luanda os chefes da diplomacia dos dois países.

O anúncio foi feito à saída de um encontro de Paulo Portas com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, em que participou também o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti.
 
O ministro dos Negócios Estrangeiros português iniciou hoje uma visita de 48 horas a Angola destinada a reforçar as relações de cooperação.
 
"Há um campo muito vasto, muito largo para nós não só reforçarmos o que já está feito, como abrirmos novos caminhos em termos de cooperação, e por isso teremos em 2013 a primeira cimeira bilateral entre Angola e Portugal", anunciou Paulo Portas.
 
Georges Chicoti referiu que a primeira cimeira Angola-Portugal se realizará no segundo semestre deste ano.
 
Paulo Portas disse que os dois ministérios dos Negócios Estrangeiros vão "trabalhar numa comissão mista com sentido pragmático, concreto, área a área, dossier a dossier, para que possa oferecer ao Presidente de Angola e ao primeiro-ministro de Portugal nessa cimeira conteúdos práticos, avanços concretos na cooperação entre os dois países".

Lusa
 

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #53 em: Fevereiro 12, 2013, 02:44:00 pm »
Portugal devia investir mais na agricultura e pescas em Angola


Portugal devia investir mais nos sectores da agricultura e pescas em Angola, complementando os investimentos na construção civil, imobiliário e hotelaria, disse à Lusa a presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP). Em entrevista à Lusa, Maria Luísa Abrantes destacou a agricultura e as pescas, por serem estes os sectores em que tradicionalmente os portugueses trabalharam em Angola, a que acresce as necessidades do país nesta área.

"Os portugueses são mais fortes na construção civil e também estão a entrar um pouco para o sector imobiliário e para a hotelaria. Nós gostaríamos de ver, se calhar, Portugal mais envolvido com a agroindústria, com a agricultura, com as pescas, tendo ainda em conta que temos muito interesse e necessitamos de reforçar a nossa pequena e média industria", disse.

Dos projectos de investimento estrangeiro privado entrados na ANIP, totalizando cerca de 1,5 mil milhões de euros, Portugal figura actualmente como quarto maior investidor estrangeiro em Angola, atrás da China. Entre 2008 e 2012 o maior número de projectos, 739, veio de Portugal.

A diversificação do investimento estrangeiro vai ao encontro do desejado, mas Angola está deveras interessada é em novos projectos ligados ao agronegócio.

"Angola tem tudo para fazer. E tem estabilidade económica e estabilidade política. Não é apenas um mercado para cerca de 18 milhões de habitantes", acentua, referindo-se às oportunidades que representam os mercados vizinhos da República Democrática do Congo e Zâmbia, com mais 80 milhões de consumidores.

De momento não está previsto para Portugal nenhum "roadshow" para captação de investimento, mantendo-se o calendário de eventos e apresentações, organizados em colaboração com as embaixadas de Angola na Europa de Leste.

"Temos também convites para (conferências) nos Emiratos Árabes e solicitações de universidades", acrescentou.

Maria Luísa Abrantes considera, por outro lado, que "não passam de desculpas" as alegações de empresários portugueses quanto às dificuldades por que passam para obterem vistos de trabalho para Angola

"Acho que é uma desculpa, porquanto, normalmente, em qualquer país do mundo para se ter um visto de trabalho não se tem no mesmo dia. Angola até dá um visto privilegiado, dá o privilégio, aos administradores de poderem continuar a laborar com vistos sem serem vistos de trabalho. Só que o visto privilegiado tem um prazo e uma prorrogação única e a partir daí tem que ser um visto de trabalho", considerou.

Além disso, concluiu, as empresas insistem em trazer os seus trabalhadores com vistos de turismo e só depois tratam de os legalizar, a que acrescem as dificuldades na transferência dos dividendos.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #54 em: Fevereiro 27, 2013, 01:03:09 pm »
Jornal de Angola defende fim dos investimentos angolanos em Portugal


O editorial da edição de hoje do diário estatal Jornal de Angola defende o fim dos investimentos angolanos em Portugal, considerando que ao contrário de outros, o investidor angolano não é bem-vindo. Sob o título "Alvos selectivos", o editorial do único diário que se publica em Angola defende ainda que Portugal "não é de confiança".

"Todos os investidores estrangeiros são bons para Portugal, menos os angolanos. Não há qualquer desconfiança dos que compram aeroportos, portos, companhias de aviação, de electricidade, posições maioritárias em bancos", alega o editorial.

"Mas se algum angolano anunciar que vai investir num determinado sector, uma matilha ruidosa de comentadores avençados lança logo calúnias sobre o comprador e envenena os possíveis negócios com intrigas e desconfianças inaceitáveis", acrescenta.

Partindo do princípio de que as "elites portuguesas corruptas decididamente não querem nada com os investidores angolanos", o Jornal de Angola defende a retaliação.

"Vai sendo tempo de responderemos na mesma moeda. E quem já investiu, que leia os jornais, oiça as rádios e televisões (...) Um país que valoriza lixo humano como se fosse oiro de lei não tem condições para receber um euro sequer de investimento. Quem promove bandidos a heróis não é de confiança", acentua.

O "lixo humano" a que se refere o Jornal de Angola são o que o diário angolano cita como "heróis dos portugueses" que seguem "os caminhos da insídia e da traição em Angola".

"Qualquer pobre diabo que soletre umas palavras contra o Executivo de Angola ganha em Lisboa o estatuto de activista dos direitos humanos e tem todo o espaço nos órgãos de comunicação social. Angolano que em Lisboa insulte os titulares dos órgãos de soberania de Angola é um herói para os portugueses. É assim desde o 25 de Abril e tem-se agravado desde que os angolanos começaram a investir em Portugal", argumenta.

O editorial de hoje segue-se ao que foi publicado no passado domingo, assinado por José Ribeiro, director do diário angolano, e replicam a notícia avançada na última edição do semanário Expresso, segundo a qual o Procurador-Geral da República de Angola, João Maria de Sousa, está a ser investigado em Portugal pelo Ministério Público por "suspeita de fraude e branqueamento de capitais".

No texto de domingo, José Ribeiro "desconfia" da boa-fé de Portugal nas relações com Angola, referindo haver "perseguições" aos interesses angolanos.

Na sequência deste texto, João Maria de Sousa reagiu, num comunicado enviado segunda-feira à agência Lusa em Luanda, em que classifica como "despudorada" e "desavergonhada" a forma como o segredo de justiça é "sistematicamente violado” em Portugal em casos relativos a "honrados" cidadãos angolanos.

No texto da edição de hoje do estatal Jornal de Angola, considera-se que a notícia do semanário Expresso, apresentado como "jornal oficial do PSD", partido que lidera a coligação governamental em Portugal, constituiu um "assassínio de carácter".

"Este episódio que envolve magistrados do Ministério Público e o jornal oficial do PSD não é o primeiro. Mas os legítimos representantes do Povo Angolano têm de fazer tudo para que seja o último. Afinal estamos todos a ser ofendidos por aqueles que sempre tratamos com respeito e consideração", conclui o editorial de hoje.

Lusa
 

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Toni87

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #55 em: Março 05, 2013, 10:21:03 am »
http://www.areamilitar.net/noticias/not ... NrNot=1284


E que tal nacionalizar os investimentos angolanos em Portugal?
Paulo Gaião
8:00 Sexta feira, 1 de março de 2013
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Não é a primeira vez que os angolanos aproveitam um momento crítico nacional para fazerem chantagem connosco e nos espremerem.

Agora ameaçam por fim aos investimentos portugueses no país. Isto enquanto compram cada vez mais e barato em Portugal. A rainha do negócio é, como se sabe, a filha de José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos.

Paulo Portas está em pânico e diz que faz o que for preciso para o evitar, invocando os milhares de portugueses que trabalham em Angola.

É a posição de fraqueza que os angolanos querem ouvir para nos calcarem mais o pé.

Em 1975, também aproveitaram as imensas fragilidades internas portugueses para mandarem às urtigas o Acordo de Alvor e ficarem com tudo.

É bom lembrar que nos termos do artigo 54º do Acordo de Alvor os três movimentos de libertação que o assinaram, MPLA, UNITA e FNLA comprometeram-se "a respeitar os bens e os interesses legítimos dos portugueses domiciliados em Angola".

Na altura, em 1975, o MPLA também tinha uma lança no nosso país, o PCP, para defender os seus interesses.

A ala moderada do MFA, que tinha a guerra contra os comunistas e a extrema-esquerda para fazer, ficou atada de pés e mãos.

Basta ler o Documento dos Nove, o texto fundador do 25 de Novembro para perceber que não era apenas António de Spínola -- que tentou até ao limite um referendo à independência no território angolano para proteger os interesses portugueses -- o grande amargurado com o caminho trilhado pela colónia portuguesa.

O nº 3 deste Documento dos Nove, publicado a 7 de Agosto de 1975, subscrito por Melo Antunes, Vitor Alves, Vasco Lourenço e outros militares, também podia ter sido assinado por Spínola.

Nele escreve-se: "Vemo-nos agora a braços com um problema em Angola que excederá provavelmente a nossa capacidade de resposta, gerando-se um conflito de proporções nacionais que poderá, a curto prazo, ter catastróficas e trágicas consequências para Portugal e para Angola.

O futuro duma autêntica revolução em Portugal está, em todo o caso, comprometido, em função do curso dos acontecimentos em Angola, à qual nos ligam responsabilidades históricas inegáveis para além das responsabilidades sociais e humanas imediatas para com os portugueses que lá trabalham e vivem."

Hoje também nos vemos a braços com um problema chamado Angola.

Mas, apesar da crise, temos duas grandes vantagens em relação a 1975.

Nem tudo é mau na União Europeia. Fazermos parte dela é uma arma que podemos utilizar se Angola forçar muita a corda com os investimentos portugueses no país.

Por outro lado, hoje temos bens para a troca com Angola.

Porque não uma nacionalização dos bens angolanos em Portugal?

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/e-que-tal-nacio ... z2Mewj4YkL
 

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Lusitano89

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« Responder #56 em: Junho 10, 2013, 03:23:25 pm »
«Melhor amigo» de Portugal é Angola, diz secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros


Angola é o "melhor amigo" de Portugal e os investimentos angolanos, mais do que "bem-vindos", são "desejados", disse hoje à Lusa em Luanda o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Francisco Almeida Leite, que chegou hoje a Luanda para uma visita oficial de cinco dias a Angola, considerou que a sua deslocação visa ainda preparar a primeira cimeira bilateral, a realizar no segundo semestre.

"Vim a Angola para celebrar o Dia de Portugal e das Comunidades e que é também o Dia da língua portuguesa. Cada vez mais temos de dar atenção a este espaço comum, da língua e, obviamente, Angola, como um dos melhores amigos de Portugal, senão o melhor amigo, é um espaço onde nós queremos também potenciar esse que é o valor económico da língua", salientou.

Francisco Almeida Leite, no cargo desde abril deste ano, destacou as três dimensões, política, económica e de cooperação para o desenvolvimento.

"Em relação à dimensão política, é óbvio que o ponto principal na agenda será a tentativa de realizar a 1ª cimeira bilateral. Estamos a trabalhar dos dois lados e acho que há um ótimo ambiente para que finalmente se faça a cimeira bilateral, talvez no segundo semestre deste ano", frisou.

O governante português considerou ainda que as bases em que se apoia a relação entre Portugal e Angola devem ser avaliadas.

"Temos que pensar se é o melhor enquadramento neste momento. Nós temos a nossa relação sustentada num programa de cooperação, que se chama PIC, Programa Indicativo de Cooperação. Temos que ver se interessa manter isso ou não", adiantou.

Francisco Almeida Leite disse que tanto Angola como Portugal sentem que a "tradicional relação doador-recetor não faz muito sentido neste momento, dada a atual dimensão e pujança do Estado angolano".

A relação de cooperação luso-angolana, atualmente enquadrada pelo PIC, "deve evoluir para uma parceria estratégica entre Portugal e Angola".

"Essa parceria tem benefícios mútuos, mas tem que ser alvo de alguma reflexão e tem que ser alvo da atenção do novo paradigma da cooperação portuguesa", que, segundo Francisco Almeida Leite, "não pode estar desligada do setor privado".

"O Estado não pode atuar sozinho em países como Angola, que são países que têm ao mesmo tempo grandes necessidades e também grandes potencialidade", frisou.

O governante português acrescentou que a visita oficial a Angola "tem também o objetivo de voltar a falar" no que considera ser "o ambiente muito favorável" à troca de investimentos.

"O investimento de Angola em Portugal é uma das matérias mais importantes que gostava de tratar aqui, de lhes dizer (aos responsáveis angolanos) que o investimento angolano não só é bem-vindo, como é desejado", afirmou.

Francisco Almeida Leite acredita que o cruzamento dos interesses económicos bilaterais consolida a relação política.

Lusa
 

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #57 em: Outubro 27, 2013, 09:08:44 pm »
Empresários portugueses continuam a acreditar em bons negócios em Angola


Empresários portugueses continuam a confiar que existem oportunidades para bons negócios em Angola, apesar da tensão política desencadeada há cerca de duas semanas com o anúncio pelo Presidente angolano da suspensão da construção da parceria estratégica com Portugal. O optimismo foi firmado no final da 11.ª edição da Projekta By Constrói-Angola, o certame mais importante para o sector da construção, obras públicas e decoração, que decorreu entre quinta-feira e hoje na Feira Internacional de Luanda.

Rogério Moitas, da Alves Ribeiro Construções, empresa de direito angolano, de capital misto luso-angolano, disse à Lusa que não nota qualquer dificuldade ou diferença.

"Não noto que haja qualquer dificuldade ou diferença. O que vejo é que continuam a surgir oportunidades de negócio. Não notámos nenhuma diferença em relação ao que se passava há dois ou três meses atrás", disse.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou no dia 15, em Luanda, a suspensão da construção da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola, apontando "incompreensões ao nível da cúpula e o clima político actual".

Desde então, tem havido uma série de afirmações de responsáveis dos dois países sobre esta questão. A parte portuguesa tem procurado relativizar o problema mas, na quarta-feira à noite, o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, em entrevista à Televisão Pública de Angola, disse que Luanda deixou de considerar prioritária a cooperação com Portugal, elegendo África do Sul, China e Brasil como alternativas.

"Nós, empresários, temos de ser incólumes a estas situações, eminentemente políticas, que devem ser resolvidas a esse nível", disse.

A Projekta, evento em que estiveram presentes 550 empresas em representação de 12 países, foi a oportunidade para a Leica Geosystems lançar pela primeira vez no continente africano um equipamento de medição, com recurso a laser e imagens de alta resolução.

José Martins, responsável da empresa em Angola destacou a importância do equipamento e o papel que poderá ter no desenvolvimento dos sectores da engenharia civil, arquitectura, construção civil e das indústrias mineira, química e petrolífera.

Também para este empresário o momento é bom para os negócios e, para o primeiro trimestre de 2014, o objectivo é criar uma estrutura de assistência pós-venda.

A importância de Angola foi, também, destacada por José Machado, director comercial da OmniSantos, que representou no certame a Grupel.

Angola representa praticamente metade das vendas, razão por que a Grupel decidiu criar em Angola uma empresa de direito angolano, mas com totalidade do capital social português, para dar assistência no pós-venda aos equipamentos que comercializa, para os setores das telecomunicações e produção de energia.

Quanto à tensão diplomática, José Machado considera que, existindo relações desde há centenas de anos, não será este "problema que vai beliscar" o relacionamento bilateral.

O maior pavilhão da Projekta foi o de Portugal, onde estiveram representadas 70 empresas, tendo a vinda de 60 sido da responsabilidade da Associação Industrial Portuguesa, e as restantes dez da Associação Empresarial de Portugal.

Lusa
 

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Edu

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #58 em: Novembro 11, 2013, 06:06:37 pm »
Cavaco envia mensagem a Eduardo dos Santos no Dia de Angola e lembra as relações "especiais"

Teresa Camarão  11/11/2013 - 15:54

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Chefe de Estado português realça a vontade mútua de "defender activamente a relação bilateral" e reitera "empenho pessoal no continuado aprofundamento do relacionamento".


O Presidente da República enviou esta segunda-feira uma mensagem ao seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, felicitando-o pela celebração do Dia Nacional de Angola, data que assinala a independência do país. Cavaco aproveita para salientar que as relações entre os dois "povos e países são verdadeiramente especiais".

Há 38 anos, a 11 de Novembro de 1975, Leonel Cardoso, alto comissário e governador-geral de Angola, transferia a soberania angolana de Portugal para o povo angolano. Hoje, Cavaco Silva enviou uma mensagem ao seu homólogo angolano – a quem se dirigiu com um “Sr. Presidente, caro amigo” –, que é, toda ela, um apelo indirecto ao diálogo.

O chefe de Estado português argumenta com a "História comum" e o modo como os dois países têm "sabido construir uma relação reciprocamente benéfica e profícua, estruturada tanto ao nível dos nossos cidadãos e empresas, como ao nível político e diplomático".

Sem fazer qualquer menção ao período mais conturbado que ainda se vive no relacionamento diplomático, Cavaco realça que os dois Estados têm sabido, "com confiança e respeito mútuos, ultrapassar algumas dificuldades que têm surgido e desenvolver relações estreitas e intensas".

"Fundadas em sólidos laços de amizade e cooperação, as relações entre os nossos dois povos e países são verdadeiramente especiais", faz questão de vincar o chefe de Estado.

Cavaco Silva, que, em Outubro, à margem da XXIII Cimeira Ibero-Americana, reiterou que os “mal-entendidos” e “eventuais desinformações” entre Portugal e Angola deveriam ser ultrapassados com vista ao fortalecimento da relação entre os dois países, reforça na mensagem endereçada a José Eduardo dos Santos que tem sido vontade dos dois Estados de "defender activamente a relação bilateral, na firme convicção de que este é o caminho que melhor corresponde ao interesse e ao sentimento" dos dois povos.

O Presidente da República termina a sua mensagem deixando a sua “grata expectativa” de reencontrar o seu homólogo angolano na próxima cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em Díli, Timor-Leste – que se deverá realizar no final de Julho do próximo ano –, e reforça o seu “empenho pessoal no continuado aprofundamento do relacionamento”.

Cavaco remete, assim, para mais longe no calendário um eventual encontro com Eduardo dos Santos, depois da polémica em torno do cancelamento da cimeira bilateral Portugal-Angola, que estava previsto realizar-se em Fevereiro. Esta cimeira já tinha estado prevista para o segundo semestre deste ano, foi depois adiada e, na semana passada, o ministro da Justiça de Angola anunciou o seu cancelamento.

O último mês ficou marcado pela polémica que envolveu investigações judiciais portuguesas a altos membros do Estado angolano, depois do pedido de desculpas do ministro português Rui Machete, e as declarações do próprio José Eduardo dos Santos no Parlamento angolano, onde falou do fim da parceria estratégica com Portugal – parceria fomentada precisamente por Cavaco Silva, aquando da visita do Presidente angolano a Portugal em 2009.

"Só com Portugal, as coisas não estão bem. Têm surgido incompreensões ao nível da cúpula e o clima político actual, reinante nessa relação, não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada", disse José Eduardo Santos, a 15 de Outubro, no seu discurso sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola.


E lá continua este a baixar-se perante angola. Que tristeza...
 

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Lusitano89

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Re: Relações Portugal-Angola
« Responder #59 em: Junho 20, 2014, 07:17:45 pm »
Angola pede apoio de Portugal para combater sinistralidade rodoviária


O Executivo angolano pediu hoje o apoio de Portugal no combate à sinistralidade rodoviária em Angola, tendo em conta o alto índice de mortalidade nas estradas nacionais, a segunda causa de morte depois da infeção por malária.

O pedido foi feito publicamente em Luanda pelo ministro angolano do Interior, Ângelo Veiga Tavares, ao seu homólogo português, Miguel Macedo, no final da assinatura de um Memorando de Entendimento entre Angola e Portugal em matéria de Cooperação em Segurança Interna e Proteção Civil. Segundo Ângelo Veiga Tavares, Angola pretende "colher a experiência" portuguesa nesta matéria, que "pode ser muito útil" nos esforços das autoridades angolanas na prevenção rodoviária.

"Pensamos mesmo estreitar esta cooperação no âmbito de uma assessoria presente", sublinhou o governante angolano. Por seu turno, o ministro da Administração Interna de Portugal disse que no âmbito do Memorando de Entendimento vão ser abertos canais de cooperação estreita neste domínio, face ao número de vítimas que ainda se registam nas estradas de Angola.

Miguel Macedo destacou os resultados positivos alcançados por Portugal nesta matéria, experiência que poderá passar a Angola.

"Temos também ainda um caminho para fazer em Portugal, mas é verdade que o percurso que fizemos nos últimos dez anos é muito significativo. Portugal foi um dos quatro países europeus que nos últimos anos mais reduziu o número de vítimas mortais. Portanto, estamos evidentemente disponíveis para, no quadro que for entendido, podermos dar aqui a nossa colaboração, na área técnica", disse o ministro, questionado pela Lusa. Dados da Direção Nacional de Viação e Trânsito revelaram em maio passado que Angola registou no primeiro trimestre deste ano mais de dois mil acidentes, um aumento de 234 casos face a igual período de 2013.

No período em análise morreram 992 pessoas, um aumento de 50 mortes comparativamente ao período homólogo de 2013, e 835 ficaram feridas, não havendo o controlo daqueles que morreram já nos hospitais.

Lusa