Ponte em risco encerrada ao trânsito de pesados Helena Silva
A ponte ferroviária sobre o rio Tejo, que liga Constância-sul a Vila Nova da Barquinha, vai ser interditada a veículos pesados, a partir do próximo dia 10, por questões de segurança. A decisão das Câmaras de Constância e Barquinha foi anunciada ontem, durante a visita àquela região de deputados das Comissões de Obras Públicas e de Ambiente da Assembleia da República.
Os autarcas justificam a sua decisão com base numa vistoria, efectuada ao local pela Estradas de Portugal (EP), em Abril, que detectou vários problemas na estrutura da ponte, quer nos pilares de suporte, quer no tabuleiro. De acordo com António Mendes, edil de Constância, por ali circulam diariamente cerca de quatro mil automóveis, 250 dos quais são veículos pesados. "Para já, vamos interditar a passagem a veículos a partir de 15 toneladas. Mas se não for reparada, a ponte poderá vir a ter que fechar totalmente ao trânsito", adverte o autarca.
Aquela ponte, constuída há cerca de 150 anos, foi a segunda a ser vistoriada em 2001 depois da tragédia de Entre-os-Rios, tendo sido detectados então vários problemas. Sem que tivesse avançado qualquer solução, uma nova vistoria, feita este ano pela EP, classificou o estado da ponte com um nível abaixo da pré-ruína, revelando uma deterioração das condições de segurança.
Miguel Relvas, presidente da Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações manifestou a sua apreensão, depois de uma visita à ponte, lamentando que "quem alerta para a degradação da segurança no local (a Estradas de Portugal) não aponte uma solução". Por isso, revelou, a comissão que lidera "decidiu por unanimidade analisar a situação e procurar uma solução para o processo".
De acordo com o deputado social-democrata "importa recuperar esta ponte, independentemente de se construírem outras nesta região", sob pena de "poder acontecer uma situação idêntica à de Entre-os-Rios".
A preocupação dos autarcas da região é agravada pela entrada em funcionamento, prevista para 2008, dos dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER), actualmente em construção no concelho da Chamusca. "Esta ponte está prevista como ponto de passagem dos camiões de transportes dos resíduos indo prestar, por isso, um serviço nacional", explicou Vítor Pombeiro, presidente da Câmara da Barquinha, que se manifesta contra a prioridade, dada pelo Governo, de avançar com a construção de uma nova travessia sobre o rio Tejo, em Abrantes.
É que, sublinhou o deputado Miguel Relvas, a solução para os CIRVER não passará pela nova ponte de Abrantes. "Essa obra nunca estará concluída antes de 2011, mas os dois centros entrarão em funcionamento a partir de 2008", lembrou.
Para os autarcas de Constância e Barquinha, a interdição a pesados na ponte constitui "um primeiro passo" na luta que se propõem travar, uma vez que se mostram dispostos a "ir até onde for preciso para afirmar e defender o interesse da região".
Se não estou em erro está é neste momento a situação mais critica no país.
A ponte foi construida á 150 anos, como refere a noticia, mas só em 1986 foi adaptado o tabuleiro para circulação rodoviária.
De relembrar que a manutenção e conservação da estrutura ficou a cargo dos dois municipios.