Tudo depende da missão, acho lógico que se uma certa missão não se adqua ao Super Tucano, então não se vai enviar o Super Tucano para lá, se for um conflito de grande intensidade talvez seja sim o F-16 a aeronave com melhores capacidades para lá operar.
Eu percebo que cada meio tem as suas tácticas de operações, de sobrevivência, etc, mas fico um bocado incrédulo quando me dizem que num certo cenário de alta intensidade um A-10 e um Super Tucano são desadequados, mas um helicóptero (aparelho mais lento), já é adquado? Claro que o terreno ajuda mais o helicóptero a esconder-se, se o terreno for propício.
Mas na Ucrânia os helicópteros tem tido muitos maus dias, há vários videos deles abatidos por manpads.
Do pouco que sei até diria, no cenário de alta intensidade da Ucrânia, apenas os jactos tem probabilidade de sobrevivência, tudo o resto é varrido dos céus. Talvez por isso é que nesta guerra até se vê pouca aviação, em detrimento da artilharia e da manobra terrestre.
A questão é, se for um conflito de alta intensidade, nós com tão poucas aeronaves e pilotos, não nos podemos dar ao luxo de ser picuinhas sobre o tipo de aeronave a enviar, sobretudo se for uma guerra sem apoio da NATO por qualquer que seja o motivo. Neste caso, até os Merlin SAR e SIFICAP e os Koala seriam usados porque
não há mais nada. Com os ST não seria diferente.
O A-10 é considerado inadequado para os TOs modernos, sobretudo pelos altos decisores nos EUA. Entretanto, há vídeos de SU-25 (equivalente russo) a ser atingidos com MANPADS e sobreviverem. Pode-se dizer o mesmo do ST, que tem um perfil de voo semelhante a estes dois, sem a mesma resiliência a danos e sem sequer a vantagem dos hélis que podem voar muito baixo no meio de cobertura? Facilmente se chega à conclusão que o ST é o mais desadequado de todos eles no que diz respeito a conflito aberto. É é ideal para COIN, mas o que preferes, o meio ideal para COIN, mas desadequado para guerra convencional, ou um meio mais adequado para guerra convencional, que pode desenrascar em COIN?
Na Ucrânia até Su-34 e Su-35 têm sido abatidos. Isto é fruto da forte concentração de defesas anti-aéreas de ambas as partes, em que ou as aeronaves voam alto para fugir aos MANPADS, e são abatidas por S-300/S-400, ou voam baixinho para fugir a estes últimos, mas são abatidos pelos MANPADS e AAA. Juntemos a isto, o facto de a Ucrânia ser em grande parte plana, nem os helicópteros, que noutros TOs utilizariam florestas, dunas, montes e montanhas para ter cobertura, nem isso têm. É aí que entram os UAVs, ao menos são baratos e se um for abatido, não morre nenhum piloto.
A questão é que vamos andar a comprar um meio especializado para uma missão, que pode nem sequer ser uma missão recorrente no futuro. Isto num país cuja capacidade anti-navio dos F-16, se resume a bombas de queda livre, isto apesar de ser uma das missões primárias. Prioridades.
Desculpa mas um heli de ataque não carrega o mesmo armamento de um ST. Nem de perto, nem de longe. Podem carregar Sidewinder, Python e uma cambada de variantes da filia mk82 de 500 lbs. E este tem um tempo de voo de 6 h e meia o que é brutal para COIN e CAS. Os helis e os F16 nem de perto nem de longe se comparam. E o equipamento interior é muito bom e versátil. Num cenário africano é claramente a melhor opção. Para conseguires fazer o trabalho do ST precisas de UAVs e Helis ao mesmo tempo. Um para loitering e outro para ataque. Ou então vais ter de reabastecer os helis 10x.
A minha dúvida continua a mesma em relação ao ST. Pode-se fazer treino avançado de voo para um jato num turboprop que voa só a 500kms/h?
Agora se me dizem que a alternativa é o Pilates então é porque aceitam que esse treino pode ser feito num turboprop. Assim sendo acho que o ST é uma excelente e mais ou menos óbvia escolha.
Um Apache, tal como o AH-1Z pode levar até 16 Hellfire. Ambos podem levar Stinger e Sidewinder. Ambos têm um canhão de calibre superior às .50 do ST, que por sua vez é mais fácil de usar já que a aeronave não tem que apontar directamente para o alvo, ao contrário do ST. A única coisa que o ST realmente tem que os hélis não têm, são as bombas, ainda assim, um UCAV pode transportá-las, tal como um F-16 (este último pode levar 8 SDBs cada um). Essa conversa do armamento do ST ser superior, é tanga. É superior se for comparado com um UH-60 armado isso sim.
Lá está, essas 6h e meia de tempo brutal para COIN e CAS é muito bonito, se fossemos um país rico que se pode dar ao luxo de comprar meios especializados para cada função (daí até os hélis de ataque só fazerem sentido se forem a "preço de amigo"). Entretanto, como termo de comparação, um MQ-9 Reaper praticamente duplica esse tempo "on station", e ainda se poderia meter ao barulho o AC-295 (com vantagens na parte logística por já operarmos o C-295).
Num cenário africano é claramente a melhor opção.
Sim, isso já é sabido. Mas e no resto dos cenários, ficamos ali com um peso morto? Ou só mais uma aeronave para treino?
Para conseguires fazer o trabalho do ST precisas de UAVs e Helis ao mesmo tempo. Um para loitering e outro para ataque. Ou então vais ter de reabastecer os helis 10x.
Como se o ST cobrisse a necessidade de hélis. Que eu saiba o ST não te vai transportar tropas de forma rápida para onde sejam necessárias, nem vai fazer MEDEVAC. Na missão terias de ter na mesma o ST e os hélis. Já os UAVs, também precisas deles, se não for especificamente em missões em África, é no resto, desde patrulha marítima, vigilância florestal na época dos incêndios, ISR, caça ao homem no auxílio às autoridades, combate ao narcotráfico, seguimento de navios e/ou submarinos, e idealmente seria um UCAV, alargando ainda mais o leque de missões, que passavam a incluir o ataque. Aí, UCAVs em loitering, não seriam apenas para "ver".
O ST pode fazer treino avançado, mas o PC-21 é dado como superior nesse aspecto e é à partida mais barato.