A Armada Portuguesa em 2020

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #45 em: Março 02, 2020, 02:41:56 pm »
Há uns optimistas aqui no Forum que dizem que estamos a atingir o zero naval.
Eu digo que já atingimos.
Neste momento já atingimos o zero naval e estamos a transformar-mos num estado falhado com bem tem descrito o Prof. Adriano Moreira.
E digo isto porque não temos esquadra para socorrer os nossos compatriotas que por alguma convulsão politica fiquem em perigo quer em África quer na América Latina.
Os nossos meios mais modernos são os submarinos, muito poucos, e estes não servem para socorrer ninguém. Quanto às fragatas em número de 5 e com duas no estaleiro a fazerem um upgrade de meia tigela, não dão para tudo e elas não esticam. O NPO subarmados e com sensores civis do mais rasca e baratinhos também não servem para serem empregues em cenários de média intensidade. Helicópteros neste momento nem vê-los. E sem reabastecedor a Marinha fica com as pernas cortadas.
Se este país fosse a sério já devia de haver uma série de irresponsáveis a contas com a justiça. Mas o que interessa é falar de futebol e dos direitos dos paneleiros e o  resto é paisagem.
 
 
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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #46 em: Março 02, 2020, 02:42:35 pm »

Sim Miguel, o problema da Armada é a malta do forum defesa e as tuas convicções. Já agora vês algum investimento digno de esse nome na MGP que justifique o abate de navios atrás de navios, ou sabes de alguma fragata ou LPD comprado às escondidas?

Vou meter-me onde não sou chamado, mas parece-me que o Miguel não diz que a culpa é "nossa"... simplesmente está a recordar que enquanto nós (ainda?) sonhávamos com um país decente já ele era realista e percebia que 3 fragatas (etc) era, infelizmente, um futuro bastante possível. Eu, por exemplo, também à algum tempo que considero 2+2 fragatas e nem quero ouvir falar em NPL... mas vai vir (nem que tenhamos de ficar apenas com 2 BD "mastro oco" e 1 Meko "NPO"), porque é fácil de "vender" aos eleitores e a Marinha quer um navio grande, com tripulação e vistoso.   
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dc

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #47 em: Março 02, 2020, 02:52:02 pm »
Vou só pegar nuns pontos importantes da notícia e ser má-língua:

Citar
Em junho do ano passado, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, anunciou que iria "começar a trabalhar nos contratos e na adjudicação" de seis NPO, uma vez que já tinha sido publicada a Lei de Programação Militar (LPM).

Desde Junho... faltou a tinta em todas as canetas para assinar o contrato? É que 8 meses não é propriamente pouco tempo. Felizmente há sempre tempo e dinheiro para passeios no Brasil à Embraer.

Citar
Face ao défice de manutenção acumulado, que varia entre dois e nove anos

9 anos é "só" praticamente 1/3 da "esperança de vida" dos navios, especialmente numa Armada ocidental. Se para umas meras lanchas é esta situação, que são meios relativamente simples e baratos de manter, nem quero imaginar qualquer coisa mais complexa, estilo LPD/LHD ou fragatas topo de gama.

*Gostava de saber, quantas vezes foi renovada a frota de carros do Estado nos últimos 9 anos. Só por curiosidade.  ::)

Citar
estão neste momento ao serviço um total de 34 embarcações: 5 fragatas;

Esqueceram-se de colocar a nota de que estão obsoletas mesmo após os MLUs (especialmente as VdG).

Citar
Outra decisão que também tarda é como será feita a aquisição daquele que será o porta-aviões da Armada - o Navio Polivalente Logístico (NPO)

NPL querem eles dizer, e espero que a comparação com um porta-aviões tenha sido sarcasmo.  :o

Citar
Na Lei de Programação Militar está prevista a sua compra a partir de 2024, mas tendo em conta a redução drástica do investimento (passou de 310 milhões para 150) ainda não está decidida a estratégia de compra. Em maio de 2019, João Gomes Cravinho afirmou que este navio "será adquirido a partir de 2022" e que havia tempo para ponderar se será melhor comprá-lo "em segunda mão" ou "construí-lo, de preferência, aqui em Portugal". Segundo o porta-voz oficial da Marinha, este navio "é autossuficiente" e pode navegar para águas internacionais sem necessidade de um reabastecedor.

Aqui nada de novo, tirando que há uns tempos estava mais que decidido que ia ser um navio novo, e agora é "não está decidida a estratégia de compra". Mas se for a julgar pelo substituto do Bérrio, em que ignoram prontamente uma opção em segunda-mão, não há grande esperança que seja diferente com o LPD.

Interessante, é que o navio será adquirido a partir de 2022, e segundo o ministro, "há tempo" para ponderar qual das opções se vai tomar, esquecendo-se que, se demorarem até 2022 para decidir, a opção por algo novo implica a sua entrada ao serviço nunca antes de 2025, a julgar pelo tempo de construção e afins. Mas é como dizem, "empurrar com a barriga".

Melhor mesmo, só a afirmação no fim, que o LPD é auto-suficiente e não precisa de AOR. Aqui está a razão de não quererem saber do Wave, que dada a escolha entre ter um AOR que permita utilizar as fragatas e NPOs fora das águas nacionais, ou ter apenas um LPD com esta capacidade que iria para fora sem escolta absolutamente nenhuma, preferem o LPD.
Felizmente o LPD é auto-suficiente, caso falte comida, metem terra no convés de voo e plantam alfaces, tomates, couves... purificam água do mar e se faltar combustível, os Fuzileiros embarcados remam. Numa situação em que o navio possa ser atacada, certamente também será auto-suficiente.

Citar
Segundo a mesma fonte oficial, o reabastecedor Bérrio, "já entrou em processo de abate", não tendo ainda sido encontrada solução a curto prazo para a sua substituição.

Já agora... realmente aqui ninguém viu um navio que se adeqúe às nossas necessidades... se ao menos houvesse algum AOR, padrão NATO, usado mas com poucos anos e que estivesse neste momento atracado à espera de decidirem o que fazer com ele....  ::)

Citar
Nem Exército, nem Força Aérea nem a Marinha mostram factos que confirmem ou neguem a denúncia de "pré-falência" das Forças Armadas (FFAA) descrita numa carta que um grupo de generais, ex-chefes de Estado-Maior dos três ramos......... Questionados nesta semana pelo DN sobre essa situação e solicitados dados sobre a evolução do efetivo na última década, bem como o estado das capacidades operacionais, a resposta foi unânime: "não vamos facultar esses elementos", respondeu a porta-voz do Exército; "não conseguiremos disponibilizar a informação que solicita", disse o porta-voz da Força Aérea; "não conte com contributos da Marinha", assinalou o porta-voz deste Ramo.

Realmente é com este tipo de respostas que a situação vai evoluir. Nada melhor que os porta-vozes de cada ramo a cruzarem os braços e não piarem. Se ao menos este tipo de unanimidade estivesse presente na hora de escolher o modelo dos Hawk que deveriam ter sido adquiridos.  ::)
 
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mafets

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #48 em: Março 02, 2020, 03:00:38 pm »

Sim Miguel, o problema da Armada é a malta do forum defesa e as tuas convicções. Já agora vês algum investimento digno de esse nome na MGP que justifique o abate de navios atrás de navios, ou sabes de alguma fragata ou LPD comprado às escondidas?

Vou meter-me onde não sou chamado, mas parece-me que o Miguel não diz que a culpa é "nossa"... simplesmente está a recordar que enquanto nós (ainda?) sonhávamos com um país decente já ele era realista e percebia que 3 fragatas (etc) era, infelizmente, um futuro bastante possível. Eu, por exemplo, também à algum tempo que considero 2+2 fragatas e nem quero ouvir falar em NPL... mas vai vir (nem que tenhamos de ficar apenas com 2 BD "mastro oco" e 1 Meko "NPO"), porque é fácil de "vender" aos eleitores e a Marinha quer um navio grande, com tripulação e vistoso.   

Vai vir um NPL de onde???  :o :o Nem 2 Marlin para os NPO, os Tejo estão 3 em serviço e o AOR, pasme-se, não existe a curto prazo e vai vir um investimento de 150 Milhões num NPL?  :mrgreen: Epá, nem as G3, nem os Uro, quanto mais (nem zebros, que os últimos veiram à uma década)...  :bang: :bang:

 

Saudações  :bang: :bang:
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #49 em: Março 02, 2020, 03:39:49 pm »
Quando isto é o que acontece de facto também não podem haver milagres.

Citar
Portugal é o quinto país da União Europeia que menos gasta com a Defesa
Catarina Melo

2020-03-02

Gastos nacionais com Defesa totalizaram 1,68 mil milhões de euros, em 2018. Correspondeu a 0,8% do PIB gerado naquele ano em Portugal, sendo o quinto peso mais baixo da UE.

Portugal foi um dos países da União Europeia que, em 2018, menos investiu em Defesa. Naquele ano, os gastos nacionais com Defesa corresponderam a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), revela o Eurostat nesta segunda-feira. Trata-se do quinto valor mais baixo da União Europeia, onde a média foi de 1,2%. Segundo o gabinete de estatísticas europeu, em 2018, os governos dos 27 Estados membros gastaram um total de 162 mil milhões de euros na Defesa. Este montante corresponde a 2,6% do total dos gastos públicos e a 1,2% da riqueza gerada na União Europeia naquele ano.

O peso dos gastos com defesa face ao PIB variou substancialmente entre os diferentes países europeus, indo do mínimo de 0,3%, na Irlanda, e de 0,5% no Luxemburgo e Malta, até aos máximos de 2% tanto na Estónia e Grécia, e de 2,1% na Letónia. Portugal destacou-se entre os países que menos investiram, sendo que dados provisórios apontam para um gasto de 1,68 mil milhões de euros em despesas com a Defesa, em 2018. Ou seja, 1,9% das despesas totais do Estado e 0,8% do PIB nacional daquele ano. No histórico dos últimos dez anos disponibilizado pelo Eurostat, nunca se assistiu a uma proporção das despesas com Defesa em função da riqueza gerada tão baixa em Portugal como em 2018.

Portugal estava assim bastante longe das metas acordadas entre os membros da NATO em matéria de investimento em gastos militares. Estas definem que as despesas com defesa convirjam para os 2% do PIB em cada país. Dados recentemente divulgados apontam para que em 2019, os gastos militares já correspondessem a 1,52% do PIB. Até 2024, o Executivo de António Costa pretende chegar aos 1,66% do PIB nas despesas com defesa.


https://eco.sapo.pt/2020/03/02/portugal-e-o-quinto-pais-da-uniao-europeia-que-menos-gasta-com-a-defesa/?fbclid=IwAR1i1epGhoTgUGA3t_R0B_az1YBfPXNrhhrMGIGnC56Z5CjtFMjofxZvccE
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #50 em: Março 02, 2020, 04:02:59 pm »
E isso são os numeros oficiais sem contar com "cativações" pelo meio....
 :-P
 

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #51 em: Março 02, 2020, 04:24:14 pm »
E isso são os numeros oficiais sem contar com "cativações" pelo meio....
 :-P

Ou as rendas a pagar ao Estado, que é uma forma de reduzir ainda mais o orçamento real e inflacionar com os valores das rendas para mostrar à NATO.

Já para não falar que os outros países com indústria militar, aproveitam para comunicarem investimentos baixos, mas que são na realidade inflacionados com os subsídios comunitários e do próprio estado a essa indústria (Espanha, França, .......
 

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #52 em: Março 02, 2020, 05:06:12 pm »
Caros

O ZERO NAVAL É PERMANENTE,

Vejam esta notícia que encontrei de maio de 2001, portanto muito anterior a crises e troikas

https://www.google.com/amp/s/www.publico.pt/2001/05/20/politica/noticia/castro-caldas-admite-zero-naval-23828/amp
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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dc

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #53 em: Março 02, 2020, 05:10:22 pm »
Citar
Portugal estava assim bastante longe das metas acordadas entre os membros da NATO em matéria de investimento em gastos militares. Estas definem que as despesas com defesa convirjam para os 2% do PIB em cada país. Dados recentemente divulgados apontam para que em 2019, os gastos militares já correspondessem a 1,52% do PIB. Até 2024, o Executivo de António Costa pretende chegar aos 1,66% do PIB nas despesas com defesa.

Tal é o valor que se dá a acordos internacionais, neste caso com outros países da NATO. Quando "prometem" que até 2024 os gastos subam para 1,66%, face aos 2% acordados, é mesmo coisa de gente doida. Se acordaram 2%, gastam 2% e pronto, será assim tão difícil? Ainda para mais quando parte desse dinheiro pode ter influência directa na indústria nacional, como o sector da construção naval.

E isso são os numeros oficiais sem contar com "cativações" pelo meio....
 :-P

Ou as rendas a pagar ao Estado, que é uma forma de reduzir ainda mais o orçamento real e inflacionar com os valores das rendas para mostrar à NATO.

Já para não falar que os outros países com indústria militar, aproveitam para comunicarem investimentos baixos, mas que são na realidade inflacionados com os subsídios comunitários e do próprio estado a essa indústria (Espanha, França, .......

Exacto, como se não bastasse o já curto orçamento, que nem dá para fazer a manutenção a meras lanchas de fiscalização, ainda usam estas artimanhas para dar a volta, como essas rendas.

Já agora, estou curioso para ver onde se gastou "tanto" em 2019. Não me recordo de nenhum programa de aquisições com valor assim tão avultado, para se ter gasto o dobro do ano anterior, mesmo com a redução de efectivos (menos salários a pagar, em teoria).
 

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typhonman

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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #54 em: Março 02, 2020, 10:24:37 pm »
Caros

O ZERO NAVAL É PERMANENTE,

Vejam esta notícia que encontrei de maio de 2001, portanto muito anterior a crises e troikas

https://www.google.com/amp/s/www.publico.pt/2001/05/20/politica/noticia/castro-caldas-admite-zero-naval-23828/amp

Lembro-me em 2001 haver grande polémica com o "zero naval".

Até houve uma reportagem na RTP que se chamava o "Adeus armas", onde falava dos vetustos equipamentos das FA.

Grosso modo, são em 70 % iguais aos da altura, só que com mais idade e em menor numero.

Andamos a brincar com coisas muito sérias!

 
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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #55 em: Março 03, 2020, 06:45:27 am »
Caros

O ZERO NAVAL É PERMANENTE,

Vejam esta notícia que encontrei de maio de 2001, portanto muito anterior a crises e troikas

https://www.google.com/amp/s/www.publico.pt/2001/05/20/politica/noticia/castro-caldas-admite-zero-naval-23828/amp

Lembro-me em 2001 haver grande polémica com o "zero naval".

Até houve uma reportagem na RTP que se chamava o "Adeus armas", onde falava dos vetustos equipamentos das FA.

Grosso modo, são em 70 % iguais aos da altura, só que com mais idade e em menor numero.

Andamos a brincar com coisas muito sérias!

Não te lembras que foi preciso um M60 começar a deitar fumo no 10 de junho, para então pensarem nos Léo?  :snip:
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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #56 em: Março 04, 2020, 12:13:17 am »
Quando isto é o que acontece de facto também não podem haver milagres.

Citar
Portugal é o quinto país da União Europeia que menos gasta com a Defesa
Catarina Melo

2020-03-02

Gastos nacionais com Defesa totalizaram 1,68 mil milhões de euros, em 2018. Correspondeu a 0,8% do PIB gerado naquele ano em Portugal, sendo o quinto peso mais baixo da UE.

Portugal foi um dos países da União Europeia que, em 2018, menos investiu em Defesa. Naquele ano, os gastos nacionais com Defesa corresponderam a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), revela o Eurostat nesta segunda-feira. Trata-se do quinto valor mais baixo da União Europeia, onde a média foi de 1,2%. Segundo o gabinete de estatísticas europeu, em 2018, os governos dos 27 Estados membros gastaram um total de 162 mil milhões de euros na Defesa. Este montante corresponde a 2,6% do total dos gastos públicos e a 1,2% da riqueza gerada na União Europeia naquele ano.

O peso dos gastos com defesa face ao PIB variou substancialmente entre os diferentes países europeus, indo do mínimo de 0,3%, na Irlanda, e de 0,5% no Luxemburgo e Malta, até aos máximos de 2% tanto na Estónia e Grécia, e de 2,1% na Letónia. Portugal destacou-se entre os países que menos investiram, sendo que dados provisórios apontam para um gasto de 1,68 mil milhões de euros em despesas com a Defesa, em 2018. Ou seja, 1,9% das despesas totais do Estado e 0,8% do PIB nacional daquele ano. No histórico dos últimos dez anos disponibilizado pelo Eurostat, nunca se assistiu a uma proporção das despesas com Defesa em função da riqueza gerada tão baixa em Portugal como em 2018.

Portugal estava assim bastante longe das metas acordadas entre os membros da NATO em matéria de investimento em gastos militares. Estas definem que as despesas com defesa convirjam para os 2% do PIB em cada país. Dados recentemente divulgados apontam para que em 2019, os gastos militares já correspondessem a 1,52% do PIB. Até 2024, o Executivo de António Costa pretende chegar aos 1,66% do PIB nas despesas com defesa.


https://eco.sapo.pt/2020/03/02/portugal-e-o-quinto-pais-da-uniao-europeia-que-menos-gasta-com-a-defesa/?fbclid=IwAR1i1epGhoTgUGA3t_R0B_az1YBfPXNrhhrMGIGnC56Z5CjtFMjofxZvccE

O pessoal anda muito esquecido. No tópico em baixo é referido o valor de 2.151 milhões de euros como orçamento de defesa de 2018 (mas somente 1.991 milhões gastos, de acordo com o Victor Barreira). Segundo o Costinha, em 2018, gastaram-se 1,35% do PIB em defesa e este valor iria aumentar para 1,41% em 2019. Mas nenhum FDP no parlamento interpela o governo sobre a discrepância entres esses números e os agora divulgados pelo Eurostat? Mais, como o tenente e outros referem, os números orçamentados são inferiores aos apresentados à NATO (já para não falar nos efectivamente gastos).

Segundo o Pordata, o PIB de 2018 foi 203.896,2 milhões de euros, pelo que 1,35% seriam 2.752 milhões de euros. O valor que o Victor menciona de 1.991 milhões equivale a 0,97% do PIB. Mas depois vem o Eurostat fazer as contas e a verdade é exposta, sendo a percentagem 0,8%. Palhaçada!

Em tempos recordo ter lido que o orçamento da GNR é contabilizado na defesa para efeitos NATO. Alguém ouviu falar em algo assim?

https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=10546.30
« Última modificação: Março 04, 2020, 04:22:45 am por NVF »
Talent de ne rien faire
 
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Re: A Armada Portuguesa em 2020
« Responder #57 em: Março 04, 2020, 12:52:30 pm »
Isto realmente torna-se ridículo. Se houvesse uma discrepância destas noutro sector qualquer era só greves e protestos e toda a gente a apontar o dedo à corrupção. Mas como é nas forças armadas, "no pasa nada". Depois temos cenários como o Bérrio e tantos outros. Para um governo que gosta de contas certas, aqui as contas não acertam, mas também ninguém se queixa, não vi nenhum Chefe de Estado Maior a queixar-se desta situação. E foi preciso ex-chefes dos respectivos ramos para vir ao de cima este assunto, para se apurar esta verdade sobre o orçamento de 2018.

Quando assim é, quando lidamos com orçamentos fantasma, torna-se uma autêntica fantochada tentar ter bom-senso a discutir estes temas. Se gastassem pouco e ao menos admitissem à NATO/UE que assim é, sem palhaçada pelo meio, era ao menos, mas se dizer que se gasta menos 0,6% na defesa do que os 2% acordados com os aliados já é grave, então imaginem gastar menos de metade desse mesmo acordo, os tais 0,8%.